por Marco Alexandre Dias da Rocha* Número de casos de câncer de pele em pessoas jovens vem aumentando Essa doença, você sabe, é mais comum após os 50 anos. O aumento do número de casos em jovens ocorre sobretudo nas mulheres brancas de pele, olhos e cabelos claros. As causas do fenômenos são duas: uso de câmaras de bronzeamento e exposição excessiva ao sol sobretudo no período de maior risco, ou seja, entre 10h00 e 16h00, quando a radiação ultravioleta é intensa. D e acordo com informações das sociedades médicas americanas e do serviço de epidemiologia da Secretaria de Saúde do Governo dos Estados Unidos, aumenta a incidência de câncer de pele em pessoas com idade inferior a 40 anos. O dado está relacionado, claro, àquele país. Mas percebo no consultório que o fenômeno ocorre também no Brasil. Venho operando cada vez mais portadores de câncer de pele com 30, 35, 40 anos, ou seja, naquela faixa etária. O câncer de pele, vale relembrar, pode ocorrer a qualquer momento na vida de uma pessoa. É mais frequente, porém, depois dos 50 anos. Quando se considera a incidência na população jovem, entre 20 e 30 anos, por exemplo, o tumor mais frequente em geral é o mais grave: o melanoma. Quando se considera a incidência na população como um todo, o tumor mais comum, felizmente, é o menos grave: o carcinoma basocelular. O aumento do número de casos na população jovem ocorre sobretudo nas mulheres brancas de pele, olhos e cabelos claros — a relação é de dois por um, ou seja, a cada homem atingido há duas mulheres. Essas pessoas estão tendo melanoma e carcinoma basocelular. As possíveis causas são estas: a) uso de câmaras de bronzeamento, que ainda não são proibidas em todos os Estados americanos; por vaidade e às vezes até por questões de profissão, modelos e outros profissionais se bronzeiam nas câmaras repetidamente o ano todo; segundo os organismos de saúde, diariamente são realizados por volta de 1 milhão de bronzeamentos em câmaras nos Estados Unidos; e b) exposição excessiva ao sol sobretudo no período de maior risco — das 10h00 às 16h00 —, quando a radiação ultravioleta é intensa. “E como se manifestam, na pele, os três tipos de câncer?”, você poderia perguntar. Explico: l Melanoma. Provém do melanócito, célula que produz a cor da pele. Em geral surge de pintas irregulares com as quais a pessoa nasceu ou se formaram ao longo da vida. Pode ocorrer em todo o corpo, mas é mais comum no tronco e nas pernas. As indicações de malignidade são: forma irregular e a presença de diferentes cores nas pintas, como preto, marrom e branco. Pode invadir órgãos e tecidos distantes, como pulmão e cérebro, e até levar o portador à morte. l Carcinoma espinocelular. Manifesta-se por feridas na pele que não cicatrizam. Também se formam mais nas áreas mais expostas, como rosto, orelhas, costas, couro cabeludo e braços. Entre suas causas estão feridas crônicas na pele e, no caso do tumor labial, tabagismo. Também pode invadir órgãos e tecidos e levar o portador a óbito. l Carcinoma basocelular. Manifesta-se igualmente por feridas na pele que não cicatrizam. Não invade órgãos e tecidos distantes, mas pode destruir tudo em volta, como as cartilagens. O ideal é prevenir-se quanto à formação do câncer de pele, o que é fundamental sobretudo para quem tem histórico familiar de melanoma. Evite queimaduras solares na infância. Passe filtro solar em seus filhos a partir de 6 meses e ensine-os a usá-lo sempre. Jamais faça bronzeamento em câmaras, hoje proibidas no País. Só se exponha ao sol até as 10h00 e após as 16h00. E use diariamente protetor. Pessoas com sinais do câncer devem consultar um dermatologista. Quanto mais precoces o diagnóstico e o tratamento, maior a chance de cura e menor o risco de sequelas. * Marco Alexandre Dias da Rocha, médico dermatologista na capital paulista, graduou-se em Medicina e fez especialização em Dermatologia Pediátrica na Escola Paulista de Medicina — Univerdade Federal de São Paulo. Site: talaricodermatologia. com.br E-mail: [email protected]