1 O VALOR ESTRATÉGICO DO MARKETING RELIGIOSO RELACIONADO ÀS MUDANÇAS FÍSICAS E CONCEITUAIS NAS INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS EM GUANAMBI - BA Régis Gomes Amorim1, Sirléia Martins da Silva1, Fabrício Lopes Rodrigues2 1 2 Graduandos do Curso de Administração da Faculdade Guanambi ADM. MBA, coordenador do curso de Adminstração da Faculdade Guanambi RESUMO: O Marketing Religioso não é um assunto que as pessoas se dispõe a falar abertamente, visto que quando se trata de religiosidade todos tomam um partido e se instalam de forma a não dar brechas para outras opiniões. Desde muito tempo atrás já são criadas ações de Marketing dentro de instituições religiosas, como foi, por exemplo a adoção do sino para aumentar o alcance da igreja católica. Durante a pesquisa feita em regiões específicas de Guanambi, foi possível apurar resultados acerca de assuntos pertinentes às organizações religiosas, até porque com o crescimento das religiões evangélicas outras instituições sofreram perdas de clientes. Esse tipo de empresa possui uma grande assiduidade de seus clientes, que podem facilmente frequentar o ambiente mais de 3 vezes na semana, isso significa que a empresa não pode parar, pelo contrário, ela deve evoluir, e para isso, fidelizar o cliente através de medidas que o beneficie tanto na parte física quanto na parte conceitual é de grande valia para a instituição. A importância do Marketing Religioso se destaca nesse ponto, em que a empresa necessita de mudanças para atingir a fidelização dos clientes. O comodismo juntamente com a burocracia impedem as mudanças de imediato, o que faz com que seja mais rápida a perda dos fiéis a essas instituições. Palavras-chave: Fidelização de clientes. Instituição religiosa. Mudanças Físicas e Conceituais. Marketing religioso. STRATEGIC MARKETING OF RELIGIOUS VALUE RELATED TO CHANGES IN CONCEPTUAL PHYSICAL AND RELIGIOUS INSTITUTIONS IN GUANAMBI - BA ABSTRACT: The Religious Marketing is not a subject that people are willing to talk openly, since when it comes to religion all take a party and settle in order to not give loopholes to other opinions. Long ago are already created marketing actions within religious institutions, as for example the adoption bell to increase the reach of the Catholic church. During the survey of specific regions of Guanambi, it was found results about matters pertaining to religious organizations, because with the growth of evangelical religions other institutions suffered losses of customers. This type of company has a large attendance of their customers, which can easily attend the environment more than 3 times a week, this means that the company can not stop, rather it should evolve, and for that, build customer loyalty through measures that will benefit both the physical part as the conceptual part is of great value to the institution. The importance of Religious Marketing excels at this point, where the company 2 needs to change to achieve customer loyalty. The complacency with the bureaucracy impede the changes immediately, which makes it faster loss of the faithful to these institutions. Key words: Customer Loyalty. Physical Changes and Conceptual. Religious Institution. Religious Marketing. INTRODUÇÃO A religião sempre movimenta o mercado, independente de valor do dólar, economia em crise ou mudança de governo, é o tipo de organização que não sofre diretamente com nenhuma crise ou intervenção externa. Parece óbvio que qualquer organização que queira sobreviver no ambiente corporativo contemporâneo tenha de se estruturar segundo diversos pilares da teoria geral da administração. Quando se observa, então, o crescimento avassalador em número de unidades (templos) e clientes (fiéis, seguidores) das empresas do segmento religioso, tais premissas se tornam ainda mais necessárias (OLIVEIRA & SARES, 2010) O marketing religioso pode e mostra que qualquer instituição religiosa é também uma empresa que visa um objetivo fim. Tal qual uma empresa de segundo setor, as instituições religiosas precisam se transformar, mudar conceitos, promover reformas físicas para continuar ou aumentar seus clientes. O Marketing religioso pode ajudar as instituições a ponto de transformá-las. Responder questionamentos como “quais as estratégias usadas para capturar mais clientes e torná-los fiéis?”. Temos exemplos de doutrinas que sofreram mudanças e que estão se destacando. Mudanças simples como um melhor tratamento para o cliente, refrigeração do ambiente, principalmente em nossa região, são pontos fortes para quem deseja a fidelização desses clientes. O Mercado religioso movimenta milhões graças a sua assiduidade dos frequentadores, notamos sempre propagandas de cantores gospel, padres, filmes estrelados por padres, estojos, cadernos e outros objetos com a patente do Smilinguido, peças decorativas e outras tantas com a simbologia do puro. O Marketing religioso não se iniciou a pouco tempo. Se pudermos notar bem, a Igreja Católica já se utiliza de técnicas a muito tempo, como é o caso do Sino, presente na maioria das igrejas matriz, principalmente de cidade pequenas, cujo badalar do sino pode ser ouvido quase que com totalidade por todo o município, ou ainda a adoção de um símbolo que 3 eterniza sua marca na mente das pessoas, como é o caso da Cruz. Esses símbolos criados juntamente com tantos outros, é a prova de que a o marketing religioso é criado a partir do momento do conhecimento e aceitação de uma instituição religiosa como uma empresa ou organização. Vocês religiosos inventaram uma ferramenta [...] inventaram também o primeiro logotipo – logotipo é outra ferramenta que usamos muito para trabalhar – o mais feliz dos logotipos, que é a cruz. A cruz que nunca foi esquecida de ser colocada na ponta de cada display nas aldeias. A gente chegava e dizia: é lá a igreja e se trata de uma religião de tal marca, em cruz, e não de uma igreja concorrente. Este logotipo que os senhores inventaram é tão bom, mas tão bom, que Hitler pegou para ele, pôs quatro rabos, e quase ganha a guerra. (PERISCINOTTO, 2012) Marketing religioso é um assunto muito polêmico entre as pessoas, uma vez que aprendemos, às vezes, através da repreensão de nossos pais e sociedade a não questionar a nossa existência. É importante principalmente para as organizações, manter e fidelizar seus clientes, assim como conquistar novos mercados a fim de conquistar a primazia para a instituição. Escutar a necessidade dos clientes é peça fundamental para que se conquiste esse resultado. Abrir a mente para novas tecnologias para o conforto e bem estar do clientela é dar um passo à frente no mercado. Uma organização que não se atualiza, rapidamente é ultrapassada por seus concorrentes, sem falar que quando ela acordar poderá notar que já é tarde e que já não importa o que ela faça, continuará se esvaindo. Conceitos novos, estruturas novas são criadas e disseminadas, novos conceitos de instituições feitas sobre temáticas própria são inventadas. Acompanhar o progresso e as projeções do futuro deve fazer parte do cotidiano, também, das organizações separadas. MATERIAL E MÉTODOS Foi realizada uma pesquisa exploratória de caráter quantitativo, onde houve a coleta dos dados através do uso de questionário realizada entre os meses de fevereiro e maio de 2014 em Guanambi – Bahia. Com o objetivo de atingir resultados mais eficazes, foram escolhidos quatro bairros para o desenvolvimento da pesquisa que contemplassem os critérios de renda baseado na infraestrutura dos mesmos, sendo eles, um com população de baixa renda, um com população de renda média, outro com estimativa de renda superior e por último o centro da cidade por ser um bairro com o maior número de instituições religiosas – católica, evangélica, espirita, maçom. 4 A amostra estudada foi encontrada a partir da formula para cálculo de amostra finita: n = σ² . p . q . N e² (N-1) + σ² . p . q n= Amostra σ= Nível de Confiança p= Percentagem com a qual o fenômeno se verifica q= percentagem Complementar e= Erro Máximo permitido N= Tamanho da População Resolvendo a equação chegamos ao seguinte resultado: n = 0,05² . 50 . 50 . 76982 n= 619,9746 0,1². (76982-1) + 0,05². 50 . 50 Foram entrevistados um total de 620 pessoas, frequentadoras das instituições escolhidos de forma aleatória e alfabetizados com idade superior a 13 anos, após o término das atividades desenvolvidas nas instituições religiosas. Todos os questionários respondidos possuem seus respectivos Termo de consentimento livre e esclarecido. A entrevista promovida através do questionário buscou a percepção dos clientes no que diz respeito a perfil socioeconômico e preferências do consumidor (sexo, idade faixa salarial, escolaridade, Frequência que visita a instituição, como conheceu ou frequentava outra instituição, influência de mudanças Físicas ou conceituais e divulgação como pretexto para atrair mais fiéis). Após fazer o levantamento de todos os dados e promover a coleta dos mesmos nos locais pré-definidos, foi feita a tabulação das informações e transcritas em gráficos e fazem parte deste trabalho. Para isso, utilizamos o Microsoft Office 2013 com as ferramentas Excel e Word. 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Sempre que pagamos por algum produto ou serviço, o ideal é que possamos retirar dele o melhor. A satisfação faz parte do pacote que o cliente quer comprar. Nas instituições religiosas essa satisfação deve ser ainda maior, visto que se trata de uma necessidade humana o apego à crenças. Em nossa região pudemos notar através dos dados obtidos alguns problemas e através deles formular planos de estratégia para melhorar o atendimento, estadia, comprometimento e know-how das instituições em Guanambi. Em sua maioria, os entrevistados foram do sexo feminino com 59% e 41% do sexo masculino. Possuem mais de 25 anos e com uma média salarial de 1 (um) salário mínimo. Cursaram até o ensino médio, percentual esse que chegou a 47% contra 35% do ensino fundamental e 18% ensino superior. É cada vez mais difícil encontrar jovens nas instituições religiosas. Segundo Castegnaro (2013), pouco mais de 13% dos jovens entre os 18 e os 29 anos de idade vão regularmente à missa todos os domingos. Talvez a falta de interesse ou a doutrina antiga com costumes retrógrados não chamam a atenção dos mais jovens, o que pode ser um problema futuro para a organização, visto que seu futuro depende da inserção de novos clientes. No que se refere a frequência em que o cliente visita sua instituição religiosa, temos os seguintes dados: Figura 1 – Frequência dos fiéis às instituições religiosas 45% 41% 40% 35% 35% 30% 25% 20% 18% 15% 10% 6% 5% 0% Uma Vez por semana Duas Vezes Por semana Mais de Três Vezes por semana Outros 6 Dados obtidos na figura 1 mostram que 35% das pessoas entrevistadas frequentam uma instituição religiosa uma vez por semana, 6% frequentam duas vezes por semana, 41% de pessoas entrevistadas disseram que frequentam mais de três vezes por semana e 18% se encaixam em outra possibilidade. Uma empresa que consegue manter seu cliente inserido na mesma mais de três vezes na semana deve atentar-se a obedecer algum a regra para mantê-lo 100% satisfeito. Se é possível fidelizar esse cliente dessa forma, porque não retribuir de maneira satisfatória para que ele se sinta à vontade na instituição? De acordo com Kotler & Lee (2010, p.73), um processo que aplica os princípios e as técnicas de marketing para criar, comunicar ou fornecer valor a fim de influenciar os comportamentos do público-alvo que beneficiem a sociedade (saúde publica, segurança, meio ambiente e comunidades), bem como o público-alvo. Algumas mudanças ocorridas nas instituições religiosas, mas precisamente em igrejas evangélicas, fizeram aumentar essa assiduidade à instituição. Hoje em dia é possível notar atrativos em alguns ministérios que diferenciam seu produto final. Existem, por exemplo, as Megaigrejas, verdadeiros templos que abrigam de 5 a 25 mil pessoas durante os fins de semana e possuem, além das atividades normais, boliche, quadra de basquete, sauna, salões de ginástica e até franquias como McDonalds. O que acontece, segundo McMahon (2014) Essas igrejas voltaram-se para o entretenimento e a conveniência na tentativa de atrair "João e Maria", fazendo-os sentirem-se confortáveis no ambiente da igreja. Para que eles continuem frequentando a "igreja ao gosto do freguês". Impossível falar de Frequência sem mencionar as perdas que as instituições tiveram nos últimos anos. Sem notar que seu fiéis estavam se debandando, as organizações não se atentaram a diversificar seu modo de tratar e de manter o cliente. 7 Figura 2 – Como conheceu a Instituição 90% 82% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 12% 6% 10% 0% 0% Propaganda Televisão 0% Família Amigos outros Verifica-se, pelos dados obtidos na figura 2, que com 82% das pessoas entrevistadas conheceu a instituição através da família, 12% conheceu a instituição através de amigos, 6% conheceu por outros motivos, exemplo, cura espiritual. Como chegou a uma instituição é um fator de grande importância, ele prova como a influência de uma pessoa, consegue persuadir outra. A propaganda “boca-a-boca” ganha um poder muito maior quando falamos de religião. Desde pequeno, somos instruídos, principalmente por nossa família a manter o costume de frequentar uma só instituição. Vemos que a influência maior provém da família e dos amigos, portanto, pode ser identificado que não existe uma excelente participação das técnicas de marketing envolvida nas instituições. Técnicas essas que poderiam surtir uma maior influência, bem como expandir o leque de divulgação da organização. A maneira como alguém conhece uma instituição é um fator que pode ser usado pela própria organização para mensurar como está sua divulgação na região. Organizações que adquirem clientes unicamente através de familiares devem repensar a maneira de divulgar suas informações a fim de alcançar sempre um público maior. Todos que procuram alguma instituição, assim o fazem por possuírem algum problema atípico e veem nessas instituições as chaves para algum problema ou enfermidade até então declara incurável Em geral buscam soluções para questões cotidianas. Os cultos/pregações pentecostais, as orações carismáticas e também seus discursos se direcionam para aspectos que mais afligem as pessoas: problemas familiares (brigas entre pais e 8 filhos, casamento em crise, adultério, solidão), de saúde (especialmente drogas e alcoolismo) e sobrevivência material (dinheiro, emprego) (MARIZ, 2001). Se a empresa possui técnicas para adquirir novos clientes, porque não utilizá-las? É possível se atingir uma massa muito maior de pessoas com a divulgação bem planejada e executada de forma coordenada. No que diz respeito a troca de instituição podemos notar os seguintes dados na figura a seguir: Figura 3 – Frequentava outra Instituição Religiosa? 70% 65% 60% 50% 40% 35% 30% 20% 10% 0% Sim Não Como podemos notar 35% dos entrevistados mudaram de instituição enquanto que 65% se mantêm na mesma. Mesmo não sendo um percentual acentuadamente elevado, podemos notar a grande migração entre religiões. 35% das pessoas já se dispuseram a praticar ou experimentar outra organização porque não se sentiu satisfeito na anterior. Segundo Kotler, uma instituição pode perder até 80% dos seus clientes muito insatisfeitos; 40% dos insatisfeitos; 20% dos indiferentes; e talvez 10% dos satisfeitos, mas, quanto aos clientes muito satisfeitos, apenas 2%. Vale lembrar que o fato de termos um percentual de 65% assíduo à religião de início, não quer dizer exclusivamente que estão satisfeitos. Existem outros fatores já citados que indicam o porquê da fidelidade como herança familiar ou comodidade religiosa. Conforme Peterson & Roy (1985) a função da religião é proporcionar uma fonte de significado e propósitos para a pessoa. Se existe uma grande quantidade de pessoas desistindo 9 de suas instituições de origem e mudando de organização é porque é clara a insatisfação com algo que a empresa não fornece ou pior, pode ser algo que ela forneça, mas não possui os mecanismos ou o know-how para fazê-lo. A indiferença a vontade do cliente prejudica o andamento e/ou o crescimento da organização. A perda de interesse pela instituição até então acolhedora ou a primeira instituição, pode indicar dois problemas. O primeiro problema é o de que a empresa não está desenvolvendo o papel fundamental ao qual ela foi criado, que é o de privar pelo próximos e transmitir de maneira pura e agradável todos os ensinamentos possíveis, que propiciem o bem estar do cliente. Ou pode ser outro. A divulgação de outra organização é maior e melhor que a da empresa, o que faz com que o consumidor opte por trocar de empresa por desejo e impulso do que foi mostrado a ele e que é diferente. Em ambos os casos fica evidente que tudo gira em torno de técnicas para manter o consumidor inteirado com os preceitos da instituição. Não basta apenas pensar no lucro, ou que a empresa é a maior que existe e por esse motivo nunca terá problemas com a demanda. Existem casos comuns de instituições que simplesmente fecham suas portas por não conseguirem se adequar as necessidades impostas pelo mercado, ou até que quiseram revolucionar de tal maneira que não foi possível e nem passível a absorção das ideias pelo sociedade. Temos casos de igrejas, por exemplo, temáticas. Podemos achar ainda estranho ter uma Prancha de Surf no altar, mas temos que admitir que existem pessoas que compram essa ideia e que não se importam, apenas unem duas coisas que gostam. O problema não é reinventar a maneira de criar o desejo das pessoas. O problema é não admitir que isso pode dar certo. A incerteza atrapalha o desenvolvimento de novas oportunidades. A escolha da instituição através de mudanças físicas possui os seguintes dados: 10 Figura 4 - Influência da escolha com Mudanças Físicas 54% 53% 52% 50% 48% 47% 46% 44% 42% Sim Não De acordo com a figura 4, 53% das pessoas entrevistadas disseram que acreditam que as mudanças físicas influenciam, como por exemplo, climatizadores, cadeiras acolchoadas. E 47% das pessoas entrevistadas disseram que as mudanças não influenciam na escolha da instituição. De acordo com Lovelock & Wirtz (2006) Condições ambientais são percebidas em separado ou holisticamente e entre elas figuram iluminação e esquema de cores, percepções de tamanho e forma, sons, temperatura e odores. Um projeto inteligente para essas condições pode despertar reações comportamentais desejadas entre consumidores. Sobre essa ótica podemos dizer que o fato de estar inserido em um ambiente favorável, implicará numa maior fidelização dos clientes para com a organização. Desde que a religião perdeu para o conhecimento laico-científico a prerrogativa de explicar e justificar a vida nos seus mais variados aspectos, ela passou a interessar apenas em razão do seu proveito individual. Como a sociedade e a nação não precisam dela para nada essencial ao seu funcionamento, e a ela recorrem apenas festivamente, a religião foi passando pouco a pouco para o território do indivíduo. E desta para a do consumo, onde se vê agora obrigada a seguir as regras do mercado (PIERUCCI & PRANDI, 1996, p.260). É sábio que a concorrência favorece as mudanças ou pelo menos obriga a mudança na empresa que sente o impacto negativo. Nesses casos o principal ganhador dessa disputa é o cliente, pois o produto de ambos os concorrentes são os mesmos, o que resta para dissociar as organizações são seus expecto físico e sua maneira de tratar o cliente. 11 Tudo gira em torno do bom atendimento. O cliente está disposto a pagar a mais por isso, tenha certeza. Qualquer um pode simplesmente ir a um restaurante que forneça a mesma comida que outro, mas se o atendimento é melhor, ele não hesita em pagar mais caro por isso. Às vezes é melhor investir mais em treinamento e em melhorias no atendimento e estrutura do ambiente a fim de fazer com que o cliente se sinta à vontade na empresa, do que pechinchar custos que quase sempre são fixos para todas as empresas concorrentes No que diz respeito às mudanças conceituais temos os seguintes dados: Figura 5 – Influência da Escolha com mudanças Conceituais 90% 80% 76% 70% 60% 50% 40% 30% 24% 20% 10% 0% Sim Não Como é possível perceber na Figura 5, 76% dos entrevistados acreditam que mudança conceitual é um fator determinante na escolha da instituição, enquanto que 24% possuem opinião contraria. Percebe-se que os conceitos e doutrinas de algumas religiões já estão um tanto quanto ultrapassados. É clara a evidência de que os clientes sempre desejam algo a mais, um diferencial, a organização deve se manter atualizada e resolver os problemas propondo soluções que atendam tanto os clientes mais assíduos e contemporâneos quanto os que são ecléticos. Assistimos, dentro do contexto atual de algumas sociedades ocidentais, a um processo crescente de transformação da religião — aqui considerada em termos de práticas e discursos religiosos gerados por igrejas, seitas e outras formas de organização de propostas de religiosidade em geral — num item de consumo, oferecido aos indivíduos no mercado de maneira semelhante a dos outros bens simbólicos, tais como estilos de vida e de identidade cultural (SOBRINHO, 2000). 12 Já é sábio que as mudanças não adotadas pela igreja católica a fez perder inúmeros fiéis. Segundo o Censo Demográfico de 2000, 15,4% da população brasileira era Evangélica, dez anos depois esse total subiu para 22,2%, ou seja, 16,1 milhões de brasileiros mudaram de instituição. Uma organização que perde clientes está ensaiando o fracasso. Kotler admite que a satisfação dos clientes é uma condição necessária, mas não suficiente para a retenção desses clientes. Segundo o autor Esse indicar é apenas uma pista tênue da capacidade de retenção dos clientes em mercados altamente competitivos. [...] Contudo, até mesmo altos índices de retenção podem ser enganosos, pois às vezes resultam do hábito ou da falta de alternativas. As empresas devem almejar marcas ambiciosas de fidelidade e de comprometimento dos clientes. (KOTLER, 2003, p.204) O cliente satisfeito além de manter o vínculo com a organização, ainda promove a empresa em outros espaços que conviver. Dessa forma, o investimento passa a ser de maior valia para a organização. Saber das necessidades dos clientes mantém um leque de oportunidades para a empresa. Não quer dizer que a empresa deva sempre se subestimar às vontades dos seus clientes, mas um agrado sempre trará resposta positiva no seu faturamento. Às vezes um investimento irrisório pode maximizar os lucros da organização, sendo assim a importância de que possa ocorrer mudança de conceitos relacionados ao que é mera disciplina exagerada, pode trazer muitos benefícios no futuro Como tudo relacionado ao marketing é ligado à propaganda e divulgações de mecanismos para a captação dos responsáveis por fazer a empresa seguir, na próxima figura, fica evidenciada a posição do cliente a respeito do assunto. Figura 6 – Maior divulgação da instituição acarreta mais fiéis? 90% 80% 76% 70% 60% 50% 40% 30% 24% 20% 10% 0% Sim Não 13 Observa-se, pelos dados da figura 6 que 76% concordam que com maior divulgação da instituição o resultado será mais fiéis, e 24% acham que a divulgação não influencia na escolha da instituição. Qualquer empreendimento bem sucedido logo dirá que se faz necessário um plano de trabalho. Todo homem de negócio necessita de uma eficiente e ativa estratégia para vender os seus produtos ou serviços para o consumidor. A bem planejada estratégia de mercado (marketing) juntamente com a oração produzirá resultados fantásticos. ADHONEP(1997:140) Propaganda é a alma do negócio. É sábio que o Marketing possui grandes estratégias para a conquista de novos clientes, portanto, porque não utilizar desses métodos para atrair, conquistar e fidelizar novos clientes? Através dos dados obtidos percebe-se que o próprio cliente tem a ciência de que a organização não está agindo de forma perfeita para a conquista dos fieis ou que o conteúdo da instituição pode ser compartilhado com mais pessoas. Levando isso em consideração, podemos dizer que o frequentador da instituição quer que a empresa cresça. Quando questionados a respeito de quais mudanças físicas deveriam ser revistas pela instituição, grande parte dos entrevistados abordaram a questão da climatização do ambiente. Sabemos que nossa cidade possui temperaturas relativamente altas, portanto se faz necessária a implantação de tais medidas. Outro ponto interessante abordado foi o acesso a pessoas portadoras de deficiência, como rampas e locais específicos para o acompanhamento da doutrina. No que diz respeito a mudanças físicas, houveram queixas a respeito das vestimentas impostas em algumas religiões, segundo alguns entrevistados, a roupa não pode ser uma imposição da instituição, visto que as atitudes tomadas que devem ser analisadas. Outro detalhe que foi dito refere-se a forma como é transcorrida a instituição. Queixas a respeito das lições dadas durante a missa ou culto, dão conta de que o cliente quer mais informação atual, ou pelo menos trazer os ensinamentos ao momento atual. Na busca de meios de divulgação da instituição, não se pode esbarrar em pequenos deslizes que algumas empresas esbarram. Divulgar por exemplo em carro de som, pode ser muito evasivo e provocar repúdio pelo seu futuro cliente. Usar métodos menos evasivos e melhor arquitetados, que realmente atraia a atenção do cliente com certeza o atrairá para dentro da organização. Utilizar experiências durante as obras que a instituição promover, fará com que se destaque uma vontade maior de aprender e participar do cliente. 14 CONCLUSÕES Apesar de ser um mercado onde muitos sentem receito de concordar que existe sim uma troca de produtos/serviços, o mercado religioso adquiriu uma posição invejável para alguns empresários. Como toda e qualquer empresa envolvida em satisfação com o seu cliente, deve respeitá-lo, dar a ele autonomia enquanto estiver inserido em sua organização, oferecer mimos quando possível e buscar ao máximo sua fidelização, sobretudo tratando de religião. Através dos dados obtidos durante a pesquisa, foi possível notar que o cliente está ficando cada vez mais exigente, e com razão. O mesmo cliente que vai até uma instituição religiosa durante a semana, também precisa visitar outros locais. Ele come, compra roupas, assiste Tv, se diverte, e em cada local que chega, é bem atendido e paparicado, porque não ser paparicado também na Instituição. O comodismo e a burocracia de instituições pioneiras impedem que elas cresçam. A demora a notar que o cliente está ficando insatisfeito não pode ser tratada como sem importância. Como pôde ser notado, a troca de instituição religiosa é a concorrência agindo sobre o marcado. Se uma empresa não se atualiza, infelizmente o mercado a colocará para fora. Embora poucas pessoas possam imaginar existe um processo muito simples na conquista dos clientes. Quando se trata alguém com excelência e primazia a reciprocidade será completa e assim a fidelização acontecerá. Mudanças físicas podem trazer grandes diferenciais para a organização. Exemplos de instituições espalhadas pelo mundo mostram que quanto mais se investe em um ambiente agradável para o cliente, maior será a chance de se fidelizar o mesmo e maior também é a chance de que esse cliente faça uma propaganda positiva da sua empresa para outras pessoas. O mesmo podemos dizer a respeito de mudanças conceituais. Quebrar as antigas barreiras e a burocracia que tanto emperra novas formas de se fazer o melhor para o cliente, proporcionará melhor vínculo com o mesmo. Focar no que realmente é importante para o ser humano e extrair disso a conversa necessária para persuadi-lo a crer que pode ser melhor, é a função principal das instituições religiosas agora. 15 REFERÊNCIAS Bittencourt, Larissa H. Z. Como calcular o tamanho de uma amostra. Disponível em:http://www.rompendobarreiras.blogspot.com.br/. Acesso em: 12/08/2014 às 14:00 CASTEGNARO. Jovens, o futuro da Igreja em fuga – Parte 1. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br. Acesso em: 20/04/2014 às 12:00 Censo Demográfico 2010: Resultados da Amostra – Religião. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br. Acesso em: 12/08/2014 às 12:00 Kotler, philip, Lee, Nancy. Marketing contra a pobreza. Disponível em: http://books.google.com.br. Acesso em 20/04/2014 às 12:30 Mariz, C. L. Comunicação, Marketing e Religião: o mercado da fé no Brasil. 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