O mar não está para peixe

Propaganda
ISBN 85-7800-184-4
9 788573 001846
Ceperg
Centro de Pesquisa e Gestão dos Recursos
Pesqueiros Lagunares e Estuarinos
O mar não está para peixe...
Educação Ambiental em Comunidades
Pesqueiras no Rio Grande do Sul
Ministério do
Meio Ambiente
IBAMA
M M A
O mar não está para peixe...
Educação Ambiental em Comunidades
Pesqueiras no Rio Grande do Sul
Ministério do Meio Ambiente
Marina Silva
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
Marcus Luiz Barroso Barros
Diretoria de Gestão Estratégica
Luiz Fernando Krieger Merico
Centro de Pesquisa e Gestão dos Recursos Pesqueiros Lagunares e Estuarinos
Gilmar Antônio Wasieleski Vieira
Edição
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
Diretoria de Gestão Estratégica
Centro Nacional de Informação, Tecnologias Ambientais e Editoração
Edições Ibama
SCEN Trecho 2 , Bloco B
CEP 70818-900, Brasília - DF
Telefone: (61) 316 1065
E-mail:[email protected]
Com esse propósito a Educação Ambiental do Ceperg/Ibama
vem trabalhando com comunidades pesqueiras para desenvolver a
responsabilidade no uso dos bens públicos, tendo como principal
objetivo unir os diversos atores sobre o uso adequado dos recursos
naturais, co-responsabilizando-os nas atitudes a serem tomadas,
visando à recuperação dos estoques pesqueiros e do meio ambiente.
Centro de Pesquisa e Gestão dos Recursos Pesqueiros Lagunares e Estuarinos
Rua Visconde de Paranaguá, s/n
CEP: 96200-190, Rio Grande – RS
Telefones: (53) 232 6990; 232 6285
E-mail: [email protected]
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
15
IBAMA
M M A
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS
CENTRO DE PESQUISA E GESTÃO DOS RECURSOS PESQUEIROS, LAGUNARES E ESTUARINOS
O mar não está para peixe...
As entidades de classe do setor pesqueiro necessitam
mobilizar-se, buscando a união e participação, e assim colaborar e
reivindicar maior controle e fiscalização.
5
A atuação do Ibama
O Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis é um órgão vinculado ao Ministério do Meio
Ambiente. Tem como finalidade gerenciar a questão ambiental,
responsável por formular, coordenar, executar e fazer executar a
política nacional do meio ambiente, ou seja, fiscalizar, fomentar e
controlar o uso racional dos recursos naturais renováveis.
Este órgão vem durante seus 15 anos exercendo da melhor
maneira possível suas atividades, buscando por meio da gestão dos
recursos naturais e da educação ambiental uma mudança de
comportamento e atitudes diante do meio ambiente.
14
Educação Ambiental em Comunidades
Pesqueiras no Rio Grande do Sul
Sandra Mariane da Silva Mello
Ruini Etgar Holz
Brasília
2005
Edição de texto
Vitória Rodrigues
PRODUTOR
CONSUMIDOR
PRIMÁRIO
CONSUMIDOR
SECUNDÁRIO
CONSUMIDOR
TERCIÁRIO
Revisão
Enrique Calaf Calaf
Projeto gráfico e capa
Lavoisier Salmon Neiva
Ilustrações
Lavoisier Salmon Neiva
Thelmo Ivam Magalhães dos Santos
Normalização bibliográfica
Helionídia C. de Oliveira
Apoio
Ulisses Oliveira da Silva
O que observamos é que estas medidas são pequenas em
relação ao tamanho do problema existente. Em função disso a cadeia
trófica fica comprometida, gerando desequilíbrio do ecossistema.
Portanto, é preciso administrar:
1. O excesso de pescadores e artes de pesca;
2. A degradação dos ambientes de criação e reprodução;
Catalogação na Fonte
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
M527m
Mello, Sandra Mariane da Silva.
O mar não está para peixe...: educação ambiental em
comunidades pesqueiras do Rio Grande do Sul / Sandra
Mariane da Silva, Ruini Etgar Holz. – Brasília: Ibama, 2005.
16p.: il.color.;15x21cm.
ISBN 85-7800-184-4
1. Cartilha. 2. Educação ambiental. 3. Comunidade
pesqueira. 4. Preservação ambiental. I. Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. II. Centro
de Pesquisa e Gestão dos Recursos Pesqueiros Lagunares e
Estuarinos. III. Título.
CDU (2.ed.) 37:504
3. O desrespeito de algumas grandes embarcações
industriais que pescam em áreas de criação (a menos de 3
milhas da costa).
É importante ressaltar que o poder público não dispõe, até o
momento, de recursos humanos e materiais para cobrir tão grande
extensão de áreas de pesca (oceano, mares, lagos, estuários,
banhados, etc...).
13
Apresentação
Hoje, aproximadamente 70% das indústrias pesqueiras estão
ociosas. Das 36 existentes em anos anteriores, só operam seis
empresas.
4
As medidas necessárias
Algumas medidas de recuperação estão sendo implementadas, a exemplo do período de defeso, que consiste numa parada
temporária da pesca para que as espécies possam realizar a
reprodução. Outra medida tomada refere-se ao uso de malhas de
pesca adequadas.
12
Este trabalho objetiva orientar as comunidades pesqueiras e a
população em geral sobre a situação da pesca no Estado do Rio
Grande do Sul e a importância de sua preservação para a
sustentabilidade desta atividade, do meio ambiente e das populações
que dela vivem.
A princípio a atividade pesqueira trouxe para a economia da
região muitos investimentos e, conseqüentemente, oportunidades de
trabalho nas indústrias, embarcações e modalidades de artes de
pesca que foram aí introduzidas. O peixe era abundante e imaginavase que ele era inesgotável. No entanto a realidade mostrou-se bem
diferente, o esforço de pesca exagerado gerou um colapso em todos
os segmentos do setor, ocasionando o fechamento de empresas, o
desemprego e o empobrecimento das comunidades tradicionais. Os
recursos pesqueiros sofrem exaustão e exigem medidas de proteção
urgentes. Assim, cabe à sociedade papel importante na definição de
medidas que minimizem os efeitos socioeconômicos e ambientais da
exaustão dos recursos pesqueiros.
O Centro de Pesquisa e Gestão dos Recursos Pesqueiros
Lagunares e Estuarinos do Ibama, no Rio Grande – RS vem
desenvolvendo, assim, além de estudos e pesquisas sobre a gestão e
o ordenamento da pesca no Rio Grande do Sul, projetos de educação
ambiental entre os diferentes públicos envolvidos com a atividade
pesqueira com finalidade de estimular a co-participação na
responsabilidade do uso e proteção dos bens públicos.
As atividades de educação ambiental do Ceperg são
direcionadas, sobretudo, à organização das comunidades
pesqueiras, levando ao público-alvo noções básicas, como as
apresentadas nesta cartilha, que criem alternativas de subsistência e
despertem os valores fundamentais que permitam a continuidade da
vida.
5
As comunidades pesqueiras artesanais do Estuário da Lagoa
dos Patos e do entorno das Lagoas Mirim e Mangueira têm recebido
atenção especial deste Centro, com a finalidade de desenvolver e
implementar modelos de gestão pesqueira, que além das alternativas
de subsistência e mecanismos de equilíbrio e sustentação dos
estoques, levem em conta a valorização de sua cultura e o resgate da
dignidade das famílias de pescadores.
3
A exaustão dos estoques pesqueiros
Conforme estudos científicos e o conhecimento popular, o uso
de artes de pesca predatória, muita gente pescando e muita rede
levaram os estoques à exaustão.
Agora é chegado o momento em que a sociedade deve encontrar
o melhor modelo de desenvolvimento. Isto se dará por meio de um
entendimento entre os vários setores envolvidos: Ibama, Furg, Colônia
de Pescadores, Associação de Pescadores, indústrias de pescados.
O esforço de pesca exagerado ao longo dos anos tem gerado
um colapso em todo o segmento: fechamento de empresas,
empobrecimento das comunidades tradicionais e desemprego na
região, visto que mais ou menos 150.000 pessoas são afetadas direta
ou indiretamente por essa atividade.
6
11
2
A importância da preservação
dos recursos pesqueiros
Nós, seres humanos, somos os únicos no planeta Terra,
capazes de pensar, criar e executar, desenvolvendo formas para
sobreviver nos diversos tipos de ambientes.
Mesmo assim, com todo esse potencial, não temos feito bom
uso dos ecossistemas, pois utilizamos métodos predatórios,
poluímos o ar, a água e o solo, destruímos as florestas e os animais.
Em nossa região possuímos um ambiente rico em águas, flora
e fauna, formado pelo encontro das águas doce e salgada, complexo
lagunar e estuarino, denominado Lagoa dos Patos. Este ambiente é
vital para a sustentabilidade das comunidades tradicionais e do meio
ambiente.
Através da educação há
o resgate da cidadania.
Badaró Ferrari
Do ponto de vista econômico, destaca-se a pesca do camarão,
da corvina, do bagre e da tainha, principais espécies da região.
10
1
Introdução
O Estado do Rio Grande do Sul, localizado no extremo sul do
Brasil, apresenta em sua zona costeira um cordão de lagoas,
estuários, um oceano de grande produtividade e riqueza biológica.
9
Download