Ectopia cervical: relação com CA colo? predisposição para DST? Nilma Antas Neves PHD, MsC, MD Profa. Adjunta Ginecologia Universidade Federal Bahia Presidente Comissão Trato Genital Inferior FEBRASGO Razões para intervenção nas Ectopias Prevalência de Ectopia= 17 a 50% • Diminuição do risco para infecção: HIV, HPV e Clamídia • Prevenção do câncer de colo uterino • Diminuição dos sintomas de corrimento genital e sangramento pós coital. Int J Gynecol Obstet 2004;85(3):259-66 Br Med J 1978;1:748-760 Estudos que avaliaram a associação entre Câncer de colo e Ectopia Machado, LCJ, et al. São Paulo Med J. 2008; 126(2): 132-9 Opinião dos autores sobre o tratamento da Ectopia para prevenção do câncer de colo Machado, LCJ, et al. São Paulo Med J. 2008; 126(2): 132-9 A infecção HPV 16 é muito prevalente em ectopias A prevalência do HPV 16 é 6 vezes mais frequente em ectopias do que em tecido cervical normal. O tratamento das ectopias justifica justifica-- se em países com alta incidência de câncer do colo uterino uterino.. L.Rocha--Zavaleta et al. Int J Gynecol Obstet 2004;85:259L.Rocha 2004;85:259-266 Normal HPV NIC I NIC II/III é possível rápida evolução J Natl Cancer Inst Monogr 2003; 31:35– 31:35–40. Clin Microbiol Rev 2003; 16: 1-17 CA O processo metaplásico dentro da ZT é fator de risco para LIEBG Quando associado à infecção HPV. As células da ZT são vulneráveis ao dano no DNA e mutações durante o processo de proliferação. Os oncoproteínas do HPV inibem o reparo do ciclo celular normal. HPV apresenta proteínas que interagem com o desenvolvimento do citoesqueleto celular. Anna-Barbara Moscicki et al. Cancer 1998;22:1139-1144 O HPV infecta as células da camada basal • • pequenos traumas • acesso direto (zona de transformação) • infecção ocorre dentro de várias horas Doorbar J. Clin Sci (Lond) 2006; 110:525–541; Schiffman M, et al. Lancet 2007; 370:890–907 Infecção HPV e a resposta imune No local de entrada do HPV, existe pouca replicação, nenhuma lise celular e o sistema imune não reconhece ou reconhece pouco os antígenos do HPV. Beutner KR. Am J Med 1997;102(5A)9-15. Ciclo do HPV no colo Eliminação viral Conformação viral (L1, L2, E4) Camada escamosa madura Replicação viral (E6 & E7) Camada escamosa Cel. parabasais DNA epissomal no núcleo da célula (E1 & E2, E6 & E7) Cel. basais Infecção células basais (E1 & E2) Membrana basal Epitélio normal Epitélio infectado Frazer IH. Nat Rev Immunol 2004; 4:46–54. PREVALÊNCIAS ESTIMADAS DE DIFERENTES DOENÇAS NO BRASIL HIV…………………………...5/1000.…………….0,5% HBV………………………….5/1000…….……….0,5% HCV………………………….6/1000……………..0,6% Sífilis……………………….19/1000....…….……1,9% Chlamydia…………………90/1000……...……..9,3% Candidíase……………….150/1000….………… 15% Vaginose Bacteriana……320/1000……...…..... 32% Cancer de colo………..4/100.000…………...0,004% Lista de estudos selecionados de acordo com a associação entre Ectopia e C. trachomatis Machado, LCJ, et al. São Paulo Med J. 2008; 126(2): 132-9 Ectopia é mais frequente entre adolescentes com Clamídia A ectopia é mais frequente em adolescentes infectadas pela Clamídia (60,4%) em comparação com adolescentes normais (15,8%). P < 0,001 Sedlecki K et al. Srp Arh Celok Lek 2001;129:1692001;129:169-174 Associação entre Ectopia e Infecção por HIV Machado, LCJ, et al. São Paulo Med J. 2008; 126(2): 132-9 Ectopia cervical pode aumentar a susceptibilidade à infecção HIV O epitélio glandular é mais fino. fino . Células CD4 são mais encontradas no epitélio glandular. Principalmente quando > 20% colo está com ectopia. ectopia . Landon Myer et al. Sex Transm Dis 2006;11:6832006;11:683-687 Os dados da literatura não fornecem evidências científicas consistentes para cauterização de rotina das Ectopias 1. Individualizar os casos. 2. Intervenção nas ectopias persistentes. 3. Sempre antes de cauterizar, devemos: tratar processos inflamatórios associados realizar Colposcopia (e Biópsia S/N) Conduta nas Ectopias Pesquisa e tratamento das infecções associadas. Avaliação oncótica com citologia cérvico cérvico--vaginal. vaginal. Avaliação colposcópica:: oncótica e topográfica. colposcópica Estímulo para a reepitelização reepitelização.. OU Seguimento. NAN Conduta nas Ectopias Nunca destruir área de ectopia associada à ZTA (achados colposcópicos anormais), sem antes fazer uma biópsia desta área anormal. NAN Conduta nas ectopias com ZT anormal Biópsia da ZTA Conduta específica de acordo com a biópsia NAN Classificação da Ectopia Quanto ao limite externo: Circinada: borda cortante, não favorece à cura espontânea Em reepitelização: a ectopia é circundada por uma ZTN ou ZTA Macerante: bordas irregulares e maceradas, com placas edematosas Classificação da Ectopia Quanto ao tamanho das papilas: Polipóide: papilas grandes, parece com pólipos Papilar: papilas de tamanho médio Micropapilar: papilas pequenas Ectopia Ectopia + Inflamação NAN ZT imatura NAN ZT imatura NAN ZT intermediária NAN ZT madura NAN Conduta nas ectopias extensas com ZT normal Estímulo à reepitelização Eletrocauterização Eletrofulguração com LEEP/CAF Cauterização química com ATA Fulguração com Laser NAN Ectopia em adolescentes Quando cauterizar? Mulheres expostas a DST Uso irregular de condom Múltiplos parceiros Mulheres negativas com parceiros HIV positivos Mulheres sintomáticas Ectopia circinada J Pediatr 1989;115(3):487-93 NAN Para refletir … O médico não é apenas detentor do conhecimento,, é o indivíduo que tem conhecimento seus valores valores,, credos e motivações. motivações. O médico toma decisões terapêuticas baseadas nas fontes de conhecimento e nos vários níveis de envolvimento da paciente paciente.. NAN