Flandres – Do Gótico ao Barroco - Pitoresco

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Compilação: Paulo Victorino
Flandres – Do Gótico ao Barroco
Sec. XV - Sec. XVII
INTRODUÇÃO
Mapas – Europa do Século XV e do Século XX (005)
A região de Flandres (007)
A Holanda (Países Baixos) 009
A Bélgica (011)
O barroco flamengo (015)
Renascimento nos Países Baixos-1 (019)
Renascimento nos Países Baixos -2 (023)
PINTORES FLAMENGOS
1328 –1410 -
Melchior Broederlam (027)
1395?–1441 -
Jan Van Eyck (029)
1375?–1444 -
Robert Campin (Mestre de Flemalle) 031
1399–1464 -
Rogier van der Weyden (La Pasture) 033
1415?–1473 -
Petrus Christus (035)
1415–1475 -
Dirck Bouts (Thierry Bouts) 037
1435–1494 -
Hans Memling (039)
1440?–1482 -
Hugo van der Goes (041)
1460?–1523 -
Gerard David (043)
RENASCIMENTO FLAMENGO
1450–1516 -
Bosch (Hieronimus Van Aeken Bosch) 045
1478?–1532 -
Jan Gossaert (Mabuse) 049
1466–1530 -
Quentin Massys (Metsys) 051
1485–1540 -
Joss van Cléve (053)
1525–1569 -
Peter Brueghel (O Velho) 055
1517?–1577 -
Antônio Moro (057)
1494 –1533 -
Lucas van Leyden (059)
1480?–1524 -
Joachim Patinir (061)
1495–1562 -
Jan van Scorel (063)
FLAMENGOS - SÉCULO 17
1568–1625 -
Jan Brueghel (Veludo) 065
1564?–1638 -
Pieter Brueghel (O Moço) 067
1605–1638 -
Adriaen Brouwer (069)
1577–1640 -
Peter Paul Rubens (071)
1599–1641 -
Anton Van Dick (079)
1579–1657 -
Frans Snyders (081)
1613–1668 -
Jean Daret (085)
1593–1678 -
Jacob Jordaens (087)
1601–1678 -
Jan Brueghel (O Moço) (089)
1567–1681 -
Michiel Janszoon van Mierevelt (091)
1610–1690 -
David Teniers (O Moço) (093)
PINTURA HOLANDESA
1581?–1666 -
Frans Hals (095)
1610–1685 -
Adrian van Ostade (097)
1606–1669 -
Rembrandt (Rembrandt H. Van Rijn) (099)
1632–1675 -
Vermeer (Jan van der Meer van Delft) (105)
1632 –1681 -
Pieter de Hooch (109)
1629–1679 -
Jan Havickszoon Steen (111)
1629–1667 -
Gabriel Metsu (113)
1600?–1670 -
Salomon van Ruysdael (115)
1613–1675 -
Guerrit (Gérard) Dou (117)
1612–1680 -
Frans Jansz Post (119)
1610? – ?
Albert Eckout (125)
1614 – 1668
Zacarias Wagener (129)
1628–1682 -
Jacob van Ruysdael (131)
1638 – 1709 -
Meindert Hobbema (133)
- 004 –
“Mulher de Turbante”, mais conhecida como
“Moça com brinco de pérola”, (1665)
é a obra prima de Vermeer
- 005 –
EUROPA DO SÉCULO XIV
Flandres e Valônia ao lado da
França e de Luxemburgo
- 006 -
EUROPA DO SÉCULO XX
Holanda e Bélgica ao lado da
França e da Alemanha
- 007 –
A região de Flandres
(Vlaanderen)
O antigo condado de Flandres, um dos principais focos do capitalismo
europeu durante a baixa Idade Média, constituiu posteriormente a principal
possessão espanhola no norte da Europa.
A agricultura, desenvolvida graças à construção de diques e à drenagem de
marismas, e a indústria têxtil têm sido historicamente suas principais riquezas.
A região europeia de Flandres (Flandre em francês, Vlaanderen em
flamengo) é uma planície baixa situada em frente ao mar do Norte. Compreende
as províncias belgas de Flandres Ocidental e Flandres Oriental, o departamento
francês do Norte e parte da província holandesa de Zelândia.
A partir do século V da era cristã, os povos francos ocuparam as terras
flamengas, até então habitadas por tribos celtas.
Os reis merovíngios dividiram o território em condados e, no período
carolíngio, a região de Bruges recebeu o nome de Flandres. No século IX, o
conde Balduíno I (Braço de Ferro) ampliou seus domínios até a região situada
entre o mar do Norte e o rio Escalda.
Seus sucessores continuaram a expansão territorial e se tornaram vassalos
da França e do Sacro Império Romano-Germânico.
Em 1119, com a morte de Balduíno VII, extinguiu-se a primeira dinastia dos
condes flamengos.
Dinamarca, França e Inglaterra lutaram para consolidar sua influência política
no condado que, nos séculos XII e XIII, experimentou grande prosperidade
agrícola, artesanal e comercial, atividades centradas em Bruges.
Da mesma forma, a pintura conheceu, no século XV, um extraordinário
florescimento, com artistas como Rogier van der Weyden e os irmãos van Eyck.
- 008 Em 1384, o duque Filipe II o Audaz, de Borgonha, incorporou o condado a
suas possessões, por casamento. A união de Flandres com a Baixa Lorena
deu lugar à formação dos Países Baixos.
Na segunda metade do século XV, Carlos o Temerário tentou tornar-se
independente da França e das demais potências europeias. Sua filha Maria,
após a morte do pai, casou-se com Maximiliano da Áustria, posteriormente
imperador da Alemanha, com o que a Borgonha e Flandres passaram ao
patrimônio da casa de Habsburgo.
No século XVI, Flandres foi herdada por Carlos V, que transferiu o território,
em 1551, para o ramo espanhol dos Habsburgo, ou casa espanhola da Áustria.
A intransigência política e religiosa de Filipe II da Espanha, filho e sucessor
de Carlos V, provocou a resistência dos holandeses ao domínio espanhol,
acirrada pela difusão do protestantismo nas províncias do Norte. Depois de uma
prolongada guerra, os Países Baixos proclamaram a independência em
1581.
As províncias meridionais permaneceram sob domínio da Espanha até 1714,
quando a Paz de Utrecht obrigou Filipe V a ceder o território à Áustria. Durante
esse período, à decadência de Flandres, espanhola e católica, se opôs o auge
dos Países Baixos, independentes e protestantes.
Antes e depois de 1714, o território flamengo fragmentou-se em
consequência da anexação de algumas de suas partes pela França e pelos
Países Baixos. Durante as guerras revolucionárias e napoleônicas, quebrou-se
definitivamente a unidade de Flandres e, em 1830, sua parte central foi incluída
no novo reino da Bélgica. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
“Brugues”, na Flandres Ocidental
- 009 -
A Holanda
(Países Baixos)
"Deus criou o mundo, mas os holandeses criaram os Países Baixos."
Esse ditado holandês expressa o orgulho nacional de um povo que, ao longo dos
séculos, tem conseguido conquistar ao mar parte considerável do território onde
habita.
O Reino dos Países Baixos (Netherlands ), conhecido como Holanda, está
situado no noroeste da Europa e tem uma superfície de 41.526 km2. Limita-se a
norte e oeste com o mar do Norte, a leste com a Alemanha e ao sul com a
Bélgica.
Seus habitantes se denominam holandeses ou neerlandeses. O país forma,
com a Bélgica e Luxemburgo, a aliança econômica conhecida por Benelux
(Bélgica Neerlandia e Luxemburgo). Além de seu território europeu, os Países
Baixos compreendem as Antilhas Holandesas.
A assinatura, no ano 843, do Tratado de Verdun, outorgou a Lotário I o reino
franco ocidental, que incluía os Países Baixos. Após sua morte, Lotário II herdou
a parte norte do reino, que passou a se denominar lotaríngia e do qual se
separaram as regiões de Artois e Flandres.
Ao longo do século IX, os Países Baixos sofreram ataques de vikings.
Saques e destruições tornaram necessária a edificação de muralhas em torno
de mosteiros e cidades, mas por volta do ano 900 o perigo havia sido
consideravelmente reduzido.
No ano 925, os Países Baixos foram incluídos no reino germânico, mas o
enfraquecimento dos vínculos entre os senhores feudais e a coroa contribuiu
para aumentar a independência dos territórios holandeses ao longo da Idade
Média.
- 010 As cidades flamengas começaram a crescer, a economia mercantil se
desenvolveu. Nos séculos seguintes, os Países Baixos utilizaram suas relações
com Alemanha, França e Inglaterra para consolidar a independência.
Durante a segunda metade do século XIV teve início o domínio dos duques
de Borgonha, em consequência do casamento de Filipe II o Audaz com
Margarida de Flandres. A partir de então, os borgonheses se apoderaram, de
maneira progressiva. de todo o território de Flandres, que, ao unir-se à Baixa
Lorena. passou a constituir os Países Baixos.
Durante os séculos XVI e XVII, verificou-se um grande florescimento artístico,
com os pintores Lucas van Leyden, Jan van Scorel, Hieronymus Bosch, Michiel
Janszoon van Mierevelt, Frans Hals e Rembrandt. Seus dois principais museus
são o Mauritshuis de Haia e o Rijksmuseum de Amsterdam, que conservam
inúmeras obras da chamada escola flamenga.
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
- 011 –
A Bélgica
Vítima, em várias ocasiões, da rivalidade entre as grandes potências, a
Bélgica tem desempenhado desde o fim da segunda guerra mundial um papel
decisivo para a união europeia.
No entanto, o fato de ser formada por duas comunidades de cultura e língua
distintas desequilibra, vez por outra, sua própria unidade interna.
Com uma superfície de somente 30.518 km2, a Bélgica é um dos menores
países do continente europeu. Limita-se a noroeste com o mar do Norte; ao
norte com os Países Baixos; a leste com a Alemanha e Luxemburgo; e ao sul e
sudoeste com a França.
Sob o aspecto morfológico, a Bélgica divide-se em duas grandes zonas
claramente diferenciadas. Ao norte e oeste do alinhamento formado pelo rio
Mosa e seu afluente, o Sambre, encontra-se uma região de planície, só
quebrada, no litoral, por pequenas elevações de dunas, formadas por materiais
levados pelos ventos e fixadas há longo tempo pela vegetação.
A partir dessas séries de dunas que protegem a costa, estende-se, numa
largura de aproximadamente quarenta quilômetros, a planície de Flandres
Marítima, situada quase ao nível do mar, e formada em parte por terrenos
ganhos a este, chamados pôlderes.
Ao Sul e a Leste do curso do rio Escalda, a planície de Flandres Inferior
adquire maior elevação. Para o interior do país avança uma zona de baixos
planaltos, nos quais se abre, no sentido sudoeste-nordeste, a calha do rio Mosa
e do Sambre.
- 012 Ao sul e leste dessa linha, na região de Condroz, o terreno se eleva
consideravelmente; esses altiplanos de formação antiga, muito escavados pelos
vales fluviais, constituem, no sudeste do país, a região que se conhece pelo
nome de Ardenas, que em alguns pontos ultrapassa 600m de altitude (o monte
Botrange, com 694m, é o ponto culminante da Bélgica). No extremo sul fica a
Lorena Belga.
Bruges, na outrora Flandes Ocidental, hoje é território belga
História
Encravados entre o reino francês e o império alemão, os territórios que hoje
formam a Bélgica e os Países Baixos foram objeto de disputas constantes ao
longo da Idade Média.
No final desse período o país viveu um notável florescimento comercial e
também um desenvolvimento da vida urbana e das formas econômicas
capitalistas que o transformaram em uma das regiões mais prósperas e
povoadas da Europa.
Filipe de Borgonha libertou o país da vassalagem ao rei da França no final do
século XIV. Em 1528, os territórios do ducado de Borgonha foram herdados por
Carlos I da Espanha e Carlos V da Alemanha.
- 013 Iniciou-se um período de dominação espanhola, durante o qual as províncias
do norte, que viriam a formar os Países Baixos, lideradas por uma burguesia
em sua maior parte calvinista, se sublevaram contra o domínio de Filipe II,
conseguindo sua independência, com o nome de Províncias Unidas, após longas
e custosas lutas.
As províncias do sul, tanto as de língua francesa quanto as flamengas,
ficaram sob o poder da coroa espanhola, devido ao fato de serem
majoritariamente católicas e por causa da importância política que ainda tinha
a nobreza.
A decadência econômica da Flandres espanhola foi paralela à da monarquia
hispânica. A primazia comercial, que na Idade Média pertencera a Bruges,
passou no século XVI para Antuérpia.
Não obstante, a intolerância ideológica, as vicissitudes da guerra e a
desacertada política econômica de Filipe II, fizeram de Amsterdam, capital das
Províncias Unidas, o centro econômico da Europa. Pela paz de Utrecht (1713),
a Bélgica passou a ser governada pelo ramo austríaco da casa de Habsburgo.
Artes plásticas.
Tanto Flandres (gentílico: flamengo) como a Valônia (gentílico: valão)
mostraram, desde a Idade Média, uma unidade cultural no campo das artes
plásticas que surpreende em vista do abismo linguístico que separava as duas
comunidades.
A época de maior atividade artística foi a dos séculos XV e XVI, quando a
arquitetura civil gótica conseguiu nas cidades belgas algumas de suas
realizações máximas.
A invenção da pintura a óleo e o detalhismo realista transformaram os
pintores flamengos em mestres, que. em muitas ocasiões, trabalharam fora
de seu país, a serviço dos grandes monarcas europeus.
A arte flamenga, que a princípio correspondia ao gosto de uma próspera
burguesia citadina, se manifestou visivelmente nas construções da época,
impondo uma fisionomia urbana peculiar.
Jan van Eyck, Rogier van der Weyden, Hugo van der Goes e Hieronymus
Bosch foram nomes destacados na primeira etapa de esplendor da pintura
flamenga, que teve seu centro de irradiação em Bruges.
O Renascimento trouxe consigo, nas artes plásticas, a implantação de
formas clássicas e novidades italianas. O centro de criação deslocou-se de
Bruges para Antuérpia. Entre os pintores dessa época destaca-se Pieter
Brueghel o Velho.
- 014 A pintura dos chamados primitivos flamengos iria influir decisivamente na
pintura da Espanha, Portugal, Alemanha, norte da Itália, norte da França e
Holanda. Essa influência se estenderia até o período barroco (século XVII), com
Rubens. A técnica da pintura a óleo e o realismo da pintura flamenga formariam
as bases da pintura de cavalete.
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Peter Paul Rubens – Mitologia grega
“O Julgamento de Páris”. 1630 (circa)
“Descida da cruz” – Van Orley – Século XIV
- 015 –
Pintura Flamenga
Sec. XV - Sec. XVII
De Jan van Eyck a Brueghel e Rubens, os mestres da arte flamenga usaram
o óleo em suas pinturas como meio de retratar com vigor e, às vezes, em
profusão de detalhes, o mundo que os rodeava.
Conhecida por sua técnica excepcional e a inspiração profana de seus temas,
a arte flamenga é a que foi produzida em Flandres entre o século XV e o
início do século XVII.
A pintura flamenga deixa transparecer claramente as mudanças ocorridas no
destino de Flandres, país contido numa estreita faixa entre a França, a Alemanha
e os Países Baixos.
Inicialmente, a região contava com o domínio pacífico, piedoso e próspero
dos duques de Borgonha, no século XV; depois, viveu uma longa e confusa
sucessão de crises religiosas e guerras civis; finalmente, no século XVII, a
imposição do poder autocrático dos reis da França e da Espanha.
Os precursores da escola flamenga situam-se geralmente em Dijon, a
primeira capital dos duques de Borgonha (França). Filipe o Audaz, que reinou
de 1363 a 1404, estabeleceu a poderosa aliança flamengo-borgonhesa, que
durou mais de um século, e deu início à tradição de mecenato artístico que
duraria quase o mesmo período.
Entre os artistas que atraiu a Dijon estavam o escultor Claus Sluter, de
Haarlem, e o pintor Melchior Broederlam, de Ypres, em cujas obras de rica
textura podem ser vistos os primeiros frutos do apego ao mundo das aparências,
tão característico da escola flamenga.
- 016 –
Filipe o Bom, que reinou de 1419 a 1467, transferiu a capital borgonhesa para
Bruges, centro do comércio de lã ao norte, transformando essa cidade de
espírito mercantil em pólo artístico.
- 017 Em 1425, empregou oficialmente Jan van Eyck como "peintre et valet de
chambre". As principais obras de Van Eyck -- o "Altar de Gent" (1432), a
"Madona do chanceler Rolin" (1432) e o grupo do "Casal Arnolfini" (1434) -são, surpreendentemente, o começo e o auge da primeira fase da pintura
flamenga.
O historiador da arte Vasari atribui a van Eyck a invenção da pintura a
óleo (com o uso de óleo resinoso sobre uma base branca). Nesse caso, o
invento já se iniciou com o máximo de apuro técnico, para declinar em seguida,
pois não há uma só obra, entre as de seus sucessores, que mantenha o mesmo
brilho das cores em superfícies tão vívidas.
A visão de van Eyck, por mais estática que seja, também manteve sua força,
dando a tudo que foi pintado por ele um caráter espiritual, a despeito de seu
grande interesse pelas aparências.
A geração seguinte, embora continuasse voltada para o refinamento da
textura e o brilho das cores, não tentou imitar van Eyck, mas procurou
aperfeiçoar a estrutura pictórica com base em modelos italianos.
Em sua obra-prima, a "Descida da cruz" (1435), Rogier van der Weyden
centrou-se na dramaticidade da cena, ignorando todos os detalhes supérfluos.
Petrus Christus explorou a estrutura física subjacente de seus temas
humanos, conferindo-lhes uma estranha aparência geométrica.
Dirck Bouts foi o primeiro pintor flamengo a usar com acerto a perspectiva
paralela e a dar a suas figuras proporções correspondentes ao ambiente que as
circunda.
Essas inovações eram, porém, estranhas ao espírito inicial da tradição
flamenga, que entrou em inevitável declínio, do mesmo modo que as convicções
religiosas e a segurança dos cidadãos flamengos, surpreendidos no final do
século XV pela queda da casa de Borgonha e o colapso econômico de
Bruges.
Entre os últimos mestres dessa fase, Hugo van der Goes ficou louco,
enquanto Hans Memling e Gerard David produziram pastiches melancólicos e às
vezes versões insípidas de obras anteriores.
Mais sintonizadas com a crise espiritual que assolou a Europa no fim do
século XV mostram-se as bizarras alegorias pintadas por Hieronymus Bosch.
Em seu tríptico "O jardim das delícias" (c.1500) a humanidade se dispersa em
bloco do paraíso à perversão e ao castigo, em imagens que representam um
sem-fim de fantasias de gratificação sensual.
- 018 O século XVI, turbulento em Flandres, não foi propício à criação artística e
produziu apenas um grande mestre, Pieter Brueghel (O Velho). O pintor Jan
Gossaert cultivou um estilo italianizado, a que Vasari não poupou elogios, e
Joachim Patinir tornou-se o primeiro de uma longa série de pintores flamengos
de paisagens.
É, porém, nas fortes cenas em que Brueghel retratou a vida camponesa que
melhor se reflete a brutalidade da época. Influenciado por Bosch e marcado por
uma estada de dois anos na Itália, Brueghel desenvolveu um estilo pujante
caracterizado pela solidez estrutural, a exuberância rítmica e um modo especial
de contemplar o grotesco.
O pintor deixou dois filhos, Pieter II, dito Brueghel o Moço, ou Brueghel do
Inferno, assim chamado pelos temas de danação que pintou, e Jan Brueghel, ou
Brueghel de Veludo, que se dedicou a delicadas naturezas-mortas.
Foi nessa condição que Jan Brueghel (Veludo) participou do florescente
ateliê do grande mestre do barroco flamengo, Peter Paul Rubens. Este associou
a afabilidade e o tato de diplomata a um domínio sem precedentes da técnica do
óleo, criando para os monarcas da França e da Espanha, com os quais manteve
estreitas relações, obras luminosas de grande força e energia.
As primeiras obras de maturidade, como "A elevação da cruz" (1610),
contêm evidências de um cuidadoso estudo dos mestres italianos Michelangelo,
Tintoretto e Caravaggio, embora tragam sinais de uma vitalidade orgânica
autenticamente flamenga.
O estilo alegórico da fase mais madura de Rubens, exemplificado pelo ciclo
de pinturas que relembram a carreira de Maria de Medici, rainha da França
(1622-1625), adequou-se com perfeição aos gostos ostentatórios da época
barroca.
No auge da fama, Rubens recebeu mais encomendas do que poderia
executar sozinho e seu ateliê se tornou um centro de aprendizagem para muitos
pintores flamengos, entre os quais Antoon van Dyck, menino-prodígio que
ficaria famoso como Sir Anthony van Dyck, retratista da corte na Inglaterra;
Frans Snyder, especialista em naturezas-mortas; e David Teniers o Velho e
Adriaen Brouwer, ambos conhecidos sobretudo pelas pinturas de camponeses
divertindo-se nos momentos de ócio.
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
- 019 -
Renascimento nos
Países Baixos (1)
Juntamente com a Itália, os países baixos foram um importante polo do
capitalismo comercial, possuindo ainda uma vida urbana desenvolvida e um
mercado que poderia consumir obras de arte.
Em alguns trabalhos de Jan van Heyck, pintor famoso do século XV, a
quem é atribuída a introdução da técnica de pintura à óleo, pode serem
vistos alguns traços renascentistas.
Jan van Eyck
- 020 Entretanto, a força da tradição gótica no local dificultou bastante sua
assimilação da Renascença Italiana. Costuma-se dizer que isso só foi possível
no país graças à figura do alemão Dürer, que passou um período de sua vida na
Antuérpia, cidade que se tornou o centro cultural da Holanda.
O Pintor Quentin Massys (1465 - 1530), um dos que tiveram influência direta
de Dürer, era considerado como um dos principais artistas da Antuérpia da
época.
Seu painel central feito para a Irmandade de Santa Ana, mostra os familiares
de Maria e José. Dos modelos renascentistas italianos, absorve o ajuste
simétrico das figuras; da escola de Veneza, as cores e perspectiva (é cogitada a
hipótese do próprio artista ter visitado Veneza, devido a aproximação de suas
obras com essa escola).
Já na pintura "Lamentação", do Museu Real de Belas-Artes, na Antuérpia,
pode ser notada a influência dos trabalhos de Leonardo da Vinci e Rafael,
estreitando seus laços com a Renascença.
As paisagens naturais ganham bastante importância nas obras dos pintores
norte-europeus da época. Joachim Patinir, que imprimia importância
extraordinária às paisagens em sua pintura, ficou famoso por suas vistas de
campos, vilas e montanhas, tendo à frente figuras em tamanho reduzido.
Joachim Patinir – “Batismo de Cristo” - Óleo sobre madeira
- 021 Seu São Jerônimo em paisagem aberta, que enfatiza mais o cenário que a
vida do santo, ganhou várias versões do artista. Nelas podemos observar
características da arte norte-europeia como a abundância de detalhes, bem
como a utilização de uma perspectiva diferente da adotada na Escola de
Veneza.
Mabuse, ou Jan Gossaert (1478 - 1535), visitou a Itália e procurou assimilar
os preceitos renascentistas em suas obras. É claramente influenciado por Dürer
e os artistas holandeses que o precederam. Especialmente conhecido pelos nus
que realizava, à semelhança dos italianos, "Netuno e Anfitrite" (abaixo), pode
ser uma boa amostra de sua habilidade. É composto de figuras mitológicas nuas
em um cenário arquitetônico renascentista.
Entretanto, alguns de seus críticos defendem que o pintor, ávido por mostrar
conhecimento e domínio da arte italiana, por vezes apropria-se dessas técnicas,
sem, contudo, obter resultados satisfatórios.
Um exemplo disso pode ser o quadro de São Lucas pintando a Virgem. É
influenciado pelo pintor holandês Jan van Eyck e pelas técnicas italianas, como
a perspectiva científica e o jogo de luz e sombra. As figuras aqui também estão
assentadas num cenário de arquitetura italiana.
- 022 Entretanto, apesar dos valores de encanto que o quadro possui, parece não
ter atingido a harmonia nem de seus inspiradores em sua própria cultura nem
dos italianos.
Pieter Bruegel (1525-1569), é considerado o maior pintor flamengo do século
XVI. É conhecido pela complexidade temática, apesar de boa parte deles
referirem-se ao cotidiano dos camponeses.
Seu talento é continuamente comparado ao setecentista Rembrandt,
principalmente no que se refere à capacidade de enxergar a natureza humana.
"Caçadores na Neve" (abaixo) é um bom exemplo de seu trabalho.
Fonte: Enciclopédia Digital-Master
- 023 -
Renascimento nos
Países Baixos (2)
Jan van Eyck
O pintor flamengo Jan van Eyck foi o fundador da pintura renascentista
em Flandres e na Holanda. Seu estilo é uma síntese do naturalismo dos irmãos
Limbourg, mais as inovações no uso da luz, feitas por outro pintor, Robert
Campin, conhecido como o mestre de Flémalle.
Van Eyck combina, com talento e habilidade, um estilo que é o contraponto
da arte que Masaccio realiza na Itália pela mesma época. Sua obra “O cordeiro
místico” (abaixo) – terminada em San Bavón, Gante, no ano de 1432 – é uma
das mais extraordinárias obras do Renascimento. Consta de duas alas, pintadas
dos dois lados, dispostas em dois níveis, as quais se abrem para mostrar o
quadro central. Provavelmente foi realizada, em parte, com a ajuda de seu irmão
Hubert van Eyck.
- 024 Van Eick se coloca a si mesmo nesta obra como um atento observador do
mundo visual. Quase que por intuição, concebe o sistema de perspectiva linear
e usa com economia a perspectiva aérea em algumas partes da paisagem de
fundo. O que marca a diferença de sua arte, bem como da arte do final do Século
XV no Norte da Europa, comparando-a com a de seus contemporâneos italianos,
é a completa ausência de referências à antiguidade clássica.
Já em meados do Século 15, um estudioso italiano considerou Van Eyck
como o pintor mais significativo de sua época. Seu famoso retrato de Giovanni
Arnolfini e sua esposa (O casamento de Arnolfini), abaixo, é uma
representação das bodas desse banqueiro italiano. Na parede do fundo, por trás
do casal, há um espelho convexo que reflete a casa e, que eles estão em pé e,
só no espelho, aparece o artista, auto-retratado. Van Eyck colocou sobre o
espelho a sua assinatura e a data.
Este magnífico pintor também produziu pequenos retratos de grupo, nos
quais evidenciou um extraordinário realismo.
- 025 Rogier van der Weyden
Van der Weyden, pintor de Tournai, em Flandres, um diferencial comparativo
com a pintura de Van Eick, esteve na Itália em 1450. Não só sua obra foi bastante
apreciada naquele país como também ele exerceu significativa influência na
escola de Ferrara. Sua obra mais importante é A descida da cruz, pintada em
1435, por encomenda de um grêmio de artesãos de Lovaina. A dor estampada
em seus personagens era algo ainda desconhecido na arte italiana e se reflete
não só na expressão facial como também na postura dos corpos. Da mesma
forma que Van Eyck, Rogier teve grande habilidade com retratos, mas se
diferencia daquele porque acrescentou a suas figuras uma grande dimensão
emocional.
Hugo van der Goes
Uma segunda geração de pintores flamengos, influenciados por Van Eyck e
Vander Weiden é representada por Dirk Bouts, um dos primeiros artistas a usar
a perspectiva em seus trabalhos. Também Hugo van der Goes imprimiu uma
característica pessoal e emocional às suas pinturas religiosas, que combinaram
aspectos da arte de seus precursores. Sua obra mais conhecida é o Retábulo
Portinari (1476-circa), abaixo, realizada para um mecenas florentino, chegando
a Florença por volta de 1480. Como se tratava de um quadro de grande formato,
ele causou sensação entre os artistas locais, surpreendidos pelo realismo
exacerbado do recém-nascido, posto ao solo, assim como pela representação
dos objetos que o rodeiam.
Hans Memling e Bosch
Na mesma época, destaca-se Hans Memling que, embora tendo nascido na
Alemanha, formou-se em Flandres e nos Países Baixos, onde viveu a maior
parte de sua vida. Não foi um renovador, não introduziu qualquer particularidade
à pintura flamenga, mas executou sua obra com extraordinária destreza.
- 026 Mas o artista mais original desse período foi Hieronymus Bosch, que
conseguiu se desvencilhar quase que por completo da antiga tradição flamenga,
produzindo toda uma obra fora do convencional. “Cristo Carregando a Cruz”
(abaixo) é uma das mais fantásticas obras de Bosch, sendo bem provável que
se trate de um dos seus últimos trabalhos. É possível encontrar um pouco do
estilo expressionista nas feições dos personagens presentes na obra. O artista
consegue, através da expressão distorcida das figuras, repassar um clima de
tensão, ódio, brutalidade e vingança.
Pieter Brueghel, o Velho
O mote gerado por Bosch conduz inevitavelmente à arte de Pieter Brueghel,
o Velho que, no Século XVI, realizou uma série de gravuras intituladas “Os sete
pecados capitais” (1557), cuja reprodução fantasmagórica nos remete à pintura
de Bosch. Numa época em que muitos de seus contemporâneos acorreram às
novidades italianas, Brueghel rendeu homenagem aos primeiros pintores dos
Países Baixos e dos flamengos. (Fonte: Enciclopédia Encarta em Espanhol)
- 027 -
Melchior Broederiam
1327?-1410
Melchior Broederlam (c. 1355 - c. 1411) foi um pintor flamengo que
pertenceu ao gótico internacional. Foi um dos primeiros a explorar o uso de um
simbolismo dissimulado na representação de um mundo ultra-naturalista.
Pouco se sabe sobre sua vida. Era também pintor oficial da corte. Foi um
pintor refinado e sutil. Influiu sobre Jan van Eyck (1390-1441).
Suas paisagens são espaçosas e amplas, em tons verdes e marrons, que
contrastam com as figuras, vestidas em tons vermelhos e azuis.
A obra de Broderiam sofreu uma ação violenta e contínua dos iconoclastas,
sendo alvo constante de depredações e, por isso mesmo, chegaram até nós
pouquíssimas peças, principalmente na forma de como retábulos (Enciclopédia
Britânica e Wikipedia).
- 028 –
A pintura de Melchior Broederiam
- 029 -
Jan Van Eyck
Nascimento: antes de 1395
Falecimento: julho de 1441
Jan van Eyck (Maaseik?,Holanda c. 1390 — Bruges, 1441) foi um pintor
holandês do século XV, irmão de Hubert van Eyck e pupilo de Robert Campin.
Foi também o fundador de um estilo pictórico denominado gótico tardio,
influenciando em muito o Renascimento nórdico. Como tal, é visto como o mais
célebre dos primitivos flamengos.
A primeira informação segura a respeito da vida de Jan van Eyck foi sua
nomeação como pintor oficial de João da Baviera, conde de Holanda, em 1422.
Três anos mais tarde entrou para o serviço do duque de Borgonha, Felipe o
Bom, para quem realizou várias missões diplomáticas secretas na Espanha e
em Portugal.
Em 1431, Jan van Eyck comprou uma casa em Bruges (capital de Flandres
Ocidental e importante centro comercial desde o Século 13), onde se casou e
fixou residência.
As únicas obras conservadas de Van Eyck correspondem à última
década de sua vida. A mais antiga e conhecida é o políptico "A adoração do
Cordeiro místico" (1432) da igreja de são Bavo, em Gand, retábulo complexo
que despertou controvérsias por causa da inscrição que atribui sua realização
ao suposto irmão de Jan, Hubert van Eyck.
Embora documentos atestem a existência de Hubert van Eyck, sua
intervenção na obra e a relação familiar com Jan permanecem polêmicas. O
políptico de Gand, de qualquer modo, revela o naturalismo de Jan van Eyck,
talvez influenciado pelo estilo de Robert Campin, e a tendência a introduzir na
pintura elementos religiosos simbólicos de difícil interpretação.
- 030 O apogeu da arte de Jan van Eyck ocorreu com obras posteriores, como
"Retrato de um jovem" (1432), "O casamento de Giovanni Arnolfini e Giovanna
Cenami" (1434), "Madona do cônego Van der Paele" (1434-1436) e "Madona na
fonte" (1439). Jan van Eyck morreu em Bruges, em julho de 1441.
Enciclopédia Britânica e outras fontes.
Jan van Eyck – “Madona e a criança” (detalhe)
Ano: 1436 – Fonte: “Commons”
- 031 -
Robert Campin
1375?-1444
Robert Campin (Tournai, 1375 – Tournai, 26 de abril de 1444) é considerado
o primeiro grande pintor flamengo. Embora tenha se deixado influir muito pelos
mestres das iluminuras, Campin mostrou um grande poder de demonstrar uma
observação realista do mundo, mais que muitos outros antes dele.
Junto com os irmãos Van Eyck, é considerado o fundador da escola
holandesa do Pré-Renascimento.
Acredita-se que tenha nascido e morrido em Tournai, na Bélgica, mas
estudou em Dijon.
Entre suas melhores obras está o Retábulo de Mérode (imagem pg. 32).
Pela primeira vez, o observador tinha a sensação de estar vendo, através da
superfície de um painel, um mundo com todas as realidades da vida cotidiana.
É o primeiro painel da Anunciação que tem por cenário um interior doméstico
completamente mobiliado e também o primeiro em que se honra São José, o pai
de Jesus. O quadro é cheio de simbolismos, como as flores, que simbolizam a
Virgindade.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
- 032 –
Retábulo de Mérode (tríptico)
Cristo crucificado (detalhe)
- 033 -
Rogier van der Weyden
(Rogier de la Pasture)
1399?-1464
Rogier van der Weyden ou Rogier de Bruxelles, cujo verdadeiro nome é
Rogier de la Pasture (Tournai, 1400 — Bruxelas, 18 de junho de 1464), foi um
dos mais notáveis e importantes pintores góticos flamengos. O estilo dramático
e apaixonado de seus trabalhos exerceu profunda influência sobre a pintura
flamenga e alemã durante a segunda metade do Século XV.
Rogier de la Pasture iniciou a carreira aos 27 anos e, ainda na cidade natal,
estudou por cinco anos com Robert Campin, decano da guilda de pintores.
As primeiras obras de Rogier trazem a marca do áspero naturalismo do
mestre. Outra influência preponderante em sua formação foi o realismo sensível
e matizado de Jan van Eyck, renomado em Bruges.
Em 1435, Rogier estabeleceu-se em Bruxelas e foi nomeado pintor da cidade
no ano seguinte, quando passou a utilizar a grafia flamenga de seu nome, van
der Weyden. Nesse período pintou a primeira grande obra, a célebre "Descida
da cruz", que já mostrava o equilíbrio da composição e o intenso dramatismo
das figuras, característicos de sua produção.
Van der Weyden viajou para a Itália em 1450 e lá tomou contato com novas
tendências. Nessa época fez trabalhos para as poderosas famílias Este, de
Ferrara e Medici, de Florença.
De volta a Bruxelas, acentuou a simetria das composições, como em
"Crucifixão" e "Os sete sacramentos". Realizou também numerosos retratos,
entre os quais "Carlos o Audaz" e "Francisco d'Este", que se caracterizam
pela marcada expressividade dos rostos.
Enciclopédia Britânica e outras fontes.
- 034 –
Rogier van der Weyden - “Madona e o menino” (detalhe)
Rogier van der Weyden – Tríptico da crucificação
- 035 -
Petrus Christus
1415?-1473
Petrus Christus (Baarle, c. 1410 a 1420 — Bruges, 1473) foi um pintor
flamengo que trabalhou em Bruges. Nasceu perto de Breda e foi um dos mais
próximos seguidores de Jan van Eyck.
Discípulo de Eyck, Petrus Christus foi um dos mestres pioneiros do
movimento artístico que, partindo de Flandres, contagiou toda a Europa do
Século XV, ampliando os conhecimentos, motivando a pesquisa e a
experimentação e mudando os rumos da pintura, da escultura e da arquitetura.
Na verdade, pesquisas recentes revelaram que Christus foi um pintor
independente que mostra em suas obras influências de Dieric Bouts, Robert
Campin e Rogier van der Weyden.
Não se sabe se Christus visitou a Itália e estudou a arte de pintores como
Antonello da Messina ou seus quadros foram comprados por italianos.
Fiel ao mestre, e após a morte de Van Eyck, em 1941, coube a ele completar
algumas que este deixou inacabadas, entre elas uma imagem de São Jerônimo
e outra da Madonna.
A obra de Petrus Christus, na medida em que evoluiu para uma visão
particularizada da pintura, é tida pelos críticos, como uma síntese bem formulada
do avanço de Van Eyck na perspectiva, combinado com a emoção contida nos
quadros de Van der Weyden.
(Wikipedia e outras fontes esparsas)
- 036 –
Petrus Christus – “Lamentação”
1455-60. Royal Museums of Fine Arts of Belgium, Brussels
Petrus Christus “A Goldsmith in his Shop”
óleo sobre madeira – 100x85 cm
- 037 -
Dirck Bouts (O Velho)
1415-1475.
Dirck Bouts ou Dirk Bouts ou ainda Dieric Bouts, ou também Thierry
Bouts (Haarlem, 1415—1475) foi um dos mais famosos pintores quatrocentistas
dos Países Baixos. Sobre sua vida, há mais dúvidas que certezas. Teria nascido
em Haarlem, entre 1415 e 1420, não se sabe ao certo, e trabalhou
principalmente em Louvain, onde foi o pintor da cidade a partir de 1468.
Bouts foi um estudioso do espaço, da perspectiva e da composição, havendo
deixado retratos, cenas históricas e quadros de inspiração religiosa, como
"Retábulo do santíssimo Sacramento", "A Ceia" e quadros históricos, como
"O julgamento do imperador Oto".
Deixou-se influenciar por Jan van Eyck e Rogier van der Weyden, com
quem estudou. Como destaque, foi um dos primeiros pintores nórdicos a usar o
ponto de fuga, como se pode apreciar, por exemplo, no quadro da Última Ceia
(abaixo). Sua obra mais antiga é o Infancy Triptych, que está no Museu do
Prado, em Madri. Casou-se com Katharina van der Brugghen, de quem teve dois
filhos. Porém, antes de ter imigrado para a cidade onde casou, visitou as cidades
de Bruges e Antuérpia. Seu irmão, Aelbrecht Bouts, também foi pintor
Enciclopédia Britânica, Wikipedia e outras fontes.
- 038 –
Dirck Bouts – “A Virgem e o menino – 1465 (circa)
National Gallery – Londres
- 039 -
Hans Memling
1435?-1494
Hans Memling (Seligenstadt, 1430/1440 — Bruges, 1494) foi um dos mais
notáveis pintores flamengos, embora de origem alemã, tendo, entretanto,
passado a maior parte de sua vida em Flandres, onde ficou conhecido como
artista.
Autor de algumas das mais célebres madonas que se conhecem, Hans
Memling retira seus retratados dos recintos sombrios e os situa junto a janelas e
desvãos, através dos quais fixa paisagens ricas de detalhes e banhadas de luz.
A expressão estática dos personagens que pintou encerra uma dramaticidade
contida e um senso de fervor místico.
Acredita-se que tenha recebido educação artística em Colônia (Alemanha),
de onde seguiu para Flandres, provavelmente para trabalhar no ateliê de Rogier
van der Weyden. Em 1465 mudou-se para Bruges e conquistou celebridade na
cidade e arredores.
As composições e tipos de Memling repetem-se vez por outra, com poucos
indícios de uma evolução formal. Suas virgens, pouco a pouco, tornaram-se mais
esbeltas, mais etéreas e tímidas. As obras tardias distinguem-se pelos motivos
de inspiração italiana, como cenas bucólicas e cortesãs.
Sua arte revela a influência dos pintores flamengos da época: Jan van Eyck,
Dirck Bouts, Hugo van der Goes e, sobretudo, Rogier van der Weyden. Essa
influência é especialmente notada no tríptico A adoração dos Magos (1479).
Por volta de 1479, Memling pintou o retábulo "Casamento místico de santa
Catarina", do St. Jans Hospital de Bruges, para o qual fez também o relicário
"Ciclo de Santa Úrsula", terminado em 1489 e considerado sua obra-prima.
Morreu em 11 de agosto de 1494, em Bruges, na atual Bélgica.
Enciclopédia Britânica, Wikipedia e outras fontes.
- 040 –
Hans Memling – “Mater Dolorosa” – 1480 (circa) – óleo sobre madeira
- 041 -
Hugo van der Goes
1440-1482
Hugo van der Goes (1440 - 1482) foi um pintor flamengo. Todavia, sua
atividade profissional se desenrolou, toda ela, em Gante, onde fazia parte de
uma corporação de ofício. Apesar de não existirem registos, suspeita-se que
Goes terá ascendência portuguesa.
Como seus contemporâneos, Van der Goes dedicou-se especialmente à
pintura religiosa e, entre suas grandes obras, se encontram A Sagrada Família
e o Retábulo Portinari, um tríptico pintado por solicitação da família Portinari,
de Florenza, mas destinado à Basílica Santa Maria Nova, em 1476. Outros
trabalhos seus, que merecem destaque, são Madona com criança, Menino
com Santa Ana e A Morte de Nossa Senhora.
Sua obra se caracteriza pela tensão dramática e pela sensação de
movimento, unindo os contrastes coloridos aos tons de um realismo calmo.
Enciclopédia Encarta (espanhol), Enciclopédia Barsa, Wikipedia e outras fontes
Retábulo Portinari (1485) – óleo sobre madeira – 2,53 x 5,86 m
- 042 –
“A lamentação de Cristo – após 1479 – Óleo sobre madeira
- 043 -
Gerard David
1460?-1523
Gerard David (Oudewater, hoje Utrecht, c. 1460 — Bruges, 13 de agosto de
1523) foi um pintor flamengo do Gótico tardio, conhecido pelo uso brilhante
da cor.
David caiu em completo esquecimento até cerca de 1860 quando a sua
memória foi resgatada por William Henry James Weale, cuja investigação nos
arquivos de Bruges trouxe à luz os principais fatos da sua vida, levando à
reconstrução de sua personalidade artística, a começar com o reconhecimento
da sua única obra documentada: A Virgem entre virgens em Rouen.
A espiritualidade e o sentido poético com que tratou os temas sacros fizeram
de Gérard David o último grande pintor da escola flamenga de Bruges. Em 1483
já trabalhava em Bruges, onde se tornou o principal pintor, depois da morte de
Hans Memling. A influência desse mestre e de outros grandes artistas
flamengos, como Jan van Eyck e Hugo van der Goes, se fez sentir no ecletismo
das obras que Gérard realizou durante a década de 1490, como Tríptico da
Virgem e Virgem entronizada com anjos.
À sua intenção de dar às composições uma sóbria monumentalidade e
perfeição técnica, exemplificadas no grande tríptico Batismo de Cristo (15021507), uniu-se o desejo de conferir às figuras maior naturalidade expressiva.
Assim, em As bodas de Caná, Gérard David mostrou grande interesse por
diversos aspectos da vida cotidiana, enquanto em outros quadros, como O
descanso na fuga para o Egito, manifestou grandes dotes como paisagista.
Discordam os historiadores de arte quanto à intenção de David ao buscar um
estilo eclético e deliberadamente arcaico. Querem alguns que ele se tenha
voltado para os antigos mestres numa tentativa de reviver a decadente arte de
Bruges. Outros o veem como um artista progressista que desejou basear suas
inovações na obra dos fundadores da escola flamenga.
Enciclopédia Britânica, Wikipedia e outras fontes.
- 044 –
Gerard David - “O descanso na fuga para o Egito” – 1510
Gerard David - Painel da Natividade (tríptico)
- 045 -
Hieronimus Bosch
1450? - 1516
A concepção pessimista de um mundo dominado pela ideia do pecado e da
fragilidade da natureza humana, típica do pensamento medieval, encontrou
expressão plástica na pintura de Bosch. Firmemente aparentada, pela
simbologia, com a fantasia popular e a cultura da época, sua insólita obra,
cáustica e imaginativa, prenunciou as grandes realizações da pintura flamenga
e holandesa dos séculos XVI e XVII.
Jeroen van Aeken, cujo pseudônimo é Hieronymus Bosch, e também
conhecido como Jeroen Bosch ('s-Hertogenbosch, c. 1450 — 9 de Agosto de
1516), foi um pintor e gravador Holandês dos séculos XV e XVI. Sua obra
inspirou, cinco séculos depois o surrealismo de Max Ernst e Salvador Dali.
O surrealismo de Bosch em “Cristo carregando a cruz” (detalhe)
- 046 Pertencente a uma família de pintores, Bosch nasceu por volta de 1450 em
Hertogenbosch, mais tarde Bois-le-Duc, no Brabante setentrional (Bélgica,
antiga Flandres Ocidental). Desenvolveu toda sua atividade na cidade natal, que
gozava então de grande prosperidade comercial.
Salvo as referências existentes no arquivo da cidade, que o dão como
membro da confraria de Nossa Senhora entre 1486 e 1516, as informações
sobre sua vida são muito escassas. Esse fato trouxe graves problemas para a
datação de sua obra, que se baseou fundamentalmente em critérios estilísticos.
A dispersão de seus quadros revela, de qualquer modo, o prestígio que alcançou
na Europa.
Nas primeiras obras de Bosch, de temas tradicionais e estilo algo arcaico,
salientam-se "A extração da pedra da loucura", "A nau dos insensatos"
(baseada numa alegoria do alemão Sebastian Brant) e a "Mesa dos pecados
capitais". Nesta última aparecem temas que se tornaram frequentes em toda
sua produção, como a natureza pecaminosa do homem e a dificuldade da
salvação.
Bosch – “A nau dos insensatos” (detalhe)
- 047 Ao período seguinte pertencem suas obras capitais: os trípticos "O carro de
feno", "O jardim das delícias" e "As tentações de santo Antão", alegorias de
tom satírico e moralizante, em que o autor deu livre curso à imaginação para
plasmar suas ideias sobre o paraíso terrestre, o pecado, o juízo final e o inferno.
Com singular domínio dos tons e valorização dos pormenores, Bosch criou
um mundo fantástico, povoado de seres de pesadelo, monstros fantasmagóricos
e estranhas construções, onde a natureza se confunde com a fantasia. Esse
mundo mágico estava presente na cultura da época e aparece também em textos
literários, como obras de alquimia, livros satíricos e poemas.
Nas obras de sua última fase, entre as quais "A coroa de espinhos" e o
"Cristo com a cruz", houve uma mudança radical de escala. Bosch abandonou
os seres diminutos que povoavam suas paisagens e adotou figuras de meiocorpo em primeiro plano. O simbolismo dessas composições, no entanto, ainda
que menos delirante, é tão hermético quanto o das obras precedentes.
Bosch morreu em sua cidade natal em 9 de agosto de 1516.
Enciclopédia Britânica, Wikipedia e outras fontes.
Bosch – “Ecce Homo” (Eis o homem), frase de Pôncio Pilatos ao apresentar
Jesus à multidão que desejava condená-lo – Este se tornou um tema
recorrente da pintura universal.
- 048 –
Bosh – “Carroça de feno” (tríptico) – Museu do Prado, Madri
Bosch – “Jardim das delícias terrenas” (tríptico)
Museu do Prado, Madri
- 049 -
Jan Gossaert (Mabuse)
1478?-1532
Mabuse, de seu verdadeiro nome Jan Gossaert (1478 - 1 de outubro de
1532), foi um importante pintor flamengo, vulgarmente identificado como o maior
precursor do barroco na Flandres. É igualmente considerado um dos maiores
seguidores de Rogier van der Weyden.
Nasceu em Maubeuge, na atual França, e iniciou a sua formação artística na
cidade de Bruges, completando-a com diversas visitas a outros importantes
centros artísticos flamengos.
Posteriormente, trabalhou em variadas cortes europeias e, desta forma, ia
conhecendo, em primeira mão, os estudos e as descobertas mais recentes,
sobretudo relativos às áreas pelas quais mantinha mais interesse, como
anatomia, perspectiva e Antiguidade Clássica.
Vulgarmente combinava estes elementos, próprios do Renascimento italiano,
com a vivacidade, alegorismo e precisão técnica da pintura flamenga, como se
pode observar em obras como Dánae, Antiga Pinacoteca, Munique, São Lucas
pintando a Virgem, Galeria Nacional de Praga, Praga, A Virgem com Menino,
Museu do Prado, Madrid, ou Cristo coroado de espinhos, Fundação Medeiros
e Almeida, Lisboa.
Concebeu também numerosas versões de cenas bíblicas, como Adão e Eva, e
muitos retratos de proeminentes personalidades da época.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
- 050 –
M abuse - M adona e a criança (1527)
- 051 -
Quentin Massys (Metsys)
1466-1530
Quentin Matsys (1466-1530) foi um pintor flamengo e fundador da Escola de
Antuérpia. Esteve ativo por mais de 20 anos, criando inúmeros trabalhos de cariz
religioso e tendências satíricas
Na pintura de Metsys já se anuncia a síntese da arte italiana e da mentalidade
nórdica, que se revelaria como um dos traços característicos da escola flamenga
de Antuérpia.
Entre suas obras mais célebres encontram-se dois trípticos: o "Retábulo de
Santa Ana" (1507-1509), encomendado pela igreja de São Pedro de Louvain e
posteriormente transferido para Bruxelas, e o "Enterro de Cristo" (1508-1511;
Museu de Antuérpia). Ambos apresentam forte sentimento religioso e detalhes
minuciosamente trabalhados.
A tendência para acentuar a expressão individual aparece em quadros como
"O banqueiro e sua mulher" (1514; Museu do Louvre).
O políptico de Munique e "A Virgem com o Menino", da coleção Aynard de
Paris, são quadros de menores dimensões. Suas paisagens de fundo evocam o
estilo de Joachim Patinir, pintor flamengo da época de Metsys.
Também pintou muitos retratos notáveis, dentre os quais sobressai o de
Erasmo, seu amigo (1517; Galeria de Arte Antiga, Roma). Embora seus rostos
sejam mais subjetivos e personalizados que os de Albrecht Dürer ou Hans
Holbein, nota-se neles a influência dos mestres alemães.
Os filhos de Metsys, Jan e Cornelis, também foram pintores. Quentin
Metsys morreu em 1530 em Antuérpia, Flandres, hoje na Bélgica.
Enciclopédia Britânica, Wikipedia e outras fontes.
- 052 –
Metsys “Casamento desigual” – 1525 (circa)
Museu de Arte de São Paulo (MASP)
O quadro abaixo (detalhe) é uma preliminar pintada em 1520 (circa)
Metsys – “O casamento desigual”
National Gallery of Art, Washington, DC
- 053 -
Joss Van Cleve
1485-1540
Excelente retratista e colorista brilhante, situa-se à cabeça dos pintores
maneiristas animados ainda de espírito gótico flamejante, numa pintura híbrida
em diversas inspirações. A sua observação é minuciosa, mas as personagens
estão ainda repletas de imobilidade. É também conhecido como Joss van der
Beke ou Mestre de «A morte da virgem».
Joos van Cleve (Kleve,? C. 1485 - Antuérpia, 1540 ou 1541), também
chamado de Joos van Cleef, Joos van der Beke e Mestre da “Morte da Virgem”,
era um pintor flamengo do renascimento em países nórdicos.
Pouco se sabe a seu respeito, mas, aparentemente, vinha de uma família de
artistas, já que o sobrenome Cleef é repetido entre os pintores de Antuérpia.
Poderia ter nascido em Kleve (Cleve em alemão, Kleef em holandês), atualmente
cidade alemã, mas que, no século XVI, pelo ducado de Cleves, estava política e
culturalmente integrada à Holanda.
Fez parceria com Jan Joest, com quem colaborou em as portas do retábulo
da igreja de São Nicolau de Kalkar no Baixo Reno. A partir daí passou para
Bruges, antes de se estabelecer em Antuérpia, onde ele está registrado na
Guilda de São Lucas (1511) e onde fez alguns discípulos. Em 1520, foi eleito
reitor da aliança junto com Jan Wellens de Cock.
Van Cleve se dedicou a fazer retratos e pintura religiosa, às vezes repetindo
suas composições em figuras heterogêneas, fundos de arquitetura renascentista
e obras de venda fácil.
O seu quadro “Morte da Virgem” (1515) (hoje no Museu Wallraf-Richartz,
em Colônia, Alemanha), ele o assinou com monograma em uma das janelas que
aparecem em cena, servindo como ponto de partida para o seu reconhecimento.
- 054 –
Joos van Cleve - Morte da Virgem, 1515 (Triptico)
A partir de 1524, com “O Lamento de Cristo” (Städelsches Kunstinstitut,
Frankfurt), sua pintura deu uma guinada para modelos pictóricos italianos, ainda
que não haja nenhuma prova documental de qualquer viagem dele a esse país.
Certo é que ele deve ter estado na França, onde, de acordo Guicciardini, foi
chamado por Francisco I para trabalhar como pintor de retratos.
(Fontes: Wikipedia em espanhol e «Introdução à História da Pintura», Livraria
Luso Espanhola, Lisboa.”
Joos van Cleve – “O Lamento de Cristo” (1524)
- 055 -
Peter Brueghel (O Velho)
1525-1569
Laços familiares: Brueghel, “O Velho” era pai de Peter Brueghel, “O Moço” e
de Jan Brueghel (Veludo). Era também avô do pintor Jan Brueghel (O Moço).
Pieter Bruegel, "O Velho" (Breda, 1525/1530 — Bruxelas, 9 de setembro de
1569) foi um pintor de Brabante, célebre por seus quadros retratando paisagens
e cenas do campo.
Sua obra é produto de uma visão panorâmica do mundo. Pintou, com todo
requinte de detalhes, cenas da vida cotidiana dos camponeses holandeses e
episódios da Bíblia, transplantados para paisagens e cidades do norte da Europa
de sua época.
Entre as gravuras, destaca-se a série dos Sete pecados capitais (1557). No
final da década de 1550, deu início a uma série de grandes painéis com cenas
da vida rural flamenga, como Provérbios flamengos (1559), Combate entre o
carnaval e a quaresma (1559) e Jogos infantis (1560).
Entre os últimos trabalhos sobre cenas campestres, encontram-se A
quermesse e Banquete de casamento, (ambos de 1566-c. 1568).
Em 1565, completou um conjunto de obras representando paisagens e
atividades humanas ao longo das estações, no qual a mais conhecida é
Caçadores na neve. É desta época também O Triunfo da morte (c. 1560).
Encarta 2002 e outras fontes.
- 056 –
Brueghel, o Velho – “Os Ceifeiros”, 1565 – óleo sobre madeira
1,18 x 1,60 m - Metropolitan Museum of Art, New York
Brueghel, o Velho – “Os Mendigos”, 1568 – óleo sobre madeira
18 x 21 cm - Musée du Louvre, Paris, France
- 057 -
Antônio Moro
1517?-1577
Retratista admirado pela corte espanhola, Antônio Moro realizou em seus
trabalhos uma síntese do estilo tradicional da pintura flamenga e as novas
propostas estéticas do Renascimento italiano.
Anthonis Mor van Dashorst (Utrecht, 1516 — Antuérpia, 1576), simplificado
para Antônio Mouro ou Antonio Moro, mais conhecido internacionalmente por
Anthonis Mor, como assinou em maior parte das suas obras. Foi um pintor
quase exclusivo de retratos, muito requisitado nas cortes europeias no seu
tempo
Estudou com Jan Schoreel e, depois de uma visita à Itália, passou a pintar
retratos.Trabalhou em Bruxelas de 1549 a 1550 e, dois anos depois, foi chamado
a Madri pelo imperador Carlos V (I da Espanha).
Em 1554, viajou a Londres para pintar o retrato de Maria Tudor, segunda
esposa de Filipe II da Espanha. Esse quadro, que se acha no Museu do Prado,
em Madri, é uma de suas obras-primas, pela eficiência técnica e acuidade
psicológica.
Moro pintou magníficos retratos de personagens da realeza e da corte, em
que ressaltou a nobreza e autoridade dos modelos pela expressão de seus
rostos, qualidade das vestes e adornos pessoais. Sua influência foi decisiva
entre os retratistas espanhóis posteriores, que culminaram em Velázquez.
- 058 –
Moro pintou ainda alguns quadros de temas religiosos, como o "Calvário".
Deixou a Espanha em 1558, talvez por problemas com a Inquisição, mas
manteve o cargo de pintor de câmara de Filipe II. (Enciclopédia Britânica,
Wikipedia e outras fontes).
Antônio Moro – “Retrato de Maria Tudor”
- 059 -
Lucas van Leyden
1494-1533
Lucas van Leyden (Leiden, 1494 — Leiden, 8 de Agosto de 1533), também
chamado Lucas Hugensz ou Lucas Jacobsz, foi um gravador e pintor dos
Países Baixos, um dos primeiros representantes holandeses da pintura de
gênero e é considerado um dos melhores gravadores na história da arte. Ele era
aluno de seu pai e de Cornelis Engelbrechtsz.
Em 1514, entrou para a Guilda de São Lucas, em Leiden. Visitou Antuérpia e
Middelburg, em 1527, onde conheceu Jan Mabuse. Dürer foi a maior influência
em sua carreira, mas, diferente do mestre alemão, se concentrava em cenas da
vida diária e caricaturas. Deixou uma grande obra, apesar da morte precoce.
Lucas é universalmente considerado uma das grandes figuras do design gráfico,
tendo feito obras em água-forte e xilogravura, assim como desenhos.
Wikipedia e outras fontes.
- 060 –
Lucas van Leyden - “Curando o cego de Jericó” (1531) – óleo sobre tela
Lucas van Leyden – “O leiteiro” – gravura de 1510
- 061 –
Joachim Patinir
1480-1524
Joachim Patinir, também chamado de Patinier e de Patiner (1480 – 5 de
outubro, 1524), foi um pintor flamengo do Renascimento, especializado em
motivos históricos e paisagens. Era provavelmente tio de Herri met de Bles,
com quem ajudou a estabelecer um estilo marcante de paisagens.
Originalmente de Dinant ou Bouvignes, na atual Bélgica, Patinir se tornou
membro da Guilda de São Lucas, em Antuérpia, em 1515, onde ele passou o
resto de sua vida. Ele deve ter estudado com Gerard David em Bruges. Em
1511, Patinir viajou para Gênova com David e Adrien Isenbrandt.
Em 1521, Albrecht Dürer, amigo de Patinir, pintou seu retrato. Dürer
chamava Patinir de "der gute Landschaftmaler" ("um bom pintor de
paisagens"), criando então um neologismo depois traduzido para o francês.
Patinir se fixava preferencialmente nas paisagens, desprezando as figuras,
que eram muitas vezes pintadas por outros artistas. Nas suas imensas
paisagens, em que era incontestavelmente um mestre, combinava a observação
de detalhes naturais com a fantasia lírica.
Existem somente cinco pinturas assinadas por Patinir. Quando ele morreu,
na Antuérpia, em 1524, Quentin Metsys tornou-se tutor de seus filhos.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
- 062 –
Joachim Patinir – “Paisagem com São Cristóvão” – 1520 (circa)
Joachim Patinir – “A fuga para o Egito” – (1515-1516)
- 063 -
Jan van Scorel
1495-1562
Primeiro grande maneirista da Holanda, Scorel adquiriu fama como um dos
maiores pintores do norte do país no século XVI. Formado na Itália, sua obra
revela a influência dos venezianos.
Jan van Scorel (Schoorl, 1 de agosto de 1495 - Utrecht, 6 de dezembro de
1562) foi um pintor, engenheiro e arquiteto holandês do Renascimento e, depois,
do Maneirismo.
Van Scorel iniciou seus estudos provavelmente com Jan Gossaert em
Utrecht, ou com Jacob Cornelisz em Amsterdã, e viajou bastante, na juventude,
sobretudo para Nuremberg e pela Áustria meridional. Neste país completou em
1520 sua primeira obra significativa - o Retábulo de Sippen (chamado
Sippenaltar, ou Retábulo da Sagrada Família), para a Igreja de São Martinho,
na cidade de Obervellach, na Caríntia. Passou por Veneza, onde foi bastante
influenciado por Giorgione. Também importante para a sua formação foram as
peregrinações a Roma e pela Terra Santa. Suas experiências em Jerusalém
estão presentes em muitas obras da maturidade.
Em 1521, van Scorel regressou a Roma, onde foi recebido pelo papa Adriano
VI, de origem holandesa, que o nomeou seu pintor oficial e lhe comissionou
numerosas obras incluindo um retrato do próprio Pontífice. Recebe a influência
de Michelangelo e Rafael Sanzio, a quem sucede no trabalho do Belvedere,
como Conservador.
Após seu retorno aos Países Baixos em 1524 se estabelece em Utrecht,
iniciando uma exitosa carreira de pintor e mestre, e também como engenheiro e
arquiteto.
- 064 Considerado o maior nome dos "romanistas" holandeses, morreu em
Utrecht, na Holanda, em 1562, legando uma grande quantidade de retratos e
retábulos. Muitas dessas obras, entretanto, foram destruídas durante as
revoltas iconoclastas de 1566 e, as remanescentes, hoje se encontram em
museus, mormente dos Países Baixos.
Jan van Scorel – Painel “O batismo de Cristo” (1530, circa)
“Entrada de Jesus em Jerusalém” – Detalhe do painel central de um tríptico
- 065 -
Jan (Veludo) Brueghel
1568-1625
Filho de Pieter Brueghel, o Velho, destacou-se por suas paisagens e alegorias
de grande delicadeza cromática. Era irmão de Peter Brueghel, o Moço e pai de
Jan Brueghel, O Moço.
Jan Brueghel o velho (Bruxelas, 1568 — Antuérpia, 1625) foi um dos mais
notáveis pintores quinhentistas flamengos, muito conhecido pelas suas
paisagens campestres ou pelos seus buquês de flores.
Nascido no seio de uma família de pintores flamengos, Jan teve, desde cedo,
um grande contato com a arte, tendo aprendido, por exemplo, com a sua avó, a
pintar com aquarelas. Tinha diversos apelidos, como "veludo" e "flor", para assim
poder distinguir-se dos outros membros da família.
Estudou na escola de Antuérpia, onde foi aluno de Pieter Goctkind e,
provavelmente, de Gillis van Coninxloo, durante oito anos. Esteve na Itália por
alguns anos, porém retornou à sua cidade de Antuérpia em 1598, onde se casou,
em 1599, com Isabella de Jode, de quem teve dois filhos, incluindo Jan
Brueghel o jovem.
Sua mulher morreu quatro anos depois, em 1603. Assim, em 1605, Jan
casou-se de novo, desta vez com Catherinne van Marienberghe, de quem teve
oito filhos.
Durante toda a sua vida foi-lhe assegurada fama e fortuna, em parte, devido
ao enorme reconhecimento do seu pai entre a aristocracia e artistas flamengos.
Todavia, nem a fama nem a fortuna lhe valeram muito quando contraiu cólera e
morreu, em 1625. (Wikipedia, Enciclopédia Britânica e outras fontes).
- 066 –
Jan Brueghel (Veludo) – Natureza morta com vaso de flores
Óleo sobre tela – 31 x 43 cm – 1620 (circa)
- 067 -
Peter Brueghel (O Moço)
1564?-1638
Pieter Brueghel, o Moço foi um pintor flamengo, tendo como pai Pieter Brueghel,
o Velho. É conhecido como um exímio copista das obras de seu pai e também
realizou suas próprias obras com a mesma temática e estilo, perpetuando-se
assim até a época em teve desenvolvimento o estilo barroco na arte flamenga.
Era irmão de Jan (Veludo) Brueghel e tio de Jan Brueghel (O Moço).
Pieter Bruegel, o Jovem (1568 - 1625) foi um pintor flamengo nascido e
criado em Bruxelas. Aos cinco anos, ficou órfão de pai, desta forma herdando
toda a tradição artística deste.
O jovem recebeu seu treinamento artístico do pintor de paisagens flamengo
Gilles van Coninxloo e, mais tarde, casou-se com a filha de seu mestre.
Viajou à França e à Itália e passou algum tempo neste país até regressar à
Antuérpia, lugar onde finalmente morreria.
Muitos de seus quadros eram réplicas dos trabalhos do pai.
Pessoalmente, ficou famoso pelos quadros que continham cenas absurdas de
demônios e bruxos.
- 068 –
Acima, Pieter Brueghel, o Moço; abaixo, Pieter Brueghel, o Velho
- 069 -
Adien Brower
1605-1638
Adriaen Brouwer (Oudenaarde, 1605 - Antuérpia, 1638), foi um pintor ativo
em Flandres no século XVII. Como um inovador na pintura de gênero, colocava
em suas cenas a vida dos camponeses e o interior das tabernas, com lutadores,
fumantes e beberrões.
No final de sua carreira, pintou paisagens, mostrando uma intensidade
trágica. A importância de sua obra está principalmente na grande influência que
ela exerceu sobre a próxima geração de pintores flamengos e holandeses de
gênero. Escolhendo bem seus personagens, Teniers privilegia o rústico e
focaliza o ser humano em sua aparência degradada. Ele não está interessado
em assumir em suas telas a sociedade burguesa, mas vai ao nível do segmento
marginalizado a que pertencem os aventureiros e canalhas, aos quais vê com
grande amor e misericórdia.
Como exemplo pode ser considerado A luta dos camponeses dos
Mauritshuis em Haia.
- 070 Em seus primeiros trabalhos, em 1625, o artista era dominado pelos tons
claros, com uma forte presença de vermelho e rosa. Em um segundo período
preferiu usar tons mais atenuados e cremosos, e difundir os efeitos de luz.
Brouwer é considerado como um precursor do impressionismo,
duzentos anos antes de ele se tornar realidade, porque a emoção predomina
sobre a razão, expondo a vida sem nuances ou detalhes de qualquer forma,
tendo o sentimento como o tema-chave de seu trabalho. Wikipedia em espanhol
Brower fez seu auto-retrato no quadro “Os Fumantes” Nesta pintura de
1636 (circa) Brower seria o homem no primeiro plano, soltando anéis de
fumaça pela boca. Os outros personagens seriam seus colegas pintores
em uma farra de fumo e bebidas na taberna da Antuérpia.
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