Interações em Plantas

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BT%682%A%C%Ecologia%Vegetal%%
Aula%10%
Interações%em%plantas:%
compe5ção,%facilitação,%predação,%
herbivoria!
Luciana%F.%Alves%
(2º%semestre/2012)!
Interações!
•  Espécies%e%populações%não%existem%isoladas%na%natureza.%
Elas%ocorrem%na%presença%de%muitos%compe5dores,%
predadores%e%mutualistas%em%potencial%
•  A%presença%ou%ausência%de%uma%determinada%espécie%pode%
ter%um%impacto%grande%ou%pequeno%na%abundância%de%
outra(s)%espécie(s)%
•  Os%efeitos%de%interações%podem%ser%posi5vos%(+),%
nega5vos%(C)%ou%neutros%(0)%
Natureza%das%interações%
•  comensalismo!!(+/0)!
•  mutualismo%(+/+)%
•  compe5ção%(C/C)%
•  parasi2smo!(+/3)!
•  predação%(+/C)%
Os!símbolos!!+,!!3!!and!0:!efeito!de!uma!espécie!na!outra!quando!ambas!
vivem!juntas!
Outline(
!  Interações%entre%indivíduos%
dentro%da%mesma%população%
de%plantas%
!  Interações%entre%espécies%
dentro%comunidades%de%
plantas%
Compe5ção%
Facilitação%
!  Interações%entre%plantas%e%
outros%organismos%
Herbivoria%
Predação%
Harper,%1977%
hBp://www.denimandtweed.com/!
hBp://www.fsd2010.org/program/leveytewksbury.htm!
hBp://sydney.edu.au/science/biology/molecular_ecology/research/plantherb.shtml!
hBp://toucaneatsbug.blogspot.com.br!
hBp://mycor.nancy.inra.fr/blogGenomes/?tag=symbiosis!
Compe5ção%!
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%LIVING%ALONE%%%%LIVING%TOGETHER%
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%A%%%%%%%B%%%%%%%%%%%%%%%%%%A%%%%%%%%B%
%
COMPETITION%%%%%%%%%%%0%%%%0%%%%%%%%%%%%%%%%%%%C%%%%%%%%C%
[When%both%popula5ons%live%together,%abundance%of%each%is%lower]%
Por%que%compe5ção%é%importante?%%
!  Tem%sido%estudada%>%150%anos%
!  Parte%essencial%do%argumento%de%Darwin%na%teoria%da%evolução%por%
seleção%natural%
!  Existem%muitas%evidências%de%compe5ção%tanto%para%habitats%naturais,%
como%manejados%e%agrícolas%
!  É%considerada%uma%das%principais%forças%determinando%a%distribuição%e%
abundância%de%espécies%e%a%diversidade%em%comunidades%%
Compe5ção%C%definição%
Uma%interação%que%resulta%na%redução%na%ap5dão%
(fitness)%devido%ao%uso%compar5lhado%de%um%recurso%
que%é%(está)%limitante%%
Outras%definições%
enfa5zam%os%mecanismos%de%exploração%dos%recursos,%ou%
definem%compe5ção%de%uma%maneira%mais%ampla,%
incluindo%interações%em%que%as%plantas%tem%efeitos%
nega5vos%sobre%outras%sem%compe5r%diretamente%por%
recursos%
Compe5ção!
•  Pode%ser:%
%%%%%%%%%%%interespecífica%ou%intraespecífica%
•  Devido:%
% % % %exploração%ou%interferência%
•  Resultar%em:%
"  %exclusão%mútua,%exclusão%de%uma%espécie,%
coexistência,%ou%redução%no%crescimento,%reprodução%
e/ou%sobrevivência%
%
%
Compe5ção!
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
•  Exploração:%quando%um%recurso%em%baixa%disponibilidade%
que%é%u5lizado%por%uma%espécie%não%está%disponível%para%
outra(s)%
•  Interferência:%quando%uma%substância%produzida%por%
uma%espécie%afeta%nega5vamente%a%outra!
O%que%é%importante%em%estudos%de%
compe5ção?%%
quan5ficar%(qual)%a%função%(efeitos)%da%compe5ção%entre%indivíduos%dentro%
de%uma%espécie,%e%entre%espécies%dentro%de%comunidades%
%
Quais%os%mecanismos%de%interação%entre%as%plantas?%
%
O%que%determina%o%resultado%da%compe5ção%entre%plantas?%
%
A%compe5ção%tende%a%ser%mais%severa%em%alguns%ambientes?%
%
Qual%o%papel%%da%compe5ção%(em%relação%a%outros%processos)%para%moldar%a%
estrutura%de%comunidades?%
%
Por%quais%recursos%as%plantas%competem?%
Como%se%medem%os%efeitos%da%compe5ção?%%
Compe5ção%intraC%e%interespecífica%
%
!  comparando%o%crescimento%de%populações%(ou%alguma%outra%
medida)%na%ausência%e%na%presença%dos%compe5dores%%
Observação%
Estudos%
Experimentos%
Casa%de%vegetação%
%em%campo%C%condições%“naturais”%
Estudos%sobre%compe5ção%
•  Não%experimentais%
(observação)%
Species!X!
Species!Y!
–  Correlação%nega5va%entre%spp%
–  Atribuída%a%compe5ção%passada%
ou%presente%%(“ghost%
%of%compe55on%past”)%
–  Não%se%pode%determinar%causa%e%
efeito%
–  Outros%fatores%podem%estar%
envolvidos%
Species!X!
Species!Y!
%
Estudos%sobre%compe5ção%
•  Experimentais%
–  Estudos%de%adição/remoção%
–  Manipulação%da%presença%e/ou%densidade%de%compe5dores%
–  Deve%levar%em%consideração%os%efeitos%da%densidade%
–  Permite%uma%forte%inferência%(forte%evidência%contra%ou%a%favor)%
–  É%diqcil%separar%o%efeito%da%compe5ção%intraC%da%interespecífica%nas%
comunidades)%
–  Não%pode%ser%feito%com%muitas%spp%(não%é%possível%remover%árvores)%
–  Incerteza%na%extrapolação%dos%resultados%para%condições%naturais%
Wang!et!al!(2008).!hBp://dx.doi.org/10.1016/j.aquabot.2008.04.001,!
Compe5ção%intraespecífica%
!
Compe5ção%intraespecífica!
•  A%compe5ção%intraespecífica%regularia%o%crescimento%
populacional%por%dependência%de%densidade%
•  A%medida%que%os%indivíduos%esgotam%o%recurso,%o%
crescimento%da%população%diminui%até%que%o%tamanho%
populacional%=%K%
!
K!
dN/dt!=!rmaxN(K3N/K)!
Os!efeitos!da!compe2ção!intraespecífica!
são!dependentes!de!densidade!
A!aquisição!de!recursos!luz,!água!e!
nutrientes!depende!do:!
•  Número%
Densidade!
•  Proximidade%
•  Tamanho%
de!plantas!vizinhas!
Compe5ção%e%tamanho%!
•  Competição assimétrica: Maiores indivíduos tem um
efeito negativo desproporcional nos indivíduos
vizinhos menores!
•  As plantas mais altas podem interceptar luz, mas as
menores podem interceptar água e nutrientes!
Compe5ção:%número%e%
proximidade%!
•  A densidade de vizinhos imediata é mais
importante – a densidade média da população é
irrelevante!
•  Os efeitos dos vizinhos decrescem com a distância !
Modelos%de%vizinhança%
•  Plantas%competem%com%seus%vizinhos%imediatos%
•  As%plantas%focais%respondem%aos%compe5dores%dentro%de%
uma%área%de%influência%
focal!plant!
1!
2!
2!
1!
3!
1!
2!
1!
3!
3!
1!
Number!of!Seeds/Plant!
Neighborhood%Model%of%Intraspecific%Compe55on%
within%Arabidopsis(thaliana(
Number!of!Neighbors!
•  Pacala%and%Silander%(1985)%
•  Fecundidade%reduzida%com%o%aumento%do%
número%de%plantas%vizinhas%
Compe5ção%interespecífica!
•  Teve%uma%função%importante%na%teoria%da%Evolução%por%
seleção%natural%de%Darwin%
•  “struggle%for%existence”%baseada%na%compe5ção%por%recursos%
limitantes%
•  Compe5ção%deve%ser%mais%intensa%entre%espécies%
proximamente%relacionadas%
%
Compe5ção%interespecífica!
•  G.F.!Gause!(1934)!integrou!a!ideia!do!nicho!e!da!
exclusão!compe22va!
•  Principio%da%Exclusão%Compe55va%–!!
•  Duas!espécies!com!nichos'idên*cos'não!podem!coexis2r!
indefinidamente!!
!
K'of!P.'aurelia'alone!=!195!
K'of!P.'caudatum'alone!=!137!
Exclusão%compe5va%
•  Quando%cul5vadas%separadamente,%P.(aurelia((apresentou%
um%K%maior%do%que%P.(caudatum(
•  Quando%cul5vadas%juntas,%P.(aurelia(%foi%superior%a%P.(
caudatum%em%termos%de%compe5ção%pelo%recurso,%e%P.(
caudatum%foi%eliminada%
%
Compe5ção%interespecífica%&%nicho%
•  Hutchinson:!o(nicho(fundamental(define!as!
condições!ambientais!em!que!uma!espécie!poderia!
viver,!na!ausência!de!interações!com!outras!
espécies;!o!nicho%realizado(é!o!nicho!atual!da!
espécie,!que!é!limitada!pelas!interações!bió2cas!
(compe2ção,!predação,!etc.)!
!
Compe5ção%interespecífica%C%Gallium%
G.'saxa*le'
G.'pumilum'
A.!Tansley!(1917)!
Interspecific!compe22on!
Compe5ção%interespecífica%C%Gallium!
Em%solos%básicos%(limestone),%G.(pumilum(
cresce%muito%e%G.(saxa<le%é%eliminada%ao%final%
da%primeira%estação%de%crescimento(
Em%solos%ácidos,%G.(saxa<le(foi%completamente%
dominante,%mas%G.(pumilum(não%foi%completamente%
eliminada%ate%o%final%do%6o%ano.%%O%crescimento%de%
ambas%espécies%foi%muito%menor%em%solos%ácidos.(
A.!Tansley!(1917)!
Compe5ção%interespecífica%C%Gallium!
•  O%nicho%fundamental%das%espécies%de%
Gallium(inclui%uma%variedade%maior%de%
habitas%(5pos%de%solo)%do%que%os%habitats%
que%as%espécies%ocupam%na%natureza%
•  A%compe5ção%interespecífica%restringiu%o%
nicho%realizado%de%cada%espécie%a%uma%
amplitude%menor%de%5pos%de%solo%
%
Compe5ção%interespecífica%C%Gallium!
•  Cada%espécie%foi%capaz%de%especializarCse%
em%seu%nicho%realizado%porque%cada%uma%
tem%um%desempenho%melhor%fazendo%
coisas%diferentes%(e.g.,%explorando%recursos%
vs.%tolerando%estresse)(
%
Alelopatia!
interação%nega5va%entre%
plantas%
•  Uma maneira de ganhar vantagem competitiva!
•  Liberação de substâncias tóxicas para reduzir o crescimento ou
matar as plantas vizinhas!
•  Exsudatos de raízes, substancias químicas lixiviadas pela chuva ou
volatilizadas por tecidos da planta!
Alelopa5a%
Questões%não%resolvidas%
%
# Diqcil%relacionar%padrões%ecológicos%a%alelopa5a%(exclusão%de%spp,%
dominância)%
# Diqcil%demonstrar%a%existência%de%alelopa5a,%por%ex,%quais%os%compostos%
liberados,%quan5dade%e%se%eles%são%suficientes%para%causar%danos%as%
plantas%vizinhas.%
# São%necessários%estudos%para%determinar%a%concentração%e%o%modo%de%
liberação%desses%compostos,%aliados%a%estudos%manipula5vos.%
MUTUALISMO%
•  Beneqcio%da%interação%é%mutuo%
•  Pode%ser%obrigatório%ou%faculta5vo%
•  É%comum%na%natureza,%mas%os%efeitos%na%dinâmica%de%
populações%são%diqceis%de%demonstrar%e%frequentemente%
são%complexos%
Facilitação%
•  Interação%posi5va%entre%plantas%
Facilitação
interação positiva entre
plantas!
•  Mais efeitos positivos nas plantas vizinhas do que
negativos!
•  Parece ser mais comum particularmente sob
condições de alto estresse abiótico ou alta
herbivoria!
Facilitação%- nurse plants!
•  Plantas que podem
facilitar a germinação,
estabelecimento e
crescimento de plantas
jovens de spp com forma
de crescimento diferente!
•  Aumentam a umidade do
solo, diminuem a
temperatura e a
intensidade de luz!
Micorrizas%e%outras%associações%com%
microorganismos%
Mycorrhizae!
•  Fungo aumenta a captação de nutrientes do solo!
•  Transfere nutrientes para as células das raízes da planta
hospedeira!
•  Aumenta a captação de metais!
•  Aumenta a captação de agua!
•  Quebra proteínas do solo!
•  Protege raízes de toxinas!
•  Protege a planta de doenças causadas por bactérias e
outros fungos!
Mycorrhizae!
•  Simbiose entre fungos e as raízes de plantas
terrestres!
Mutualismo ou Parasitismo?!
•  Fungos: carbono e energia das plantas hospedeiras!
•  Plantas: nutrientes, outros benefícios!
•  Podem funcionar como parasitas: plantas descartam
fungos quando há abundancia de recursos, ou o
fungo transfere poucos nutrientes para a planta!
Mycorrhizae!
•  Arbuscular mycorrhizae –
mais abundante onde P é
limitante, em climas
quentes e secos!
•  Importante em
ecossistemas tropicais, e
para culturas lenhosas e
herbáceas!
•  O corpo do fungo cresce
dentro das células das
raízes, e a hyphae fica na
parte externa!
Mycorrhizae!
•  Ectomycorrhizae –
espécies lenhosas,
especialmente coníferas
climas temperados!
•  forma uma rede, um
manto de hyphae for a da
raiz!
MUTUALISMO!
•  Interação%entre%plantas%e%bactérias%
fixadoras%de%nitrogênio%
•  Rhizobium%spp,%bactérias%que%pode%
converter%N2%em%amônia%(NH3),%
tornando%esse%elemento%disponível%
para%leguminosas%
•  Por%sua%vez,%os%legumes%suprem%
Rhizobium(com%carboidratos%e%
outros%nutrientes%para%crescimento%
e%reprodução%
Rhizobium'
Efeitos%da%compe5ção%na%coexistência%de%
espécies%e%na%composição%da%comunidade%
!
•  Qual%a%função%da%compe5ção%determinando%a%coexistência%de%
espécies%em%comunidades?%%
•  E%a%composição%de%espécies?%
•  A%compe5ção%pode%limitar%a%distribuição%das%espécies%ou%a%
composição%da%comunidade?%
Modelos%de%Compe5ção%
•  descri5vos%
•  mecanicistas%
Modelos%Descri5vos
•  Lotka%(1925)%&%Volterra%(1926)%
•  Modelo%descri5vo%
•  Desenvolvido%para%animais%
•  Extensão%do%modelo%logís5co%para%incluir%compe5ção%entre%2%
espécies%
•  A%coexistência%estável%só%é%possível%quando%a%compe5ção%
intraespecífica%é%maior%do%que%a%interespecífica%
Modelos%Mecanicistas
•  Incorporam%recursos%
•  Expressam%o%coeficiente%de%compe5ção%e%a%capacidade%suporte%
como%taxas%de%u5lização%e%renovação%de%recursos%
•  Sob%quais%condições%poderíamos%encontrar%coexistência%de%
espécies?%
•  Modelo%de%Tilman%(1985):%múl5plos%consumidores%e%recursos%
•  Crescimento%populacional%em%função%do%suprimento%de%recursos%
•  A%compe5ção%ocorre%através%do%efeito%de%cada%espécie%no%
suprimento%de%recursos%(consumo)%
Tilman,%D.%%1985.%The%resource%ra5o%hypothesis%of%plant%succession.%%American%Naturalist%125:%%827C852!
Modelos%de%Vizinhança
•  As%relações%espaciais%são%importantes%para%o%resultado%da%
compe5ção%em%plantas%
•  Pacala%(1986)%–%estudou%2%spp%de%plantas%anuais%sem%dormência%de%
sementes%
•  A%densidade%de%vizinhos%afetou%a%fecundidade%
•  Ponto%similar%a%LotkaC%Volterra:%há%coexistência%quando%a%
compe5ção%intraespecífica%>%interespecífica%
Coexistência%de%espécies%(
•  Algumas%espécies%não%coexistem%
•  Aquelas%que%coexistem,%possuem%
diferenças%interespecíficas%no%uso%de%
recurso%
•  Mesmo%as%espécies%ecologicamente%
similares,%diferem%em%algum%grau%em%
termos%de%u5lização%de%recursos%
•  Nicho%e%par5ção%de%recursos%%%%
(MacArthur,%1958)%
Nicho%de%regeneração%em%plantas(
•  Grubb%(1977)%%
•  Par5ção%de%recursos%nas%fases%iniciais%
do%ciclo%de%vida%das%plantas%e%na%fase%
reprodu5va%
•  Diferenças%em%fenologia,%época%de%
germinação,%e%especialização%em%
microsí5os%para%germinação%e%
estabelecimento%de%plântulas%
Herbivoria!
•  Consumo!de!parte!ou!
de!toda!a!planta!
Herbivoria
• 
Qual a importância?
– 
Pequena quantidade de biomassa removida: 10%
•  Tundra/alpine 3%
•  Forest 4%
•  Grassland 10-15%
Herbivoria de folhas: mais estudada
Herbivoria de raízes
Pilhadores de
nectar
Herbivoria de flores
Predação de sementes
Galhadores, minadores
Como%as%plantas%respondem%a%ataques%de%herbívoros?%
Cons5tu5vas3!defesas!sempre!presentes!independente!da!
presença!de!herbívoros!
!
InduzidaC%defesas!que!sao!produzidas!apenas!quando!a!planta!é!atacada!por!um!
!
herbivoro%
!
Físicas3!tricomas,!espinhos,!pelos!
!
Químicas3!compostos!derivados!do!metabolismo!primário!
(metabolitos!secundários)!
Tolerância3!algumas!plantas!podem!estar!adaptadas!a!resis2r!a!ataques!
em!algum!grau!sem!perda!de!ap2dão!
Defesas químicas
Compostos secundários
Compostos%orgânicos%que%parecem%não%ter%função%direta%na%
fotossíntese,%crescimento%ou%respiração,%mas:%
%
1.%%Podem%deter%os%herbívoros,%reduzindo%a%perda%de%tecidos%e%
evitando%infecção%por%patógenos%microbianos%%
2.%%Também%podem%atrair%polinizadores%e%animais%dispersores%
de%sementes%
3.%%Podem%agir%como%agentes%na%compe5ção%entre%plantas%
4.%%São%subprodutos%do%metabolismo%primário%das%plantas%
3 Principais grupos de compostos
secundários
! Terpenos%
! Compostos%fenólicos%
! Compostos%nitrogenados%(alcalóides)%
%%
Herbivoria
– 
“world(is(green”(hypothesis:%há%mais%biomassa%de%
plantas%do%que%os%herbívoros%podem%consumir%
– 
Por%que?%Interações%tróficas%
• 
Top(down(control((predadores)%
• 
BoEom(up(control((qualidade%do%recurso%–%plantas%
são%implantáveis%e%de%baixa%qualidade%nutricional)%
Herbivoria
• 
Mas,%são%modelos%considerados%muito%simplistas;%
herbivoria%pode%ter%efeitos%mais%dramá5cos%nas%
plantas...%
– 
– 
– 
– 
– 
Compostos%defensivos%(coevolução)%
Composição%da%comunidades%
Produ5vidade%
Demografia%e%a%sobrevivência%de%plântulas%
Predação%de%sementes%
Herbivoria
• 
Quais%são%os%efeitos%de%herbívoros%nas%populações%e%
comunidades%de%plantas?%
Efeitos%em%plantas%
• 
Mortalidade%de%sementes%
• 
Insetos%x%vertebrados%
• 
Outbreaks%de%herbívoros%(especialmente%insetos)%
• 
Efeitos%não%letais%e%escape%a%herbivoria%
• 
Crescimento%compensatório%e%supercompensação%
• 
Produ5vidade%
• 
Resistência/defesa%
Compensação%
• 
Respostas%das%plantas%ao%desfolhamento%pode%variar%
muito:%posi5va,%nega5va%ou%neutra%
• 
“Compensação”%significa%que%o%crescimento%da%planta%
aumenta%apos%o%evento%de%herbivoria%para%compensar%os%
tecidos%perdidos%
• 
Es5mulo%das%gemas%dormentes%via%herbivoria,%ou%redução%
da%taxa%de%mortalidade%das%partes%sobreviventes%
• 
Apesar%dos%mecanismos,%as%plantas%podem%ser%prejudicadas%
em%um%período%de%tempo%mais%longo,%se%subme5das%a%
herbivoria%constante%
Supercompensação%
• 
“Supercompensação”%é%controversa:%as%plantas%seriam%
es5muladas%a%crescer%MAIS%apos%o%evento%de%herbivoria%%
• 
É%possível%haver%supercompensação?%
• 
É%possível%manter%o%mecanismo%de%supercompensação%por%
longos%períodos?%
Efeitos%subletais%da%herbivoria%
• 
Herbívoros%frequentemente%não%causam%mortalidade%em%
plantas%adultas%
• 
Podem%afetar%as%plantas%de%outras%maneiras:%
– 
Diminuem%a%produção%de%sementes/aborto%de%frutos%
– 
Diminuem%a%taxa%de%crescimento%
– 
Causam%mudanças%na%arquitetura%da%planta%
– 
Atrasam%ou%evitam%a%maturidade%de%plantas%
– 
Todos%esses%efeitos%podem%afetar%a%ap5dão%das%plantas%
(fitness,%contribuição%para%a%próxima%geração)%
Herbivoria%e%sobrevivência%
•  São%necessários%eventos%repe5dos%de%desfolhamento%para%
matar%uma%planta%adulta%
•  Uma%grande%proporção%de%plântulas%pode%ser%dizimada%por%
um%único%“ataque”%
–  Mas%algumas%dessas%plantas%tem%uma%alta%tolerância%C%
e.g.,%75%%de%sobrevivência%apos%5%eventos%de%
desfolhamento%%
Herbivoria%e%crescimento%
•  Efeitos%variam%muito:%nenhum%efeito%ate%interrupção%total%
do%crescimento%
•  Depende%da:%
–  Época%de%desfolhamento%
–  Tipo%de%planta%envolvida%(Gramíneas%devem%ser%mais%
tolerantes%devido%a%posição%do%meristema;%basal)%
Herbivoria%e%fecundidade%
•  Consumo%de%flores,%frutos%ou%sementes,%reduzindo%a%
fecundidade%
•  Plantas%tendem%a%ser%menores%e%produzir%menos%sementes%
•  Pode%atrasar%reduzir%ou%mesmo%inibir%totalmente%a%floração%
Efeito%do%pastoreio%nas%populações%de%
plantas%
•  Efeito%do%Vigor%da%Planta:%os%herbívoros%atacam%apenas%as%
plantas%“fracas”?%
•  Redução%da%compe5ção%intraespecífica:%
–  Podem%reduzir%uma%área%foliar%(LAI)%alta%a%níveis%menores%
e%aumentar%a%produ5vidade%das%plantas%
–  Tipicamente%funciona%em%populações%de%plantas%com%alta%
densidade;%pouca%ou%nenhum%efeito%de%compensação%em%
populações%com%baixa%densidade%
Efeito%do%pastoreio%nas%populações%de%
plantas%
•  Questão%controversa%e%não%resolvida%
•  Duas%explicações%de%porque%os%herbívoros%NÃO%são%
importantes%na%regulação%populacional%de%plantas:%
•  TopGdown(
•  BoEomGup(
Efeito%do%pastoreio%nas%populações%de%
plantas%
•  TopCdown%–%herbívoros%são%geralmente%controlados%(baixa%
densidade)%por%suas%presas,%então%não%poderiam%ter%efeitos%
nega5vos%em%populações%de%plantas%inteiras%
Efeito%do%pastoreio%nas%populações%de%
plantas%
•  BoÅomCup%–%as%populações%de%plantas%são%limitadas%
principalmente%por%fatores%abió5cos%(água,%luz,%nutrientes),%
não%por%herbívoros%
Efeito%do%pastoreio%nas%populações%de%
plantas%
•  Mas%existem%exceções%
•  Ex.,%besouro%que%se%aloja%no%tronco%de%coníferas%(Mountain%Pine%Beetle)%
–%causando%ampla%mortalidade%de%árvores%na%América%do%Norte%e%Canadá%
Rocky!Mountain!Na2onal!Park,!Colorado!
Herbivoria%&%comunidades%de%plantas%
•  Vertebrados%e%invertebrados%(na5vos,%introduzidos)%podem%
ter%efeitos%dramá5cos%nas%comunidades%de%plantas%
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Predação…
em plantas???
•  Termo emprestado da ecologia animal para
designar morte imediata de um indivíduo vegetal
devido às atividades de forrageamento de um
animal (Daniel Janzen, 1970).
•  Em que fases da planta ocorre predação?
–  Sementes: granivoria; nem sempre a semente é
totalmente consumida.
–  Plântulas: herbivoria x predação.
–  Estádios ontogenéticos mais avançados: ação dos
animais tem menor chance de acarretar em morte da
planta.
•  Predação é a principal causa de mortalidade de
espécies tropicais.
Predação pré-dispersão
•  Realizada principalmente por insetos especialistas
(Coleoptera, Hemiptera, Hymenoptera e Lepidoptera):
–  Exploram recursos agregados.
–  Utilizam “dicas” para encontrarem as sementes (compostos
voláteis, cor e tamanho).
–  Têm ciclo de vida curto e se reproduzem na época de
frutificação.
•  Vertebrados não são bons predadores pré-dispersão:
distinguem frutos imaturos por sua cor e cheiro.
•  Primatas, aves e roedores podem predar sementes
provenientes de frutos maduros ainda não dispersos.
Predação pré-dispersão
•  Acomete proporcionalmente menos sementes em
relação à predação pós-dispersão; porém, as
consequências demográficas costumam ser mais
severas.
Predação pós-dispersão
•  Pode ocorrer em sementes recém-dispersas (chuva de
semente) ou nas armazenadas no solo (banco de
semente).
•  O recurso é heterogêneo e a predação é realizada
principalmente por animais generalistas.
–  Sementes de diferentes espécies.
–  Sementes de diferentes idades e/ou estados.
–  Sementes podem ser espalhadas ou depositadas em locais
específicos do ambiente.
•  Principais predadores são besouros, formigas,
caranguejos, peixes, aves, roedores e primatas.
Predação pós-dispersão
•  Extremamente comum, mas ação dos animais nem
sempre resulta em morte das sementes.
•  Larvas de besouros e maior sucesso de germinação.
•  Larvas de besouro e menor
predação por esquilos
em Syagrus romanzoffiana
(Arecaceae).
Sciurus ingrami e
Syagrus romanzoffiana
Sciurus ingrami e
Syagrus romanzoffiana
Predação pós-dispersão
•  Diszoocoria: animais granívoros podem derrubar
sementes ou esquecerem onde as estocaram (aves e
roedores).
–  Benefícios para a semente: menor infestação por larvas de
besouros, menor predação, menor dessecação e aceleração da
germinação.
–  Baixa sobrevivência, mas grande importância para a
manutenção das populações e para o reflorestamento.
Araucaria angustifolia
Cianocorax
caeruleus
Dasyprocta agouti
Bertholletia excelsa
Predação pós-dispersão
•  Carvalho vermelho tem sementes com alta concentração
de tanino; carvalho branco não tem tanino.
•  Esquilos comem o carvalho branco, mas estocam o
vermelho porque o tanino impede a proliferação de
fungos e bactérias.
•  Quando estocam o carvalho branco, removem o embrião
da semente primeiro.
•  Mais plântulas de carvalho vermelho emergem dos
estoques feitos pelos esquilos, que, portanto, atuam
como melhores dispersores dessa espécie do que do
carvalho branco.
Predação de plântulas
•  Realizada por vertebrados herbívoros e roedores
(também usam plântulas como indicador de sementes
enterradas).
•  Insetos não ingerem a planta toda: herbivoria.
Consequências demográficas da predação
•  O recrutamento de novos indivíduos na população é
limitado por dispersão ou microsítios para
estabelecimento.
•  Predação de sementes e plântulas tem efeitos mais
intensos quando o recrutamento é limitado por
dispersão.
Resposta dos predadores a sementes e plântulas
Janzen 1970
Resposta dos predadores a sementes e plântulas
•  Dependente de distância: insetos especialistas e com
pequena área de vida.
•  Dependente de densidade: animais com maior área de
vida.
Resposta dos predadores a sementes e plântulas
•  Distância e densidade estão muitas vezes relacionadas:
como distinguir?
•  Nathan & Casagrandi (2004): três parâmetros básicos
para explicar diferentes curvas de recrutamento.
–  Proporção de sementes que escapam da predação prédispersão.
–  Distância média de dispersão a partir da planta parental.
–  Distância média de atividade dos predadores a partir da planta
parental.
Resposta dos predadores a sementes e plântulas
Resposta dos predadores a sementes e plântulas
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Resposta dos predadores a sementes e plântulas
•  Dependente de características do ambiente.
Resposta das plantas aos predadores
•  Sementes com defesas físicas (tamanho, formato,
dureza da testa) e químicas (compostos impalatáveis).
•  Plântulas com defesas físicas e químicas.
•  Frutificação massiva: saciedade do predador?
–  Polinização pelo vento?
–  Condições ambientais?
•  Predadores também apresentam mecanismos que
permitem evitar as defesas das plantas: metabolismo
dos compostos impalatáveis, aparelho bucal capaz de
quebrar sementes duras, etc.
Bibliografia!
Gurevitch,%J,%%Scheiner,%SM,%%Fox,%GA.%2006%The%Ecology%of%
Plants.%2nd%Edi5on.%Sinauer%Associates,%Inc.%
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Crawley,%M.%Plant%Ecology.%1997.%2nd%Edi5on.%Blackwell%Science.%
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