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Unicamp - 2a Fase (15/01/2001)
História
HISTÓRIA
13. Acerca do fascínio exercido pelos espetáculos de sangue na arena, muitos romanos afirmavam que eles inspiravam um nobre
desprezo pela morte. Mas é possível interpretar esses espetáculos como um ritual que reafirmava o poder e a autoridade do
Estado romano. Os gladiadores, por exemplo, eram indivíduos sem direitos, marginalizados ou condenados por subversão da
ordem pública. Ao executá-los em público, o povo romano reunido celebrava a sua superioridade e o seu direito de dominar.
Adaptado de J. A. Shelton, As the Romans Did, Oxford, 1998, p. 350
a) De que maneira esse texto interpreta a popularidade dos espetáculos de sangue na Roma antiga?
b) Por que, segundo o texto, o sacrifício de um gladiador perante o público reforçava as relações de dominação na sociedade
romana?
c) Explique por que os cristãos foram perseguidos em nome da ordem pública romana.
Resolução:
a) O texto reafirma um fato histórico: os romanos adoravam os espetáculos na arena — ou circo. Dentro de uma tradição
histórica, “política de pão e circo”, ocorrida no final do período republicano e praticamente por durante todo o período
imperial, havia como cita o texto, fascínio exercido pelos espetáculos de sangue na arena. Para o Estado Romano a política
de pão e circo era uma garantia de manter o povo ignorante e alienado politicamente.
b) Porque o direito de “matar” ou “deixar viver” é do vencedor, no caso, Roma. Normalmente, os gladiadores ou os que morriam
na arena, eram escravos, ou prisioneiros de guerra, ou bandidos em geral, ou perseguidos religiosos; em resumo, os não
cidadãos romanos.
c) Os cristãos foram perseguidos por vários fatores, entre eles: os cristãos não cultuavam a divindade dos imperadores
(augustos = divinos) transformando-os em subversivos; os cristãos pregavam uma sociedade igualitária indo de encontro
ao status estabelecido socialmente; e por fim, os cristãos eram contra a escravidão e a política expansionista, o que os
tornava traidores perante o estado, por não apoiarem a economia escravista e imperialista romana.
14. No ano de 1070, os habitantes da cidade de Mans revoltaram-se contra o duque da Normandia. O bispo fugiu e relatou: “Fizeram
então uma associação a que chamam comuna, uniram-se por um juramento e forçaram os senhores dos campos circundantes a
jurar fidelidade à comuna. Cheios de audácia, começaram a cometer inúmeros crimes. Até queimaram os castelos da região
durante a Quaresma e, o que é pior, durante a Semana Santa”.
Adaptado de J. Le Goff, A Civilização do Ocidente Medieval, Lisboa, Estampa, 1984, vol. 2, p. 57
a) Qual é o conflito social que está representado nesse texto?
b) Relacione esse conflito ao renascimento das cidades a partir do século XII.
c) Por que a Igreja costumava se opor à associação das comunas?
Resolução:
a) O texto descreve as Revoluções Urbanas conhecidas como Movimento Comunal.
b) Os movimentos comunais estão diretamente relacionados ao Renascimento Comercial e Urbanos da Baixa Idade Média.
Comandados pela nova classe burguesa o conflito entre campo (senhores) e cidade (burgueses) passou a ser latente.
Tivemos neste quadro a luta entre o feudalismo, que se encontrava em decadência, e o capitalismo, que estava em formação.
c) A Igreja legitimava as relações políticas, sociais e econômicas do Feudalismo. A Igreja era e defendia a Ordem Feudal. As
Comunas buscavam sua inserção na ordem feudal, o que explica a oposição Igreja e Movimento Comunal.
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15. Observe a figura abaixo de Pedro Berruguete, do final do século XV, retratando um auto-de-fé.
Fonte: Francisco Bethencourt, História das Inquisições, Lisboa, Círculo de Leitores, 1994
a) Identifique, na imagem, os personagens que participam de uma cerimônia pública da Inquisição.
b) Explique por que as ações da Inquisição se davam por meio de cerimônias públicas.
c) Caracterize a atuação da Inquisição no Brasil colonial.
Resolução:
a) Dentre as personagens que participam da cerimônia da Inquisição encontram-se as autoridades temporais, religiosos locais
e população.
b) As ações da Inquisição ocorriam em cerimônias públicas, pois entre os seus objetivos era o de julgar e condenar hereges.
Desse modo, os atos inquisitoriais se mostravam como uma forma de pressão e preveniam a população, impondo o respeito
às regras clericais além de uma participação direta do poder público (prefeituras).
c) A Inquisição atuou no Brasil colonial de forma a prevenir que problemas ocorressem, sendo mandados para a Colônia
manuais de orientação para as autoridades utilizarem e prevenirem a disseminação das heresias.
16. Em sua obra Os sans-culottes de Paris, o historiador Albert Soboul escreveu: “Os cidadãos de aparência pobre e que em outros
tempos não se atreveriam a apresentar-se em lugares reservados a pessoas elegantes passeavam agora nos mesmos locais que os
ricos, de cabeça erguida.”
Citado por Eric Hobsbawm, A Era das Revoluções, São Paulo, Paz e Terra, 1976, p.231
(nota: sans-culottes significa “sem culotes”, “sem-calças”)
a) Caracterize o movimento dos sans-culottes na Revolução Francesa.
b) Compare o movimento dos sans-culottes com o movimento dos sem-terra no Brasil.
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Resolução:
a) Durante a Revolução Francesa grande parte da população pobre (principalmente urbana) foram denominado sans-culottes,
literalmente os sem-calças. Eram os proletários, desempregados, pobres, miseráveis etc..., que em vários momentos participaram
da Revolução Francesa, quase sempre servindo como “massa de manobra” para as novas conquistas da Burguesia em
detrimento da realeza e da nobreza.
b) Tanto o movimento dos sans-culottes como os sem-terra, buscam e buscavam, conscientes ou não, uma alteração na
distribuição das riquezas e no perfil social e político vigente. Lembrando que os sans-culottes estavam atrelados às idéias
iluministas, enquanto que os sem-terras às idéias socialistas.
17. “A partir da década de 1790, a alta dos preços mundiais do açúcar após a revolução escrava de São Domingos (hoje, Haiti) e a
derrocada da economia de exportação dessa ilha somaram-se à queda dos preços dos africanos, provocando uma rápida expansão
do açúcar no ‘Oeste velho’ de São Paulo: isto é, no quadrilátero compreendido entre os povoados de Sorocaba, Piracicaba, MogiGuaçu e Jundiaí.”
Robert Slenes, Senhores e subalternos no Oeste Paulista.
In: Fernando A. Novaes & Luís Felipe de Alencastro, História da Vida Privada, v. 2, São Paulo,
Companhia das Letras, 1997, p.239
a) O que foi a revolução de São Domingos?
b) De que modo essa revolução repercutiu na América escravista do ponto de vista da economia dos senhores?
c) Como essa revolução contribuiu para a luta dos escravos nas Américas?
Resolução:
a) A Revolução de São Domingos foi um movimento de escravos, liderados por Toussaint Louverture e J. J. Dessalines,
tornando o Haiti o primeiro país da América Latina independente, em 1804.
b) Do ponto de vista econômico dos senhores, representou um golpe definitivo no modo de produção escravista implantado
na era colonial.
c) Além de representar um exemplo inspirador para a luta contra o escravismo, a independência do Haiti, obtida pela Revolução
de São Domingos, significou também o início da participação de escravos como verdadeiros agentes históricos em movimentos
sociais da América Latina.
18. “A Amazônia selvagem sempre teve o dom de impressionar a civilização distante. Desde os primeiros tempos da Colônia, as mais
imponentes expedições e solenes visitas pastorais rumavam de preferência às suas plagas desconhecidas. Para lá os mais veneráveis
bispos, os mais garbosos capitães-generais, os mais lúcidos cientistas.”
Euclides da Cunha, À Margem da História, São Paulo, Cultrix, 1975, p.32
a) Explique como ocorreu a ocupação da Amazônia desde o período colonial até o século XIX.
b) Caracterize a principal atividade econômica da Amazônia, entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX,
mencionando as razões de sua importância internacional.
Resolução:
a) A ocupação da Amazônia se deu no período colonial a partir da busca das chamadas “drogas do sertão”, que eram produtos
tropicais como o guaraná, castanha-do-pará, baunilha, entre outros. Os jesuítas, com a formação das Missões foram outro
fator de alastramento da colonização dessa região. Posteriormente, já no século XIX, o ciclo econômico da borracha favoreceu
a ida de migrantes para a região amazônica, inaugurando a grande marcha para o Oeste.
b) A atividade econômica relacionada ao período do final do século XIX e primeiras décadas do século XX foi a borracha. Esta
matéria-prima era típica de exportação, tendo seu importante uso na indústria automobilística, que estava inserida no
contexto da Segunda Revolução Industrial.
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19. Em seu texto sobre o engenheiro Louis Vauthier, que atuou junto à Repartição de Obras Públicas de Pernambuco, de 1840 a 1846,
Gilberto Freyre escreveu:
Vauthier enfrentou, com as suas idéias de reforma administrativa e de inovação técnica, a rotina dos governos, a preguiça do
funcionalismo público, o mandonismo dos políticos, os abusos e ganâncias dos proprietários brasileiros de terra e escravos. O
engenheiro francês da Escola Politécnica de Paris, que em 1840 pôs tão entusiasticamente sua energia moça a serviço de uma
das mais velhas províncias do Brasil, representou, antes de tudo, a técnica, a ciência, a cultura da Europa industrial, carbonífera.
Adaptado de Gilberto Freyre, Um Engenheiro Francês no Brasil, Rio de Janeiro, José Olympio, 1940, p.206 e 212
a) Ao recorrer aos serviços de técnicos, artistas e cientistas estrangeiros, quais os objetivos do Império brasileiro?
b) Cite dois outros exemplos de participação estrangeira em atividades artísticas e científicas no Brasil do século XIX.
c) De acordo com o texto, compare a economia da Europa representada por Vauthier com a do Brasil Imperial.
Resolução:
a) Inspirado pelos ideais Iluministas, o Império, financiou o trabalho de técnicos, artistas e científicos estrangeiros, a fim de
fazer um registro das características nacionais como flora e fauna, cotidiano, construções arquitetônicas, além de buscar a
modernização e a inserção do Brasil no contexto Romântico-Realista europeu. Foi fundada em 1826 a Academia Imperial de
Belas-Artes.
b) Entre os que vieram para o Brasil encontra-se: Jean Baptiste Debret, Rugendas, Taunay. A Europa, embora não de maneira
homogênea, vivia em termos econômicos o processo de concentração da produção potencializado pela II Revolução Industrial.
O liberalismo econômico firmava-se como tendência. No Brasil do II reinado, embora tenha ocasionado períodos de
desenvolvimento, a economia era agrário-exportadora e tinha no café o seu principal produto.
20. Os 450 anos compreendidos entre a chegada de Vasco da Gama, em 1498, e a retirada das forças britânicas da Índia, em 1947,
constituem um verdadeiro período histórico.
Adaptado de K. M. Pannikar, A dominação Ocidental na Ásia, São Paulo, Paz e Terra, 1977, p.19
a) Explique o que representou para europeus e indianos a chegada de Vasco da Gama à Índia em 1498.
b) Caracterize o processo de descolonização da Índia, que culminou com a retirada dos ingleses em 1947.
c) Defina, a partir do enunciado acima, o que é um período histórico.
Resolução:
a) Para os europeus em geral, a chegada de Vasco da Gama às Índias representou uma nova e mais barata fonte d especiarias.
Para os italianos, em particular, este fato representou o início do fim do monopólio no Mar Mediterrâneo (das especiarias) e
conseqüente decadência econômica. Para os portugueses uma época de glória. Para os indianos, no início, novos negócios.
Com o passar do tempo representou a submissão e dominação dos estrangeiros.
b) A descolonização da Índia, comandada por Gandhi e Neru, foi fundamentalmente baseada nas campanhas de não violência
e na desobediência civil em relação aos ingleses.
c) Um período histórico pode ser definido de vários modos, dependendo da época analisada, da abordagem, do estudo, do
autor. No caso desta questão, o texto refere-se ao período histórico de 450 anos (1498-1947) onde observamos a dominação
de outros povos sobre a Índia, isto é, um período histórico onde os hindianos perderam sua independência e autonomia.
Assim sendo, este período histórico caracteriza-se pelo jugo estrangeiro espelhando o início, apogeu, decadência e fim do
processo denominado Colonialismo e Neocolonialismo (Imperialismo) característico dos séculos XVI, XVII, XVIII, XIX e
XX.
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21. Em julho de 1889, um congresso socialista internacional, reunido em Paris, decide que:
Será organizada uma grande manifestação internacional com data fixa, de modo que, em todos os países e em todas as cidades,
ao mesmo tempo, no mesmo dia marcado, os trabalhadores intimem os poderes públicos a reduzir a jornada de trabalho a oito
horas. Adota-se a data de 1o de maio para a manifestação.
Adaptado de Michelle Perrot, Os Excluídos da História, São Paulo, Paz e Terra, 1988, p.129
a) Quais as condições de trabalho na indústria em fins do século XIX?
b) Explique o porquê do caráter internacional da manifestação operária.
c) De que maneira o Estado Novo no Brasil alterou o significado dessa data?
Resolução:
a) As condições de trabalho nas indústrias, no final do século XIX, geralmente eram péssimas. Longas jornadas de trabalho
podendo chegar até 16 horas por dia, ambientes úmidos, sem ventilação, violências verbais e físicas, poder absoluto do
capataz e ainda trabalho de mulheres e crianças por salários baixíssimos.
b) Porque as idéias socialistas pregavam a divisão de classes entre: capital e trabalho. Não havia dúvidas: os trabalhadores
eram igualmente explorados no mundo inteiro, portanto o movimento deveria ser mundial. Com a constatação do fracasso da
Primeira Internacional (Londres), a Segunda Internacional (mais moderada), reunida em Paris em 1889 abria uma nova fase na
lua operária mundial pelos seus direitos.
c) Durante o Estado Novo, Vargas através de sua política trabalhista logrou alterar o significado do Primeiro de Maio como
celebração da luta proletária, na medida que promoveu o congelamento da luta de classes, atuando como mediador entre
capital e trabalho. A organização “de cima para baixo” do movimento sindical, a repressão à luta trabalhista independente e
às concessões aos trabalhadores através da CLT, foram alguns dos instrumentos da política de Vargas.
22. O ato mais importante do Estado Novo foi a construção de uma usina siderúrgica em Volta Redonda, no Estado do Rio de Janeiro.
Em fevereiro de 1938, Vargas declarou que a indústria do aço era uma necessidade urgente. Embora o Estado Novo levasse quase
dois anos e meio para decidir-se por uma fórmula apropriada à indústria siderúrgica, o projeto parecia bem concebido.
Adaptado de Warren Dean, A Industrialização de São Paulo, Difel, 1971, p.230-231
a) Qual o contexto internacional que propiciou a construção da indústria siderúrgica no Brasil?
b) Qual foi a política internacional adotada pelo governo Vargas para a criação da usina de Volta Redonda?
c) Qual seria a crítica do modelo econômico neoliberal à política econômica de Vargas?
Resolução:
a) A construção da Indústria Siderúrgica no Brasil insere-se no contexto da II Guerra Mundial.
b) Vargas adotou uma política internacional ambígua. Aproveitando-se dos pontos de contato entre o regime que sustentava
no Brasil e aqueles dos países que compunham o chamado eixo, Getúlio fez crer aos aliados que a entrada a entrada do Brasil
na guerra ao lado de alemães, italianos e japoneses não era uma possibilidade tão remota. A política adotada acabou por
valorizar a participação brasileira ao lado dos aliados, o que rendeu ao Brasil importantes facilidades a investimentos
externos, com ampliada autonomia para sua utilização. Volta redonda foi um dos resultados da política externa realizada por
Vargas.
c) O modelo econômico neoliberal encontraria na política econômica de Vargas um grande manancial para suas crises críticas.
A mais severa, contudo, diria respeito a intervenção do Estado na economia, realizada com profissão pelo governo Vargas
através de investimentos estatais na produção, proteção do mercado interno, controle de preços e interferência nas relações
de trabalho.
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23. Com o fim da Guerra Hispano-Americana, a condição da retirada militar americana de Cuba foi a aprovação da Emenda Platt, uma
emenda à Constituição cubana que determinou as relações cubano-americanas de 1901 a 1934.
a) Qual era o conteúdo da Emenda Platt?
b) Qual era a política norte-americana para a América Latina que estava evidenciada na Emenda Platt?
c) Como a Revolução Cubana de 1959 contestou a política norte-americana do pós-guerra para a América Latina?
Resolução:
a) Através da Emenda Platt os Estados Unidos obtiveram o direito de intervenção na ilha sempre que entendessem ameaçados
seus interesses comerciais no recém nascido país.
b) A Emenda Platt exemplifica a pretensão civilizadora americana, expressa na Doutrina do Destino Manifesto; seu desejo de
soberania sobre todo o continente americana, explícito na Doutrina Monroe; e sua disposição para a reabilitação de seu
projeto através de métodos que desconsideravam a autodeterminação das nações abarcada pela política do “Big Stick”.
c) Cuba, com a Revolução de 1959, rompeu o ciclo de dominação americana a que esteve submetida desde a sua independência.
Inicialmente considerada popular, a Revolução acabou por proclamar-se “socialista” buscando o alinhamento com o Bloco
Soviético e frustrando o projeto americano de cooptação de toda a América para a sua área de influência.
24. Em uma entrevista à revista Veja (agosto de 2000), o sociólogo Ary Dillon Soares fez as seguintes declarações sobre pobreza
e criminalidade:
A relação entre pobreza e crime não é automática. Se assim fosse, Teresina, a capital mais pobre do país, seria
infinitamente mais violenta que São Paulo, a mais rica.
A criminalidade é decorrente de uma soma de fatores, em que se inclui a desigualdade social, mas também a
disseminação das drogas, o tráfico de armas, a desagregação familiar, o nível educacional baixíssimo e a divinização do
consumo.
Também está provado que quanto mais educado, menos violento e menos vitimado é o cidadão.
a) A partir do texto acima, identifique um argumento contrário ao estabelecimento de uma relação automática entre crime e
pobreza.
b) De que modo as transformações econômicas e sociais ocorridas no Brasil a partir da década de 60 explicam os quatro fatores
sublinhados no texto?
Resolução:
a) O argumento oferecido pelo texto em que a relação entre pobreza e criminalidade não é automática é o de que o Piauí, estado
brasileiro de baixíssima renda per capta onde viceja a pobreza, não traduz diretamente sua situação em índices de criminalidade
sua situação em índices de criminalidade alarmantes como os de São Paulo, maior centro produtivo do país.
b) A partir da década de 60, com a frustração do projeto de desenvolvimento autônomo e a inviabilização de uma política de
inclusão social, acelera-se o processo de concentração de renda e conseqüente desigualdade, agravando ainda mais o
histórico déficit social, incluindo-se ai a questão de Educação.
A marcha em direção ao neoliberalismo, acelerada na última década, aumentou e diversificou a oferta de produtos e serviços
visando a parcela da população participante do mercado consumidor. De outra parte, o aumento da oferta não foi acompanhado
pelo alargamento do mercado, fazendo com que para a grande maioria da população apenas aumentasse a frustração do nãoconsumo. Questiona-se, contudo, o real impacto do contexto macroeconômico no processo de desagregação familiar e os
níveis em que esta afeta a questão da criminalidade.
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