1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical COMUNIDADE MICROBIANA DO SOLO, BACTÉRIAS DIAZOTRÓFICAS E FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES ASSOCIADOS AO ALGODOEIRO, EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO PATRICIA MARIA COURY DE ANDRADE VILELA CUIABÁ - MT 2006 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical COMUNIDADE MICROBIANA DO SOLO, BACTÉRIAS DIAZOTRÓFICAS E FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES ASSOCIADOS AO ALGODOEIRO, EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO PATRICIA MARIA COURY DE ANDRADE VILELA Engenheira Agrônoma Orientadora: Profa Dra MARIA DE FÁTIMA LOUREIRO Co-orientador: Pesq. Dr. ARNALDO COLOZZI FILHO Dissertação apresentada à Faculdade de Agronomia e Medicina veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso para obtenção do título de Mestre em Agricultura Tropical, área concentração em Recursos Naturais. CUIABÁ - MT 2006 de iii3 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical CERTIFICADO DE APROVAÇÃO Título: COMUNIDADE DIAZOTRÓFICAS E MICROBIANA FUNGOS DO SOLO, MICORRÍZICOS BACTÉRIAS ARBUSCULARES ASSOCIADOS AO ALGODOEIRO, EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO. Autora: Patrícia Maria Coury de Andrade Vilela Orientadora: Dra. Maria de Fátima Loureiro Co-orientador: Dr. Arnaldo Colozzi Filho Aprovada em 28 de abril de 2006. Comissão Examinadora: ___________________________ _______________________ Dra. Maria de Fátima Loureiro Dr. Arnaldo Colozzi Filho (FAMEV/UFMT) (Orientadora) (IAPAR) (Co-Orientador) ___________________________ _________________________ Dr. Jean Louis R. Belot (CIRAD/COODETEC) Dr. Joadil Gonçalves de Abreu (FAMEV/UFMT) iv4 DEDICO A Deus Aos meus pais Edson e Rosina pelo apoio e exemplo de luta Ao meu esposo Marcelo, pelo apoio e paciência nos momentos mais difíceis Aos meus irmãos Gabrielle e Edson Junior, pela paciência e ajuda imprescindível A minha sobrinha Maria Lúcia v5 AGRADECIMENTOS A Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, UFMT/FAMEV, pela oportunidade de realização do curso. Ao Instituto Agronômico do Paraná, IAPAR – Londrina, por ter cedido o laboratório para o desenvolvimento de parte do trabalho. A Professora Dra. Maria de Fátima Loureiro pela orientação e apoio. Ao Pesquisador Dr. Arnaldo Colozzi Filho, pela co-orientação do trabalho e gentil atenção. Ao Professor Dr. Joadil Gonçalves de Abreu pela colaboração nas análises estatísticas e sugestões. A todos os funcionários e estagiários do laboratório de Microbiologia do solo – IAPAR, em especial ao Osvaldo Machineski, pela colaboração e auxilio nas análises laboratoriais lá realizadas. A todos os colegas, funcionários e estagiários do laboratório de Microbiologia do solo da FAMEV/UFMT, em especial ao Edson Andrade Junior, Marcianne Quixabeira e Valéria Pires, pela colaboração e execução dos trabalhos. Ao Fundo de apoio à cultura do algodão – FACUAL, pelo financiamento dessa pesquisa. A diretoria e funcionários da Coodetec pelo apoio e incentivo, em especial a Tatiane e Arlindo. Ao pesquisador Dr Jean Louis Belot pelo apoio, incentivo, paciência e sugestões. Ao Marcos Pinheiro e Ronier Rezende pelo apoio no momento das coletas de campo. Aos professores das disciplinas cursadas pelos conhecimentos transmitidos, meus colegas de curso pela amizade e as funcionárias da secretaria pelo atendimento prestado. A todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho. vi6 SUMÁRIO Página LISTA DE FIGURAS...................................................................................... vii LISTA DE TABELAS.......................................................................................ix Resumo ..........................................................................................................1 Abstract...........................................................................................................2 1. INTRODUÇÃO............................................................................................3 2. REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................5 2.1 A cultura do algodoeiro .............................................................................5 2.2. Sistemas de cultivo ..................................................................................6 2.3. Atividade microbiana nos solos do cerrado .............................................9 2.4. Micorrizas ..............................................................................................10 2.5. Bactérias diazotróficas...........................................................................13 CAPITULO I: Micorrização do algodoeiro em diferentes sistemas de cultivos em Campo Verde - MT .................................................................................16 Resumo: .......................................................................................................17 Abstract.........................................................................................................18 3.1. INTRODUÇÃO.......................................................................................19 3.2. MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................20 3.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................24 3.4 CONCLUSÃO .........................................................................................31 CAPITULO II: Populações de bactérias e fungos e ocorrência de Azospirillum em solo sob diferentes sistemas de cultivos do algodoeiro em Campo Verde - MT ...................................................................................... 32 Resumo ........................................................................................................33 Abstract.........................................................................................................34 4.1. INTRODUÇÃO:......................................................................................35 4.2. MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................36 4.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................38 4.4. CONCLUSÃO ........................................................................................43 5. CONCLUSÕES GERAIS ..........................................................................44 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................45 APÊNDICES .................................................................................................57 vii7 LISTA DE FIGURAS Página Figura 1. Estádios fenológico do ciclo do algodoeiro e épocas das coletas das amostras, em dias. 20 Figura 2. Fungos micorrízicos arbusculares em raízes do algodoeiro cultivado em sistema plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária, em Campo Verde-MT. (Aumento de 40 vezes). 25 Figura 3. Colonização micorrízica (%) do algodoeiro, cultivado em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), em dois níveis de fertilização, no município de Campo Verde-MT. Média de duas repetições. 25 Figura 4. Esporos de fungos micorrízicos arbusculares isolados da rizosfera do algodoeiro, cultivado em sistema convencional (T1), em Campo Verde-MT. (Aumento de 40 vezes). 28 Figura 5. Densidade de esporos de fungos micorrízicos em solo cultivado com algodoeiro, em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), nas quatro épocas de coleta, na fertilização reduzida, no município de Campo Verde-MT. Média de seis repetições. Figura 6. Densidade de esporos de fungos micorrízicos em solo cultivado com algodoeiro, em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), nas quatro épocas de coleta, na fertilização padrão, no município de Campo Verde-MT. Média de seis repetições. Figura 7. População de fungos em solo cultivado com algodoeiro, em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), em dois níveis de fertilização, no município de Campo Verde-MT. Média de oito repetições. 29 30 39 8 viii Figura 8. População de bactérias em solo cultivado com algodoeiro, em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), em dois níveis de fertilização, no município de Campo Verde-MT. Média de oito repetições 40 9 ix LISTA DE TABELAS Página Tabela 1. Fertilização (Kg/ha) aplicada na base e em cobertura, no algodoeiro conduzido em sistemas convencional (T1), semidireto (T2) e plantio direto (S3), no município de Campo VerdeMT. 21 Tabela 2. Análise química de solo cultivado com algodoeiro nos sistemas de cultivo convencional (T1), semi-direto (T2) e plantio direto, com rotação bianual de culturas (S3), em diferentes níveis de fertilização, em quatro épocas, no município de Campo VerdeMT (média de seis repetições). 22 Tabela 3. Densidade de esporos de fungos micorrízicos (no./50 mL de solo) em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), nas quatro épocas de coleta, em dois níveis de fertilização, no município de Campo Verde-MT. Média de seis repetições. 27 Tabela 4. População de bactérias diazotróficas (NMPx105/g de solo) em solo cultivado com algodoeiro, em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semidireto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), em dois níveis de fertilização, no município de Campo Verde-MT. Média de seis repetições. 42 1 COMUNIDADE MICROBIANA DO SOLO, BACTÉRIAS DIAZOTRÓFICAS E FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES ASSOCIADOS AO ALGODOEIRO, EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO Resumo: Os sistemas de cultivos com seus respectivos manejos causam grandes impactos na comunidade microbiana do solo, bactérias diazotróficas e fungos micorrízicos arbusculares. Com isso, o objetivo desse trabalho foi avaliar os fungos micorrízicos arbusculares, a comunidade microbiana e bactérias diazotróficas, associados ao algodoeiro, em diferentes sistemas de cultivo e em dois níveis de fertilização. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com seis tratamentos e seis repetições, os tratamentos foram dispostos em esquema de parcelas subdivididas, sendo nas parcelas os dois níveis de fertilização (padrão e reduzida) e nas sub-parcelas os três sistemas de cultivo [monocultivo de algodoeiro em preparo convencional (T1), monocultivo de algodoeiro em plantio semi-direto, sobre palhada de milheto (T2) e algodoeiro em plantio direto, em rotação bianual, com soja seguido de sorgo consorciado com Brachiaria ruzizienses (S3)]. Avaliou-se a densidade de esporos do solo, a colonização radicular do algodoeiro, as populações de bactérias, fungos e bactérias diazotróficas. O sistema de plantio semi-direto (T2) apresentou uma tendência a ter uma maior colonização micorrízica e obteve maior população de bactérias totais, para ambas as fertilizações. O sistema de plantio direto (S3), apresentou maior densidade de esporos. De modo geral os sistemas de cultivo e a fertilização do solo atuaram sobre a simbiose micorrízica-arbuscular. Não houve efeito das fertilizações na população de fungos totais para os sistemas semi-direto (T2) e plantio direto (S3). A população de Azospirillum sp., foi influenciada pelas épocas de coleta e provavelmente pelos tratos culturais, sendo que o sistema semi-direto (T2) teve melhor efeito sobre essa população. Palavras chaves: Fungos micorrízicos, colonização radicular, Azospirillum sp, comunidade microbiana, sistemas de cultivo. 2 SOIL MICROBIAL COMMUNITY, DIAZOTROPHIC BACTERIA, AND ARBUSCULAR MYCORRHIZAL FUNGI ASSOCIATED WITH COTTON IN DIFFERENT CULTIVATION SYSTEMS Abstract: Different cultivation systems, with their corresponding management practices, have a great impact on the soil microbial community, diazotrophic bacteria, and arbuscular mycorrhizal fungi. The objective of this work was therefore to evaluate the arbuscular mycorrhizal fungi, microbial community and diazotrophic bacteria associated with cotton in different cultivation systems at two fertilization levels. A completely randomized experimental design was adopted, with six treatments and six replicates. The treatments were organized in a split-plot arrangement where the two fertilization levels (standard and reduced) were assigned to plots and three cultivation systems were assigned to sub-plots [cotton monoculture under conventional tillage (T1), cotton monoculture under semi-direct planting on millet trash (T2), and no-till cotton, in a biennial rotation, with soybean followed by sorghum intercropped with Brachiaria ruzizienses (S3)]. Evaluations included spore density in the soil, cotton root colonization, and populations of bacteria, fungi, and diazotrophic bacteria. The semi-direct planting system (T2) showed a tendency to have higher mycorrhizal colonization and obtained higher total bacterial populations, at both fertilization levels. The no-till system (S3) showed higher spore density. In general, the cultivation systems and soil fertilization acted upon the arbuscular mycorrhizal symbiosis. There was no effect of fertilization on total fungal population in the semi-direct (T2) and no-till (S3) systems. The Azospirillum sp. population was influenced by collection season and probably by management practices. The semi-direct planting system (T2) had the best effect on this population. Keywords: Mycorrhizal fungi, root colonization, Azospirillum sp, microbial community, cultivation systems. 3 1. INTRODUÇÃO O Algodão é uma das fibras vegetais cultivadas mais antigas do mundo. Sendo uma cultura de grande importância, seu principal produto é a fibra, que possui diversas aplicações na indústria (Corrêa, 1989). A semente (caroço) representa aproximadamente 65% do peso da produção e a fibra 35%. A cotonicultura já atingiu altos níveis de produtividade, mas, para sua consolidação no cenário nacional, é necessário chegar a sustentabilidade dos sistemas de produção que depende, entre outros fatores, do potencial de impacto das tecnologias sobre os agroecossistemas em seus vários aspectos sociais, ambientais e econômicos. Nos agroecossistemas só é possível manter o processo em equilíbrio dinâmico, desde que haja igualdade, estabilidade e produtividade contempladas dentro das dimensões ecológicas, econômicas e sociais. Para assegurar a viabilidade do cultivo algodoeiro, é preciso reduzir os riscos econômicos e ecológicos e aumentar a rentabilidade, principalmente mediante a redução dos custos de produção, que atingem níveis muito elevados e, portanto, tornam este cultivo arriscado. A introdução de variedades resistentes a viroses e bacteriose, e mais tolerantes a doenças foliares, contribui para o processo de redução de custos e de consolidação da cotonicultura nos cerrados. Mas existem vias complementares de redução de custos, em particular tratando da associação entre microrganismos e variedades no sistema de cultivo. Dentre os sistemas de cultivo, o plantio direto e o cultivo mínimo são os mais utilizados atualmente, porém há muitas lavouras que ainda utilizam o plantio convencional. A produtividade agrícola é determinada em parte pela disponibilidade de nitrogênio previamente fixado, seja pelo processo biológico ou pelo processo químico industrial. Os principais organismos que podem utilizar o nitrogênio gasoso atmosférico pertencem ao reino do procariotos e a reação básica parece a mesma em todos os casos: redução do nitrogênio elementar (N2) à amônia 4 (NH3), catalisada pelo complexo enzimático da nitrogenase. Esses organismos sejam em simbiose ou em vida livre, como, por exemplo, Azospirillum, que é uma bactéria fixadora associativa, demonstram grande potencial em reduzir a dependência de fertilizantes nitrogenados, reconhecidamente comprometedores da qualidade da água e do ar quando usado inadequadamente. Assim, todas as possibilidades de incremento da fixação biológica de nitrogênio na agricultura devem ser exploradas, não somente como alternativa econômica, mas, também ecológica. Fungos micorrízicos arbusculares (FMA) são microrganismos que formam associações simbiotróficas mutualistas (micorrizas arbusculares) com as raízes de vegetais. Estes fungos ocorrem normalmente na natureza (Allen, 1991) propiciando às plantas melhor eficiência na absorção de fósforo. As micorrizas contribuem para o estabelecimento e longevidade dos agrossistemas (Harley & Smith, 1983; Sieverding, 1990; Abbot & Robson, 1991). Ainda que sejam organismos de ocorrência generalizada, algumas perturbações no ecossistema que acarretem mudanças nas propriedades dos solos poderão contribuir para redução ou eliminação dos propágulos de FMA em um determinado ambiente. Entre estas perturbações, fatores como o tipo de preparo de solo e de plantio (preparo convencional), sucessão de culturas, cultivo de plantas não hospedeiras, pousio prolongado, eliminação da vegetação de cobertura, fogo, poluição, erosão, compactação, inundação, uso de fertilizantes em quantidades excessivas, uso de agrotóxicos sistêmicos (Abbott & Robson, 1991), são responsáveis pela redução do número de propágulos viáveis de FMA. Os efeitos das práticas de manejo do solo sobre a percentagem de colonização de raízes por fungos micorrízicos já foram estudados, evidenciando efeitos significativos em cultivos de milho e trigo. Este trabalho teve como objetivo avaliar a comunidade microbiana, bactérias diazotróficas e fungos micorrízicos arbusculares, associados ao algodoeiro, em diferentes sistemas de cultivo e em dois níveis de fertilização. 5 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 A cultura do algodoeiro O algodoeiro é uma dicotiledônea da família das Malváceas. O gênero Gossypium é constituído de 52 espécies distribuídas nos continentes: Ásia, África, Austrália e América, sendo que destas apenas quatro são cultivadas. O Gossypium arboreum L., cultivado na Índia é importante comercialmente e o Gossypium herbaceum L. que já teve maior importância no passado, atualmente é plantado apenas em algumas regiões secas da África e Ásia. Finalmente, cerca de 90% da produção mundial de algodão é de Gossypium hirsutum L. e 8% de Gossypium barbadense L. (Lee, 1984). A origem dos algodoeiros cultivados é de difícil determinação. Segundo Phillips (1963) e Fryxell (1965) o gênero Gossypium é muito antigo, tendo os tetraplóides, provavelmente, se originado há aproximadamente 1,5 milhão de anos. Saunders (1961) propõe que o centro de origem do gênero Gossypium seja a África Central, pois quatro dos sete grupos genômicos diplóides ocorrem neste continente. Na Índia, em 1500 a.C., o algodoeiro já era cultivado visando a fabricação de tecidos. Mil anos depois foram os chineses que iniciaram o cultivo, que só chegou a Europa no século IV a.C. Na América, o algodão já era utilizado pelos índios. Portanto, quando o Brasil foi descoberto o algodão já era cultivado. Até o final do século XVIII e início do século XIX, a cultura do algodão no Brasil era basicamente do tipo perene (Gossypium barbadense e Gossypium hirsutum raça Marie Galante), concentrando-se, principalmente, na região Nordeste. A partir de 1860 a Inglaterra introduziu a variedade herbácea (Gossypium hirsutum L. r. Latifolium, tipo upland) no Brasil com o objetivo de incentivar a produção brasileira e diminuir sua dependência com relação aos Estados Unidos. Em 1870/71, a cultura do algodão entra em decadência profunda, somente em 1880/81 ocorre à recuperação. Avançando rapidamente, em 1940, a cotonicultura brasileira viveu a fase áurea de expansão de área cultivada. O fim dos anos 80 e início dos 90 6 é marcado por uma forte crise da cotonicultura, sendo que a partir de 1999, com expansão da cotonicultura para a região Centro-Oeste, principalmente, Mato Grosso, a situação se modifica e o país volta a ter elevados ganhos de produtividade e qualidade. Em resumo, a cotonicultura no Brasil manteve sua área estável nos últimos setes anos (safras 97/98 a 02/03), em 03/04 e 04/05 houve um pequeno aumento e a previsão para a safra 05/06 é de que tenha uma redução de 32,6% da área plantada a nível nacional (CONAB, 2006). 2.2. Sistemas de cultivo Os solos mais comuns na região dos cerrados são os latossolos, correspondendo com 46% da área (UFLA, 2006). Esses solos são antigos, profundos e bem drenados, são ácidos e de baixa fertilidade com altos níveis de Fe e Al (Klink, 2006). Entretanto, apresentam uma boa estrutura física, aliada ao relevo predominantemente plano, favorecendo a agricultura mecanizada (Pivello, 2006). O algodoeiro tem-se mostrado uma cultura de larga adaptação nos solos do cerrado, no que se refere às condições edáficas, desde que sejam efetuadas as devidas correções, passando a apresentar características suficientes para atender às necessidades básicas ao seu pleno desenvolvimento (Portalbrasil, 2006). Os sistemas de cultivo nada mais são do que um conjunto de operações técnicas utilizadas de maneira idêntica na condução de uma cultura. Sendo definido pelo tipo de cultura, pela ordem de sucessão das culturas à nível de parcela assim como o itinerário técnico (Sebillotte, 1990). Dependendo das operações técnicas utilizadas podem ser classificados como: plantio direto, plantio convencional, cultivo mínimo, entre outros. A técnica que inclui em seu preparo a passagem do arado e da grade niveladora, sem cobertura passou a ser denominada plantio convencional a fim de distinguir-se do plantio direto, surgido posteriormente, que é a prática onde é dispensado o uso de cultivos mecânicos (arados, grades, entre outros) e apresenta uma boa cobertura de palha no solo (Ferraz et al., 7 2004). O outro sistema, o cultivo mínimo poderia ser um intermediário, onde se faz o uso de arado, grade e posteriormente planta-se uma cobertura para o solo. O plantio direto teve seu inicio na década de 60, com os trabalhos de Shirley H. Phillips e Harry M. Young Jr., em Kentucky-EUA (Saturnino, 2001). Todavia, o seu desenvolvimento ocorreu a partir da década de 70, com o surgimento do herbicida paraquat que veio substituir o preparo do solo no controle de plantas daninhas. A adaptação do plantio direto às condições do Mato Grosso, evidencia o fato de que a cultura algodoeira, com altíssimo nível de insumos químicos, não está sendo sustentável nas suas práticas atuais. Sabe-se que a produtividade do algodoeiro reduz, influenciada ao mesmo tempo, pelas práticas excessivas da monocultura e a volta das gradagens, sendo esta com o objetivo de destruir a soqueira, medida profilática obrigatória por lei para controle de algumas pragas e doenças (Séguy et al., 2004). Existe, atualmente, um consenso sobre a exigência de reduzir o risco econômico e custos de produção para consolidar a cotonicultura no Brasil Central, principalmente em Mato Grosso, que tem os custos mais altos do país, cerca de U$ 1.500. Um dos caminhos mais eficientes e seguros para conseguir esse objetivo passa pela adoção do sistema plantio direto (SPD), que propicia solos protegidos contra a erosão, com excelentes propriedades físicas, biologicamente sadios e muito favoráveis à cultura algodoeira, propiciando menor susceptibilidade a qualquer stress (Séguy et al., 1998 e 2003a). A definição do SPD proposta por Séguy (1998), fica simbolicamente resumida na seguinte fórmula: SPD = ABC = A (ausência de trabalho do solo) + B (biodiversidade, opondo-se a monocultura) + C (coberturas necessárias para cobrir o solo e colonizar o perfil). Os motivos da adoção do sistema de plantio direto na palha foram, além da melhoria no controle da erosão, vantagens econômicas como a redução dos custos de preparo e plantio, e o alívio do calendário operacional (Landers, 1998). Para gerar fertilidade organo-biológica e reduzir expressivamente as necessidades em herbicidas e fertilizantes, são 8 necessárias importantes biomassas integradas em SPD diversificados, que incluem plantas de coberturas e as safrinhas de grãos (Séguy et al., 2003b). Uma das condições para se implantar o sistema de plantio direto é a cobertura do solo com uma camada de palha, a fim de proporcionar um ambiente extremamente favorável às condições químicas, físicas e biológicas, contribuindo para o controle de plantas daninhas, estabilização de produção e manutenção da qualidade do solo (Heckler et al., 1998; Alvarenga et al., 2001). Plantas produtoras de grande biomassa (Eleusine coracana, sorgo ou milheto consorciado com Brachiaria ruzizienses) permitem construir uma fertilidade de origem organo-biológica, de grande importância, pois aumenta a capacidade do solo em produzir com o passar do anos (Séguy et al., 2001). O plantio direto com cobertura vegetal permanente funciona como o ecossistema florestal, em circuito fechado, sem perda marcante de nutrientes, e neutraliza eficientemente os efeitos nocivos da acidez (Al) nas culturas sensíveis, constatando mais uma vez a importância desse sistema (Séguy et al., 2004). No sistema de plantio direto os microrganismos são beneficiados pelas menores oscilações térmicas e temperaturas máximas inferiores que ocorrem nesse sistema em relação ao plantio convencional (Lal e Kharnna, 1993) refletindo positivamente nos microrganismos de importância agrícola que são termosensíveis. O teor de matéria orgânica também é maior no plantio direto nos primeiros centímetros do solo, resultando em maior disponibilidade de nutrientes para os microrganismos e maior retenção de água no solo, também importante para a microbiota (Hungria et al., 1995). Os sistemas de manejo do solo podem favorecer diversos microrganismos benéficos, entre eles os fungos micorrízicos, entretanto algumas práticas de manejo mecânico utilizado no sistema convencional podem reduzir colonização micorrízica nas raízes das plantas, destruindo a rede de hifas no solo, reduzindo o potencial de inóculo, uma vez que a 9 translocação dos assimilados da planta dentro da hifa é interrompido (Evans & Miller, 1988). 2.3. Atividade microbiana nos solos do cerrado A partir de estimativas da diversidade biológica mundial e dos Cerrados considera-se que a riqueza mínima da região dos Cerrados é da ordem de 320.000 espécies (Assad, 1996). A biomassa microbiana do solo é constituída por fungos, bactérias e actinomicetos que atuam em processos que vão desde a origem do solo, formação e manutenção da sua estrutura até a decomposição de resíduos orgânicos, ciclagem de nutrientes, biorremediação de poluentes e metais pesados (Mendes e Vivaidi, 2001). Também pode ser definida como a parte da matéria orgânica constituída pelos organismos vivos com volume menor que 5 a 10 μ m3 (Moreira e Siqueira, 2002). A atividade microbiana dos solos inclui todas as reações metabólicas celulares, suas interações e seus processos bioquímicos mediados ou conduzidos pelos organismos do solo (Matsuoka, 2001). O aumento da biomassa microbiana e sua atividade no solo têm implicações práticas importantes na agricultura. Biomassa microbiana maior implica em maior mobilização temporária de C, N e outros nutrientes e, conseqüentemente, menor perda de nutrientes do sistema solo-planta (Colozzi Filho et al., 1999). A biomassa microbiana pode contribuir significativamente para a disponibilização do nitrogênio (N) do solo para as plantas, a quantidade de N inorgânico depende da taxa de decomposição da matéria orgânica do solo pela biomassa, da imobilização, da desnitrificação e da lixiviação (Lovell & Hatch, 1998). Os diferentes sistemas de manejo do solo podem determinar profundas alterações, provocando mudanças qualitativas e quantitativas nos microrganismos e suas atividades (Balota, 1997). Isto ocorre porque o conjunto de práticas agrícolas utilizadas em cada agrossistema condiciona o 10 sistema solo-planta a uma dinâmica própria que pode influenciar a atividade biológica de maneira diferenciada. O cultivo convencional reduziu significativamente a diversidade de bactérias na cultura do trigo, por exemplo, aumentando a predominância de poucos grupos de microrganismos e reduzindo a fertilidade do solo (Balota, 1997). Em sistemas onde se proporciona maior cobertura e menor revolvimento do solo, como plantio direto (Carneiro et al., 1999; Ananyeva et al., 1999) e sistemas de cultivo mínimo e reduzido (Deng & Tabatabai, 1997; Kandeler et al., 1999), aumentos na biomassa microbiana e em sua atividade têm sido observados (Matsuoka, 2001). O efeito dos sistemas de manejo sobre a microbiota, porém, não se restringe a aspectos quantitativos, como as alterações na biomassa. Também a composição da comunidade microbiana pode ser alterada, pois os grupos microbianos podem ser afetados diferentemente pelas práticas de manejo (Vargas et al., 2004). 2.4. Micorrizas A primeira ilustração de uma micorriza foi publicada em 1840, quando Robert Hartig ilustrou raízes finas de pinus. Porém, ele não reconheceu o componente fúngico separadamente. Em 1847, S. Reissek descreveu as células do fungo associadas com orquídeas e em 1881, F. Kamienski mostrou que algumas raízes de árvores tinham uma capa de fungos que as cercavam e que os nutrientes para serem translocados pela planta necessitavam penetrar nesta capa (Paul & Clark, 1996). O termo micorriza (grego “mykes” = fungo, “rhiza” = raiz) foi proposto em 1885, pelo alemão, Albert Bernard Frank (Sylvia, 1998). Ele caracterizou o fungo formado externamente em raízes de árvores. Essa associação foi descrita como endotrófica (Paul & Clark, 1996). O termo trófica foi eliminado no final da década de 60, passando a serem designadas ectomicorrizas e endomicorrizas (Siqueira & Klauberg Filho, 2000). 11 Os FMAs estão distribuídos de forma generalizada no ambiente terrestre, desde regiões árticas até os trópicos (Brundrett, 1991), ocorrendo em quase todas as famílias de plantas, com exceção das que formam ectomicorrizas, das que possuem associações específicas e algumas famílias das monocotiledôneas e dicotiledôneas, como Brassicaceae (Silveira, 1998). Os FMAs são simbiontes obrigatórios, ou seja, necessitam da planta hospedeira para poder completar seu ciclo vital. No córtex da raiz da planta hospedeira, as hifas dos FMAs percorrem inter e intracelularmente as células corticais, formando no seu interior, estruturas arboriformes (arbúsculos) e/ou saculares (vesículas) (Powell & Bagyaraj, 1984). Silveira (1992) diz que o desenvolvimento do FMA apresenta cinco estágios: pré-infecção; infecção primária; formação de arbúsculos e/ou vesículas; desenvolvimento do fungo na raiz e na rizosfera e dispersão do fungo no solo. Estabelecida a simbiose, os fungos formadores de micorrizas, estabelecem uma série de inter-relações biotróficas. A raiz é perfurada pela hifa e a colonização instala-se apenas nas células do córtex. As hifas percorrem as células do hospedeiro e nos espaços intercelulares são formados os arbúsculos e/ou as vesículas. As espécies de FMAs que formam vesículas intra-radicais possuem células auxiliares no micélio extraradical (Silveira, 1992). As vesículas são estruturas globulares esféricas relacionadas com armazenamentos de substâncias de excreção ou reserva, como óleos, e ocorrem inter e intracelularmente às raízes como também no solo (Siqueira et al., 1986). Os arbúsculos, originados de ramificações dicotômicas de hifas, ocorrem no interior de células corticais e apresentam circunvoluções que lhes aumentam a superfície, tendo como função, as trocas nutricionais entre os organismos simbiontes (Scannerini & Bofante–Fasolo, 1983). As hifas funcionam como extensão do sistema radicular, aumentando sua capacidade em explorar maior volume de solo e aumentar a superficie de contato com o solo e os sítios de absorção de nutrientes, melhorando o 12 estado nutricional da planta através da maior absorção de nutrientes, principalmente do P, Cu e Zn, que apresentam baixa mobilidade. Dessa forma, esta simbiose é de grande interesse, principalmente, em condições tropicais, onde os solos apresentam baixos teores de fósforo disponíveis devido a sua alta capacidade de fixação (Colozzi Filho & Balota, 1994). De acordo com Allen (1992), os FMAs contribuíram para a evolução das plantas, e muitas delas, são extremamente dependentes da associação micorrízica para a sobrevivência. A dependência micorrízica pode ser definida como o grau em que a planta hospedeira é dependente à condição micorrízica para crescimento máximo em um dado nível de fertilidade do solo (Gerdemann, 1975). As plantas podem ser dependentes obrigatórias ou facultativas de FMA. As espécies micotróficas facultativas podem sobreviver e crescer sem micorriza arbuscular (MA) em um dado nível de fertilidade do solo (Sieverding, 1991). A alta dependência de MA está relacionada com o requerimento de P e à baixa capacidade da planta em absorver este nutriente quando não micorrizadas e com o tipo de sistema radicular da planta, sendo altamente dependente aquelas espécies com o sistema radicular pouco desenvolvido, como a mandioca, citros, café, soja e muitos legumes tropicais. Plantas com alta densidade de raízes e pêlos radiculares longos são menos dependentes de MA (Sieverding, 1991). Informações sobre a diversidade e a dinâmica de fungos micorrízicos em condições de campo são decorrência de estudos quantitativos determinando a colonização radicular e a densidade de esporos no solo, e qualitativas, em que a presença de diferentes fungos é determinada para gênero e/ou espécies, em termos de freqüência e abundância relativa (Siqueira & Klauberg Filho, 2000). Vários trabalhos mostram os benefícios da associação com FMAs, como em mudas de acerola, onde foi observado maior crescimento e absorção de fósforo, potássio, cobre e zinco (Oliveira & Leal, 2000); para mudas de maracujazeiro, a inoculação com FMAs proporcionou aumentos no crescimento e nos teores de nutrientes da parte aérea na fase de 13 produção de mudas (Soares & Martins, 2000). Para a soja, a micorrização favoreceu de forma significativa o crescimento, nodulação e o acúmulo de nutrientes (Minhoni et al., 1993) e as plantas de soja micorrizadas apresentaram maiores teores de fósforo e cálcio nas folhas e menores de potássio, manganês, zinco e cobre do que aqueles não micorrizadas (Siqueira et al., 1986). Siqueira et al. (1986), verificou que o algodoeiro crescendo em solos deficientes em P exibiu elevada dependência micorrízica e alto grau de micotrofismo, não apresentando especificidade em nível de colonização. Entretanto, a efetividade simbiótica foi diferenciada, confirmando a universalidade da simbiose e sua importância para o crescimento do algodoeiro em condições de deficiência de P (Davis et al., 1979; Smith et al., 1986). O uso de microrganismos com a finalidade de melhorar a disponibilidade de nutrientes às plantas é uma prática de grande importância e necessária para a agricultura. Estudos relacionados à ecologia dos FMAs são essenciais para se planejar o uso efetivo desses fungos na agricultura comercial ou conhecer sua atividade como componente do ecossistema como um todo (Fitter, 1991). 2.5. Bactérias diazotróficas Com a exceção da água, o nitrogênio é geralmente considerado o nutriente mais limitante para o crescimento de plantas no seu ambiente natural (Franco & Dobereiner, 1994). Apesar da abundância de N2 na atmosfera, somente os organismos procariontes conseguem converter ou reduzir enzimaticamente o nitrogênio da atmosfera em amônia. Estes organismos são denominados diazotróficos e o mecanismo responsável pela incorporação de N à biomassa é chamado de fixação biológica de nitrogênio (Marin et al., 1999). Evans & Burris (1992), caracterizaram as bactérias fixadoras de nitrogênio ou diazotrofos, em três grupos: diazotrofos de vida livre, diazotrofos associativos e diazotrofos simbióticos. 14 Os primeiros a serem reconhecidos foram os diazotrofos de vida livre, que fixam nitrogênio para o seu próprio uso, como é o caso de Beijerinkia fluminensis e Beijerinkia indica, isoladas da rizosfera de plantas de cana-deaçúcar crescidas em solos tropicais, sendo demonstrado o seu potencial na associação com gramíneas (Dobereiner & Ruschel, 1958; Dobereiner e Alvahydo, 1959). Já os diazotrofos simbióticos, são aqueles que estabelecem uma interação muito estreita entre o macro e microsimbionte, em alguns casos formam-se estruturas diferenciadas denominadas nódulos. Nesse grupo de microrganismos estão os gêneros Azorhizobium, Bradyrhizobium, Rhizobium, Sinorhizobium, Mesorhizobium, entre outros (Marin et al., 1999). Dentro do grupo dos diazotrofos associativos, podemos dividir em endofíticos facultativos (que podem colonizar tanto a rizosfera como o interior das raízes) e os endofíticos obrigatórios (que colonizam o interior das raízes), como proposto por Baldani et al., 1997. Entre os endofíticos obrigatórios estão: Acetobacter diazotrophicus (Cavalcante & Dobereiner, 1988), Azoarcus spp. (Reinhold-Hurek et al., 1993), Herbaspirillum seropedicae (Baldani et al., 1986), Herbaspirillum rubrisubalbicans (Baldani et al., 1996) e Burkholderia spp. (Yabuuchi et al., 1992). Para endofíticos facultativos, o grupo funcional predominante é do gênero Azospirillum, redescoberto por Dobereiner & Day (1975), isoladas a partir de raízes de Digitaria. Estudos recentes relatam Azospirillum sp., como sendo o grupo funcional mais promissor associado a gramíneas e não leguminosas, devido a sua capacidade de colonizar todo o interior da planta, localizando-se dentro de habitats protegidos do oxigênio (Baldani et al., 1997). Azospirillum spp. pode ser caracterizado como uma bactéria gram negativa, tipo bastonete, bastante móvel. São aeróbios típicos, quando supridos com fonte de nitrogênio combinado, e microaerofílicos, quando crescem dependentes da fixação de N2. Em meio sólido formam uma película delgada em forma de véu, abaixo da superfície do meio, onde a 15 concentração de O2 permite a fixação de nitrogênio para iniciar seu crescimento, movendo-se em direção a superfície (Dobereiner et al., 1995). A distribuição ecológica de Azospirillum spp. é extremamente ampla podendo ser considerada uma bactéria universal encontrada colonizando plantas crescidas em diferentes habitats (Dobereiner et al., 1976 ;Dobereiner & Pedrosa, 1987). Estirpes tem sido encontradas em associação com plantas monocotiledôneas, por exemplo: milho, arroz, cana-de-açúcar, entre outras (Dobereiner et al., 1976; Haahtela et al., 1981) e com as dicotiledôneas (Rao & Vankateswarlu, 1982). Cinco espécies de Azospirillum têm sido descritas até o momento: A. brasilense; A. lipoferum; A. amazonense; A. halopraeferens e A. irakense. Um dos principais mecanismos de desenvolvimento de plantas relacionados ao Azospirillum tem sido atribuído à sua capacidade de produzir substâncias de promoção de crescimento vegetal. Azospirillum estimula a densidade e o comprimento dos pêlos radiculares, a freqüência de raízes laterais e o aumento da superfície da raiz. Tais efeitos na morfologia e fisiologia da raiz resultam em aumento de absorção de água e nutrientes (Okon & LabanderaGonzales, 1994). Além de cana-de-açúcar, bactérias endofíticas fixadoras de nitrogênio têm sido associadas a cereais, palmeiras, gramíneas forrageiras, frutíferas e outras plantas de importância agronômica. Devido ao potencial para utilização em grande escala no campo, muito mais estudos taxonômicos, fisiológicos e genéticos necessitam ser realizados sobre a interação planta-diazotróficos endofíticos. 16 CAPITULO I: Micorrização do algodoeiro em diferentes sistemas de cultivos em Campo Verde - MT 17 MICORRIZAÇÃO DO ALGODOEIRO EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO EM CAMPO VERDE - MT Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar os fungos micorrízicos arbusculares, associados ao algodoeiro, em diferentes sistemas de cultivo e dois níveis de fertilização. O experimento foi conduzido na Fazenda Mourão, no município de Campo Verde-MT. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com seis tratamentos e seis repetições, os tratamentos foram dispostos em esquema de parcelas subdivididas, sendo nas parcelas os dois níveis de fertilização (padrão e reduzida) e nas subparcelas os três sistemas de cultivo [monocultivo de algodoeiro em preparo convencional (T1), monocultivo de algodoeiro em plantio semi-direto, sobre palhada de milheto (T2) e algodoeiro em plantio direto, em rotação bianual, com soja seguido de sorgo consorciado com Brachiaria ruzizienses (S3)]. Avaliou-se a densidade de esporos do solo e a colonização radicular do algodoeiro. Foi observado que em todas as amostras de raízes e solo ocorreram à presença de fungos micorrízicos arbusculares. O sistema de plantio semi-direto (T2) apresentou uma tendência a ter uma maior colonização micorrízica. O sistema de plantio direto (S3), apresentou maior densidade de esporos. De modo geral os sistemas de cultivo e a fertilização do solo atuaram sobre a simbiose micorrízica-arbuscular. Palavras chaves: Fungos micorrízicos, colonização radicular, esporos, densidade de esporos no solo. 18 COTTON MYCORRHIZATION IN DIFFERENT CULTIVATION SYSTEMS IN CAMPO VERDE - MT Abstract: The objective of this work was to evaluate arbuscular mycorrhizal fungi associated with cotton in different cultivation systems under two fertilization levels. The experiment was conducted at Fazenda Mourão, in the municipality of Campo Verde - MT, Brazil. A completely randomized experimental design was adopted, with six treatments and six replicates. The treatments were organized in a split-plot arrangement where the two fertilization levels (standard and reduced) were assigned to plots and three cultivation systems were assigned to sub-plots [cotton monoculture under conventional tillage (T1), cotton monoculture under semi-direct planting on millet trash (T2), and no-till cotton, in a biennial rotation, with soybean followed by sorghum intercropped with Brachiaria ruzizienses (S3)]. Spore density in the soil and cotton root colonization were evaluated. It was observed that the presence of arbuscular mycorrhizal fungi occurred in all root and soil samples. The semi-direct planting system (T2) showed a tendency to have higher mycorrhizal colonization. The no-till system (S3) showed higher spore density. In general, the cultivation systems and soil fertilization acted upon the arbuscular mycorrhizal symbiosis. Keywords: Mycorrhizal fungi, root colonization, spores, spore density in the soil. 19 3.1. INTRODUÇÃO As micorrizas arbusculares (MAs) são uma associação simbiotrófica mutualista importante entre fungos Zigomicetos da ordem Glomales e a maioria das raízes de plantas, e ocorrem nos mais variados ecossistemas. Muitos são os benefícios desta simbiose, tanto para as plantas quanto para o fungo, sejam eles nutricionais ou não (Siqueira e Klauberg Filho, 2000). O algodoeiro é facilmente micorrizado em condições de campo (Colozzi Filho et al., 1985). Quando se desenvolve em solos deficientes em fósforo, apresenta alto grau de micotrofismo e elevada dependência micorrízica (Siqueira et al., 1986). Apesar dos FMAs mostrarem-se, na maioria das vezes, benéficos às plantas, os efeitos da micorrização são resultados da interação fungo planta e que pode ser alterada por fatores que modifiquem um ou mais desses componentes (Varma & Hock, 1995). O sistema de cultivo interfere na população do FMAs, pois a desestruturação do solo pela aração e gradagem pode destruir as hifas fúngicas (Colozzi Filho et al., 1993). Os mesmos autores relatam ainda que o revolvimento do solo, provocado pela aração, pode expor os propágulos (esporos, hifas e fragmentos de raízes colonizadas) na superfície do solo, inviabilizando-os devido à ação de altas temperaturas e de predadores. Eles afirmam que o plantio direto e a rotação de culturas podem aumentar o potencial de inóculo natural desses fungos no solo. Devido a grande importância dos FMAs, poucas informações disponíveis sobre a micorrização do algodoeiro e a necessidade de se estudar alternativas que venham contribuir para a cotonicultura, o presente trabalho teve por objetivo avaliar os fungos micorrízicos arbusculares associados ao algodoeiro, em diferentes sistemas de cultivo, em dois níveis de fertilização. 20 3.2. MATERIAL E MÉTODOS Localização da área: O estudo foi realizado na área de pesquisa da COODETEC/CIRAD, Fazenda Mourão, no município de Campo Verde – MT (15o28’73’’S; 54o54’30’’W e 680 m sobre o nível do mar), situada às margens da BR 070, em uma área de 15 ha cultivada com algodoeiro em diferentes sistemas de cultivo e dois níveis de fertilização, implantados há quatro anos. Coletas de amostras no campo: As amostras de solo rizosférico foram coletadas em quatro épocas e a das raízes iniciou a partir da segunda época (22/12/04, 05/03/05, 07/05/05 e 18/06/05), que coincidiram com estádios do ciclo fenológico do algodoeiro (Figura 1). Dias após a germinação FIGURA 1. Estádios fenológico do ciclo do algodoeiro e épocas das coletas das amostras, em dias. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado com seis tratamentos e seis repetições. Os tratamentos foram dispostos em esquema de parcelas subdivididas, sendo nas parcelas os dois níveis de fertilização (padrão e reduzida – Tabela 1) e nas sub-parcelas os três sistemas de cultivo [monocultivo algodoeiro em preparo convencional (T1), monocultivo algodoeiro em plantio semi-direto, sobre palhada de milheto (T2); e algodoeiro em plantio direto, em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com Brachiaria ruzizienses (S3)]. O tamanho de cada sub-parcela foi de 3.600m2 (36x100m). 21 TABELA 1. Fertilização (Kg/ha) aplicada na base e em cobertura, no algodoeiro conduzido em sistemas convencional (T1), semi-direto (T2) e plantio direto (S3), no município de Campo Verde-MT. Tipo N P2O5 K2O Boro Padrão 130 146 180 2 Reduzida 65 73 90 1 O plantio do algodoeiro foi realizado no dia 03/12/2004, nos três sistemas descritos acima, sendo que no T2 e S3 foram sobre palhada de milheto e braquiária, respectivamente. O espaçamento foi de 0,90m, com densidade de 10 a 12 plantas/metro. Os tratos culturais realizados durante toda a safra encontram-se no apêndice 1. Em cada repetição (dentro de cada sub-parcela) foi aberta uma trincheira onde foi coletada uma amostra de solo na profundidade de 020cm, que permaneceram marcadas durante todas as coletas, perfazendo um total de 36 amostras (3 sistemas x 2 níveis de fertilização x 6 repetições). As amostras de raízes foram retiradas de três plantas coletadas nas sub-parcelas que compuseram uma amostra. Essas plantas foram selecionadas ao acaso. A retirada de amostras das raízes iniciaram a partir da coleta 2. Após a coleta, as amostras de solo e raiz foram embaladas em sacos plásticos previamente identificados e acondicionadas em caixas de isopor e transportadas, para o Laboratório de Microbiologia de Solo da FAMEV/UFMT, no prazo máximo de 24 horas. No laboratório, uma parte dessas amostras foram separadas e enviadas para a análise química do solo (Tabela 2) e outra parte foi retirada para a determinação de umidade (apêndice 2), sendo que no restante do solo procedeu-se as análises microbiológicas. 22 TABELA 2. Análise química de solo cultivado com algodoeiro nos sistemas de cultivo convencional (T1), semi-direto (T2) e plantio direto com rotação bianual de culturas (S3), em diferentes níveis de fertilização, em quatro épocas, no município de Campo Verde-MT (média de seis repetições). Níveis Sistemas de Fertilização T1 Padrão T2 S3 T1 Reduzida T2 S3 pH MO P K pH MO P K pH MO P K pH MO P K CaCl2 g/dm3 mg/dm3 CaCl2 g/dm3 mg/dm3 CaCl2 g/dm3 mg/dm3 CaCl2 g/dm3 mg/dm3 Germinação Floração Abertura dos capulhos Colheita 5.2 19.7 20.8 62.5 5.2 21.0 17.0 116.2 5.0 22.2 14.7 110.2 5.2 26.1 23.2 108.5 5.3 19.3 16.0 61.8 5.2 21.3 19.4 126.8 5.2 24.0 19.6 125.8 5.1 25.6 24.1 94.2 5.5 20.9 7.6 85.8 5.2 24.1 14.5 158.0 5.3 26.0 10.9 136.2 5.3 23.4 21.9 123.8 5.3 21.1 8.0 69.8 5.0 21.0 6.0 47.3 5.2 26.3 10.5 70.3 5.1 25.8 9.8 62.0 5.4 26.9 10.5 81.2 5.3 25.6 8.8 141.8 5.3 29.3 9.6 90.7 5.3 27.9 11.9 86.3 5.4 28.8 9.0 85.8 5.4 29.0 7.4 143.5 5.3 30.4 8.3 141.0 5.4 28.0 7.1 135.2 23 Avaliação da colonização das raízes por FMAs: Realizou-se, primeiramente, no Laboratório de Microbiologia do Solo da FAMEV/UFMT, a separação das raízes mais finas do algodoeiro, sendo acondicionadas em frascos e enviadas ao Laboratório de Microbiologia do Solo do IAPAR em Londrina/PR, onde foi avaliada a colonização. No IAPAR, as amostras, passaram por mais uma separação, novamente as raízes mais finas. Posteriormente, essas raízes foram colocadas em placas de polietileno, imersas em becker de vidro com solução de KOH 10% para a clarificação; as raízes mais escuras foram clareadas com solução de H2O2, sendo em seguida acidificadas em HCl 1% e coloridas com ácido glicerol contendo azul de tripano (para a coloração das estruturas fúngicas internas), segundo metodologia de Koske e Gemma (1989). A porcentagem do comprimento de raízes colonizadas foi avaliada pelo método de intersecção em quadrantes descrito por Giovanetti e Mosse (1980), onde as raízes coradas foram espalhadas em uma placa de Petri com fundo quadriculado. A avaliação foi realizada com o auxílio de microscópio estereoscópico, onde foram observados a presença e ausência das estruturas fúngicas (hifas, arbúsculos e/ou vesículas) nos pontos de intersecção das raízes com as linhas quadriculadas. Avaliação da densidade de esporos de FMAs: Os esporos foram extraídos do solo pelo método do peneiramento úmido de Gerdemann e Nicolson (1963), combinado com a técnica de centrifugação em sacarose (Sieverding, 1991). Cada amostra de 50 mL de solo foi homogeneizada em 1000 mL de água, desfazendo-se os torrões com o auxílio do bastão de vidro. Esperou-se cerca de 30 segundos para a decantação das partículas de solo e suspensão dos esporos, vertendo o sobrenadante em duas peneiras com malhas de abertura de 71 e 53 mesh (processo repetido por três vezes), sendo recolhido o filtrado retido na peneira de 53 mesh. O material recolhido foi primeiramente centrifugado em água por 3 minutos a 3000 rpm, desprezando-se o sobrenadante. Foi adicionada uma 24 solução de água e sacarose a 50% e após agitação com o bastão de vidro, a amostra foi novamente centrifugada por 2 minutos a 2000 rpm. Sendo o sobrenadante recolhido em peneira de 53 mesh, lavado em água corrente, seguido de lavagem com água destilada e por fim, colocado em uma placa de Petri, onde procedeu-se a contagem de esporos utilizando o microscópio estereoscópico (aumento de 10 a 40 x). Análise dos dados: Os dados de colonização de raízes foram submetidos à estatística descritiva (medidas de posição e dispersão). Os dados de densidade de esporos de FMAs foram submetidos a análise de variância (apêndice 3) e teste de médias, conforme metodologia descrita em Banzatto & Kronka (1992), utilizando o software SAEG (Ribeiro Junior, 2001). 3.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Em todas as amostras de solo e raízes analisadas foram encontradas estruturas de FMAs. A colonização das raízes por FMAs (Figura 2) pode ser considerada inferior (Tabela 3), quando comparada com as relatadas em outros trabalhos com algodão - 48,8% (Siqueira et al., 1986), mandioca - 47,9% (Balota et al., 1999) e com milho - 44% e soja - 38%, após bracquiária (Cordeiro et al., 2005). 25 FIGURA 2. Fungos micorrízicos arbusculares em raízes do algodoeiro cultivado em sistema plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária, em Campo Verde-MT. (Aumento de 40 vezes). Não houve grande variabilidade na colonização micorrízica entre os sistemas de cultivo (figura 3). Porém, há uma tendência de que a fertilização reduzida tenha influenciado na colonização. Constatando que a colonização micorrízica pode ser afetada por inúmeros fatores como manejo do solo, densidade de raízes, idade da planta, a espécie vegetal, entre outros, corroboram com isso Afek et al. (1990). 35 30 25 20 15 10 5 0 T1 T2 Fertilização padrão S3 T1 T2 S3 Fertilização reduzida FIGURA 3. Colonização micorrízica (%) do algodoeiro cultivado em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), em dois 26 níveis de fertilização, no município de Campo Verde-MT. Média de duas repetições. Primeiramente, há que considerar certas particularidades metodológicas, que nessa situação usou-se o perfil de 0-20cm para as coletas das amostras, independente dos sistemas de cultivo, o que pode ter influenciado em alguns dados observados. Pois se sabe que há diferenças entre o sistema radicular do algodoeiro em função do sistema de cultivo e também quanto à ocorrência do microrganismo do solo ao longo do perfil. Corroboram resultados obtidos por Carneiro et al. (2004), onde constataram que na profundidade de 0-5cm a diferença significativa entre o sistema de plantio direto e plantio convencional, para a população microbiana do solo. No plantio, os esporos estavam presentes em todas as amostras analisadas. Na fertilização reduzida o sistema S3 apresentou maior densidade de esporos 66,57/ 50mL de solo. Já na fertilização padrão, não houve diferença entre a densidade de esporos de FMAs nos três sistemas avaliados (tabela 3). Na floração, o sistema S3 na fertilização reduzida apresentou maior número de esporos quando comparado aos demais sistemas (T1 e T2) (tabela 3). Na abertura dos capulhos, em todos os sistemas (T1, T2 e S3) na fertilização padrão houve maior densidade de esporos, quando comparado com a fertilização reduzida (tabela 3). Na colheita, a maior densidade de esporos foi observada na fertilização padrão quando comparada com a fertilização reduzida, para os sistemas T1 e S3. Já para o T2 não houve diferenças significativas entre as fertilizações padrão e reduzida (tabela 3). TABELA 3. Densidade de esporos de fungos micorrízicos (no./50 mL de solo) em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), nas quatro épocas de coleta, em dois níveis de fertilização, no município de Campo Verde-MT. Média de seis repetições1. Germinação Sistemas Fertilizações Padrão Reduzida T1 12,91 Aa 11,74 Ab T2 7,12 Aa 9,11) Ab S3 11,96 Ba 66,57) Aa Floração Fertilizações Padrão Reduzida 6,51 Aa 3,93 Ab 5,50 Aa 5,10 Ab 7,70 Ba 15,40 Aa Abertura dos capulhos Fertilizações Padrão Reduzida 31,38 Aa 14,76 Ba 53,32 Aa 7,94 Ba 43,89 Aa 8,49 Ba Colheita Fertilizações Padrão Reduzida 53,76 Aa 24,50 Ba 44,43 Aa 29,69 Aa 41,64 Aa 10,69 Bb 46,47 A 20,81 B Médias 37,69 a 36,70 a 23,70 a Médias seguidas de mesma letra maiúscula na horizontal, minúscula na vertical, dentro de cada época, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (P<0,05). 1 Os dados utilizados para a análise de variância foram transformados em √x+1. 27 28 Pode-se verificar a diversidade de esporos encontrados nas amostras de solo, onde cada forma, tamanho e coloração indicam uma espécie diferente (figura 4). Porém, não foi realizada a identificação das espécies, sendo difícil concluir que uma maior densidade de esporos significa uma melhor eficiência. Estudos realizados por Howeler et al. (1987) salientam que nem todas as espécies associadas naturalmente a cultura são eficientes, pois há espécies de fungos micorrízicos que apresentam efeito diferenciado nas plantas hospedeiras. FIGURA 4. Esporos de fungos micorrízicos arbusculares isolados da rizosfera do algodoeiro, cultivado em sistema plantio convencional (T1), em Campo Verde-MT. (Aumento de 40 vezes). Apesar de maior densidade de esporos no solo indicar condição desfavorável aos FMAs, sendo o revolvimento do solo um dos fatores principais e a tendência no plantio convencional haver maior esporulação do que em sistemas de plantio direto, vem sendo observado em algumas situações, o inverso. Corrobora com essa afirmação os resultados de Silva (2004), onde na maioria das situações, a densidade de esporos foi mais elevada em sistema de plantio direto quando comparado ao plantio convencional, com cultivo de soja. Com os resultados da presente pesquisa, onde nas épocas de plantio e floração o sistema S3 apresentou as maiores densidades de esporos, na fertilização reduzida (figura 5), deve-se levar em consideração que no sistema S3 antes do plantio algodoeiro, era cultivado braquiária que é um hospedeiro multiplicador de FMAs, apresentando alta dependência micorrízica, o que conseqüentemente, acarretou o aumento do inóculo no 29 solo. Quando ocorreu a dessecação da braquiária, 30 dias antes do plantio do algodoeiro, e com a morte das raízes, os FMAs que são simbiotróficos obrigatórios ficaram em uma situação de ambiente desfavorável, ocasionando uma maior esporulação, mais acentuada na fertilização reduzida, pois, provavelmente nesta situação havia mais inóculo. Portanto, mesmo com o revolvimento do solo acentuado em T1 e intermediário em T2 acarretando uma situação bastante desfavorável ao FMAs, no S3 a esporulação foi maior, provavelmente, em função de haver um potencial de inóculo maior, conforme justificado acima. 70 no./50 mL de solo 60 50 S3 T1 T2 40 30 20 10 0 Plantio Floração Ab. Cap. colheita Épocas de coleta FIGURA 5. Densidade de esporos de fungos micorrízicos em solo cultivado com algodoeiro em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), nas quatro épocas de coleta, na fertilização reduzida, no município de Campo Verde-MT. Média de seis repetições. Também deve ser levado em consideração que Balota e Lopes. (1996) descreveram que em plantas cultivadas observa-se maior esporulação logo depois do desenvolvimento vegetativo, próximo a colheita e antes da senescência das plantas, o que justificaria um aumento da esporulação na abertura do capulho e colheita dos sistemas T1 e T2 na 30 fertilização reduzida (figura 5) e nos sistemas T1, T2 e S3 na fertilização padrão (figura 6). 60 no./50 mL de solo 50 40 S3 T1 T2 30 20 10 0 Plantio Floração Ab. Cap. colheita Épocas de coleta FIGURA 6. Densidade de esporos de fungos micorrízicos em solo cultivado com algodoeiro em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), nas quatro épocas de coleta, na fertilização padrão, no município de Campo Verde-MT. Média de seis repetições. Entretanto para a época do plantio, o maior número de esporos em T1, T2 e S3 seriam devido ao preparo do solo, cultivo mínimo/palhada de milheto/dessecação e braquiária/dessecação, respectivamente (figuras 5 e 6). Para Giovannetti (1985), o decréscimo da esporulação está associado ao início da estação da seca, quando o crescimento radicular diminui ou inexiste, contrário ao resultado obtido neste trabalho, onde na abertura dos capulhos, colheita e início da estação de seca a densidade de esporos foi elevada (apêndice 4). Deve-se considerar a influência da planta hospedeira no padrão de esporulação, fato evidenciado em muitos trabalhos (Koske & Halvorson, 1981; Iqbal et al., 1981), sendo que a esporulação e a distribuição de esporos ocorre a nível qualitativo e quantitativo em função do hospedeiro 31 (Trufem & Banoni, 1985; Sieverding, 1991). E também a influência dos sistemas de cultivo, que determinam profundas alterações, provocando mudanças qualitativas e quantitativas nos microrganismos e suas atividades (Balota, 1997). Pois o conjunto de práticas agrícolas utilizadas condiciona um sistema solo-planta próprio, com atividade biológica diferenciada. 3.4 CONCLUSÃO Os sistemas de cultivo e a fertilização do solo atuam sobre a simbiose micorrízica-arbuscular. Houve uma tendência de que plantas de algodoeiro cultivadas em sistema semi-direto (T2) apresentassem uma maior colonização. A diversidade de esporos de fungos micorrízicos arbusculares no solo foi maior no tratamento com fertilização padrão. No sistema de cultivo do algodoeiro em plantio direto (S3), apresentou uma densidade de esporos de FMAs maior. 32 CAPITULO II: Populações de bactérias e fungos e ocorrência de Azospirillum em solo sob diferentes sistemas de cultivos do algodoeiro em Campo Verde - MT 33 POPULAÇÕES DE BACTÉRIAS E FUNGOS E OCORRÊNCIA DE AZOSPIRILLUM EM SOLO SOB DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO DO ALGODOEIRO EM CAMPO VERDE - MT Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar a comunidade microbiana e bactérias diazotróficas, associadas ao algodoeiro, em diferentes sistemas de cultivo, em dois níveis de fertilização. O experimento foi conduzido na Fazenda Mourão, no município de Campo Verde-MT. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com seis tratamentos e seis repetições, os tratamentos foram dispostos em esquema de parcelas subdivididas, sendo nas parcelas os dois níveis de fertilização (padrão e reduzida) e nas sub-parcelas os três sistemas de cultivo [monocultivo algodoeiro em preparo convencional (T1), monocultivo algodoeiro, em plantio semi-direto, sobre palhada de milheto (T2) e algodoeiro em plantio direto, em rotação bianual, com soja seguido de sorgo consorciado com Brachiaria ruzizienses (S3)]. Avaliou-se a população de bactérias e fungos de solo, pelo método do isolamento em meio seletivo e contagem das unidades formadoras de colônias em placas, e a população de bactérias diazotróficas pelo método do número mais provável, baseado na presença ou ausência de película formada em meio semi-sólido. Não houve efeito das fertilizações no número de fungos totais para os sistemas T2 e S3. O sistema T2 tem maior número de bactérias totais, igual ao observado para o nível de fertilização reduzida. A população de Azospirillum sp foi influenciada pelas épocas de coleta e pelos tratos culturais, sendo que o sistema T2 foi o que teve o melhor efeito sob a população de Azospirillum sp, considerando as 4 épocas de coleta. Palavras chaves: Azospirillum sp, sistemas de cultivo, fungos totais, bactérias totais. 34 BACTERIAL AND FUNGAL POPULATIONS AND OCCURRENCE OF AZOSPIRILLUM IN A SOIL UNDER DIFFERENT COTTON CULTIVATION SYSTEMS IN CAMPO VERDE - MT Abstract: The objective of this work was to evaluate the microbial community and diazotrophic bacteria associated with cotton in different cultivation systems and two fertilization levels. The experiment was conducted at Fazenda Mourão, in the municipality of Campo Verde - MT, Brazil. A completely randomized experimental design was adopted, with six treatments and six replicates. The treatments were organized in a split-plot arrangement where the two fertilization levels (standard and reduced) were assigned to plots and three cultivation systems were assigned to sub-plots [cotton monoculture under conventional tillage (T1), cotton monoculture under semi-direct planting on millet trash (T2), and no-till cotton, in a biennial rotation, with soybean followed by sorghum intercropped with Brachiaria ruzizienses (S3)]. The soil bacterial and fungal populations were evaluated by the isolation method in selective medium and the counting of colonyforming units in plates; the diazotrophic bacterium population was evaluated by the most-probable-number method, based on the presence or absence of a skin membrane formed on a semi-solid medium. There was no effect of fertilization on the total number of fungi in systems T2 and S3. System T2 showed a higher number of total bacteria, equal to the number observed at the reduced fertilization level. The Azospirillum sp population was influenced by collection season and by management practices. System T2 had the best effect under the Azospirillum sp population, considering the 4 collection seasons. Keywords: Azospirillum sp, cultivation systems, total fungi, total bacteria. 35 4.1. INTRODUÇÃO: A comunidade microbiana do solo é formada por fungos, bactérias e actinomicetos, sendo influenciada pela temperatura, umidade e aeração do solo, disponibilidade de nutrientes e substratos orgânicos. Estes fatores podem ser modificados pelos sistemas de manejo, em razão da forma como os resíduos das culturas anteriores são depositados e do grau de revolvimento do solo (Vargas & Scholles, 2000). A atividade microbiana pode ser dividida em dois tipos: geral e especifica. A geral é aquela proveniente de todos ou quase todos os microrganismos do solo, como a respiração e produção de calor, por exemplo. Já a específica é realizada por grupos específicos e/ou funcionais como os fixadores de nitrogênio e os nitrificadores, entre outros. O grupo funcional dos organismos fixadores de nitrogênio (diazotróficos) é mediado por uma parcela dos procariotos que, apesar de relativamente pequena, apresenta alta diversidade morfológica, fisiológica, genética e filogenética. Os microrganismos diazotróficos podem desempenhar importante papel na reabilitação e sustentabilidade dos ecossistemas, uma vez que incorporam N por meio da fixação biológica e produzem e liberam substâncias reguladoras do crescimento vegetal, as quais contribuem para melhorar a nutrição mineral e utilização de água pelas plantas (Bazzicalupo & Okon, 2000). Durante os últimos anos novas bactérias fixadoras de nitrogênio foram identificadas, incluindo espécies dos gêneros Azospirillum, Herbaspirillum, Acetobacter, Azoarcus e Burkholderia (Tarrand et al., 1978; Baldani et al., 1986; Gillis et al., 1991; Cavalcante & Döbereiner, 1988; Reinhold-Hurek et al., 1993; Hartmann et al., 1995), despertando um crescente interesse no isolamento de bactérias redutoras de nitrogênio no interior de plantas (Boddey, 1995; Triplett, 1996; Boddey et al., 1997; Hallmann et al., 1997). O estabelecimento associativo na rizosfera, ou endofítico em raízes ou partes aéreas, de bactérias diazotróficas com plantas da família Graminae, apesar da não existência de evidências diretas, tem sido considerado uma 36 explicação plausível para a fixação biológica de nitrogênio observada em tais plantas. Nos diferentes agroecossistemas, a fixação biológica de N2 (FBN) associada a diversas espécies de plantas é uma etapa importante no ciclo de N, visto que bactérias diazotróficas podem contribuir no suprimento de parte do N necessário às plantas (Chalk, 1991). Devido a grande importância da comunidade microbiana e das bactérias diazotróficas e a necessidade de buscar alternativas que venham contribuir para a cotonicultura, o presente trabalho teve por objetivo verificar o efeito de três tipos de sistemas de cultivo do algodoeiro na população de bactérias, fungos e bactérias diazotróficas do solo. 4.2. MATERIAL E MÉTODOS Localização da área: O estudo foi realizado na área de pesquisa da COODETEC/CIRAD, Fazenda Mourão, no município de Campo Verde – MT (15o28’73’’S; 54o54’30’’W e 680 m sobre o nível do mar), situada às margens da BR 070, em uma área de 15 ha cultivada com algodoeiro em diferentes sistemas de cultivo e dois níveis de fertilização, implantados há quatro anos. Coletas de amostras no campo: As amostras de solo rizosférico foram coletadas em quatro épocas e a das raízes iniciou a partir da segunda época (22/12/04, 05/03/05, 07/05/05 e 18/06/05), que coincidiram com estádios do ciclo fenológico do algodoeiro (Figura 1). O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado com seis tratamentos e seis repetições. Os tratamentos foram dispostos em esquema de parcelas subdivididas, sendo nas parcelas dois níveis de fertilização (padrão e reduzida – Tabela 1) e nas sub-parcelas três sistemas de cultivo [monocultivo algodoeiro em preparo convencional (T1), monocultivo algodoeiro em plantio semi-direto, sobre palhada de milheto (T2); e algodoeiro em plantio direto, em rotação bianual com soja seguida de 37 sorgo consorciado com Brachiaria ruzizienses (S3)]. O tamanho de cada sub-parcela foi de 3.600m2 (36x100m). O plantio do algodoeiro foi realizado no dia 03/12/2004, nos três sistemas descritos acima, sendo que no T2 e S3 foram sobre palhada de milheto e braquiária, respectivamente. O espaçamento foi de 0,90m, com densidade de 10 a 12 plantas/metro. Os tratos culturais realizados durante toda a safra encontram-se no apêndice 1. Em cada repetição (dentro de cada sub-parcela) foi aberta uma trincheira onde foi coletada uma amostra de solo na profundidade de 020cm, que permaneceram marcadas durante todas as coletas, perfazendo um total de 36 amostras (3 sistemas x 2 níveis de fertilização x 6 repetições). Após a coleta, as amostras de solo foram embaladas em sacos plásticos previamente identificados e acondicionadas em caixas de isopor e transportadas, para o Laboratório de Microbiologia de Solo da FAMEV/UFMT, no prazo máximo de 24 horas. No laboratório, uma parte dessas amostras foram separadas e enviadas para a análise química do solo (Tabela 2) e outra parte foi retirada para a determinação de umidade (apêndice 2), sendo que no restante do solo procedeu-se as análises microbiológicas. Avaliação da população de bactérias e fungos do solo Para a determinação da população de fungos e bactérias do solo foi utilizado o método do isolamento em meio seletivo e contagem das unidades formadoras de colônias (UFC) em placa. Após peneiramento do solo (peneira < 2 mm), foram pesados 10g de solo/amostra, e acondicionados em frascos contendo 90 mL de água destilada e esterilizada. Os frascos foram agitados durante 20 minutos a 120 rpm. Em seguida, foi realizada a diluição decimal (10-2 para fungos e 10-4 para bactérias) e posteriormente a inoculação na superfície dos meios sólidos específicos (100 μL.placa-1). Foram utilizados meios sólidos específicos, Martin para fungos e Agar nutrientes para bactérias. As placas 38 foram, então, incubadas a 30oC por 72 e 24 horas para fungos e bactérias, respectivamente. Após esse período foram feitas as contagens de unidades formadoras de colônias (UFC). Isolamento e contagem de bactérias diazotróficas Para o isolamento das bactérias diazotróficas do solo rizosférico, utilizou-se o meio de cultura NFb (Azospirillum spp.), segundo Döbereiner et al. (1995). Foram usados 10 g de solo de cada amostra, homogeneizados em 90 mL de solução salina, durante 20 minutos. Em seguida, foi realizada a diluição seriada das amostras (10-2 a 10-7). A inoculação de 0,1 mL de cada diluição foi feita no centro do meio específico, sendo inoculados três frascos para cada diluição. Os frascos de vidro já inoculados foram levados para a sala de crescimento, onde permaneceram por 72 horas. Posteriormente foi efetuada a quantificação dos diazotróficos, através do método do número mais provável (NMP), baseado na presença ou ausência da película formada no meio semi-sólido, conforme a tabela McCrady. Análise dos dados: Os dados de população de fungos e bactérias do solo (UFC.g de solo1 ) foram submetidos a estatística descritiva (medidas de posição e dispersão). Os dados de contagem de bactérias diazotróficas foram submetidos a análise de variância (apêndice 5) e teste de médias conforme metodologia descrita em Banzatto e Kronka (1992), utilizando o software SAEG (Ribeiro Junior, 2001). 4.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A população de fungos totais nos sistemas semi-direto (T2) e direto (S3) não foram afetados com a fertilização, demonstrando um certo equilíbrio desses sistemas, diferente do que ocorreu no sistema 39 convencional (T1), onde a fertilização afetou a população de fungos totais, demonstrando este ser um sistema mais agressivo (figura 7). UFC/g de solo seco 40 30 20 10 0 T1 T2 S3 T1 Fertilização padrão T2 S3 Fertilização reduzida FIGURA 7. População de fungos em solo cultivado com algodoeiro, em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), em dois níveis de fertilização, no município de Campo Verde-MT. Média de oito repetições. Na fertilização padrão, no sistema convencional (T1) há maior população de fungos totais quando comparado com os sistemas semi-direto (T2) e direto (S3), isso ocorre porque foi amostrado na profundidade de 020cm, e no sistema convencional a aração incorpora a matéria orgânica nesta profundidade, já para os demais sistemas a amostragem deveria ter sido efetuada mais superficialmente (0-5cm). Corrobora com essas informações Carneiro et al. (2004) dizendo que é na profundidade de 0-5cm que há diferença significativa entre o plantio direto e o convencional, onde o plantio direto apresenta maiores populações de fungos totais. O sistema semi-direto (T2) apresentou maior quantidade de bactérias totais, seguido do sistema convencional (T1) e direto (S3), independentemente dos níveis de fertilização. Demonstrando que as 40 bactérias totais são menos afetadas pelos níveis de fertilização; devido a pertencerem a grupo funcional diferente dos fungos (figura 8). Para as bactérias totais, foi feita uma avaliação quantitativa, porém pelas observações visuais realizadas no momento da contagem, pode-se dizer que há uma tendência de predominar nessas populações mais altas UFC x 10 2/g de solo seco somente uma determinada espécie. 80 70 60 50 40 30 20 10 0 T1 T2 S3 Fertilização padrão T1 T2 S3 Fertilização reduzida FIGURA 8. População de bactérias em solo cultivado com algodoeiro, em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), em dois níveis de fertilização, no município de Campo Verde-MT. Média de oito repetições. Tanto as populações de fungos quanto as de bactérias totais, sofrem o efeito dos sistemas de forma quantitativa e qualitativa. Corroboram com estes dados Vargas et al. (2004) que afirmam que diferentes práticas de manejo afetam os grupos microbianos tanto no aspecto quantitativo quanto na composição da comunidade microbiana. No plantio, temos uma elevada quantidade de bactérias diazotróficas no sistema T2 (249,63 x 105 g/solo) (tabela 4), isso ocorre devido ao fato do Azospirillum ser um fixador de nitrogênio de espécies não leguminosas, principalmente gramíneas. Sendo que o T2 vem precedido de uma cobertura 41 de milheto, que contribuiu para aumentar a população, também ocorreu a mesma situação no S3, porém em menor proporção já que antes da braquiária era soja, uma leguminosa que possui um fixador eficiente (Rhizobium), que inibiu um pouco a população de Azospirillum. TABELA 4. População de bactérias diazotróficas (NMPx105/g de solo) em solo cultivado com algodoeiro, em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), em dois níveis de fertilização, no município de Campo Verde-MT. Média de seis repetições1. Sistemas T1 T2 S3 Médias Germinação Fertilizações Padrão Reduzida 14,30 65.36 249,63 125.21 107,77 36.60 72,97 66.69 Médias 30.57 175.91 62.80 Floração Fertilizações Padrão Reduzida 16.78 64.72 9.58 5.99 4.81 7.77 9.12 14.44 Abertura dos capulhos Fertilizações Médias Médias Padrão Reduzida 32.79 5.99 2.86 4.14 7.54 4.85 7.39 5.99 6.11 4.76 2.86 3.67 5.15 3.94 Colheita Fertilizações Padrão Reduzida 0,59 Ba 3,54 Aa 0,54 Ba 2,24 Ab 0,77 Aa 0,85 Ac Médias seguidas de mesma letra maiúscula na horizontal, minúscula na vertical, dentro de cada época de coleta, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (P<0,05). 1 Dados utilizados para a análise de variância foram transformados em ln (x+1). 42 43 Quando comparamos as coletas, observa-se redução acentuada na população de Azospirillum do plantio para a colheita, isso pode ser devido ao fato de que a partir da floração inicia a adubação de cobertura, que contém nitrogênio, o que inibe a população de Azospirillum. Também deve ser considerada a grande quantidade de aplicações de defensivos. O comportamento dos sistemas de cultivo é diferenciado, porém há efeito dos mesmos sob os microrganismos do solo, indo de encontro com a afirmação de Balota (1997), onde os diferentes sistemas determinam profundas alterações nos microrganismos e nas suas atividades, influenciando-as de maneira diferenciada. 4.4. CONCLUSÃO Não houve interferência das fertilizações no número de fungos totais para os sistemas semi-direto (T2) e plantio direto (S3). O sistema semi-direto (T2) tem maior população de bactérias totais, mesma situação quando referimos ao nível de fertilização reduzida. A população de Azospirillum sp foi influenciada pelas épocas de coleta e pelos tratos culturais. O sistema semi-direto (T2) foi o que teve a maior a população de Azospirillum sp, considerando as 4 épocas de coleta. 4444 5. CONCLUSÕES GERAIS Avaliou-se a comunidade microbiana, bactérias diazotróficas e fungos micorrízicos arbusculares, associados ao algodoeiro, em diferentes sistemas [monocultivo algodoeiro em preparo convencional (T1), monocultivo algodoeiro em plantio semi-direto, sobre palhada de milheto (T2); e algodoeiro em plantio direto, em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com Brachiaria ruzizienses (S3)] e em dois níveis de fertilização (padrão e reduzida). Foi constatada a presença dos microrganismos de solo e raízes em todas as amostras. Houve efeito dos sistemas de cultivo e da fertilização sobre a comunidade microbiana, bactérias diazotróficas e fungos micorrízicos arbusculares, porém de forma diferenciada. O sistemas semi-direto (T2) foi o que obteve melhor resposta dos microrganismos, ou seja, as maiores populações, quando analisado todas as variáveis avaliadas. Porém o sistema plantio direto (S3) mostrou-se bem equilibrado e isso refletiu no campo por ter apresentado a maior produtividade (média de 284@/ha de algodão em caroço) quando comparado aos demais sistemas. 45 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBOTT, L. K.; ROBSON, A. D. Factores influencing the occurrence of vesicular arbuscular mycorrhizas. Agriculture, Ecossystems and Environment, v. 35, p. 125-150, 1991. AFEK, U.; RINALDELLI, J. A.; MENGE, E. L.; et al. Mycorrhizal inoculum influence colonization of cotton, onion and pepper seedlings. Soc. Hort. Sci., v.115, n.1, p. 938-942, 1990. ALLEN, M. F. The Ecology of Mycorrhizae. Cambridge Studies in Ecology. Cambridge: Cambridge University Press, 1991, 184 p. ALLEN, M. F. ed. Mycorrhizal functioning. London: Chapman Hall, 1992, 515 p. ALVARENGA, R. C.; CABEZAS, W. A. L.; CRUZ, J. C.; et al. Plantas de cobertura de solo para sistema plantio direto. In: Informe Agropecuário, v.22, n. 208, p. 25-42, 2001. ANANYEVA, N. D.; DEMKINA, T. 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Fertilização FP FP FP FR FR FR FP FP FP FR FR FP FP FP FR FR FR FP FP FP FR FR FR FP Sistema T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 Produtos Metamidofos, Saurus, Agrex Metamidofos, Saurus, Agrex Metamidofos, Saurus, Agrex Metamidofos, Saurus, Agrex Metamidofos, Saurus, Agrex Metamidofos, Saurus, Agrex Dissulfan e Saurus Dissulfan e Saurus Dissulfan, Saurus e Gallant Dissulfan, Saurus e Gallant Dissulfan, Saurus e Gallant Mentox, Marshal 400, Priori e Nimbus Mentox, Marshal 400, Priori e Nimbus Mentox, Marshal 400, Priori e Nimbus Mentox, Marshal 400, Priori e Nimbus Mentox, Marshal 400, Priori e Nimbus Mentox, Marshal 400, Priori e Nimbus Lanate, Rimon, Gallant, Miner oil e Saurus Lanate, Rimon, Gallant, Miner oil e Saurus Lanate, Rimon, Gallant, Miner oil e Saurus Lanate, Rimon, Gallant, Miner oil e Saurus Lanate, Rimon, Gallant, Miner oil e Saurus Lanate, Rimon, Gallant, Miner oil e Saurus Tuval, Saurus e Match Dose/ha 0.7, 0.125 e 0.250 0.7, 0.125 e 0.250 0.7, 0.125 e 0.250 0.7, 0.125 e 0.250 0.7, 0.125 e 0.250 0.7, 0.125 e 0.250 2.0 e 0.125 2.0 e 0.125 2.0, 0.15 e 0.40 2.0, 0.15 e 0.40 2.0, 0.15 e 0.40 1.0, 0.5, 0.2 e 0.2 1.0, 0.5, 0.2 e 0.2 1.0, 0.5, 0.2 e 0.2 1.0, 0.5, 0.2 e 0.2 1.0, 0.5, 0.2 e 0.2 1.0, 0.5, 0.2 e 0.2 1.0, 0.15, 0.4, 0.4 e 0.15 1.0, 0.15, 0.4, 0.4 e 0.15 1.0, 0.15, 0.4, 0.4 e 0.15 1.0, 0.15, 0.4, 0.4 e 0.15 1.0, 0.15, 0.4, 0.4 e 0.15 1.0, 0.15, 0.4, 0.4 e 0.15 0.1, 0.2 e 0.2 Data 29/12/04 29/12/04 29/12/04 29/12/04 29/12/04 29/12/04 14/01/05 13/01/05 14/01/05 14/01/05 14/01/05 19/01/05 19/01/05 19/01/05 19/01/05 19/01/05 19/01/05 02/02/05 02/02/05 02/02/05 02/02/05 02/02/05 02/02/05 04/02/05 58 58 FP FP FR FR FP FP FP FR FR FR FP FP FP FR FR FR FP FP FP FR FR FR FP FP FP FR FR FR FP FP T2 S3 T1 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 Tuval, Saurus e Match Tuval, Saurus e Match Saurus e Match Tuval, Saurus e Match Eminent, Rimon, Polo e Pirefos Eminent, Rimon, Polo e Pirefos Eminent, Rimon, Polo e Pirefos Eminent, Rimon, Polo e Pirefos Eminent, Rimon, Polo e Pirefos Eminent, Rimon, Polo e Pirefos Pirephos, Fury400, Miner oil, Eminent e Abamectin Pirephos, Fury400, Miner oil, Eminent e Abamectin Pirephos, Fury400, Miner oil, Eminent e Abamectin Pirephos, Fury400, Miner oil, Eminent e Abamectin Pirephos, Fury400, Miner oil, Eminent e Abamectin Pirephos, Fury400, Miner oil, Eminent e Abamectin Sulf.Manganes, Uréia, Ac. Borico, Dissulfan e Saurus Sulf.Manganes, Uréia, Ac. Borico, Dissulfan e Saurus Sulf.Manganes, Uréia, Ac. Borico, Dissulfan e Saurus Sulf.Manganes, Uréia, Ac. Borico, Dissulfan e Saurus Sulf.Manganes, Uréia, Ac. Borico, Dissulfan e Saurus Sulf.Manganes, Uréia, Ac. Borico, Dissulfan e Saurus Dissulfan, Saurus, Ureia, Mancozin Sulf. Manganes e Ac. Borico Dissulfan, Saurus, Ureia, Mancozin Sulf. Manganes e Ac. Borico Dissulfan, Saurus, Ureia, Mancozin Sulf. Manganes e Ac. Borico Dissulfan, Saurus, Ureia, Mancozin Sulf. Manganes e Ac. Borico Dissulfan, Saurus, Ureia, Mancozin Sulf. Manganes e Ac. Borico Dissulfan, Saurus, Ureia, Mancozin Sulf. Manganes e Ac. Borico Mentox, Score e Abamectin Mentox, Score, Abamectin, Miner oil e Match 0.1, 0.2 e 0.2 0.1, 0.2 e 0.2 0.2 e 0.2 0.15, 0.2 e 0.2 0.4, 0.1, 0.5 e 0.6 0.4, 0.1, 0.5 e 0.6 0.4, 0.1, 0.5 e 0.6 0.4, 0.1, 0.5 e 0.6 0.4, 0.1, 0.5 e 0.6 0.4, 0.1, 0.5 e 0.6 0.6, 0.15, 0.2, 0.5 e 0.5 0.6, 0.15, 0.2, 0.5 e 0.5 0.6, 0.15, 0.2, 0.5 e 0.5 0.6, 0.15, 0.2, 0.5 e 0.5 0.6, 0.15, 0.2, 0.5 e 0.5 0.6, 0.15, 0.2, 0.5 e 0.5 0.6, 10, 0.4, 2 e 0.15 0.6, 10, 0.4, 2 e 0.15 0.6, 10, 0.4, 2 e 0.15 0.6, 10, 0.4, 2 e 0.15 0.6, 10, 0.4, 2 e 0.15 0.6, 10, 0.4, 2 e 0.15 2, 0.2, 10, 1.5, 0.6 e 0.4 2, 0.2, 10, 1.5, 0.6 e 0.4 2, 0.2, 10, 1.5, 0.6 e 0.4 2, 0.2, 10, 1.5, 0.6 e 0.4 2, 0.2, 10, 1.5, 0.6 e 0.4 2, 0.2, 10, 1.5, 0.6 e 0.4 1, 0.5 e 0.5 1, 0.5 , 0.5, 0.5 e 0.3 04/02/05 04/02/05 07/02/05 07/02/05 11/02/05 11/02/05 11/02/05 11/02/05 11/02/05 11/02/05 16/02/05 16/02/05 16/02/05 16/02/05 16/02/05 16/02/05 19/02/05 19/02/05 19/02/05 19/02/05 19/02/05 19/02/05 23/02/05 23/02/05 23/02/05 23/02/05 23/02/05 23/02/05 3/3/2005 3/3/2005 59 59 FP FR FR FR FP FP FP FR FR FR FP FP FP FR FR FR FP FP FP FR FR FR FP FP FP FR FR FR FP FP S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 Mentox, Score, Abamectin, Miner oil e Match Mentox, Score, Abamectin, Miner oil e Match Mentox, Score, Abamectin, Miner oil e Match Mentox, Score, Abamectin, Miner oil e Match Endosulfan, Fury400, Ureia, Sulf. Manganes e Ac. Borico Endosulfan, Fury400, Ureia, Sulf. Manganes e Ac. Borico Endosulfan, Fury400, Ureia, Sulf. Manganes e Ac. Borico Endosulfan, Fury400, Ureia, Sulf. Manganes e Ac. Borico Endosulfan, Fury400, Ureia, Sulf. Manganes e Ac. Borico Endosulfan, Fury400, Ureia, Sulf. Manganes e Ac. Borico Curacron e Match Curacron e Match Curacron e Match Curacron e Match Curacron e Match Curacron e Match Polo, Fury200, Decis100 e Miner oil Polo, Fury200, Decis100 e Miner oil Polo, Fury200, Decis100 e Miner oil Polo, Fury200, Decis100 e Miner oil Polo, Fury200, Decis100 e Miner oil Polo, Fury200, Decis100 e Miner oil Buldoc, Abamectin e Miner oil Buldoc, Abamectin e Miner oil Buldoc, Abamectin e Miner oil Buldoc, Abamectin e Miner oil Buldoc, Abamectin e Miner oil Buldoc, Abamectin e Miner oil Buldoc, Mertin e Cercobin Buldoc, Mertin e Cercobin 1, 0.5 , 0.5, 0.5 e 0.3 1, 0.5 , 0.5, 0.5 e 0.3 1, 0.5 , 0.5, 0.5 e 0.3 1, 0.5 , 0.5, 0.5 e 0.3 2, 0.15, 10, 0.6 e 0.4 2, 0.15, 10, 0.6 e 0.4 2, 0.15, 10, 0.6 e 0.4 2, 0.15, 10, 0.6 e 0.4 2, 0.15, 10, 0.6 e 0.4 2, 0.15, 10, 0.6 e 0.4 1 e 0.3 1 e 0.3 1 e 0.3 1 e 0.3 1 e 0.3 1 e 0.3 0.8, 0.3, 0.1 e 0.2 0.8, 0.3, 0.1 e 0.2 0.8, 0.3, 0.1 e 0.2 0.8, 0.3, 0.1 e 0.2 0.8, 0.3, 0.1 e 0.2 0.8, 0.3, 0.1 e 0.2 0.15, 0.5 e 0.5 0.15, 0.5 e 0.5 0.15, 0.5 e 0.5 0.15, 0.5 e 0.5 0.15, 0.5 e 0.5 0.15, 0.5 e 0.5 0.15, 0.6 e 0.6 0.15, 0.6 e 0.6 3/3/2005 3/3/2005 3/3/2005 3/3/2005 10/03/05 10/03/05 10/03/05 10/03/05 10/03/05 10/03/05 24/03/05 24/03/05 24/03/05 24/03/05 24/03/05 24/03/05 31/03/05 31/03/05 31/03/05 31/03/05 31/03/05 31/03/05 05/04/05 05/04/05 05/04/05 05/04/05 05/04/05 05/04/05 07/04/05 07/04/05 60 60 FP FR FR FR FP FP FP FR FR FR FP FP FP FR FR FR FP FP FP FR FR FR FP FP FP FR FR FR FP FP S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 Buldoc, Mertin e Cercobin Buldoc, Mertin e Cercobin Buldoc, Mertin e Cercobin Buldoc, Mertin e Cercobin Decis100 Decis100 Decis100 Decis100 Decis100 Decis100 Buldoc, Abamectin e Miner oil Buldoc, Abamectin e Miner oil Buldoc, Abamectin e Miner oil Buldoc, Abamectin e Miner oil Buldoc, Abamectin e Miner oil Buldoc, Abamectin e Miner oil Fury400 e Agrex Fury400 e Agrex Fury400 e Agrex Fury400 e Agrex Fury400 e Agrex Fury400 e Agrex Buldoc, Saurus e Rimon Buldoc, Saurus e Rimon Buldoc, Saurus e Rimon Buldoc, Saurus e Rimon Buldoc, Saurus e Rimon Buldoc, Saurus e Rimon Buldoc Buldoc 0.15, 0.6 e 0.6 0.15, 0.6 e 0.6 0.15, 0.6 e 0.6 0.15, 0.6 e 0.6 0.2 0.2 0.2 0.2 0.2 0.2 0.15, 0.5 e 0.5 0.15, 0.5 e 0.5 0.15, 0.5 e 0.5 0.15, 0.5 e 0.5 0.15, 0.5 e 0.5 0.15, 0.5 e 0.5 0.15 e 0.1 0.15 e 0.1 0.15 e 0.1 0.15 e 0.1 0.15 e 0.1 0.15 e 0.1 0.2, 0.12 e 0.1 0.2, 0.12 e 0.1 0.2, 0.12 e 0.1 0.2, 0.12 e 0.1 0.2, 0.12 e 0.1 0.2, 0.12 e 0.1 0.15 0.15 07/04/05 07/04/05 07/04/05 07/04/05 15/04/05 15/04/05 15/04/05 15/04/05 15/04/05 15/04/05 19/04/05 19/04/05 19/04/05 19/04/05 19/04/05 19/04/05 27/04/05 27/04/05 27/04/05 27/04/05 27/04/05 27/04/05 03/05/05 03/05/05 03/05/05 03/05/05 03/05/05 03/05/05 16/05/05 16/05/05 61 61 FP FR FR FR FP FP FP FR FR FR S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 T1 T2 S3 Buldoc Buldoc Buldoc Buldoc Fury200, Finish e Miner oil Fury200, Finish e Miner oil Fury200, Finish e Miner oil Fury200, Finish e Miner oil Fury200, Finish e Miner oil Fury200, Finish e Miner oil 0.15 0.15 0.15 0.15 0.2. 1.5 e 1.0 0.2. 1.5 e 1.0 0.2. 1.5 e 1.0 0.2. 1.5 e 1.0 0.2. 1.5 e 1.0 0.2. 1.5 e 1.0 16/05/05 16/05/05 16/05/05 16/05/05 30/05/05 30/05/05 30/05/05 30/05/05 30/05/05 30/05/05 Fertilização Sistema Capina 1 Capina 2 Capina 3 Capina 4 Capina 5 Capina 6 FP T1 10/01/05 21/01/05 03/02/05 14/03/05 18/04/05 10/05/05 FP T2 10/01/05 20/01/05 03/02/05 14/03/05 18/04/05 10/05/05 FP S3 08/01/05 18/01/05 04/02/05 14/03/05 18/04/05 10/05/05 FR T1 08/01/05 18/01/05 04/02/05 13/03/05 19/04/05 09/05/05 FR T2 07/01/05 17/01/05 07/02/05 13/03/05 19/04/05 09/05/05 FR S3 07/01/05 17/01/05 07/02/05 13/03/05 19/04/05 09/05/05 62 63 Apêndice 2. Média da umidade do solo (%) de todas as coletas nos sistemas convencional (T1), semi-direto (T2) e plantio direto (S3). Fertilização padrão Fertilização reduzida 8.9 9.6 9.1 10.9 8.6 11.1 T1 T2 S3 Apêndice 3. Resumo da análise de variância dos dados de densidade de esporos de fungos micorrízicos (no./50 mL de solo) em diferentes coletas. Fonte de Variação Adubação (A) Resíduo a Sistemas (S) AxS Resíduo b CV (a) CV (b) GL Quadrados médios 1/ Coleta 2 Coleta 3 0,2500 94,6729** 0,4568 0,5717 4,0828** 0,4325 2,0912* 5,5917* 0,5458 1,1865 23,85 15,21 26,08 21,91 Coleta 1 23,0080* 2,3245 27,7674** 20,8283** 1,3542 36,34 27,74 1 10 2 2 20 --- Coleta 4 44,2446** 1,2419 5,8583 2,7823 1,7983 19,27 23,19 **;*: Significativo ao nível de 1 e 5% de probabilidade, pelo teste F. 1/: Dados transformados em √x+1. Apêndice 4. Dados pluviométricos da Fazenda Mourão, Campo Verde-MT, do período de agosto/2004 a julho/2005. 350 300 200 150 100 50 meses 05 07 / 05 06 / 05 05 / 05 04 / 05 03 / 05 02 / 05 01 / 04 12 / 04 11 / 04 10 / 04 09 / 04 0 08 / mm 250 64 Apêndice 5. Resumo da análise de variância dos dados de número mais provável de bactérias diazotróficas (no.x105/50 mL de solo) em diferentes coletas. Fonte de Variação Adubação (A) Resíduo a Sistemas (S) AxS Resíduo b CV (a) CV (b) GL 1 10 2 2 20 --- Coleta 1 1/ 0,0608 6,9044 9,3568 5,8771 3,8400 61,83 46,11 Quadrados médios Coleta 2 1 / Coleta 3 1/ 1,8632 0,6778 1,9832 0,8433 10,1012 0,7732 2,4720 1,1387 3,4395 1,0057 57,61 60,65 75,86 66,53 **: Significativo ao nível de 1% de probabilidade, pelo teste F. 1/: Dados transformados em ln (x+1). 2/: Dados transformados em √x+1. Coleta 4 2/ 2,1218** 0,1385 0,3606** 0,5501** 0,0581 19,27 23,19 Livros Grátis ( http://www.livrosgratis.com.br ) Milhares de Livros para Download: Baixar livros de Administração Baixar livros de Agronomia Baixar livros de Arquitetura Baixar livros de Artes Baixar livros de Astronomia Baixar livros de Biologia Geral Baixar livros de Ciência da Computação Baixar livros de Ciência da Informação Baixar livros de Ciência Política Baixar livros de Ciências da Saúde Baixar livros de Comunicação Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE Baixar livros de Defesa civil Baixar livros de Direito Baixar livros de Direitos humanos Baixar livros de Economia Baixar livros de Economia Doméstica Baixar livros de Educação Baixar livros de Educação - Trânsito Baixar livros de Educação Física Baixar livros de Engenharia Aeroespacial Baixar livros de Farmácia Baixar livros de Filosofia Baixar livros de Física Baixar livros de Geociências Baixar livros de Geografia Baixar livros de História Baixar livros de Línguas Baixar livros de Literatura Baixar livros de Literatura de Cordel Baixar livros de Literatura Infantil Baixar livros de Matemática Baixar livros de Medicina Baixar livros de Medicina Veterinária Baixar livros de Meio Ambiente Baixar livros de Meteorologia Baixar Monografias e TCC Baixar livros Multidisciplinar Baixar livros de Música Baixar livros de Psicologia Baixar livros de Química Baixar livros de Saúde Coletiva Baixar livros de Serviço Social Baixar livros de Sociologia Baixar livros de Teologia Baixar livros de Trabalho Baixar livros de Turismo