COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL REQUERIMENTO Nº , DE 2002 ( Do Sr. Aloizio Mercadante) Requer a apreciação da indicação que sugere ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República que seja instituída ampla delegação brasileira, composta por ministros de Estado, parlamentares, empresários, sindicalistas, representantes de ONGs, intelectuais e artistas, para visitar Angola com o objetivo de apoiar o processo de paz e discutir a participação do Brasil na urgente reconstrução daquele país. Senhor Presidente, Requeiro, nos termos regimentais, seja apreciada indicação em anexo, que sugere ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República que seja instituída ampla delegação brasileira, composta por ministros de Estado, parlamentares, empresários, sindicalistas, representantes de ONGs, intelectuais e artistas, para visitar Angola com o objetivo de apoiar o processo de paz e discutir a participação do Brasil na urgente reconstrução daquele país. Sala da Comissão, 16 de abril de 2002 Deputado ALOIZIO MERCADANTE COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL INDICAÇÃO Nº , DE 2002 ( Do Sr. Aloizio Mercadante) Sugere ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República que seja instituída ampla delegação brasileira, composta por ministros de Estado, parlamentares, empresários, sindicalistas, representantes de ONGs, intelectuais e artistas, para visitar Angola com o objetivo de apoiar o processo de paz e discutir a participação do Brasil na urgente reconstrução daquele país. Excelentíssimo Senhor Presidente da República, A morte de Jonas Savimbi, ex-líder inconteste da União Pela Independência Total de Angola (UNITA) abriu caminho para novas negociações políticas visando o término da terrível guerra civil que afeta aquele país há mais de 27 anos. Com efeito, foi firmado, em 4 de abril do corrente, cessar fogo entre o governo angolano e os dirigentes da UNITA que renova as esperanças na pacificação definitiva de Angola. Obviamente, trata-se apenas de um primeiro passo, embora encorajador e significativo, no rumo de um longo e complexo processo de negociação entre forças historicamente antagônicas. Como não poderia deixar de ser, para ter pleno êxito tal processo negociador demandará o apoio decisivo da comunidade internacional, pois há interesses econômicos e comerciais pouco éticos que se beneficiam da divisão do território angolano. Pois bem, Brasil e Angola compartilham colonização e língua comuns e formações históricas muito semelhantes. As populações angolanas que vieram para o Brasil na condição de escravas contribuíram decisivamente para a conformação do nosso ethos cultural e religioso e para o desenvolvimento econômico de nosso país. Mais recentemente, a política brasileira de aproximação à África fez com que o Brasil se transformasse no primeiro país a reconhecer a independência de Angola, o que estreitou ainda mais os laços políticos e diplomáticos entre ambas as nações. Infelizmente, a guerra civil angolana impossibilitou que a cooperação entre Brasil e Angola atingisse os níveis prometidos pelo potencial econômico daquele país africano e pelos traços culturais e históricos comuns. Entretanto, agora que há novas e concretas esperanças no horizonte, o Brasil não pode se furtar a contribuir efetivamente com a pacificação de Angola. Ressalte-se que a participação brasileira, como de resto a participação de toda a comunidade internacional, não pode apenas se cingir ao apoio político à pacificação. De fato, as quase três décadas de guerra civil causaram a morte de mais de um milhão de angolanos e arruinaram 90% da infra-estrutura do país. Estradas, pontes, sistemas de comunicação, redes de energia e hospitais foram destruídos; boa parte da terra arável está minada; e as reformas econômicas implementadas sob a coordenação do FMI não deram resultados. Sem dúvida alguma, será necessária grande ajuda internacional para que a economia angolana, que tem enorme potencial, volte a funcionar. O sofrimento dantesco do povo angolano deve ser urgentemente minorado. Do nosso ponto de vista, o Brasil, na condição de maior país de língua portuguesa, tem o dever de colocar-se, de imediato, na vanguarda de um grande esforço internacional para pacificar e reconstruir Angola. Já tivemos participação importante na economia angolana, e poderemos voltar a tê-la. A criação de ampla delegação brasileira que visitasse Angola brevemente poderia representar, ademais de relevante gesto simbólico de apoio, oportunidade concreta e conseqüente para debater o papel que o Brasil poderia representar na reconstrução de nosso país irmão. Assim sendo, sugerimos a Vossa Excelência que seja instituída ampla delegação brasileira, composta por ministros de Estado, parlamentares, empresários, sindicalistas, representantes de ONGs, intelectuais e artistas, para visitar Angola com o objetivo de apoiar o processo de paz e discutir a participação do Brasil na urgente reconstrução daquele país. Sala da Comissão, em 16 de abril de 2002 Deputado ALOIZIO MERCADANTE