ASSOCIAÇÃO PARA AS CIÊNCIAS DO MAR

ASSOCIAÇÃO PARA AS CIÊNCIAS DO MAR
TEC LABS, Campus da FCUL
Campo Grande, 1749-016 Lisboa
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Imagens e texto de Escola de Mar, Cristina Brito, Vera Jordão e Sofia Quaresma
ASSOCIAÇÃO PARA AS CIÊNCIAS DO MAR
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA, CONSERVAÇÃO E DIVULGAÇÃO DO MEIO MARINHO
DESPOJOS DO MAR
DESPOJOS DO MAR
O mar é o local de origem e sustentabilidade da vida e, mais do que isso, é o meio
do qual todos nós dependemos, seja diretamente para alimentação ou indiretamente para a regulação climática. Portugal tem uma das maiores Áreas Económicas
Exclusivas da Europa e com ela um dever implícito de proteger, estudar e dar a conhecer o oceano que nos rodeia.
Os oceanos cobrem 71% da superfície da terra e há muito que servem de depósito
para todo o tipo de resíduos produzidos pelo homem. Estima-se que 90% do lixo
http://poizonproject.org
flutuante nos oceanos seja plástico, pois são os despojos que mais perduram no
tempo, uma vez que são de difícil decomposição. Esta acumulação de lixo é devastadora para a vida marinha, afetando milhares de seres, nomeadamente focas, golfinhos, aves, tartarugas, peixes, entre muitos outros. Estima-se que o lixo acumulado nos mares seja o responsável direto pela morte de 1 milhão de aves , tartarugas
e mamíferos marinhos por ano. Os problemas causados pela acumulação de lixo no
Um dia tivemos oceanos maravilhosos, hoje temos apenas oceanos. ..
Se nada for feito, amanhã nada teremos…
Dependemos de nós! Contamos convosco!
meio marinho são graves, trazendo prejuízos económicos, sérios riscos ecológicos e
ainda constituem um risco para a saúde de todos nós.
Menos de 5% do plástico é reciclado a nível mundial
Deixa aqui a tua mensagem na garrafa, para um oceano mais limpo e
mais saudável. Mas... Recusa novas garrafas. Reduz o consumo. Reutiliza
e recicla as tuas garrafas, sejam de vidro ou de plástico.
Segue sempre a regra dos 4 “R” - Recusa, Reduz, Reutiliza, Recicla!
DESPOJOS DO MAR
DESPOJOS DO MAR
Dos mega organismos aos micro plásticos
Todos os anos morrem milhares de focas, leões-marinhos e cetáceos,
www.marliscoportugal.org
que ficam presos em algum tipo de lixo oceânico, nomeadamente ca-
«Lixo marinho é qualquer material duradouro, fabricado ou processado que é descartado,
Os cetáceos podem passar vários anos a arrastar redes ou equipamen-
eliminado ou abandonado na costa ou no mar. É um problema global em crescimento e uma
tos de pesca, fazendo ferimentos que podem conduzir a infeções e
ameaça direta para o meio marinho que atraiu a atenção do mundo, especialmente após a
descoberta da grande “ilha de lixo” (garbage patch) no Giro do Pacífico Norte. »
 Os resíduos sólidos, domésticos e industriais, chegam dos sistemas de esgotos aos
rios e águas costeiras e daí são transportados pela
correntes oceânicas para distintos pontos no globo.
Começando por ser um assunto local, são um problema global. Embalagens, cabos e cordas, sacos e
muitos outros detritos vão-se acumulando em gigantescas ilhas de lixo e invadem zonas costeiras das quais várias espécies dependem, incluindo as pessoas. Demoram várias centenas de anos a decompor-se e durante esse período vão-se degradando em partículas cada vez mais pequenas até
atingirem um tamanho microscópico. Aí nós já não os conseguimos ver, mas estes
micro plásticos persistem na areia e na água do mar, entrando nas cadeias alimentares marinhas através dos animais filtradores, passando pelos peixes, e podendo
mesmo chegar a predadores de topo através do processo de bioacumulação.  Limpar os oceanos é uma tarefa que, por vezes, nos parece inglória. É um processo de
aprendizagem e de consciencialização ambiental inteiramente da nossa responsabilidade e que começa na casa de cada um de nós. Cabe a todos , alunos e professores,
investigadores e cidadãos, lutar por um OCEANO MELHOR, pelo respeito perante o
mar e todos os seres que nele habitam, para que gerações futuras tenham algo com
que possam aprender e viver.
mesmo à sua morte. Os leões-marinhos e as focas podem ficar amarrados e ser cortados por pedaços de redes de pesca, plásticos e borrachas, o que leva a uma morte lenta e bastante dolorosa. Estes resíduos plásticos resultantes de diversas atividades humanas - indústria,
pesca, uso doméstico - são persistentes e circulam nos oceanos, afetando o seu normal funcionamento, por muitas centenas de anos.
Cetáceos, focas e leões-marinhos
bos, redes de pesca, diversos tipos de fitas e embalagens de plástico.
DESPOJOS DO MAR
Os resíduos sólidos nos oceanos podem ser consumidos por diversas
Plásticos, esferovite, emaranhados de fios de pesca e anzóis, que se
espécies de peixes, enredar tubarões e danificar recifes de corais. Mais
disfarçam de cardumes de pequenos peixes à superfície do mar, são
de 260 espécies marinhas, mesmo as que vivem em zonas recônditas
armadilhas que levam à morte, todos os anos, milhares de aves mari-
do planeta, ingeriram algum tipo de plástico ou foram emaranhadas
nhas. Os estudos mostram que a ingestão de plástico por aves mari-
nele. Mas as tartarugas são alguns dos animais mais afetados pelos im-
nhas é causa direta da sua morte. Aves que se alimentam de crustá-
pactos negativos deste resíduos já que estão facilmente sujeitos à in-
ceos, lulas, e pequenos peixes perto da superfície, são atraídos por pe-
gestão de lixo. Estes animais alimentam-se tipicamente de alforrecas e
quenos objectos de plástico colorido, que são confundidos com ali-
outros organismos gelatinosos, o que se torna um grave problema pe-
mento, daqui resultando o emaranhamento dos animais nestes despo-
rante a possibilidade de confundir sacos de plástico, restos de redes,
jos ou na sua ingestão. A ingestão dos resíduos causa obstrução e dano
fitas de pacotes e balões, com as suas presas preferenciais. Basta ape-
físico no sistema digestivo das aves, reduzindo a sua capacidade de ca-
nas um saco de plástico, que assume o papel de alforreca letal, para
çar e de se alimentar, causando má-nutrição, fome e morte. Ao regur-
bloquear ou encher o estômago do animal e condená-lo a uma morte
gitarem o seu alimento os pregenitores estão também a passar estes
lenta e angustiante. As tartarugas ficam também muitas vezes presas
detritos mortais às suas crias.
Aves marinhas
Tartarugas marinhas
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em redes de pesca abandonadas à deriva e, na impossibilidade de virem respirar à superfície da água, acabam também por morrer.
Esqueleto de ave marinha cheio de plástico, fotografia de Chis Jordan (ChrisJordan.com)
Qual a diferença entre as duas imagens:
Alforreca vs. Saco de plástico
André Seale