INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR MIGUEL DE CERVANTES

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EDUCAÇÃO
Durkheim definiu educação: “ A ação exercida pelas gerações mais antigas
sobre os que ainda não estão prontos para a vida social. Seu objetivo é despertar
e desenvolver na criança os estados físicos, intelectuais e morais exigidos dela
pela sua sociedade, de modo geral, e pelo meio ao qual está especialmente
destinada”.
A educação tem papel fundamental na socialização do individuo, que varia de
acordo com a época e o grupo social em que vive. Em sociedades mais simples a
educaçõ é dada pela família, pelos parentes e através da rotina diária da vida,
sendo que não há uma especialização de funções. Em outras sociedades um
pouco menos simples, já há a instrução formal. Temos como exemplo a educação
dos Yaghan (Terra do Fogo), que na puberdade ganham dois tutores que iram
supervisiona-lo durante meses, ensinando-os a ter autocontrole e verificando
quais são os defeitos de caráter para que possam corrigi-los.
Em sociedades
mais desenvolvidas, a instrução formal ganha maior
importância, aumenta o período de instrução e surge um grupo especializado de
professores. Temos o exemplo da educação na Índia antiga proporcionada pelos
brâmanes. Começava aos cinco anos com o apredizado do alfabeto, seguia a
cerimônia de tonsura, mais tarde a cerimônia de iniciação do discípulo que ocorria
aos oito anos para os brâmanes, aos 11 para os xátrias e aos 12 para os vaixás.
Eles davam maior ênfase à vida, ao contato pessoal entre mestre e discípulo, que
viviam juntos, predominando a educação religiosa.
Com o declínio do Império Mongol houve um estabelecimento do domínio
britânico que pretendia investir na educação. Esse domínio apoiou as escolas
tradicionais hindus, mas resolveu que o Fundo de Educaçõ seria dedicado
somente à educação inglesa, o que fez com que houvesse um grande
distanciamento entre os diversos tipos de instrução, reforçando a separação entre
classes, fazendo com que esse esforço não valesse a pena, pois só fez diferença
para as classes superiores.
A educação superior nos países ocidentais compreendia línguas e cultura
Greco-Romana, reforçando a distinção entre os educados e o resto da sociedade.
As escolas, ou eram literárias e trabalhavam o intelecto ou eram cientifficas e
visavam os aspectos utilitários. Na Inglaterra ainda há uma grande distinção entre
classes no que se refere à educação, que subdivide-se em: educação elementar
(substituídas pelas secundarias vocacionais), secundaria e publica.
Essas divisões no sistema educacional são comuns a várias sociedades,
limitando o melhor ensino a quem pode pagar. Por mais que queiramos uma
política igualitária e nos empenhemos no bem estar social, essa diferenciação irá
prevalecer por muito tempo. Nos paises comunistas em que pretende-se obter
êxito no sistema educacional, a melhoria foi rápida, mas ainda há os privilégios
educacionais e as desigualdades são notáveis. Essa diferenciação pode variar em
consequenia do grupo social em que vive, do sexo, da raça, e da religião, nas
quais muitos grupos pequenos sofrem discriminação na educação e em outros
aspectos.
A criança é preparada para viver em seu grupo social, determinado pela
posição hierárquica a que pertence. Criança de alto status tem melhores chances
na sua formação superior, pois tem uma variedade de vantagens. Caso haja
sociedades igualitáris no futuro, talvez essas dificuldades desapareçam, mas é
mais provável que ocorra sempre o aparecimento de classes privilegiadas, devido
a essa seleção educacional.
Mas Durkeim também observou que a educação prepara para a vida em geral,
passando tradições sociais, religião, moral e costumes. Por exemplo, a GrãBretanha institui que o dia escolar comece com o culto religioso, nas sociedades
comunistas da-se política marxista, na Índia prevalece a Filosofia de Gândi,
ligando sempre o presente sistema ao sistema hindu tradicional.
No âmbito geral a difusão da alfabetização teve conseqüências positivas e
negativas na maioria das sociedades. Há sempre um conflito de gerações, de
valores sociais, resultando na deliquência e indisciplina dos estudantes,
principalmente os jovens.
Daí surge a indagação sobre a eficácia da educação formal como tipo de
controle social. Nas antigas sociedades os professores estavam habilitados a
fazerem exames que testariam se os candidatos estavam aptos a ocuparem os
postos almejados. Quem obtivesse êxito era considerado um conselheiro
espiritual, professor, autoridade. Na atual sociedade, industrializada, o mestre já
não tem essa consideração, não diferencia-se por ser alfabetizado e muitas vezes
passam a ser recrutados entre camadas sociais inferiores. À eles é atribuído o
desvio das condutas morais dos jovens em relação a sociedade em que vive. Um
exemplo é a Índia que hoje tem um planejamento educacional de precedente
britânico que enfatiza o conhecimento moderno, deixando de lado a instrução
moral e religiosa.
A EDUCAÇÃO COMO TIPO DE CONTROLE SOCIAL
Segundo Helvécio “ homens nascem ignorantes, mas não estúpidos; a
educação é que os torna estúpidos”. Na atual concepção essa frase não é mais
válida, apesar de ainda haver sociedades que não questionam as opiniões das
autoridades POLITICAS E RELIGIOSAS.
Na educação primitiva o objetivo é passar um estilo de vida, enquanto que na
moderna é a aplicação da ciência à produção, à divisão do trabalho e a
transmissão do conhecimento empírico, tendo um conteúdo mais cientifico que é
passível de mudanças rápidas, preparando o individuo para um mundo em
permanente movimento. Essa educação mais cientifica entrou em conflito com
doutrinas morais e religiosas nos últimos séculos e foi à educação formal a
responsável pelo controle social.
Esse controle começa desde a educação infantil, que sofre grandes
modificações na moral externa do sistema e noção moral da sociedade em geral.
A esfera educacional proporciona descobertas independentes, mudanças na
socialização familiar e novas formas de regulamentação de comportamento.
Portanto, desde a infância ate a fase adulta o controle social é feito
principalmente através da educação, que ensina as normas sociais e as punições
pela não observância, mostrando posições e deveres do individuo. Ocorem muitos
conflitos que tendem a piorar com a extensão da educação superior a maior parte
da população, pois a mesma proporciona fontes de mudança e inovação nas
normas sociais.
REFERENCIAS
BOTTOMORE, T. B. Introdução à sociologia, 8ª edição, Rio de Janeiro, Zahar,
1981, cap. 16
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