Curso de Psicologia 4º Semestre Noturno Aline Rodrigues Cristiane Silva Aprendizagem de ações sustentáveis (educação para a sustentabilidade) Salvador – BA 2011 Cristiane Amado Silva Aprendizagem de ações sustentáveis (educação para a sustentabilidade) Trabalho Camila apresentado Fonteles à da Profª. disciplina Teoria da Aprendizagem do curso de Psicologia 4º semestre noturno da Faculdade Castro Alves. Salvador – BA 2011 INTRODUÇÃO. A relação entre educação e desenvolvimento nos remete a uma reflexão sobre o passado da humanidade, período em que as pessoas viam na exploração dos recursos naturais a única forma de sobrevivência e desenvolvimento. Época em que os meios de comunicação ainda não eram tão acessíveis como atualmente e que as pessoas na maioria das vezes não tinham alternativa ou até mesmo consciência do impacto que estavam causando ao ambiente. Atualmente mesmo com avanços na educação e no meio de comunicação os seres humanos ainda com maior intensidade o transformam os recursos naturais em bem de consumo e devastam uma grande parte do planeta. Tal fato torna evidente a necessidade atual de se adotar um modelo de educação que vise intermediar uma mudança do comportamento humano e sua relação com o meio ambiente permitindo um desenvolvimento sustentável. Que segundo Jacobi (2003 p. 195), é um conceito que se refere à necessidade de redefinir as relações entre sociedade e natureza. Acontecimentos históricos como as duas grandes guerras mundiais, a revolução industrial os avanços tecnológicos e o alto índice do crescimento demográfico tiveram forte influencia no pensamento humano. A noção de desenvolvimento sustentável refere-se a uma necessidade de redefinir as relações entre sociedade e natureza. Jacobi (2003) Conforme afirma Pinheiro: “estudar as ações das pessoas sobre os ambientes é uma tentativa de responder a velhos e novos anseios daqueles que procuram enfrentar a crise ambiental dentro e fora da psicologia” (Pinheiro, 1997, p.388). As questões levantadas sobre educação são fundamentais para a sustentabilidade, e a melhoria da qualidade de vida da população um fator essencial para manutenção da biodiversidade, inclusive da própria espécie humana. APRENDIZAGEM DE AÇÕES SUSTENTÁVEIS E EDUCAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE. Os problemas ocasionados pela exploração descontrolada dos recursos naturais, ao longo da história da humanidade, tiveram como aspectos fundamentais os acontecimentos oriundos da Revolução Industrial - um grande marco histórico na preponderância do homem sobre a natureza, e o alto índice do crescimento populacional, sobre tudo nos países emergentes. Segundo dados da conferência Internacional da ONU os países em desenvolvimento são responsáveis por 95% do crescimento demográfico mundial e proporcionalmente sofrem suas conseqüências socioeconômicas e ambientais. (Gonçalves, 1996, apud Pinheiro 1997 p. 379). No período pós Guerra houve um aumento dos processos de alteração ambiental, como resultado de um crescimento econômico aparentemente sem fronteiras em termos de disponibilidade de recursos. Os elevados índices de produção e consumo, bem como o aumento populacional e à intensificação da urbanização, criaram um contexto de questões que se materializaram como problemas ambientais. Uma crise que tem suas raízes no processo de desenvolvimento da sociedade moderna e está intrinsecamente relacionada aos aspectos socioeconômicos e políticos. Entre o final da década de 60 e início da década de 70 os cuidados com os problemas ambientais ganharam uma enorme repercussão, uma agitação que propunha criar regulamentações de controle sobre as fontes de poluição, impactos provocados pelo crescimento econômico e disponibilidade dos recursos naturais do planeta. Paralelo a isso conceito de desenvolvimento sustentável passou, a ser utilizado em substituição à expressão eco desenvolvimento e organizou as bases para a discussão e reorientação das políticas de desenvolvimento e sua relação direta com as questões ambientais. Discussões formais sobre os impactos ambientais foram promovidas ao longo dos anos, a partir da Conferência de Estocolmo em 1972, a qual estabeleceu que o termo sustentabilidade deveria ser considerado como um objetivo para todo o mundo. Dessa forma as questões relacionadas ao meio ambiente deixariam de ser um problema de controle de fonte de poluição, e se tornaria um problema de ações humanas. O objetivo dessa discussão não se restringia somente a preservação do meio ambiente, mas, sobretudo a compreensão do desenvolvimento sustentável, com a busca do equilíbrio entre crescimento econômico, igualdade social e preservação ambiental. Três importantes áreas do conhecimento são bases fundamentais para a sustentabilidade social; área social, econômica e ambiental. O maior desafio, é fazer com que estas três vertentes além de contemplarem a necessidade de lucro, atendam às demandas sociais e, se posicionem em favor da diminuição dos impactos ambientais. Pois o que ultimamente tem se observado é uma demanda maior tanto para produtos sustentáveis quanto por produtos e serviços que contemplem todos os processos associados a sua produção, distribuição, consumo e disposição. É nesta perspectiva que se faz necessário um trabalho educativo voltado para as questões ambientais, pois educar para um planeta saudável é fazer refletir sobre atitudes que compromete toda a biodiversidade. O homem precisa se conscientizar sobre as conseqüências positivas ou negativas de seu comportamento, e as influencias de suas ações na qualidade de vida da humanidade. Corroborando com essa idéia a teoria conexionista compreende a aprendizagem como uma associação entre estímulos e respostas, consiste na formação ou conexões que são os processos de ligação de acontecimentos físicos, estímulos e mentais, percebidos ou sentidos. (Thorndike1914, apud Moreira 1999 p. 171). Analisando a educação sob a ótica pavloviana é possível compreender o processo de aprendizagem como uma forma de condicionamento do homem o qual mudaria suas atitudes impactantes sobre o planeta e como recompensa teria um ambiente saudável e uma melhor qualidade de vida. Contudo para que a população seja conscientizada a respeito do seu compromisso com o meio ambiente, é preciso adotar políticas que viabilizem um processo de educação voltada para o tema e que essas iniciativas levem em consideração o contexto histórico da sociedade e estejam inseridos nas escolas, nas famílias e na sociedade em geral. Atitudes como plantar uma arvore, evitar desperdício de alimento, reciclar o lixo ou jogá-lo no lugar adequado, garantem a existência e a manutenção de recursos naturais a longo prazo. Toda via a humanidade tem extrapolado os limites de utilização desses recursos, e não tem se dado conta do tamanho absurdo que tem acometido não só a natureza, mas também a própria vida humana já que o homem também é natureza, embora às vezes não dê conta disso. APRENDIZAGEM E MUDANÇA. Dois motivos essenciais fizeram com que a exigência por recursos naturais aumentassem nos últimos 45 anos: o crescimento da população e o aumento do consumo individual. Segundo a Organização não Governamental, a exigência da humanidade por recursos naturais superou em 30% a capacidade da terra, ou seja, a capacidade de a natureza regenerar os resíduos é desproporcional a quantidade de lixo produzido por seres humanos. Quanto maior a quantidade de lixo produzido, mais difícil é o processo de degradação natural, por isso é importante que todos os seres humanos façam com que a degradação aconteça em locais adequados, o lixo jogado em rios e áreas não preparadas para recebê-lo além de causar incômodo visual, traz impactos ambientais negativos. Os questionamentos sobre um desenvolvimento sustentável é importante para promover uma aprendizagem fundamental na mudança do comportamento humano e sua relação com ambiente, uma vez que possibilita a compreensão de consumo responsável proporciona uma satisfação pessoal e ajuda no bem estar da sociedade e da natureza. Segundo Rogers (1978, apud, Moreira 1999), facilitar a aprendizagem é o principal objetivo da educação, visto que todas as mudanças são acessíveis ao ser humano através da aprendizagem, a qual deveria chegar ao individuo de forma compreensiva. O autor sugere uma aprendizagem centrada no individuo o qual segundo ele é capaz de se autodescobrir e promover mudanças satisfatórias em sua vida. Assim compreende que o ser humano tem potencialidades para se atualizar, e só realmente aprende quando consegue relacionar a aprendizagem com seus objetivos pessoais. De fato, modificar as atitudes humanas com o meio ambiente requer um processo de aprendizagem e conscientização que provavelmente os adaptarão às novas formas de agir com a natureza e conseqüentemente ajudará a melhorar a qualidade de vida. Na concepção behaviorista estabelecer condicionamento é o principal elemento para educação. Skinner entende a aprendizagem como um condicionamento a uma resposta definidas por reações apresentadas a vários estímulos que possivelmente estão associadas a experiências prévias (Barros, 1998). A concepção skneriana compreende o aprendizado como uma técnica utilizada para alterar o comportamento humano, sua relação com o planeta e todos os seres nele existente de uma forma mecânica uma vez que atribui uma recompensa a essas novas formas de agir desconsidera os significados subjetivos das ações anteriores e a forma como o individuo pensa e percebe o mundo externo. A aprendizagem inserida na perspectiva inclusão e educação ambiental orienta o individuo a estabelecer um novo padrão de comportamento e uma nova forma de pensar e perceber o mundo como elemento primordial da sua existência. Este modelo de aprendizagem pode ser introduzido conforme os pressupostos teóricos de Piaget o qual define como aspecto fundamental os mecanismos de assimilação, acomodação e equilibração, os quais correspondem a uma determinada resposta do organismo ao meio. Durante a acomodação, por exemplo, os esquemas mentais são modificados em função das experiências e relação com meio nesse sentido funciona como um mecanismo que estrutura e impulsiona o desenvolvimento cognitivo ao passo que na acomodação – surge a capacidade de reestruturação cognitiva para adaptar-se ao meio. Já o processo de equilibração ocorre quando individuo é submetido a novas experiências passa por um momento de crise e logo se adapta a elas. (Dessen 2004 p. 21 e 27). Piaget compreende este mecanismo um processo de regulação entre a assimilação e a acomodação um aspecto fundamental na vida do individuo, pois são as novas experiências que desenvolvem competências e modificam o comportamento humano. CONCLUSÃO As questões levantadas sobre educação e inclusão social são fundamentais para a sustentabilidade, e a melhoria da qualidade de vida da população sobretudo os doentes mentais que lamentavelmente são os mais desfavorecidos em nosso mundo competitivo e cada vez mais exigente, um fator essencial para manutenção da biodiversidade, inclusive da própria espécie humana. Nesta perspectiva de promover uma aprendizagem voltada para os problemas ambientais e inclusão, cabe aos profissionais voltados para questão, dentro de contexto interdisciplinar articular estratégias que viabilizem processo de educação ambiental, oferecendo alternativas que promovam mudanças de comportamento na relação do homem com a natureza, bem como a conscientização deste sobre sua ação com o meio ambiente. O ser humano precisa ser engajado neste sistema, pensar o mundo e a natureza como elemento crucial para sua sobrevivência, internalizando a idéia de que o homem é o mundo construído por ele mesmo, e que todas as suas ações sejam elas positivas ou negativas refletem em si mesmo. REFERÊNCIAS BARROS, Célia S. G. Pontos de Psicologia do Desenvolvimento. 11 ed. São Paulo: Ática, 1998. Dessen, M. A, Costa Junior, a. A ciência do desenvolvimento humano – Tendências e perspectivas futuras. Porto alegre, artmed, 2005. Jacobi, Pedro Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade- cadernos de pesquisa n.118, março 2003, disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cp/n118/16834.pdf> acesso em 25 de julho 2011. MOREIRA, Marco AntonioTeoria da aprendizagem ,Brasília: Editora UnB, 2006. PINHEIRO, José Q. Psicologia ambiental: a busca de um ambiente melhor; Estudos de psicologia, volume 2, Nº 002, 1997. Consumo sustentável, Manual de educação. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao8.pdf, acesso em 12/08/2011. Estolcomo 72, Disponível em: http://www.brasilescola.com/geografia/estocolmo-72.htm, acesso em 15/08/2011. Disponível em: http://www.sustentabilidade.org.br/, acesso em 10/08/2011. Disponível em: http://200.209.151.10/sga/files/materiais/16140_Art.%20Educação%20para%20 a%20sustentabilidade.pdf, acesso em 15/08/2011.