FENACAM-2013 X Simpósio Internacional de Carcinicultura / VII Simpósio Internacional de Aquicultura. Natal/RN/Brasil. 10-13/06/2013 POTENCIAL ANTIVIRAL DO EXTRATO ETANÓLICO DE Uncaria tomentosa CONTRA O VÍRUS DA MANCHA BRANCA EM Litopenaeus vannamei Guilherme dos Santos De Lucca, Paulo José Mendonça Padilha, Luiz Rodrigo Mota Vicente*, Osmar Tomazelli Jr, Jaqueline Scapinello, Fernanda Kuhn, Jacir Dal Magro, Sérgio Winckler da Costa Laboratório de Diagnóstico para Aquicultura (LADA/Epagri). Rod SC 438. Km 213, Rua Dolores Correa Goulart, S/N Bairro: São Martinho CEP 88708-801. Tubarão - SC. [email protected] O vírus da Mancha Branca (WSSV) é um patógeno extremamente virulento e contagioso, afetando a carcinicultura marinha em todo o mundo. A planta Uncaria tomentosa(Unha de gato) é utilizada na medicina tradicionale apresenta uma ampla gama de metabólitos como alcaloides, triterpenos e flavonoides responsáveis por uma extensa atividade biológica. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial antiviral do extrato etanólico de U. tomentosa em camarões desafiados com o vírus da mancha branca. O ensaio foi realizado em agosto de 2012, no Laboratório de Diagnóstico da Aquicultura da Epagri. O extrato etanólico de U. tomentosa foi preparado a partir de casca seca e triturada da planta, e mantido à -18 ºC até a execução do “screening”fitoquímico e do ensaio biológico. Cada aquário recebeu doze indivíduos de L. vannamei, com peso médio de 28,13 g. Para avaliar a atividade antiviral de U. tomentosa, forneceu-se ração comercial 35% de Proteína Bruta (PB) (seis dias antes da inoculação do WSSV) com o extrato etanólico adsorvido em diferentes concentrações para cada tratamento em triplicata em aquários de 62 L: TC –apenas com ração); T1 – desafiados com WSSV e alimentados com ração; T2 – desafiados com WSSV e alimentados com ração + extrato 1%; T3 – desafiados com WSSV e alimentados com ração + extrato 2%; T4 – desafiados com WSSV e alimentados com ração + extrato 4%. A inoculação viral foi realizada no sétimo dia do ensaio, injetando dorsalmente entre o primeiro e segundo somito abdominal, 100 µl de solução viral na diluição 10-3. Após a inoculação, os aquários foram monitorados três vezes ao dia para verificação de animais mortos. O “screening"fitoquímico do extrato etanólico confirmou a presença de terpenos/esteróis, alcaloides e cumarinas. Efetuou-se análise de variância e a comparação das médias foi feita pelo teste de Scott Knotta 5 % de probabilidade. O Tratamento T1 teve a maior taxa e no TC não houve mortalidade (Figura 1). Entre os tratamentos TC, T3 e T4 não houvediferença significativa (p>0,05). O maior número de mortes no tratamento T1 está de acordo com os resultados esperados, já que os camarões deste tratamento foram desafiados com o vírus e não receberam extrato. De acordo com os dados é possível inferir que o extrato etanólico de U. tomentosaagiu como inibidor da atividade do WSSV, onde a concentração de 2% foi considerada mais adequada.Novos ensaios para comprovação desse efeito devem ser realizados e no caso da confirmação, sugere-se o isolamento e identificação dos compostos ativos da planta para aplicação na carcinicultura. Pesquisa financiada pela FINEP/Recarcina. Figura 1 Taxa de mortalidade L. vannamei após inoculação do WWSV. Colunas seguidas por letras iguais não diferem estatisticamente pelo teste de Scott Knott,a 5% de probabilidade. 54