comunicação e expressão

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comunicação e expressão
por J. B. Oliveira*
Da cidadania romana à
cidadania italiana...
À época de Jesus, ser cidadão romano era extremamente
importante.
Pela primeira vez na história, verificava-se o fenômeno da globalização! Isso porque o império romano cobria
praticamente todo o mundo conhecido de então! As legiões
de Roma haviam levado o estandarte da aquila romana e o
dístico SPQR – Senatus Populusque Romanus (O Senado e
o Povo Romano) às mais longínquas regiões, demarcando
seu imenso território. Esse notável império teve início no
ano 27 a. C. e se estendeu até 476 d. C., quando o Imperador
Romano do Ocidente, Rômulo Augusto, foi derrotado por
Odoacro. Por sua vez, o Império Romano do Oriente, com
capital em Constantinopla (atual Istambul e antiga Bizâncio),
sobreviveu por quase mil anos, vindo a ser tomado pelos
turcos otomanos em 1453. É bem verdade que já havia ocorrido anteriormente o domínio de um povo sobre todos os
demais, como no caso de Alexandre, o Grande, que estendeu
o poderio grego mundo afora. No seu auge, esse domínio
ia dos Bálcãs à Índia, incluindo o Egito e a Báctria, na área
correspondente ao Afeganistão de hoje. Era o maior e mais
rico império que já tinha existido.
O que tornava, porém, o império romano diferente é
que sua conquista não se limitava ao território e ao povo,
mas também à língua, aos hábitos e às leis. O Latim – língua
formal do Império, difundida em seus domínios, e que mais
tarde daria origem ao Português – teve seu berço no Lácio
(Latium, em Latim), cujo centro era a cidade de Roma. Por
isso, estas palavras iniciais da poesia Língua Portuguesa de
Olavo Bilac: “Última flor do Lácio, inculta e bela...” A lei, no
início, se dividia em dois ramos básicos: a lex romana – aplicável exclusivamente aos cidadãos de Roma e a lex gentium
– voltada aos que não detinham tal condição. A primeira
concedia prerrogativas, privilégios e regalias aos romanos.
Um relato bíblico, no livro de Atos dos Apóstolos, mostra essa distinção. O capítulo 22 fala de Paulo, em Jerusalém,
sendo levado à presença do tribuno romano, pelos judeus
enfurecidos com sua pregação.
“O tribuno mandou que o levassem para a fortaleza, dizendo que o ‘examinassem com açoites’ (pois é, já havia isso
naquele tempo...), para saber por que causa assim clamavam
contra ele. E, quando o estavam atando com correias, disse
Paulo ao centurião que ali estava: ‘É-vos lícito açoitar um
romano, sem ser condenado?’
E, ouvindo isso, o centurião foi e anunciou ao tribuno,
dizendo: ‘Vê o que vais fazer, porque este homem é romano.’
E, vindo o tribuno, disse-lhe: ‘Dize-me, és tu romano?’ E ele
disse: ‘Sim’. E respondeu o tribuno: ‘Eu com grande soma
de dinheiro alcancei esse direito de cidadão’. Paulo disse:
‘Mas eu o sou de nascimento.’ E logo dele se apartaram
os que o haviam de examinar; e até o tribuno teve temor,
quando soube que era romano, visto que o tinha ligado.”
Muitos séculos se passaram. Tudo mudou. O império
romano é história longínqua e do conhecimento de poucos.
Mas o mundo é, novamente globalizado! Roma deixou de
ser a “Senhora do Mundo” para ser apenas a capital da Itália – uma República Parlamentar Unitária, com cerca de 60
milhões de habitantes e área de 301.338 km2 (No tempo de
Trajano, o império romano tinha 6,5 milhões de km2!), participa da União Europeia ao lado de 27 outros países-membros.
Mas nem por isso deixa a Itália de ser destaque! É o 24°
país mais desenvolvido do mundo, com índice de qualidade
de vida entre os 10 primeiros do planeta. Membro fundador
da União Europeia, é ainda membro do G8, G20, OTAN,
OCDE, OMC, Conselho da Europa, União da Europa Ocidental e das Nações Unidas. Tem o 8° maior PIB nominal
e o 6° maior orçamento público do mundo!
Hoje, ter cidadania italiana é também um privilégio!
Significa possuir Passaporte Europeu e gozar de livre trânsito por praticamente toda a Europa! Sempre que lá estive,
observei a diferença, que começa logo na alfândega: uma
fila pequena para Cidadãos Europeus e uma longa, sinuosa
e cansativa fila para todos os demais mortais! Em certa
ocasião, uma jovem senhora, atraída pela fila mais curta,
lá se postou com seu filho pequeno, para ter o dissabor de
voltar para o “montão”!
E o mais interessante é que os “oriundi” – os descendentes de italianos – têm esse direito, que pode ser transmitido a filhos, netos, bisnetos, trinetos, tetranetos e outros
descendentes em linha direta, como numa “corrente”, sem
limite de gerações!
Se este é o seu caso, visite o site www.oriundi.com.br
e veja como ter cidadania italiana!
* J. B. é Consultor de Empresas, Professor Universitário, Advogado e Jornalista. É Autor do livro
“Falar Bem é Bem Fácil”, e membro da Academia Cristã de Letras.
[email protected] | www.jboliveira.com.br
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