manejo dos casos suspeitos de sarampo

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MANEJO DOS CASOS
SUSPEITOS DE SARAMPO
01 de Janeiro de 2016
Serviço de Controle de Infecção Hospitalar
Conteúdo
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Contexto atual
Objetivos
Manifestações clínicas e definições utilizadas
Diagnóstico diferencial
Orientações para o manejo clínico
Diagnóstico laboratorial
Informações adicionais
Entendendo o cenário atual...
 + de 20 milhões de casos no mundo / ano
 2015: Surtos da doença no Sudão, Egito, Camarões, Nigéria,
Malásia, Paquistão; continente americano
 Brasil:
 Circulação endêmica interrompida em 2000
 Surtos em 2015: Brasil (n=214 casos); Canadá (n=196
casos); Estados Unidos (n=189 casos); Chile (n= 9 casos);
Peru (n=4 casos); Colômbia (n=1 caso); México (n=1 caso)
 Estado de SP:
 2001 – 2014 – 44 casos (genótipos D4, D5, D8 e B3)
 2015: 2 casos
Objetivos
 Reconhecimento precoce de possíveis casos
novos de sarampo, estando alerta no
atendimento em qualquer caso de doença
exantemática febril
 Impedir a transmissão intra-hospitalar do
vírus do sarampo e ocorrência de surtos, por
meio da adoção das medidas de prevenção
adequadas
O Sarampo
 Agente: o vírus do sarampo pertence ao gênero Morbillivirus,
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família Paramyxoviridae.
Transmissão: diretamente de pessoa a pessoa, através das
secreções nasofaríngeas, expelidas ao tossir, espirrar, falar ou
respirar (transmissão por aerossóis). 90% de chance de transmissão
em indivíduos susceptíveis.
Período de transmissão: 5 dias antes e 5 dias após o início da
erupção cutânea.
Epidemiologia: muito comum na infância
Patogênese: a viremia, causada pela infecção, provoca uma
vasculite generalizada, responsável pelo aparecimento das diversas
manifestações clínicas, inclusive pelas perdas consideráveis de
eletrólitos e proteínas, gerando o quadro espoliante característico
da infecção
Complicações: encefalite ou pneumonia. Maior gravidade,
particularmente em crianças desnutridas e <1 ano de idade
Definição de caso suspeito
 Todo paciente que, independente da idade e da
situação vacinal, apresentar febre e exantema
maculopapular, acompanhados de um ou mais dos
seguintes sinais e sintomas:
– tosse e/ou
– coriza e/ou
– conjuntivite
Ou todo indivíduo suspeito com história de viagem
ao exterior nos últimos 30 dias ou de contato, no
mesmo período, com alguém que viajou ao
exterior
Face de uma criança com
sarampo (3º dia de exantema)
Olhos de uma criança com
sarampo
Fonte: http://www.cdc.gov/measles/about/photos.html
Exantema maculopapular
3º dia de doença
Fonte: http://www.cdc.gov/measles/about/photos.html

 Paciente com enantema no
palato (mancha de Koplik) no
3º dia de doença, período préeruptivo

 Manchas de Koplik:
indicativo do inicio do
sarampo
Fonte: http://www.cdc.gov/measles/about/photos.html
Atendimento do caso suspeito
Instituição das precauções para aerossóis
Atendimento do caso suspeito na UPA
 Implementar precauções para aerossóis.
 encaminhar o paciente para a sala com pressão negativa;
 se não houver disponibilidade para internação na sala de
pressão negativa, o paciente pode ser encaminhado para
uma sala de atendimento e mantida a porta fechada;
 os profissionais de saúde e familiares devem utilizar
máscara N95;
 o paciente, ao sair do quarto (para a realização de exames
ou ser encaminhado para internação), deve utilizar
máscara cirúrgica;
 realizar a higiene das mãos, especialmente com o uso de
gel alcoólico;
Atendimento do caso suspeito na
Unidade de Internação
 Os pacientes poderão ser encaminhados para a
internação a partir do consultório do seu
médico
 Atenção a este diagnóstico no pedido de internação
 Nestes casos, fornecer máscara cirúrgica para o
paciente enquanto aguarda a internação
 Paciente oriundo de casa ou da UPA a
internação deverá ser
 preferencialmente, nos quartos de pressão negativa
(localizados no 11º andar e semi-intensiva adulto),
mantendo as precauções para aerossóis
Diagnóstico diferencial
 Infecções bacterianas
Escarlatina
Eritema multiforme
Sífilis secundária
 Infecções virais
Rubéola
Rubéola
Roseola infantum (infecção por herpes 6)
Eritema infeccioso
Enteroviroses (Coxsackie e Echovirus)
Mononucleose (Epstein-Barr)
Arboviroses (ex. dengue)
 Farmacodermias
Para lembrar...
Definição de Caso
Suspeito de Rubéola
 Todo paciente que apresente febre e exantema


maculopapular, acompanhado de linfoadenopatia
retroauricular, occipital e cervical, independente da
idade e situação vacinal;
Todo indivíduo suspeito com história de viagem ao
exterior nos últimos 30 dias ou de contato, no
mesmo período, com alguém que viajou ao exterior
Em 02/12/2015, o Brasil recebeu da Organização
Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da
Saúde (OPAS/OMS) o Certificado de Eliminação da
Rubéola.
Orientações para o manejo clínico
 Não existe tratamento específico para o
sarampo, apenas medidas de suporte:
 uso de sintomáticos para a febre,
 hidratação,
 ventilação mecânica, se necessário, para os casos
graves (pneumonia e encefalite)
Diagnóstico (1)
 A amostra de sangue para sorologia de
sarampo (realizada pelo laboratório do
Einstein) deve ser obtida no 1º atendimento
dos casos suspeitos, de preferência entre o
1º e 28º dia do exantema.
 Adolescentes e adultos 5 a 10 ml de sangue,
 Crianças <1 ano 3 ml de sangue
 frascos sem anticoagulante, transporte
refrigerado (entre 2 e 8o C)
Diagnóstico (2)
 Para o isolamento viral e investigação do genótipo, realizada
pelo Instituto Adolfo Lutz e Lab. Fiocruz, a coleta de amostras de
sangue total, urina e secreção de nasofaringe devem ser
realizados até o 7º do início do exantema, da seguinte forma:
 Sangue total
 Adolescentes e adultos 5 a 10 ml de sangue,
 Crianças <1 ano 3 ml de sangue
 frascos sem anticoagulante, transporte refrigerado (entre 2 e 8o C)
 Urina: 15 a 100 ml em frasco estéril, jato médio
 transporte refrigerado (entre 2 e 8o C)
 Secreção de nasofaringe: aplicação do swab da narina direita e swab da
narina esquerda e swab da orofaringe (totalizando 3 swabs) e transporte
refrigerado (entre 2 e 8o C)
 Na suspeita de encefalite por sarampo, recomenda-se o envio do
líquor, 10mL, em frasco estéril com transporte refrigerado (2 a 8 o C)
Lembre-se:
esta é uma doença
de notificação
compulsória
Importância: 1 caso de sarampo em
população não imune infectará 12 a
18 indivíduos
Como notificar?
1º) Preencher a ficha de notificação
Está disponível no portal
2º) Comunicar o SCIH
 Por e-mail: [email protected] ou grupo 90
 Em horário comercial: ramais 72616, 72646, 72647
e 72680
No caso de dúvidas, fora do horário comercial, acionar diretamente o SCIH por meio do celular 72833587
Outras informações importantes
Como se previne contra o sarampo? (1)
 Imunização contra o sarampo (administração subcutânea), disponível
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nos postos de saúde como vacina combinada do tipo tríplice viral
(sarampo, caxumba e rubéola). Estimam-se que foram evitados 17.1
milhões de mortes no período de 2000 a 2014 com a pratica da
imunização no mundo.
A vacina tem eficácia entre 95% a 99% e sua proteção inicia-se após
duas semanas da aplicação, por isso, recomenda-se o alerta para os
viajantes sobre a necessidade de assegurarem suas vacinas
atualizadas (duas doses da vacina contra o sarampo na vida), antes de
viajar ou do início do evento (preferencialmente com antecedência de
15 dias).
A vacina também pode ser utilizada como profilaxia após exposição,
preferencialmente dentro das primeiras 72 horas após o contato.
Além disso, profissionais da área da saúde, profissionais atuantes na
área de turismo, profissionais da área da educação também devem
ser questionados sobre a imunização prévia e atualização.
Como se previne contra o sarampo? (2)
 Após o diagnóstico e não havendo a necessidade de
internação, os pacientes permaneceram em repouso
domiciliar, com orientação sobre tosse com etiqueta
e higiene das mãos, de preferência em quarto
privativo, evitando contato com pessoas até o
término dos sinais e sintomas, mantendo vigilância
dos comunicantes (mesmo os comunicantes
vacinados) e, nos contatos susceptíveis, serão
avaliadas as necessidades de imunização ou aplicação
de imunoglobulina
Existe contra-indicação para a vacina?
 Sim, como se trata de vacina com vírus vivos atenuados, existe
contra-indicação para uma parcela da população:
 Imunodeficiências congênitas;
 Imunodeficiência adquirida, exceto no portador do vírus HIV quando este não se
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apresenta sintomático ou com baixos níveis de células CD4 (em menores de
cinco anos: CD4 < 750 células/mm3 ou < 15% do total de linfócitos T CD4 e a
partir de 6 anos e adultos: CD4 < 200 células/mm3);
Transplantados de órgãos sólidos;
Transplante de células tronco hematopoiéticas até 12 meses após o
procedimento;
Alergia ao ovo e alguns antimicrobianos (neomicina e canamicina);
Neoplasia;
Gestantes;
Uso de corticóide, imunossupressores, radioterapia, quimioterapia e derivados
do sangue (plasma, imunoglobulinas, concentrados, etc) – adiar a imunização
para três meses após a suspensão destas terapias
Pode haver eventos adversos após a
aplicação da vacina?
 Entre 5 a 15% dos vacinados apresentam febre
a partir do quinto dia de imunização, que pode
perdurar por dois a três dias. Em até 5% dos
vacinados pode aparecer erupção morbiliforme
uma semana após a aplicação
Quando é recomendada a administração
de imunoglobulina hiperimune?
 Para as pessoas susceptíveis e expostas a casos de
infecção dentro de 6 dias após o contato
(principalmente, imunossuprimidos, gestantes e
crianças menores de 6 meses), que apresentem
contra-indicação para a vacinação de bloqueio
 A dose recomendada é 0,25ml/kg de peso, intra-muscular,

em dose única, sendo que no caso de imunossuprimido e
infectados pelo HIV a dose é 0,5ml/kg de peso (dose
máxima 15ml), intra-muscular
Pode-se dispensar a aplicação a pacientes que façam uso
rotineiro de imunoglobulina endovenosa (100 a 400 mg/kg
de peso), se a última dose tiver sido aplicada dentro de três
semanas antes da exposição
Referências
1. Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde. Guia de Vigilância
Epidemiológica, 7ª. Ed., 2009 – Sarampo.
2. Plotkin S; Reef SA. Rubella vaccine. In: Plotkin AS, Orestein WA, Offit P, eds.
Vaccines. 5th. ed. Philadelphia, PA:WA Saunders Co, 2013
3. Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo. Atualização das medidas de
controle Sarampo / Rubéola – Estado de São Paulo, fevereiro de 2014.
Disponível em:
http://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/RESP/2014/Sarampo14_medida_con
trole.pdf.
4. Centro de vigilância epidemiológica de São Paulo. Alerta Sarampo 2014.
Disponível em:
ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/RESP/2014/SARAMPO14_ALERTA19m
arco.pdf
5. Centro de vigilância epidemiológica de São Paulo. Alerta Sarampo –
Dezembro de 2015. Disponível em:
http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/resp/pdf/SARAMPO15_ALERTA_DEZE
MBRO.pdf
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