1 Resenha: Cuidando de cuidadores: Uma experiência institucional

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Resenha: Cuidando de cuidadores: Uma experiência institucional com um
grupo de pais de adolescentes.
O cuidar relaciona-se com a prevenção, a cautela com você mesmo e com o
outro caso seja necessário.
Também pode-se dizer segundo Bion, cuidar
também provém do fruto da experiência que adquirimos por meio de nossas
vivências.
Já a experiência significa a prática, a habilidade que adquirimos ao longo de
nossas vivências segundo Ferreira.
Podemos então dizer que o cuidar junto com a experiência torna-se a arte de
relacionar-se com a vida. Para Leloup este cuidar do ser tem haver com a
libertação em meio ao caos que os prendem. Todo este processo nos remete
a aprendizagem como resultado modificando nossa conduta e modo de ver e
agir mediante as situações que aparecem em nosso dia-a-dia.
O objetivo da psicoterapia seja ela individual ou em grupo é remover os
sintomas apresentados pelo indivíduo não tendo um prazo específico, ou seja,
podendo ser de curto ou longo prazo. Este processo é conduzido por um
especialista que passa a trabalhar a consciência de cada pessoa buscando seu
amadurecimento para que possa se desenvolver e tornar-se cada vez mais
independente.
Procura-se a terapia em sua maioria quando o indivíduo encontra-se
insatisfeito com a condução de sua vida ou quando há algum sofrimento que
não
consegue
desapegar-se.
Por
mais
que
a
pessoa
possua
um
autoconhecimento muitas vezes se vê em meio há alguma situação em que
não consegue respostas satisfatórias e busca ampliar a sua consciência e
saber mais a respeito de si para então poder achar-se e encontrar aquilo que
necessita.
Na terapia individual o paciente e o terapeuta buscam por meio das
experiências vividas (experiências do próprio paciente) entenderem seu
funcionamento e buscar uma aplicação prática mediante sintoma apresentado
e que seja trabalhado em seu cotidiano. A vantagem deste tipo de terapia é
uma maior exposição por parte do paciente.
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Já na terapia em grupo há uma interação entre as pessoas permitindo dessa
forma adquirir um número maior de experiências e podendo se encontrar em
meio a elas com mais facilidade. Vale ressaltar de que quando trabalhada em
grupo facilita essa identificação com o problema que o outro esta vivendo e
percebendo como pode ser superado por meio da vivência. Segundo Frederick
Perls o grupo tem a função de um catalisador, ou seja, o desencadeamento de
emoções entre os participantes por meio da linguagem não verbal e uma série
de exercícios que podem ser aplicados durante a terapia.
Toda a interpretação de um grupo se firma nas fantasias grupais, ou seja, algo
trabalhado e analisado por todos levando sempre em conta o inconsciente dos
participantes segundo Laplanche & Pontalis. Todo este processo de acordo
com Béjarano é chamado de transferências múltiplas onde ocorrem em um
setting grupal.
Para Freud a psicologia do individuo é justamente a função com determinada
pessoa ou objeto, da mesma forma ocorre este processo na terapia em grupo
onde a identificação se dá quando os participantes percebem o investimento
do eu ideal.
Dentro da abordagem psicanalítica no que se refere às relações entre pais e
filhos torna-se importante os esclarecimentos dos desentendimentos e suas
origens trabalhando os mitos carregados pelos pais e sua reprodução para os
filhos tanto na infância como na adolescência. Este processo é denominado
por Freud como compulsão à repetição, ou seja, reviver sua própria história em
meio a um emaranhado de emoções.
Cortesão faz uma comparação muito interessante onde dentro da terapia
analítica, considera o grupo como matriz (matrix em latim significa mãe, útero,
fonte, origem) e o terapeuta como padrão analítico (padrão são as atitudes, a
natureza que sustenta a matriz grupal), ou seja, ambos conseguem o
desenvolvimento
necessário
estabelecendo
vínculos dentro do
setting
permitindo assim as mudanças necessárias.
Para Anzieu o terapeuta possuí uma representação dentro do imaginário do
grupo como um bom instrutor sendo uma espécie de mito criado em torno do
grupo.
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Em
sua
maioria
costumam
se
reunir
em
círculos
que
possuí
a
representatividade do corpo materno se remetendo aos sentimentos e desejos
primitivos de se sentirem amados como foram antes relata Helber.
Para Vinagradov & Yalon são muitos os benefícios adquiridos como a criação
da esperança, universalidade (quando o individuo percebe que seu problema
também se faz presente na vida dos outros), o desenvolvimento da
socialização, o aparecimento de novas informações, altruísmo, reedição
corretiva do grupo familiar, aprendizagem interpessoal, fatores existenciais, etc.
A forma como era visto o núcleo familiar sofreu grandes modificações
passando de um modelo unitário para estilos alternativos não muito
convencionais transformando assim as relações entre casais, a questão da
mãe solteira e até mesmo das viúvas segundo Térzis.
É importante enfatizar o que Fromm citou em “A arte de amar” sobre as
conseqüências
trazidas
na
vida
de
uma
pessoa
relacionadas
ao
desenvolvimento do afeto e da maturidade. Estas conseqüências segundo o
autor é a procura pelo álcool, a depressão, a histeria a fim de preencher este
vazio causado pela experiência vivida anteriormente, ou seja, uma válvula de
escape para o seu emocional.
O relacionamento com a sociedade e as outras pessoas de determinado
individuo provém de suas próprias representações a nível de maturidade
mental e como é importante os vínculos e suas conseqüências dentro do
estudo da doença mental para Pichon Rivière.
Ao falar de adolescência Alves diz algo interessante que é o fato da família ser
substituída pelo grupo, pois eles não estão interessados em viver o mundo dos
país e diz até mesmo que ao tentar ajudar a borboleta a sair do casulo termina
por matá-la. Neste contexto o autor enfatiza a importância que é a relação dos
pais mudarem com seus filhos, ou seja, falarem a mesma língua de forma a
realmente poder captar os significados escondidos nas atitudes e sentimentos
demonstrados.
Algo necessário a ser citado é a transferência das responsabilidades muito
cedo que os pais transmitem aos adolescentes ultrapassando as fases de seu
crescimento tornando-os maduros falsamente de acordo com Winnicott.
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Para Freud é importante a relação entre pais e filhos na estruturação do
psiquismo dos seus filhos. Os pais sendo assistidos pelo terapeuta pode haver
uma melhor organização mental e conseqüentemente poder de fato entender e
ajudá-los.
Maldonado fala algo importantíssimo quando diz que os pais depositam em
seus filhos a esperança do que não puderam ser passando a exigir e
ocasionando o sentimento de culpa em seus filhos e de fracasso.
Percebemos
desta
forma
a
importância
que
os
pais
possuem
no
desenvolvimento de seus filhos e no que repercutem suas ações no
desenvolvimento mental e emocional.
As instituições são parte importante nesse processo por serem o canal principal
de entrada. Algumas instituições e profissionais passaram a perceberem a
importância do cuidado com os país e filhos por meio da terapia. Para
Grimberg, Langer & Rodrigué enfatizam a importância de um tratamento de
pais e filhos ao mesmo tempo com profissionais diferentes para cada um. Este
trabalho feito com os pais junto ao tratamento de seus filhos tem sido percebido
pelos terapeutas e profissionais da saúde mental de forma complexa pelo fato
de se tratar de uma fase de evolução.
Estes atendimentos seguem as diretrizes fornecidas pela Organização Mundial
da Saúde e as normas de Saúde Integral do Adolescente.
No que se relaciona ao significado das instituições que possuem um papel
importante por manter uma conduta duradoura, organizada e completa no
controle social. Pode ser considerada de caráter público ou privado,
estabelecimento físico que é destinado ao fim de servir socialmente sendo
devidamente autorizado de acordo com Bleger.
Para Dellarosa a instituitição é o conjunto de pautas, regras, leis, papéis, usos
e rituais formalizados. É através desses pontos que há uma organização e
ações conjuntas.
O Serviço Social tem o intuito de capacitar o profissional fornecendo as
ferramentas necessárias teóricas e metodológicas para trabalhar a situação
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social buscando promover no trabalho com o individuo a sua mudança com
relação à própria atitude e a mobilização dos recursos sociais em favor dos que
não o possuem.
Para Balbina Vieira em seu livro “Serviço Social, Processos e Técnicas” o
Serviço Social com indivíduos lida com processos mentais, objetivando o
aperfeiçoamento do funcionamento social intra psíquico e a mudança de
personalidade.
Se analisarmos o que é atribuído dentro das funções exercidas pelo Assistente
Social cabe a regulação de conflitos, a mediação entre as instituições e as
carências apresentadas pela população. Tudo isso faz com que o profissional
mantenha uma visão da totalidade e interpretativa do contexto social se
adequando a qualquer situação sem apresentar uma postura critica.
Dentro do contexto da terapia o Assistente Social além de fazer a analise social
e a integração do individuo pode adequá-la aos cuidados internos onde
permitirá a compreensão maior da personalidade
e da psicodinâmica do
comportamento. Tendo estes recursos em mãos pode haver uma intervenção
social integral em que são atendidas tanto as necessidades exteriores como as
psíquicas, ou seja, a mediação entre a realidade interna e a realidade externa.
Se trabalhar o consciente pode ao mesmo tempo atuar como suporte do
inconsciente sendo de certa forma um agente na mediação das emoções
utilizando-se de estratégias e métodos adequados promovendo assim a
mudança. O resultado de um trabalho duplo feito no individuo é um melhor
funcionamento social.
O fato é que cada vez mais as pessoas estão à procura da terapia familiar, pois
sabe-se perfeitamente que as questões ligadas ao âmbito social acabam por
atingirem-nas, se sentem fragilizadas e impotentes de seguirem sós partindo
para ajudas mais elaboradas. As conseqüências de uma não procura de ajuda
são diversas como o desemprego, a desestruturação do ambiente familiar,
depressão, etc.
O Assistente Social pode muito bem conduzir este processo de reabilitação
psíquica e social do individuo reconduzindo-o as suas relações interpessoais e
sociais.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ROCHA, Ruth. Dicionário da Língua Portuguesa. 1.ed. São Paulo: Scipione
Editora, 2009.
SEVERINO, Antônio S. Metodologia do Trabalho Científico. 23.ed. São
Paulo: Cortez Editora, 2008.
FREITAS, Ana Maria F. Cuidando de cuidadores: Uma experiência
institucional com um grupo de pais de adolescentes. Campinas:1997.
A Formação em Aconselhamento e o papel do Serviço Social. Disponível
em: http://www.psicologia.org.br/internacional/pscl8.htm. 20 novembro. 2009
Personalidade
–
Teoria
Psicodinâmica.
Disponível
em:
http://reflexoesrpg.blogspot.com/2008/06/personalidade-teoriapsicodinmica.html. 20 novembro. 2009
Aconselhamento
Psicológico
II.
Disponível
em:
http://www.urisan.tche.br/~psicologia/antiga/disciplinas/7semestre/APII.htm. 16
novembro. 2009
Psicanálise,
psicoterapia
e
terapia
analítica.
Disponível
em:
http://www.cidadesn.com.br/jornal/2008/8/14/psicanalise-psicoterapia-e-terapiaanalitica.html. 16 novembro. 2009
O
que
é
um
processo
psicoterapêutico.
Disponível
em:
http://www.marcelomarcia.na-web.net/psicoterapiaCorpo.html#G. 16 novembro.
2009
Interface - Comunicação, Saúde, Educação.
Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141432832005000100008. 20 novembro. 2009
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