(19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE IME 2013 QUÍMICA E = Eo − Quantidade remanescente de 24Na (%) QUESTÃO 01 Considere o decaimento radioativo do 24 Na como um processo cinético de 1ª ordem, conforme mostrado no gráfico abaixo. onde E é o potencial da meia célula; Eo é o potencial padrão; n é o número de elétrons envolvidos no processo; F é a constante de Faraday e Q é o quociente reacional. Q é dado pela concentração do produto (1, pois o cloreto de prata se encontra no estado sólido, logo sua concentração não se altera no processo e o valor de sua concentração não é expresso) sobre a concentração do reagente (e-5, como fornecido pelo exercício), 100 E = 0,80V − ) E = 0,80 − 0,02567 ⋅ (ln e ) ⇒ E = 0,80 − 0,02567 ⋅ 5 ⋅ (ln e ) ⇒ E = 0,672 V 0 46 Tempo (h) c) No ponto de equivalência teremos atingindo o equilíbrio, representada pelas respectivas equações: Para este radioisótopo, determine: a) a constante de decaimento, k; e b) o tempo de meia-vida, em horas. Resolução a) Seja N ( t ) a quantidade remanescente de átomos do radioisótopo após um tempo t. Sendo o processo de 1ª ordem, temos que: Para t = 46 h , temos N ( 46 ) = Assim, podemos calcular a concentração de prata no equilíbrio, uma + ⎤⎦ = ⎡⎣Cl(aq) ⎤⎦ : vez que ⎡⎣ Ag(aq) 2 + + ⎤⎦ ⇒ ⎡⎣ Ag(aq) ⎤⎦ = 1,8 ⋅ 10 −10 = 1,8 ⋅ 10 −5 1,8 ⋅ 10 −10 = ⎡⎣ Ag(aq) 12 ⋅ N0 . Assim, substituindo: 100 12 3 ⎛ 3 ⋅ N0 = N0 ⋅ e − k ⋅ 46 ⇔ e −46⋅k = ⇔ −46 ⋅ k = ln ⎜ 2 100 25 ⎝5 Pela equação de Nerst, temos que: 1 ⎛ ⎞ E = 0,80 − 0,02567 ⋅ ⎜ ln ⎟ 1,8 ⋅ 10−5 ⎠ ⎝ ⎞ ⎟ = ln3 − 2 ⋅ ln5 ⇔ ⎠ ⎛ ⎞ 1 Resolvendo o termo ⎜ ln ⎟: −5 ⎟ ⎜ 1,8.10 ⎝ ⎠ 1 ln = ln 1,8 ⋅ 10−5 1,8 ⋅ 10 −5 1,099 − 2 ⋅ 1,609 k= ⇔ k ≈ 0,046 h−1 = 4,6 ⋅ 10 −2 h−1 −46 ( b) Para determinar o tempo de meia-vida τ, resolvemos a equação: 1 1 1 ⋅ N0 ⇔ N0 ⋅ e − k ⋅τ = ⋅ N0 ⇔ e − k ⋅τ = ⇔ 2 2 2 ln ln2 0,693 ⎛ 1⎞ −k ⋅ τ = ln ⎜ ⎟ = − ln2 ⇔ τ = ≈ ⇔ τ ≈ 15 h k 0,046 ⎝2⎠ ln QUESTÃO 02 Considere 40 mL de uma solução 0,015 mol/L de Ag+ , em água, contida em um recipiente. Titula-se essa solução com KCl 0,010 mol/L, a uma temperatura de 25º C, até que seja atingido o ponto de equivalência. Um dispositivo é montado, de modo que um eletrodo de prata seja mergulhado nessa solução e o seu potencial medido em relação a um eletrodo-padrão de hidrogênio (EPH). Calcule: a) o volume de KCl necessário para atingir o ponto de equivalência; b) o potencial quando a concentração de Ag+ na solução for ln 1,8 ⋅ 10 −5 1 1,8 ⋅ 10−5 1 1,8 ⋅ 10−5 ) ( −1 ( ) 1 = − ln1,8 2 + ln10 −5 ⇒ ) 2 ⎤ = − ⎡⎢ 1 ⋅ ln 2 ⋅ 3 − 5 ⋅ ln ( 2 ⋅ 5 ) ⎥ ⇒ 2⋅5 ⎣ 2 ⎦ { } = − 1 (2 ⋅ ln3 − ln5) − 5 ⋅ (ln2 + ln5) ⇒ 2 { } = − 1 ⋅ (2 ⋅ 1,099 − 1,609) − 5 ⋅ ( 0,693 + 1,609 ) ⇒ 2 1 1,8.10 −5 = 11,22 Assim, E = 0,80 − 0,02567 ⋅ 11,22 = 0,80 − 0,288 ⇒ E = 0,512 V QUESTÃO 03 Escreva as fórmulas das substâncias estáveis, nas CNTP, formadas apenas pelos elementos 11 A 23 , 17D34 e 10E20 , especificando os tipos de ligações químicas envolvidas. Resolução Fazendo a distribuição eletrônica para cada elemento dado, temos: 23 11A + + Ag(aq) + KCl(aq) → AgCl(s) + K (aq) 17D Como foram consumidos 40 mL de uma solução 0,015 mol/L de íons prata e a estequiometria da reação é 1:1: 34 20 10E = 1s22s22p63s1 = 1s22s22p63s23p5 = 1s22s22p6 Pelas distribuições eletrônicas acima, percebe-se que: nAg+ = nCl− = 0,015 mol ⋅ 40 ⋅ 10−3 L = 6,0 ⋅ 10−4 mol L (aq) Æ Assim, o volume necessário de KCl é igual a: Æ 0,010 mol 1 ln equivalente a e −5 molar, onde “e” representa o número de Neper; e c) o potencial no ponto de equivalência. Resolução a) Considerando a reação química de formação do sal pouco solúvel (reação de precipitação): 6,0 ⋅ 10−4 mol + ⎤⎦ ⋅ ⎡⎣Cl(aq) ⎤⎦ K ps = ⎡⎣ Ag(aq) + + Cl(aq) AgCl(s) → Ag(aq) N ( t ) = N0 ⋅ e − k ⋅t VKCl = ( 8,314 J ⋅ mol-1 ⋅ K -1 ⋅ 298 K ⋅ ln 1 −5 ⇒ e 1mol ⋅ 96.500 C ⋅ mol−1 +5 12 0 N ( τ) = RT ⋅ ln Q , nF = 60 ⋅ 10 −3 L ⇒ VKCl = 60 mL Æ L b) Temos no processo uma reação na qual a prata sofre redução, como as condições experimentais são distintas das condições padrões (25 °C, 1 atm e 1,0 mol/L), podemos usar a equação de Nerst para calcular o potencial da meia célula: 23 11A é um metal alcalino do terceiro período, nesse caso o sódio (Na); 34 é um halogênio (família 17 ou VIIA), também localizado no 17D 3° período da tabela periódica, nesse caso o cloro (Cl); 20 é um elemento da família dos gases nobres localizado no 10E segundo período da tabela, nesse caso o neônio (Ne). Observando as características de cada elemento dado, pode-se propor as seguintes fórmulas das substâncias estáveis formadas, nas CNTP: 1 (19) 3251-1012 * O ELITE RESOLVE IME 2013 Metal alcalino + halogênio = Sal = AD(s) (NaCl(s)) Æ Ligação Iônica Etapa 2: * Metal alcalino em seu estado elementar = A(s) (Na(s)) Æ Ligação Metálica (I) * Halogênio + Halogênio = substância molecular = D2(g) (Cl2(g)) Æ Ligação Covalente * Ne, Gás nobre e não interage com outros átomos, logo haverá apenas E(g) (Ne(g)) nas CNTP Æ não haverá ligação entre as moléculas. H2SO4 n C3H7CHO + + (II) Δ n H2 O b) Num processo de bancada, similar ao descrito anteriormente, utilizam-se 174 g de um PVAl que apresenta massa de PVAl g . Sabendo-se que 24% = 58 número de mols de hidroxila reativa mol das hidroxilas reativas deste PVAl permanecerão inertes, gerando-se assim, em (II), um copolímero de PVAl e PVB, determine a fração mássica de PVB no copolímero formado. QUESTÃO 04 Um gás possui uma taxa de efusão que corresponde a 25,0% da taxa do gás hidrogênio. Uma massa mx desse gás, que ocupa um volume de 1,00 L a 1,00 atm e a 39,5 ºC, é a mesma de sulfanilamida, um soluto não volátil, dissolvida em 100 g de acetona. Se a pressão de vapor da acetona pura a 39,5 ºC é 400 mmHg, calcule: Resolução a) A primeira etapa é uma reação de transesterificação: CH 2 CH a) a massa mx; e b) a pressão de vapor da solução de sulfanilamida (C6H8O2N2S ) em X CH 3OH x O H2 C Base H C OH O acetona à mesma temperatura. C CH 3 + X x H 3C O CH 3 O Resolução a) De acordo com a lei de Graham para efusão, temos: MH2 vx = v H2 Mx ⇔ 25 = 100 H2 C (I) = OH 2 ⇔ M x = 32 g/mol Mx H2 C m m P ⋅ V = n ⋅ R ⋅ T = x ⋅ R ⋅ T ⇔ 1,00 ⋅ 1,00 = x ⋅ 0,082 ⋅ ( 39,5 + 273 ) ⇔ 32 Mx H2 C H C OH b) Calculemos a massa molar M1 da acetona ( CH3COCH3 ) e a massa molar M2 da sulfanilamida ( C6H8O2N2S ): H2C OH CH 100 ⎧ ⎪⎪n1 = 58 = 1,724 mol ⎨ ⎪n = 1,25 = 7,267 ⋅ 10−3 mol ⎪⎩ 2 172 H2C O H2 C OH C H O H2 C CH H 2C (II) = O CH + x H 2O CH C H2 CH2 O CH C H2 x b) Pela relação descrita no enunciado e observando com atenção as unidades, fica evidenciado que para cada 58 gramas do polímero PVAl existe um mol de hidroxilas (-OH). Dessa forma: PV = P ⋅ X1 = 400 ⋅ 0,996 ⇔ pV = 398 mmHg QUESTÃO 05 O poli(vinil-butiral) ou PVB é produzido a partir do poli(acetato de vinila) ou PVA em duas etapas. Na primeira, ocorre a alcóolise básica do PVA com metanol, gerando um precipitado de poli(álcool vinílico) ou PVAl. Na segunda, o PVAl dissolvido em água quente reage com butanal na presença de ácido sulfúrico, dando origem a um precipitado de PVB, cujo mero (estrutura que se repete) não possui hidroxila livre. a) Escreva as fórmulas estruturais dos polímeros I e II da rota sintética abaixo. Etapa 1: C H2 C CH3 0 V CH 3 C H x Portanto, a pressão de vapor da solução de sulfanilamida será dada pela Lei de Raoult: O O H2 C Portanto: n1 1,724 = = 0,996 n1 + n2 1,731 I CH2 CH x A fração molar X1 do solvente (acetona) é calculada por: Base y CH3 CH2 HC O número de mols de cada uma dessas substâncias na solução é: x CH 3OH OH CH3 ⎧⎪M1 = 3 ⋅ 12 + 6 ⋅ 1 + 1⋅ 16 = 58 g/mol ⎨ ⎪⎩M2 = 6 ⋅ 12 + 8 ⋅ 1 + 2 ⋅ 16 + 2 ⋅ 14 + 32 = 172 g/mol x H C Usando essa nova representação fica evidenciado que o polímero pode sofrer uma reação comportando-se como um diol. Os diois sofrem reação com grupos carbonilas formando um cetal cíclico (anéis de cinco e seis membros são os mais estáveis), como ilustra a representação de forma simplificada e omitindo algumas etapas. mx = 1,25 g CH 2 CH x Na segundo etapa ocorre a reação de formação de acetal. Observe que o produto (I) pode ser reescrito da seguinte forma: Pela equação de Clapeyron, segue que: X1 = H C 58 g PVAl 174 g PVAI 1 mol de (-OH) X X = 3,0 mol de ( −OH) Temos que o polímero PAVAl é formado pela seguinte unidade de repetição (mero): H2 C x CH 3COCH 3 H C OH O Este mero possui massa molar de 44 g/mol, ou seja, em 174 g de polímero há 3,954 mol de unidade de repetição, e portanto 3,954 mol de (-OH), dessa forma os 3,0 mol de (-OH) reativos não correspondem ao numero total de (-OH) do polímero. O 2 (19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE IME 2013 diretamente proporcional ao de N2. Sendo a proporção estequiométrica de 2 NH3 : 1 N2, temos que o volume de NH3 é 40 cm3. Assim, pode-se determinar o volume de O2 necessário para consumir todo NH3, também pela proporção estequiométrica: 1 N2: 1,5 O2, portanto o volume de O2 é de 30 cm3. Desses 3,0 mol de hidroxilas 24% não reagiram, ou seja, 3,0 ×0,24 = 0,72 mol de hidroxilas não reagiram e 2,28 mol reagiram. Observando a reação: CH 3 H 2C OH CH H2 C OH C H H2 C + n n H 3C H2 C C H2 O O C H CH CH C H2 CH 2 Sendo 2V o volume de PH3, pela proporção estequiométrica, temos: O CH 2PH3 + 4O2 ⎯⎯→ P2O5 + 3H2O +n H 2O 2V C H2 4V V 3V 3 O acréscimo de volume de 150 cm corresponde a: 4V (P2O5* + H2O) e 30 cm3 de O2 que ainda irá reagir com NH3: n Notamos que para formar uma unidade de repetição do polímero PVB são necessárias 2 hidroxilas. Como reagiram 2,28 mol de (-OH) se formou 1,14 mol de unidades de repetição. 4V + 30 = 150 ⇔ V = 30 cm3 CH3 H2 C O CH CH C H2 Assim, o volume de PH3 é de 2V, ou seja, de 60 cm3, e o volume da mistura inicial é: CH2 3 VNH3 + VPH3 = 40 + 60 ⇔ VMISTURA = 100 cm O CH *Obs: Para a resolução desta questão foi considerado que o P2O5 está no estado gasoso nas condições do experimento, já que sua temperatura de fusão é de 340 °C e sublima a 360 °C (1atm). O aluno poderia considerar que esse composto é sólido nas condições do experimento, levando a uma segunda possibilidade para o cálculo do volume de PH3: O acréscimo de volume de 150 cm3 corresponderia a: 3V (H2O formada na combustão do PH3) e 30 cm3 de O2 que ainda irá reagir: C H2 A massa molar da unidade de repetição ( C8H14O2 ) é de 142 g/mol. Sendo assim: 1 mol 1,14 mol 142 g X 3V + 30 = 150 ⇔ V = 40 cm3 X = 161,88 g Assim, o volume de PH3 seria de 2V, ou seja, de 80 cm3, e o volume da mistura inicial seria: Dessa forma se 1,14 mol de unidades de repetição reagiram, com 1,14 mol de butanal (C4H8O MM = 72 g/mol) e 1,14 mol de água (H2O MM = 18 g/mol) liberada. VNH3 + VPH3 = 40 + 80 ⇔ VMISTURA = 120 cm3 Portanto a massa acrescida ao polímero foi de: g g (1,14mol × 72 ) − (1,14mol × 18 ) = 61,56 g mol mol Assim a massa total do polímero é de 174 g+ 61,56 g = 235,56 g QUESTÃO 07 A reação de 124 g de fósforo branco com uma solução de ácido nítrico gera óxido nítrico e 98 g de ácido fosfórico. Sabendo que o rendimento da reação é 100%, determine o grau de pureza do fósforo. Resolução A reação que ocorre entre o fósforo branco (P4) e o ácido nítrico (HNO3) pode ser equacionada como: Portanto a fração mássica PVB é dada pela expressão: 161,88 χ= ⇔ χ = 0,687 235,56 QUESTÃO 06 Um tubo vertical graduado, dotado de um êmbolo de peso não desprezível e sem atrito e de um dispositivo elétrico para produzir centelhamento, contém uma mistura gasosa composta de amônia (NH3) e fosfina (PH3) em equilíbrio térmico. Introduz-se, então, um volume de oxigênio gasoso que contém apenas a massa necessária para a oxidação estequiométrica dos reagentes presentes. Após a estabilização à temperatura original, o deslocamento do êmbolo indica um aumento de volume de 150 cm3. Provoca-se o centelhamento elétrico e, após o término da reação de combustão e o retorno à temperatura inicial, identifica-se um volume parcial de 20,0 cm3 de nitrogênio gasoso. Considerando que os únicos produtos reacionais nitrogenado e fosforado são, respectivamente, nitrogênio gasoso e pentóxido de difósforo, determine o volume da mistura original, antes da introdução do O2. nox total : nox espécie : 0 1+ 5+ 6- 2+ 2- 3+ 5+ 8- 2+ 2- 0 +1 5+ 2- 1+ 2- 1+ 5+ 2- 2+ 2- P4 + H N O 3 + H 2 O → H 3 P O 4 + N O reduz: 3 ⋅ 1 = 3 eoxida: 5 e- ⋅ 4 = 20 e- Para fazer o balanceamento, é necessário notar que trata-se de uma reação de oxirredução. A água foi colocada nessa equação a fim de fechar o balanço de massa. P4 + H N O 3 + H 2 O → H 3 P O 4 + N O reduz: 3 e- (x 20 mol) oxida: 20 e- (x 3 mol) Resolução Inicialmente havia os gases NH3 e PH3 no recipiente. Após a adição de O2, há reação somente com o PH3, já que esse componente da mistura apresenta uma temperatura de auto ignição baixa. Assim, o aumento de volume de 150 cm3 corresponde aos produtos formados nessa reação, a amônia e o oxigênio, que só vão reagir após a centelha elétrica. As reações que ocorrem são: Desta forma, a reação balanceada seria a seguinte: 3P4 + 20HNO3 + 8H2O → 12H3PO4 + 20NO Como essas reações ocorrem em meio aquoso, a molécula de H2O é adicionada para alcançar o balanceamento e realizar a estequiometria. O número de mols de H3PO4 formado pode ser calculado como: 2PH3 + 4O2 ⎯⎯→ P2O5 + 3H2O após a adição de O2 nH3PO4 = 3 2NH3 + O2 ⎯⎯→ N2 + 3H2O após a centelha elétrica 2 98 g = 1 mol 98 g/mol A relação estequiométrica existente entre o P4 e o H3PO4 é de 3 : 12, ou 1 : 4. Sendo o volume parcial de N2 de 20 cm3, mantendo a temperatura e a pressão constantes, temos que o volume de NH3 na mistura é 3 (19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE IME 2013 P4 3 mol nP4 Hsolução inicial = 1000g × 104J/g = 104000 J H3PO4 12 mol 1 mol Hsolução final = 1500g × 76J/g = 114000 J Calculando o ∆H: 3 = 0,25 mol 12 mP = 0,25 mol ×124 g/mol ⇒ nP4 = ΔH = Hsolução final − ( Hsolução inicial + Hágua a 25ºC ) ⇔ ΔH = 114000 − (104000 + 52250 ) = −42250 J 4 mP4 = 31 g Como ΔH + Q = 0 , temos que Q = 42250 J e: Q = 1500 g × 3,63J/g⋅ºC × (Tf − 25 ) ºC Fazendo o cálculo da pureza do P4: 124 g 31 g 100% R R= Igualando, temos: 31.100 ⇒ R = 25% 124 Logo, QUESTÃO 08 Considere um recipiente adiabático conforme a ilustração abaixo, no qual 1000 g de uma solução aquosa de NaOH, a 30% em massa, e a uma temperatura inicial ti = 25 ºC, são diluídos a 20% em massa, com água à mesma temperatura. Calcule a temperatura tf da solução após a diluição. Tf = 32,8 ºC QUESTÃO 09 A adição de brometo de hidrogênio a propeno, na ausência de peróxidos, gera como produto principal o 2-bromopropano (adição Markovnikov). Entretanto, a mesma adição, na presença de peróxidos, leva principalmente à formação do 1-bromopropano (adição antiMarkovnikov). Proponha um mecanismo adequado para cada uma destas reações e explique a diferença observada com base nesses mecanismos. Resolução A adição de HBr é uma reação típica de alcenos e ocorre nos carbonos que fazem a dupla ligação. A adição Markovnikov ocorre com a ligação do H no carbono mais hidrogenado da dupla, e, consequentemente, o Br é adicionado ao carbono menos hidrogenado. Na adição anti-Markovnikov ocorre o inverso. A adição de HBr ao propeno na ausência de peróxido (Markovnikov) e na presença de peróxido (anti-Markovnikov) ocorre segundo dois mecanismos distintos: Dados: - Para o sistema NaOH – água a 25 ºC: a 30% : H = 104 J/g de solução; cP = 3,54 J ⋅ g–1 ⋅ ºC–1 a 20% : H = 76 J/g de solução; cP = 3,63 J ⋅ g–1 ⋅ ºC–1 - Calor específico da água líquida: cP = 4,18 J ⋅ g–1 ⋅ ºC–1 - Estado de referência para entalpia: água líquida a 0 ºC t i = 25º C tf = ? H2O 25º C - Markovnikov: adição eletrofílica - Anti-Markovnikov: adição radicalar NaOH 20% NaOH 30% 42250 = 1500 ⋅ 3,63 ⋅ (Tf − 25 ) Nos dois casos a reação ocorre por um caminho que gera o intermediário (carbocátion ou radical) mais estável. Recipiente termicamente isolado Recipiente termicamente isolado • A reação de adição eletrofílica ocorre em duas etapas: Resolução Em 1000g de uma solução aquosa 30% em massa de NaOH, temos: 1000g de solução x g de NaOH 1ª etapa: adição de H ao carbono da dupla e formação do intermediário carbocátion (composto I no mecanismo A e composto II no mecanismo B). 2ª etapa: ataque do ânion Br − sobre o carbocátion e formação do produto final. 100% 30% Logo x = 300 g de NaOH. Mecanismo A (Markovnikov): Na diluição, a solução ficou com uma nova concentração de 20% em massa de NaOH, logo temos a seguinte relação: x g de solução 300 g de NaOH Adição Markovnikov H 100% 20% H CH3 H2C CH3 C H2C H C Logo x = 1.500 g de solução. Br (I) Br Br H H H2C CH3 C H Como inicialmente havia 1.000g de solução e na situação final tem-se 1500g de solução, percebe-se que houve uma adição de 500g de água (1.500g – 1.000g = 500g de água). Como o processo é adiabático, podemos considerar a seguinte relação: ΔH + Q = 0 H Br H 2C C CH3 H Mecanismo B (anti-Markovnikov): Para calcular o ∆H do processo, precisamos de 3 valores de entalpia: Hágua a 25°C , Hsolução inicial, Hsolução final H Calculando o Hágua a 25°C: Hágua a 25ºC − Href a 0ºC = m ⋅ cP ⋅ ΔT H C H2C Br H2C CH3 CH CH3 Br Br H H 2C ( II ) CH H Obs.: como variação de entalpia é a quantidade de calor trocado a pressão constante, podemos utilizar a relação acima. Hágua a 25ºC + 0 = 500g × 4,18J/gºC × ( 25 − 0 ) ºC ⇔ Br Hágua a 25ºC = 52250 J H 2C H CH3 C H Calculando o Hsolução inicial e Hsolução final: 4 CH3 (19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE IME 2013 Nesse caso a reação ocorre pelo mecanismo A, pois gera um intermediário carbocátion secundário, enquanto que no mecanismo B, o carbocátion formado é primário. A estabilidade dos carbocátions obedece a sequência abaixo: E Mecanismo A H 2C CH Mecanismo B CH3 Br Carbocátion terciário > Carbocátion secundário > Carbocátion primário H2C Quanto maior a estabilidade do intermediário, menor a energia de ativação da reação, assim, a adição de HBr na ausência de peróxido segue Markovnikov, com a adição de H ao carbono mais hidrogenado, como representado esquematicamente no gráfico a seguir. E CH CH3 Br H C H2C CH3 Br H2 C H C H 2C H2C Mecanismo B H H H CH3 C Caminho da Reação CH3 C CH3 H CH3 CH Br C H Mecanismo A H2C H H2C H Br H *um peróxido utilizado nessa reação é o peróxido de benzoíla, cuja estrutura é mostrada abaixo: CH3 C H2C CH3 O H H Br H2C C O O CH3 O H Caminho da Reação • Adição anti-Markovnikov No mecanismo da adição anti-Markovnikov utilizou-se a representação simplificada R-O-O-R para esse composto. A reação de adição radicalar ocorre em três etapas: 1ª etapa: formação do radical a partir de um peróxido* 2ª etapa: ataque do bromo radicalar sobre o carbono da dupla ligação, com a formação de um radical orgânico secundário (composto III no mecanismo A e composto IV no mecanismo B). 3ª etapa: ataque do radical (III ou IV) sobre o HBr formando o produto final. Mecanismo A (anti-Markovnikov): 2R R O O R R O +H Br CH CH3 H 2C R OH + Br H H 2C C CH3 Br Br H2C CH CH3 + H O Br (III) H2C Br Br Mecanismo B (Markovnikov): H2C CH CH3 H 2C H C Br CH3 + Br H CH3 Br (IV) Br H2C CH CH CH3 + H Br H 2C Br CH CH3 + Br H A reação ocorre pelo mecanismo A, pois há a formação de um radical mais estável (secundário no mecanismo A e primário no mecanismo B). A estabilidade de radicais obedece a sequência abaixo: Radical terciário > Radical secundário > Radical primário Quanto maior a estabilidade do intermediário, menor a energia de ativação da reação, assim, a adição de HBr na presença de peróxido é anti-Markovnikov, com a adição de H ao carbono menos hidrogenado, como representado esquematicamente no gráfico a seguir. 5 (19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE IME 2013 QUESTÃO 10 Dentre os produtos da reação de hidrólise total do composto abaixo, um reage com bromo em tetracloreto de carbono a –5 ºC para gerar, como produto, uma mistura de dois isômeros; outro reage com ácido nítrico em presença de ácido sulfúrico, produzindo ácido pícrico. Com base nessas informações, determine as estruturas dos produtos de todas as reações mencionadas. Equipe desta resolução Química Fabiana Ocampos Rafael Capobiango Timo Peixoto Roberto Bineli Muterle Tathiana de Almeida Guizellini Thiago Inácio Barros Lopes Resolução A reação de hidrólise do composto dado ocorre nas funções éster e amida. Ocorre a quebra das ligações carbonila-oxigênio (éster) e carbonila-nitrogênio (amida), formando os compostos A, B e C, como mostrado abaixo: Revisão O O NO2 Danilo José de Lima Edson Vilela Gadbem Fabiano Gonçalves Lopes Marcelo Duarte Rodrigues Cecchino Zabani NH O O O O 2N Digitação, Diagramação e Publicação O NO2 NH2 OH O + Allan Moura Eduardo Teixeira Akyiama OH HO + O O 2N O A C B Br2 HNO3/H2SO4 NH2 NO2 OH O 2N NO2 Br D Br E ácido pícrico isômeros dextrógiro e levógiro O enunciado diz que um dos compostos formados reage com ácido nítrico, na presença de ácido sulfúrico, formando o ácido pícrico (composto D). A reação é uma substituição eletrofílica aromática, que ocorre com o composto A. A substituição ocorre no carbono orto em relação à hidroxila, que é um ligante orto/para dirigente. O outro composto citado (composto C) sofre reação de adição eletrofílica com bromo em tetracloreto de carbono, a frio. A reação é mostrada abaixo: NH2 NH2 NH2 Br2 + H + Br H BrH Br Br H Nessa reação ocorre a formação do isômero trans (o isômero cis não é obtido), e esse composto existe na forma de um par de enantiômeros (dextrógiro e levógiro). 6