Religião afro-brasileira no palco da ditadura:Uma análise

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ISBN 978-85-8015-076-6
Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
RELIGIÃO AFRO-BRASILEIRA NO PALCO DA DITADURA: UMA ANÁLISE DA
PEÇA SORTILÉGIO, DE ABDIAS NASCIMENTO (1979)*
Ivone Cirino de Jesus1
Resumo: Este artigo tem como objetivo relatar as atividades realizadas durante o processo de
Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, momento de suma importância
dentro do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, onde o professor articula a teoria com a
prática. Tendo como público alvo, alunos do 1º Ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Vale do
Saber, no município de Apucarana – PR, no ano de 2014. Tomamos como estudo de caso a peça
teatral Sortilégio, Abdias Nascimento (1979), promovendo a inserção da temática religião de matriz
africana no âmbito escolar, dentro da disciplina de História. Objetivando analisar a diversidade
religiosa afro-brasileira sem apologias preconceituosas, contextualizando-a no período da ditadura
militar brasileira, com a prática pedagógica. A participação por parte dos alunos foi relevante para o
desenvolvimento e sucesso do projeto.
Palavras-chave: Sortilégio. Matriz africana. Diversidade religiosa. Ditadura militar. Abdias
Nascimento
“A arte e consequentemente o teatro, fazem
parte da linguagem e da cultura próprias de
um povo e são peças essenciais para a
compreensão de sua história” (GRANERO,
2011, P. 13)
INTRODUÇÃO
O trabalho em questão é resultado da reflexão, sistematização e análise de
uma das atividades de maior relevância dentro do programa de desenvolvimento
educacional - PDE, a Implementação do Projeto Pedagógico na Escola, pois é
momento no qual ocorre a articulação entre a teoria e a prática, onde são
desenvolvidas as ações que foram projetadas ao longo do programa. Neste período
ocorre a socialização do projeto com o Grupo de Trabalho em Rede (GTR)
ocorrendo uma troca de experiências, contribuindo significamente para o
desenvolvimento e aplicabilidade do mesmo.
O trabalho foi desenvolvido no Colégio Estadual Vale do Saber, localizado
na Avenida Aviação, Jardim Monções, bairro periférico do município de Apucarana –
* Este artigo foi orientado pela professora do Departamento de História da Universidade Estadual de
Londrina (UEL), com dourado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
e mestrado em História pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e autora do livro Do teatro
militante à canção engajada: a experiência do CPC da UNE (1958-1964) (fundação Perseu Abramo,
2007).
1
Professora da Rede Estadual de Ensino do Paraná, graduada e especialista em História com a monografia Globalização e Transformações no Mundo Atual, ambos pela Fundação de Filosofia, Ciências e Letras de
Mandaguari (FAFIMAM) em 1990 e 1999, respectivamente e também aluna do PDE (2013)
PR, fundado no ano de 1996, atendendo atualmente um total de 411 alunos,
distribuídos em dois turnos: manhã e tarde, Ensino Fundamental e Médio.
Grande parte dos alunos são oriundos de famílias de baixa renda, em alguns
casos desestruturados por separação dos pais. Fatos estes que influenciam no
comportamento dos alunos que vivenciam este cotidiano familiar.
Apesar dos problemas que os envolvem, são adolescentes de fácil
comunicação e sociabilidade, inclusive com os professores.
Tendo como público alvo alunos do primeiro ano do Ensino Médio, turma
única do período matutino, uma turma com 30 alunos, faixa etária entre 14 e 17
anos.
A escolha da série, foi justamente por apresentarem pré-requisitos referente
ao conteúdo básico “ordem política brasileira - ditadura militar” (1964-1985) e
conteúdos estruturantes relação de “poder” e “cultura”, conteúdos trabalhados no
nono ano do Ensino Fundamental, sendo de suma importância para a articulação da
proposta do projeto: “Religião afro-brasileira no palco da ditadura: uma análise da
peça Sortilégio, de Abdias Nascimento (1979)”.
A escolha do tema deste projeto foi justamente por perceber a exclusão dos
conteúdos relacionados às religiões de matriz africana no cotidiano escolar e
discriminação das mesmas por parte dos alunos, discriminação que está presente
na nossa sociedade.
Inspirado na implantação da lei 10.639/03, o presente trabalho tem como
propósito
analisar
a
diversidade
religiosa
afro-brasileira
sem
apologias
preconceituosas, contextualizando-a no período da ditadura militar brasileira, com a
prática pedagógica. Promovendo a revisão de um processo de legitimação de
injustiças e discriminações referentes às religiões de matriz africana, que foram
colocadas à margem da sociedade brasileira em vários períodos da nossa história.
FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA
A questão cultural dos negros e afrodescendentes sempre estiveram ligados
a uma mentalidade folclórica no Brasil. Historicamente as religiões de matriz africana
foram colocadas à margem da sociedade, desde o Brasil colonial foram associadas
a religiões de ritos demoníacos, de atraso material e espiritual, justamente por terem
surgido de segmentos marginalizados pela sociedade como índios, caboclos e
negros.
Os povos africanos não foram responsáveis somente pelo povoamento do território
brasileiro e pela mão-de-obra escrava, eles marcaram e marcam, decisivamente, a
nossa formação social e cultural, que, ao longo desses séculos, foi preservada,
recriada, mesmo com as políticas contrárias ao sistema. É relevante frisar que essa
bagagem cultural africana, matriz mais importante da formação do povo brasileiro,
tem sido frequentemente associada, pela ideologia dominante ao folclore, como
estratégia básica para minimizar a força da presença do negro brasileiro na cultura
e formação do país. (apud ANJOS, 2007, p. 17)
Durante muito tempo os governos brasileiros não se preocuparam em criar
políticas de valorização das religiões afro-brasileiras, fortalecendo, desta maneira e
cada vez mais, a discriminação e preconceitos entre os setores da sociedade
brasileira.
O período do Estado Novo (1937-45) foi particularmente contra o
desenvolvimento dos cultos afro-brasileiros, o que pode ser afirmado pela forte
repressão policial. Por outro lado, em decorrência do enaltecimento da cultura
popular e dos valores negros, patrocinados pelas elites intelectuais e artísticas
(comprometidas com a definição de nossa identidade nacional), muitas brechas se
abriram para a continuidade das práticas religiosas afro-brasileiras. (GONÇALVES,
2005, p. 113-114)
Durante o período da ditadura militar (1964-1985), pais e mães de santo
criaram mecanismos de negociação com os poderes públicos e político-partidários
para garantir a sobrevivência e a proteção de suas casas de axé. Ao mesmo tempo
que o governo militar fazia uma política de “boa vizinhança” com as religiões de
matriz africana, operava um forte controle de organização dos terreiros. Militares
faziam parte das federações de culto, líderes religiosos dos centros de matriz
africana faziam parte do cenário político, muitos eram deputados, senadores e
outros. Para os tambores tocarem nos centros religiosos, taxas eram cobradas pelos
policiais. É sabido que essa política de “boa vizinhança”, caracterizou-se pela
manipulação, legitimando o poder dos militares. Como afirma Diana Brown:
Foi sob a ditadura militar que o registro dos centros de umbanda passou da
jurisdição policial para a civil [em cartório], que a umbanda foi reconhecida como
religião no censo oficial, e que muitos dos seus feriados religiosos foram
incorporados aos calendários públicos locais e nacionais, de caráter oficial.
(BROWN, 2005, p. 117).
Com o processo de abertura política a partir da década de 1980 e o fim do
regime militar, religiosos e políticos sociais passaram a questionar a aliança entre a
política e as religiões de matriz africana.
Hoje no nosso país existem leis, contidas no Código Penal Brasileiro que
punem pessoas que cometem crimes de intolerância religiosa.
O Estado brasileiro é laico, significa que ele não deve ter e não tem religião
oficial, mas tem o dever de garantir a liberdade religiosa. Segundo artigo 5º, inciso
VI, da Constituição: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a
proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. (BRASIL, 1988, p. 10)
A liberdade religiosa é um dos direitos fundamentais da humanidade, como
estabelece o artigo 18º, Declaração Universal dos Direitos Humanos, “toda pessoa
tem o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião”; este direito inclui a
liberdade de mudar de religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela
observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular. (DECLARAÇÃO
DOS DIREITOS HUMANOS, 2013)
Compete ao professor, trazer para o espaço escolar questionamentos
acerca da diversidade religiosa existente em nosso território nacional e também
regional. Trazer a um público cada vez mais amplo os conhecimentos, as leis e as
práticas que regulamentam a liberdade de culto, construir uma educação pautada no
respeito, para que esta aprendizagem possa ser colocada em prática na vida
cotidiana.
A partir da promulgação da lei 10.639/03, uma produção historiográfica
sobre a história da África e cultura afro-brasileira, começou a ser apresentada para
fins didáticos, possibilitando maior acesso a essas produções e contribuindo no
processo ensino-aprendizagem.
Hoje podemos encontrar artigos, dissertações e livros referentes às religiões
de matriz africana, muitas produções que abrangem esta temática, possibilitando
maior conhecimento e embasamento teórico para serem estudadas em sala de aula.
O entendimento sobre a religiosidade afro-brasileira esteve ao longo do
tempo diretamente relacionada às explicações sobre a cultura, a identidade e as
relações étnico-raciais no Brasil.
Para analisarmos a questão da religião de matriz africana a partir do estudo
de caso da peça teatral Sortilégio, Abdias Nascimento (1979), é necessário
aprofundar-se no contexto no qual esta foi produzida, surgimento do teatro negro no
Brasil, e também nas especificidades da linguagem teatral. Para Nascimento, no
Brasil, a bandeira da negritude foi empunhada pelo Teatro Experimental do Negro
(TEN) que, desde a sua fundação em 1944, vem procurando restaurar, valorizar e
exaltar a contribuição dos africanos na formação da sociedade brasileira,
desmascarando a ideologia predominante do branco. (NASCIMENTO, 1961, p. 19)
Engajados nestes propósitos, surgiu em 1944, no Rio de Janeiro, o TEN que
se propunha a resgatar no Brasil, os valores da pessoa humana e da cultura negroafricana, degradados e negados por seguimentos dominantes, predominantemente
brancos, que, desde os tempos da colônia, portava a bagagem mental de sua
formação metropolitana europeia, imbuída de conceitos pseudocientíficos sobre a
inferioridade da raça negra. (NASCIMENTO, 2004, p. 209-224)
O
TEN
nasceu
no
contexto
histórico
da
2ª
Guerra
Mundial,
consequentemente pelo processo de queda dos regimes totalitários, incluindo
também regimes autoritários como o Estado Novo junto à agitação política que
ansiava pela construção de um regime democrático, constituindo-se num divisor de
águas, pois surgiu no cerne da elite brasileira, propondo um discurso de valorização
e reformulação da cultura brasileira, oriunda da classe dos que estavam à margem
da sociedade. Buscando agir em duas frentes: de um lado promover a denúncia dos
equívocos e alienação dos estudos afro-brasileiros e de outro fazer com que o
próprio negro se conscientizasse como sujeito histórico e participativo desse
processo.
A um só tempo, o TEN alfabetizava seus primeiros elementos – recrutados
entre operários, empregados, domésticos, minorias sem profissão definida,
funcionários públicos e oferecia-lhes uma nova atitude, um critério próprio que o
habilitava também a ver, enxergar o espaço que ocupava, inclusive o grupo afrobrasileiro, no contexto nacional. (NASCIMENTO, 1968, p. 199)
Uma das preocupações do TEN era alfabetizar os seus integrantes, a
maioria eram analfabetos. As aulas eram ministradas no prédio da União Nacional
de Estudantes (UNE) e a alfabetização estava a cargo de Ironides Rodrigues,
Aguinaldo Camargo ministrava aulas de conhecimentos gerais e Abdias Nascimento
ensinava a arte da dramaturgia.
Mulheres e homens negros procuravam se inscrever nos cursos ofertados
pelo TEN, estima-se um total de seiscentas pessoas, buscavam com as aulas de
alfabetização sair da condição de excluídos, numa sociedade que marginaliza o
negro, a cultura e religião dos povos africanos e descendentes no Brasil.
A primeira peça encenada foi o Imperador Jones, de Eugene O'Neill,
dramaturgo norte americano, que permitiu após uma carta enviada ao TEN, a
encenação, Ricardo Werneck fez uma excelente tradução, o pintor Enrico Bianco foi
o responsável pelo cenário, colaborando para o sucesso absoluto da peça, de
público e de crítica (NASCIMENTO, 1968, p. 199-201)
Como parte de uma atitude militante, o TEN buscou valorizar as religiões de
matriz africana, sobre o tema da religiosidade afro-brasileira, apresentou com
sucesso em 1948, Aruanda, de Joaquim Ribeiro. Em 1949 encenou, Filhas de
Santo, de José de Moraes Pinho, onde retratava questões dos seguidores do orixá
Xangô (Senhor da Justiça), apresentando problemas dos trabalhadores grevistas
que eram perseguidos pela polícia em Pernambuco.
Neste contexto está inserido o texto Sortilégio, peça escrita e encenada por
Abdias Nascimento (1951), constrói em cena uma identidade afro-brasileira, onde o
protagonista e sua cultura são colocados no centro do universo simbólico.
No ano de 1951, a peça Sortilégio teve problemas com a censura e não
pode ser levada ao palco, fora proibida pela censura por sete anos, sendo liberada
apenas no ano de 1957.
O TEN apresentou Sortilégio no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, no dia
21 de agosto de 1957 com direção de Léo Jusi, cenário de Enrico Bianco e música
de Abigail Moura, regente da Orquestra Afro-brasileira, tendo no elenco, Abdias no
papel principal, juntamente com Léa Garcia e Helba Nogueira.
A saga do protagonista de Sortilégio teve suas origens na infância, o menino
Emanuel era perseguido pelos coleguinhas brancos que o apedrejavam, chamavamno de “tição”, que literalmente é sinônimo de carvão, mas no Brasil transformou-se
numa designação pejorativa dos descendentes de africanos.
Sortilégio denuncia a hipocrisia do mundo branco e a opressão que o negro
sofre numa sociedade que o coloca à margem.
Percebe-se que o nome do herói de Sortilégio, não tem suas raízes africana,
como muitos escravos, que foram obrigados no Brasil a se batizarem na religião
católica e receber um nome bíblico.
Esta observação pode ser notada num dos relatos contidos na peça
Sortilégio:
“- Não blasfema, meu filho, tirei seu nome da Bíblia. Emanuel quer dizer
Deus conosco. Deus está ouvindo? Com Deus não se brinca. Nunca se esqueça...
(baixinho) nunca se esqueça... nunca se esqueça..." (NASCIMENTO, 1961, p. 184186)
Sortilégio tem duas versões, a primeira versão escrita em 1951 e a segunda
em 1979. As duas versões foram traduzidas para o inglês, a primeira tradução foi
realizada por Peter Lowdes (em 1976) e a segunda por Elisa Larkin Nascimento (em
1993).
Elisa Larkin Nascimento, foi a última esposa de Abdias Nascimento, tiveram
um filho que recebeu a nome de Osíris. Atualmente, coordena o Instituto de
Pesquisas e Estudos Afro-brasileiros (IPEAFRO) localizado no Rio de Janeiro.
No ano de 1979, Abdias Nascimento escreve a segunda versão de
Sortilégio, quase trinta anos após ter escrito a primeira versão. A inspiração para
reescrevê-la ocorreu após a estada de Abdias na cidade sagrada de Ile-Ifé, na
Nigéria (1976-1977).
Em contato com a cultura e religião africana, traz a luz uma nova
personagem para a versão de Sortilégio, a ialorixá (mãe de santo) como chamamos
popularmente no Brasil, personagem central de um terreiro de Candomblé ou
Umbanda.
A religião de matriz africana é destacada, aparecem elementos como as
filhas de santo, orixás, comidas votivas e outros.
Este teatro pode ser compreendido como fábula moral. Não em sentido
pejorativo ou pequeno, mas como um texto que recria uma metáfora da situação do
negro no Brasil. Emanuel, luta, trabalha, estuda, é o ícone do positivismo cartesiano.
Emanuel é o homem ordem e o progresso. Ele rejeita seu lado Exu: Exu é
um boa-vida. Não pode ouvir doze badaladas... sem sair atrás de charuto e
cachaça... (pensativo) Imaginem... eu falando como se também acreditasse nessas
bobagens... Eu, o doutor Emanuel, negro formado... que aprendeu o catecismo... e
em criança fez até a primeira comunhão! (NASCIMENTO, 1979, p. 61). O desejo
dele é ascender socialmente, para tanto, precisa ser aceito. Torna-se advogado,
rejeita própria cultura e religião de origem (NASCIMENTO; FERNANDES, 2010)
Se fizermos uma análise histórica com relação ao teatro brasileiro,
notaremos que o mesmo não passou ileso pela censura em vários períodos de
nossa história. Muitas peças foram proibidas, teatros fechados, teatrólogos,
dramaturgos, cenógrafos, artistas, sofreram as agruras de uma censura que iniciou
no território brasileiro, no século XIX (entre 1833 e 1843).
Na Era Vargas, período do Estado Novo, foi criado o Departamento de
Imprensa e Propaganda (DIP) em 1939, órgão responsável pelo controle de toda
imprensa escrita, falada.
Somente a última Constituição elaborada em nosso país (1988) acabou com
todos os tipos de censura, reafirmando a importância da liberdade de expressão
como um dos direitos fundamentais de todo cidadão.
Podemos destacar uma passagem de intolerância com relação ao TEN, no
período da ditadura militar. A peça de teatro: Além do Rio de Agostinho Olavo
participaria de um festival em Dacar.
A dinâmica visual do espetáculo baseia-se nos cantos e danças folclóricas maracatu, candomblé - pelos pregões dos vendedores de flores, frutos e pássaros. A
fusão dos elementos trágicos plásticos e poéticos resultaria numa experiência de
negritude em termos de espetáculo dramático que o TEN, propunha-se apresentar
no Primeiro Festival Mundial das Artes Negras, realizado em Dacar em 1966.
Historiando o episódio da intolerância racial do nosso Ministério do Exterior, omitindo
o TEN de nossa delegação, escrevemos uma Carta-Aberta dirigida aos membros do
Festival, a UNESCO e ao Governo da República do Senegal. Sob as mais falsas
alegações o TEN foi excluído e além do Rio aguarda oportunidade da sua revelação
ao palco. (NASCIMENTO, 1968, p. 207)
Em 1968, período da ditadura militar no Brasil, conhecido como início dos
“anos de chumbo”, governo do presidente Arthur Costa e Silva (considerado como
sendo de “linha dura”), tomou uma medida drástica, fechou o Congresso Nacional e
editou o Ato Institucional 5 (AI5). Instrumento jurídico que suspendeu qualquer
direito democrático, permitindo abusos por parte da polícia, onde cidadãos foram
perseguidos e presos sem poderem se defender. Os direitos humanos não foram
respeitados, muitos presos políticos sofreram torturas e outros exilados, expulsos de
sua pátria mãe.
Neste momento, Abdias Nascimento, encontrava-se em Nova York, alvo de
vários inquéritos policiais, sofreu repressão e foi obrigado a exilar-se no exterior.
Tendo formação acadêmica lecionou em várias universidades, divulgando a cultura
brasileira e escritores renomados como Machado de Assis.
Após 12 anos de exílio, retornou ao Brasil e militou na política, sendo
deputado federal de 1983 a 1987 e senador de 1997 a 1999, onde lutou por políticas
públicas afirmativas, buscando consolidar a proposta do TEN (Disponível em:
http://www.ipeafro.org.br/home/br/personalidades).
O PLANO DE TRABALHO
O PDE oferta um plano de formação continuada dividida em quatro períodos,
com um cronograma de atividades que devem ser cumpridas no prazo de dois anos.
Programa este que está vinculado às Instituições de Ensino Superior (IES) do
Estado do Paraná.
Durante o ano de 2013 participamos de vários cursos como seminário
integrador, formação tecnológica (informática básica e SACIR) e treinamento
tecnológico para o Grupo de Trabalho em Rede (GTR) nos ambientes Moodle e
SACIR.
Neste período começamos a frequentar a Universidade Estadual de
Londrina (UEL). Foram ofertados encontros de área (por disciplina), seminário
temático, simpósios e atividades de inserção acadêmica.
No primeiro ano, articulado aos cursos, realizou-se a pesquisa bibliográfica
para a elaboração do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola e também a
Elaboração da Produção Didático-Pedagógica, trabalhos realizados sob a orientação
da professora Miliandre Garcia, que foi fundamental para o desenvolvimento de toda
a base teórica dos mesmos.
No ano de 2014, segundo ano do programa voltamos para a escola,
momento da Implementação do Projeto e também participamos como tutores do
GTR, socializamos o nosso projeto e trocamos experiências com professores de
vários municípios do nosso estado.
Contamos com um grupo formado por dezessete professores, altamente
qualificados e preocupados em ofertar uma educação de qualidade. Parabenizaram
pela iniciativa de propor uma temática diferenciada, significativa para a educação,
apresentaram sugestões práticas e teóricas, contribuindo para ampliar o
desenvolvimento, aplicabilidade e sucesso do projeto.
Apenas um professor não concluiu o curso, o mesmo não justificou a
desistência, após ter realizado dois módulos.
Podemos concluir pelas discussões do GTR que a proposta apresentada foi
significativa para ampliar o conhecimento de todos, e pode ser levada para o
ambiente escolar, sem maiores problemas, contribuindo para rompermos os
preconceitos existentes em relação às religiões de matriz africana.
IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
A apresentação do projeto para a equipe pedagógica e funcionários, foi o
primeiro momento da implementação do projeto de intervenção pedagógica,
destacando a importância do mesmo para a comunidade escolar. A proposta de
trabalho foi elogiada por todos, principalmente por ser uma temática inovadora e
diferenciada.
Num segundo momento o projeto foi apresentado aos alunos do primeiro
ano do Ensino Médio, público alvo, onde relatamos os objetivos propostos e a
metodologia a ser trabalhada.
Destacamos a importância da lei 10639/03 para a educação e a sua
contribuição na construção de uma sociedade pautada no respeito, igualdade e
justiça. Cada aluno recebeu uma cópia da lei.
Após a leitura, análise e reflexão, lançamos o seguinte questionamento:
a) Você acha importante a abordagem da temática história e cultura afrobrasileira, africana e indígena na prática pedagógica do cotidiano escolar?
Trinta alunos participaram desta reflexão, chegando a conclusão de que
todas as disciplinas devem contemplar temáticas relativas à lei e não apenas a
disciplina de História, como tem ocorrido normalmente.
Fizemos um levantamento de dados, para conhecermos a religião de cada
aluno. No total de trinta alunos, dezenove pertencem à religião cristã, sendo 8
evangélicos e 11 católicos.
ATIVIDADES PEDAGÓGICAS A PARTIR DA PEÇA SORTILÉGIO
1. ANALISANDO A OBRA
Escrita por Abdias Nascimento no ano de 1979, sendo a mesma classificada
como rara, comprada via internet, em um sebo do Rio de Janeiro.
Foram analisados elementos contidos no texto como: tempo, espaço, enredo
e outros. Destacamos os personagens, sendo apenas um da cor branca.
Todos os alunos receberam um roteiro sobre a cronologia da peça Sortilégio,
onde foram analisados os períodos históricos a qual a mesma esteve inserida um
aluno foi selecionado para fazer a leitura oral do roteiro.
Peça escrita e encenada por Abdias Nascimento, constrói em cena uma
identidade afro-brasileira, onde o protagonista e a cultura são colocados no centro
do universo simbólico.
No ano de 1951, a peça Sortilégio teve problemas com a censura e não
pode ser levada ao palco. Proibida durante sete anos, sendo liberada no ano de
1957.
No ano de 1961, Abdias Nascimento publicou, Antologia: Dramas para
Negros e Prólogo para Brancos, onde narra a peça Sortilégio. Em 1979, após a
estadia dele na Nigéria, escreveu a segunda versão de Sortilégio.
Durante a atividade uma aluna fez a seguinte pergunta:
Qual a diferença entre as duas versões?
A única diferença é que a versão escrita em 1979, ganhou um novo
personagem que não existia na obra de 1951. A Yyalorixá, Babalorixá ou (mãe de
santo, personagem central em um terreiro de Umbanda ou Candomblé).
Outra aluna questionou o porquê da proibição da peça de 1951.
Sortilégio fora proibida justamente porque Abdias participou no ano de 1948,
de uma comissão que lutava contra a instituição da censura no teatro, poder
exercido pela polícia, fato que levou ao exílio em 1968 (NASCIMENTO, 2013).
2. ABDIAS E O TEN
Atividade proposta: pesquisa no laboratório de informática. Após formarmos
duplas de alunos, solicitamos a pesquisa no site do IPEAFRO sobre a vida e obra de
Abdias Nascimento e a fundação do TEN. Para realizar esta atividades, utilizamos
duas aulas.
Levar ao conhecimento do aluno a importância deste grande teatrólogo,
ativista e intelectual brasileiro, foi gratificante, os mesmos adoraram conhecer a vida
deste. Na sala de aula, os alunos relataram o que mais gostaram, entre elas
destacaram a fundação do TEN, a valorização das religiões de matriz africana, bem
como a luta de Abdias Nascimento pela inserção do negro.
3. DITADURA MILITAR E CENSURA CONTRA O TEN
Esta atividade foi realizada individualmente, cada aluno respondeu as
questões propostas: Questões objetivas.
a) Qual a relação de Abdias Nascimento com o período da ditadura militar?
b) O que você entende pelo termo ditadura militar?
c) Ano de início e término deste período?
d) Quais as informações que você tem sobre este período?
e) Na sua opinião qual palavra define o termo ditadura militar?
f) Qual a relação do TEN com este período?
g) Para você o que é censura?
A respeito da pergunta “Qual a relação de Abdias com o período da ditadura
militar”, as respostas foram unânimes, isto é no ano de 1968, Abdias foi exilado,
voltando ao Brasil em 1980”. Podemos relacionar este fato à pesquisa a qual
realizamos no laboratório de informática.
Sobre a questão “O que você entende pelo termo “ditadura militar”, vinte e
um alunos responderam que era “período a qual os militares governaram o Brasil”,
seis alunos optaram pela resposta: “governo dos militares” e três “militares no
poder”.
Com relação ao item ano de início e término deste período, vinte alunos
citaram 1964 a 1985, seis alunos 1964 a 1980, três 1964 a 1979 e um deixou em
branco. Percebe-se que a maioria acertou o início, é sabido que os mesmos
estudaram o tema no nono ano, por isso apresentam pré-requisitos referente a
proposta. No entanto, o término da ditadura variou de 1979, ano da abertura, a 1985,
ano de término efetivo.
Da pergunta “Quais as informações que você tem sobre este período?”,
treze alunos responderam “período de repressão, onde as pessoas perderam a sua
liberdade”, oito “período a qual políticos e jornalistas foram presos”, cinco lembraram
como “período de violência”.
Quatro alunos como “época de violência e prisões”.
Por intermédio das respostas percebe-se que os alunos possuem uma
noção geral do período em questão. Quando definiram-no com as palavras:
violência, autoritarismo, tortura, repressão, censura, perseguição, terror, medo e
perda de liberdade.
Para a questão “Qual a relação do TEN com este período?”, a maioria
respondeu sobre o exílio de Abdias e a perseguição dos militares, censurando peças
que retratavam a dinâmica das religiões de matriz africana.
Finalizamos com a pergunta: “Para você o que é censura? Os termos mais
citados foram: “proibição”, “perda de liberdade”. Vinte e sete alunos utilizaram-se
destes termos, três não souberam responder.
Chegamos à conclusão que tais alunos sabem relacionar os conteúdos
básicos com os conteúdos estruturantes (relação de poder e cultura), principalmente
a questão da intolerância com relação ao TEN, durante a ditadura militar.
4. EXPRESSÕES PRECONCEITUOSAS CONTIDAS NA OBRA SORTILÉGIO
COM RELAÇÃO AOS CULTOS AFRO-BRASILEIROS
A religiosidade afro-brasileira é destaque na peça Sortilégio e objeto de
nosso
estudo.
O
texto
teatral
Sortilégio,
apresenta
algumas
passagens
preconceituosas com relação aos rituais e orixás da mitologia afro-brasileira, recurso
que o autor utilizou para discutir esta questão de forma crítica.
Os
alunos
leram
passagens
do
texto
que
contém
expressões
preconceituosas com relação aos cultos afro-brasileiros.
Cada dupla deveria relatar passagens da obra, onde constam relatos
preconceituosos referente às religiões afro-brasileira. Destacamos duas passagens
relevantes ao estudo:
4.1. Elementos Votivos
Jesus! O que será isto? Assombração? (aproxima-se cautelosamente do
tronco; vê o despacho; toca-o medrosamente com a ponta do pé)
Ah!... é um despacho. Até galo preto! Então é despacho para Exu.
Quanta porcaria... (observa o pegi) Isso deve ser o pegi...
(volta-se para a grande árvore)... a gameleira sagrada deles...
Neste caso o terreiro é aqui mesmo! (preocupado) Que azar! Como é que
vim parar num lugar como este? Isto aqui é perigoso...
Que imprudência! A polícia costuma dar batidas nos terreiros...
Prendem tambores sagrados... os crentes... até as mães de santo...
(NASCIMENTO, 1979, p. 57)
4.2. Atraso Cultural
É por isso que essa negrada não vai para a frente... Tantos séculos no meio
da civilização e o que adiantou? Ainda acreditando em feitiçaria... praticando
macumba... culto animista!
Evocando deuses selvagens... Deuses! Por acaso serão deuses essa coisa
que baixa nesses negros boçais? ... Deuses! A ciência já estudou esse fenômeno:
tudo não passa de histeria coletiva; de qualquer forma é um estado patológico
durante a qual esses fanáticos comem... bebem... dançam...
Dizem que até amor eles fazem no ritual! Quanta ignorância! (sorrindo)
Engraçado: eles são devotos igualmente dos santos e do demônio... Exu é o anjo
caído... o anjo rebelado dos macumbeiros... (NASCIMENTO, 1979, p. 58-59)
Concluímos que os relatos apresentados, são ideias que estão presente no
nosso cotidiano escolar e na sociedade a qual estamos inseridos.
5. ADAPTAÇÃO DO TEXTO TEATRAL PARA UMA NARRATIVA FICCIONAL
Para esta atividade, realizamos um trabalho interdisciplinar, juntamente com
a professora de português, cuja contribuição foi significativa, onde fizemos a leitura
do texto e a produção de uma narrativa ficcional a partir dos diálogos da peça
teatral. A turma foi dividida em seis grupos, cada qual composto por cinco alunos.
Demos preferência para as páginas 41-68, os trechos destacados
apresentam elementos referente às religiões de matiz africana. Através desta
adaptação podemos refletir sobre a história, cultura e principalmente a religiosidade
dos afro-descendentes, desmistificando conceitos e preconceitos introjetadas no
povo de ascendência africana. Levando os alunos a repensarem sobre os seus
conceitos.
No final da atividade, cada grupo apresentou o seu texto.
5.1 Parte de Um Texto (Produzido Por Cinco Alunos)
A peça acontece em um terreiro de macumba, em um morro próximo a
cidade do Rio de Janeiro. Encontramos objetos sagrados como a lança de Ogum
embaixo de uma gameleira, que é uma árvore sagrada para os africanos.
Diante do pegi (altar) de Exu, as filhas de santo fazem oferendas. Exu pede
que Emanuel esteja presente até a meia noite, onde o seu destino será traçado.
No despacho oferecem: azeite de dendê, farofa, marafo, charuto, galo
preto... Exu conhece os segredos da cidade sagrada de Ilé-Ifé (na Nigéria) e
conhece tudo sobre o ser humano.
Enquanto esperam o Doutor Emanuel, fazem comentários sobre as
mulheres a qual o mesmo amou: Ifigênia (negra) e Margarida (branca).
Uma filha de santo comenta:
- Dizem que Ifigênia amou Emanuel, antes de se entregar a vários homens e
virar prostituta.
Tinha horror de ser negra.
- Acreditem o nome dela é de santa; Santa Ifigênia.
Margarida, esposa de Emanuel, desde pequena tinha fixação pelo sexo
negro, foi amamentada por uma negra e até fez oferendas para Yemanjá.
No final humilhou o seu marido negro e abandonou sua ama de leite.
As filhas de santo comentam:
- Preto quando renega a Exu... esquece os orixás... desonra a Obatalá.
- Merece morrer, desaparecer para sempre.
O trabalho interdisciplinar foi muito importante. Os textos foram corrigidos
pela professora de português, que juntamente com os alunos fizeram a
reestruturação dos mesmos.
6. MÚSICA E DANÇA
A música e a dança são expressões cultural presente no nosso cotidiano.
Através desta atividade podemos trazer ao conhecimento, a música e a arte de
matriz africana (samba, pagode, axé-music e outras), bem como a valorização da
mesma.
Trazermos ao conhecimento cantores que frequentam as religiões de matriz
africana, como Martinho da Vila, Maria Bethania, e também destacarmos a
importância de Clara Nunes (uma das maiores expressões da Umbanda brasileira)
conhecida internacionalmente.
Foi entregue para cada aluno uma cópia das músicas que falam sobre os
orixás e as divindades das religiões africanas Yemanjá, Ogun, Exu e outros.
Cantamos várias vezes as músicas propostas e analisamos as letras.
Ensaiamos duas danças relacionadas aos orixás e ao sincretismo religioso
no Brasil. Esta atividade foi muito prazerosa, os alunos gostaram muito e se
divertiram.
Uma aluna ajudou a fazer as coreografias das danças.
6.1 Culminância (Apresentação de dança)
Para encerrarmos o nosso projeto apresentamos para todos os alunos do
período matutino as danças que ensaiamos.
Fizemos uma linda homenagem a Yemanjá, que é um dos orixás mais
cultuadas no Brasil, a rainha do mar, também para Ogun que no sincretismo
religioso é (São Jorge), orixá que apresenta uma força expressiva junto ao povo
brasileiro.
Mostramos que os orixás, divindades das religiões de matriz africana estão
presentes no cotidiano de muitos brasileiros e que merecem ser respeitados.
Recebemos parabéns pelo trabalho realizado e muitos professores
elogiaram pela coragem de trazer para o espaço escolar uma temática diferenciada
e que não estão familiarizados.
Esta atividade oportunizou vivenciarmos a cultura de maneira prática.
Trazermos para o espaço escolar o trabalho a qual desenvolvemos em sala de aula,
destacando a religiosidade afro-brasileira que é tão estigmatizada na nossa
sociedade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma das funções da educação é libertar o ser humano da sua completa
ignorância, construindo um caminho de libertação e consequentemente o respeito ao
próximo e às diferenças.
A escola deve e pode contribuir para a construção de uma sociedade mais
fraterna, justa e igualitária, desvinculando-se de conceitos que foram estabelecidos
por uma ideologia de dominação.
O presente artigo pretende ratificar a proposta da Lei 10639/03 para o
ensino médio, que é a inclusão da História da África no sistema escolar.
Para efetivar esta proposta, abordamos a questão da religião de matriz
africana, tão estigmatizada no contexto escolar, através da análise da peça de teatro
Sortilégio, de Abdias do Nascimento (1979), fundador do TEN, sugerindo uma
metodologia com os alunos e também recorrendo às emoções em um ato artístico,
tal como o teatro.
“O teatro pode ser um excelente instrumento na educação, incorporado por
diferentes áreas para a realização de uma educação plena. Com exercícios e
perguntas apropriadas, o professor tem condições de verificar os tópicos
pedagógicos em comum entre diferentes matérias e através do teatro, encontrar
boas motivações educacionais em projetos integradas de criação”. (GRANERO,
2011, p. 75)
REFERÊNCIAS
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negro de zumbi redivivo de Abdias do Nascimento. Brasília, 2007.
BRASIL. Ministério da Educação. Constituição Federativa do Brasil, 1988.
BROWN, Diana. Uma história da umbanda no Rio. Umbanda e Política. Rio de
Janeiro: Forense – Universitária, 1985. In: SILVA, Gonçalves da Vagner.
Candomblé e umbanda: caminhos da devoção brasileira. 2. ed. São Paulo: Selo
Negro, 2005.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS.
www.brasil.gov.br. Portal Brasil. Acesso em: 20 mar. 2013.
Disponível
em:
Disponível em: http://www.ipeafro.org.br/home/br/personalidades. Acesso em: 20
mar. 2013.
GRANERO, Vic Vieira. Como usar o teatro na sala de aula. São Paulo: Contexto,
2011.
NASCIMENTO, Abdias do. Dramas para negros e prólogo para brancos. Rio de
Janeiro: Edição do Teatro Experimental do Negro, 1961.
NASCIMENTO, Abdias do. Sortilégio II: mistério negro de zumbi redivivo. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1979.
NASCIMENTO, Abdias do. Teatro Negro do Brasil: uma experiência sócio-racial.
Revista Civilização Brasileira. 1968.
NASCIMENTO, Abdias do. Teatro experimental do negro: trajetória e reflexões.
Estudos Avançados. v. 18, n. 50. São Paulo, 2004, p. 209-224.
NASCIMENTO, Eliza Larkin. A questão de gênero na peça Sortilégio (Mistério
Negro)
de
Abdias
Nascimento.
Disponível
em:
www.ueangola.com/indez.php/criticas-e-ensaios/item/225. Acesso em: 20 abr. 2013.
NASCIMENTO, Rosangela Fonseca do; FERNANDES, Alexandre de Oliveira.
Representações da cultura negra em Sortilégio II: Abdias revive. Revista África e
Africanidades. Ano 3, n. 10, agosto 2010 – ISSN 1983- 2354. Disponível em:
www.africaeafricanidades.com.br. Acesso em: 12 abr. 2013.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. História e cultura afro-brasileira e
africana: educando para as relações étnicos raciais. Curitiba: SEED-PR., 2008.
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