INFECÇÃO URINÁRIA EM MULHERES: REVISÃO DA

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Saúde em Foco, Edição nº: 07/Ano: 2015
INFECÇÃO URINÁRIA EM MULHERES: REVISÃO DA LITERATURA
URINARY INFECTION IN WOMEN: LITERATURE REVIEW
LACERDA, Wesley Cabral 1, VALE, Jhonatas da Silva 1, LACERDA, Weiller
Cabral 2 , CARDOSO, João Luiz Macedo de Sousa 3
1
Faculdade Mauricio de Nassau/ Aliança, Curso de Biomedicina, Teresina- PI, Brasil.
E-mail: [email protected]
2
Faculdade Santo Agostinho/ Curso de Farmácia, Teresina-PI, Brasil.
3
Orientador Prof. MsC da Faculdade Mauricio de Nassau/ Aliança, Teresina- PI,Brasil.
RESUMO
INTRODUÇÃO: A infecção do trato urinário (ITU) é a segunda infecção mais
comumente encontrada na população, tendo maior prevalência no sexo feminino por
diversos fatores, podendo acometer o trato urinário inferior e/ou superior. OBJETIVO:
Identificar os fatores contribuintes para as infecções do trato urinário em pacientes do
sexo feminino, esclarecer sobre as causas, classificação, sintomas, tratamento,
diagnóstico e identificar os principais agentes causadores de ITU. MÉTODO: O
presente trabalho bibliográfico foi realizado através da revisão da literatura de obras já
publicadas, livros e nas bases de dados MEDLINE, SCIELO e PUBMED utilizando as
palavras-chave e combinações como: (infecção do trato urinário, Urinary tract,
Escherichia coli, Cistites, Urinary Infection Tract AND Urinary tract, Escherichia coli),
foram selecionados artigos publicados entre os anos de 2000 a 2014 com os critérios
que abordam distúrbios infecciosos urinários em mulheres sexualmente ativas, foram
descartados aqueles que tratavam de outros tipos de infecções. RESULTADOS: Com
base no artigo em estudo, Sato e Svidzinski et al (2005), descrevem como o
microrganismo mais invasor a Escherichia coli (61,2%). Filho et al (2013) realizou um
estudo onde obteve dados do hospital da Santa Casa de Misericórdia de Vitoria situado
no estado do Espírito Santo, as bactérias mais encontradas foram, Escherichia coli,
Klebsiella peneumoniae, Staphylococcus saprophyticus. CONCLUSÃO: O presente
trabalho mostrou que nos testes de urocultura a bactéria Gram-negativa Escherichia coli
que é natural da flora intestinal foi a mais encontrada seguida da enterobactéria
Klebsiella pneumoniae e da bactéria Gram-positiva Staphylococcus saprophyticus.
Palavras-chave: Infecção do trato urinário. Sexo feminino. Escherichia coli.
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Saúde em Foco, Edição nº: 07/Ano: 2015
ABSTRACT
INTRODUCTION: Urinary tract infection (UTI) is the second most commonly found
infection in the population, with a higher prevalence in females by several factors can
affect the lower and / or upper urinary tract. OBJECTIVE: To identify the contributing
factors for urinary tract infections in female patients, we have to show the causes,
classification, symptoms, treatment, diagnosis and identify the main agents of UTI.
METHOD: This bibliographic was conducted by reviewing the works of literature
already published in books and also in databases like MEDLINE, PUBMED SCIELO
and using keywords and combinations as (Urinary Infection Tract, Urinary tract,
Escherichia coli, Cystitis, Urinary Infection Tract AND Urinary tract, Escherichia coli),
were selected articles published between the years 2000-2014 with the criteria that
shows urinary infectious disorders in sexually active women, were discarded those that
dealt with other types of infections. RESULTS: Based on the article under
consideration, and Svidzinski Sato et al (2005) describe as the invading organism
Escherichia coli (61.2%). Filho et al (2013) conducted a study where he obtained data
from The Saint House of Mercy Hospital in Vitoria located in the State of Espirito
Santo, the most frequent bacteria were Escherichia coli, Klebsiella peneumoniae,
Staphylococcus saprophyticus. CONCLUSION: This study showed that the urine
culture tests the Gram-negative bacterium Escherichia coli which is natural intestinal
flora was the most frequent followed by Enterobacter Klebsiella pneumoniae and Grampositive Bacterium Staphylococcus saprophyticus.
Keywords: Urinary Tract Infection. Females. Escherichia coli.
INTRODUÇÃO
Infecção do trato urinário (ITU) é a segunda infecção mais comumente
encontrada na população, ocorre desde o recém-nascido ao idoso, com uma
diferenciação entre homens e mulheres. As ITU’s nos homens ocorrem nas idades
extremas (lactentes e idosos), enquanto nas mulheres ocorre um acréscimo com o passar
dos anos. Estudos mostram que pelo menos 5% das mulheres, 5 a 18 anos já expuseram
uma ITU. Na adolescência alterações hormonais cultivam a colonização vaginal por
bactérias nefrogênicas, que migram para a área periuretral, podendo elevar-se pelo trato
urinário causando ITU (GROSSMAN, CARONI, 2009).
O sexo mais fragilizado para a ocorrência de infecção urinária é o feminino,
30% das mulheres proporcionam ITU sintomática ao longo da vida. A contaminação da
infecção se dá por via ascendente, cominando com esse fator a amplitude anatômica da
uretra feminina e a sua proximidade entre a vagina e o ânus característica da genitália
feminina Roriz-Filho et al (2010).
283
Saúde em Foco, Edição nº: 07/Ano: 2015
Determinada pelo aparecimento de bactérias na urina a ITU, tem como limite
mínimo a existência de 100.000 unidades formadoras de colônias bacterianas por
mililitros de urina (UFC/ml). Sendo sintomática ou assintomática a infecção pode ser
definida; dando na falta de sintomas a designação de bacteriúria assintomática.
Classificada como baixa ou alta, comprometendo o trato urinário baixo é designado de
cistite ou se afetar respectivamente o trato inferior e superior é nomeado de pielonefrite
(RORIZ-FILHO et al., 2010).
De acordo com Araujo e Queiroz (2012) a infecção do trato urinário pode
acometer pacientes sem anomalias estruturais que interfiram no fluxo de urina, e
complicadas quando ocorre com lesão no trato urinário ou com enfermidades
sistêmicas. Mulheres jovens são as mais propensas a contrair infecções do que os
homens, mas também se encontram as: crianças, mulheres gravidas, idosos e pacientes
imunodeprimidos. A infecção urinária está unificada ao uso de sondas vesicais,
causando maior risco de infecção hospitalar, de acordo com o tempo prolongado de sua
utilização, principalmente pacientes idosos. As bactérias Gram-positivas ou Gramnegativas, sendo estas as de maior incidência de infecções urinárias. Devido à
plasticidade genética, estes microrganismos propagam e contraem resistência aos
antimicrobianos.
Levy (2004) diz que existem três possibilidades de um microrganismo atingir e
causar uma infecção no trato urinário é por via ascendente onde o microrganismo pode
alcançar a uretra, bexiga, ureter e os rins dando ênfase que essa via se dá mais em
mulheres pela menor distância da uretra ou pacientes submetidos à instrumentação do
trato urinário. A via hemática é a principal via em neonatos, ocorre pela intensa
vascularização do rim, é causada mais por microrganismo como Staphylococcus aureus,
Mycobacterium tuberculosis, Histoplasma spp. A via linfática é mais rara, dando
destaque que os microrganismos possam atingir o rim pela vinculação linfática entre o
intestino e o rim ou entre o trato inferior e superior.
Os principais agentes bacterianos comuns envolvidos na infecção do trato
urinário são os bastonetes Gram-negativos em especial a Escherichia coli encontrada na
comunidade e no ambiente hospitalar. Os cocos Gram-positivos como Staphylococcus
sp e o Streptococcus sp também podem ser agentes da infecção (BERALDO-MASSOLI
et al., 2012).
Para Trabulsi e Alterthum (2004) o principal agente das infecções urinaria é a
Escherichia coli, bactéria que é responsável por 80 a 90% dos casos de infecções
urinárias. A infecção bacteriana atinge mais as mulheres do que os homens, as mulheres
sofrem mais devido a curta distância entre o ânus e a uretra, por isso as mulheres são
mais vulneráveis às infecções urinárias. Esse agente invasor é capaz de envolver e de se
transgredir para dentro das células uroepiteliais.
A atividade sexual pode provocar a entrada das bactérias no trato urinário, mas
não é o fator fundamental envolvido na patogênese da ITU. Dessa forma, a habilidade
das bactérias derrotarem os mecanismos naturais de defesa do organismo é um evento
decisivo no acontecimento da infecção (LIMA, 2014).
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A contaminação ocorre quase sempre por via ascendente, assim sendo, do meio
externo para o interior do sistema urinário, completada ou não por doenças próprias do
sistema urinário bem como estase urinária, apresentação de cálculos e modificações
anatômicas e funcionais. É importante destacar a possibilidade de instalação da infecção
após manipulação instrumental do sistema urinário como sondagens, exames
característicos e cirurgias, especialmente quando realizadas em pacientes com
patologias urológicas (FIGUEIREDO, 2010).
De acordo com Lima (2014), os sintomas das infecções do trato urinário estão
sujeitos a vários locais de agressão, sendo trato urinário inferior (cistite) e superior
(pielonefrite). Para as ocorrências clínicas, a mais constante são as cistites, cujas
lamentações mais comuns são o acrescentamento da assiduidade urinária, dor uretral ao
urinar, urgência miccional, dor suprapúbica, hematúria e odor fétido na urina. Agora a
pielonefrite é uma contaminação de maneira sistêmica, com presença de febre e dor
lombar, bem como dos sintomas de cistite, sendo que a maior proporção da dor costuma
ser o ângulo costo-vertebral.
Constantes dores e alterações na urina são avaliações históricas para sinais e
sintomas ligados à infecção do trato urinário. As amostras frequentes de micção urinária
é um forte parâmetro para a detecção de pacientes com ITU (SMELTZER e BARE,
2005).
Nas ITU’s que acometem o paciente repetidas vezes a melhor técnica de
tratamento é o uso de antibioticoterapia adequado ao agente infeccioso. Com isso a
coleta e a cultura de urina são importantes para a escolha do medicamento que deve ser
introduzido baseado na experiência. Os antimicrobianos mais utilizados em relação à
ocorrência de ITU pela bactéria E. coli e outros agentes infecciosos Gram-negativos são
Sulfametoxazol-trimetropima (SMZ-TRM), Nitrofurantoína e as quinolonas
(SACOMANI, 2010).
Araujo e Queiroz (2012), dizem que o diagnóstico da infecção do trato urinário
nem sempre é fácil, o que leva a maioria dos médicos a recorrerem a exames
laboratoriais sendo assim aumentar a perfeição do diagnostico, identificando a causa da
infecção e verificando a sensibilidade/resistência bacteriana. Primeiramente o exame
solicitado é o simples de urina (Urina tipo I) na maioria das vezes confirma o
diagnóstico. A urocultura é requerida para conhecer o agente causador da infecção, e o
antibiograma mostra a sensibilidade destes agentes antimicrobianos.
O diagnóstico das ITU’s é feito pela procura de bactérias que estejam presentes
na urina. Realizando um cálculo de colônias de aproximadamente 105 unidades
formadoras de colônias (UFC’s) por mililitros de uma amostra limpa de urina em coleta
de jato médio, ou amostra coletada por sondagem, é um indispensável critério para a
infecção (SMELTZER, BARE, 2005).
Para Lima (2014) piúria é a presença de mais de cinco leucócitos por campo
em um aumento de 400 vezes, que comprova bastante no diagnóstico de ITU. É
importante lembrar que a probabilidade de piúria estéril na ITU, como por exemplo,
cálculos urinários, corpos estranhos e tuberculose geniturinária. Hematúria está presente
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em 60% dos casos de infecções do trato urinário, pois é visto em mais de três hemácias
por campos em aumento de 400 vezes. O método mais importante para a detecção da
ITU é a urocultura, pois esse método identifica a bactéria causadora da infecção, além
de determinar o perfil de resistência desta aos antibióticos mais utilizados. A contagem
de diagnóstico de ITU é de 105 UFC/mL ainda que exista falso-positivo, devido à
presença de várias células epiteliais no sedimento urinário.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho tratou-se de uma pesquisa da revisão da literatura
científica, que visa um embasamento científico para compreender a origem, causas,
sintomas e tratamento dos distúrbios infecciosos do trato inferior e superior que
acometem pacientes do sexo feminino.
De acordo com (GIL, 2002) a pesquisa bibliográfica é feita a partir de material
já preparado, fundado especialmente de livros e artigos científicos. E tem como
benefício o fato de permitir ao pesquisador abranger uma gama de acontecimentos
muito mais vasta do que aquela que poderia investigar diretamente.
A investigação bibliográfica ou de pesquisas secundárias abordou de revisão de
toda a literatura já publicada, em forma de revistas, livros, publicações e artigos
(MARCONI, LAKATOS, 2010).
O presente trabalho bibliográfico foi realizado através da revisão da literatura
de obras já publicadas, livros e nas bases de dados MEDLINE, SCIELO e PUBMED
utilizando as palavras-chaves e combinações como: (infection urinary, Tract AND
infection, Urinary tract, Escherichia coli AND urine, Urinary Tract Infection, Cystitis),
foram selecionados artigos publicados entre os anos de 2000 a 2014 com os critérios
que abordam distúrbios infecciosos urinários em mulheres sexualmente ativas no
período entre os anos de 2000 a 2014.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Com base no artigo em estudo, Sato e Svidzinski et al. (2005) descrevem que a
maioria das infecções do trato urinário se da mais por bactérias Gram-Negativas, tendo
como o microrganismo mais invasor a Escherichia coli. Usou-se 3426 amostras de urina
de pacientes no Laboratório Municipal de Análises Clínicas de Maringá em um
determinado período de tempo, cujo 448 (13,1%) foram positivos para cultura. De
acordo com o quadro 1, em 388 amostras existiu um aumento de bacilos Gramnegativos (86,6%), em 60 casos (13,4%) encontrou-se cocos Gram-positivos,
destacando-se como o agente mais encontrado (61,2%) a Escherichia coli, e para os
cocos Gram-positivos, o Enterococcus faecalis teve maior incidência (2,9%).
QUADRO 1.
Organismo
Número
%
Bacilos Gram-negativos (BGN)
388
86,6
286
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Escherichia coli
274
61,2
Klebsiella pneumoniae
31
6,9
Enterobacter cloacae
16
3,5
Proteus mirabilis
13
2,9
Citobacter koseri
12
2,7
Outros
42
9,4
Cocos Gram-positivos (CGP)
60
13,4
Enterococcus faecalis
13
2,9
Staphylococcus epidermidis
12
2,7
Staphylococcus agalatiae
11
2,5
Staphylococcus saprophyticus
10
2,2
Staphylococcus aureus
9
2
Outros
5
1,1
Total
448
100
Quadro 1. Bactérias causadoras de infecção do trato urinário na população estudada
(SATO, SVIDZINSKI et al., 2005).
Rodrigues e Costa et al. (2013), concretizaram um levantamento
epidemiológico em janeiro de 2008 a junho 2011, onde se enquadrou ambos os sexos.
Os dados foram obtidos do registro do setor de Microbiologia Clínica do Laboratório de
Analises Clínicas e Toxicológicas da Universidade Potiguar. Do total de 319
uroculturas, 159 apresentaram crescimento bacteriano, onde 135 eram de pacientes do
sexo feminino com prevalência nas idades entre 16 e 40 anos, 24 do sexo masculino
com idade entre 61 a 80 anos.
Filho et al. (2013) realizou um estudo onde obteve dados do hospital da
Santa Casa de Misericórdia de Vitoria situado no estado do Espírito Santo, avaliados
5564 uroculturas, dividindo-se por idades, os respectivos resultados foram separados em
positivos, negativos e contaminados, tendo em vista que 585 resultados deram positivos,
4440 resultados negativos, 569 contaminados. As idades dos pacientes variaram entre 0
a 96 anos, obteve-se através das culturas uma média de 43,62 positivas e 40,04 para as
negativas. Constatou-se na pesquisa que os pacientes com resultado positivo têm uma
média de idade mais elevada em relação aos indivíduos com resultados negativos.
287
Saúde em Foco, Edição nº: 07/Ano: 2015
Contudo isso os agentes mais encontrados nas 585 uroculturas positivas foram
Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus saprophyticus e Proteus
mirabilis, cuja predominância foi 69,9%, 6%, 5,1% e 3,1%, simultaneamente. No grupo
das E.coli e outros agentes infecciosos o antibiótico que teve maior número de
resistência foi a ampicilina com 44% para E.coli, e 16,6% para outros microrganismos.
Kazmirczak et al. (2005) concretizou um trabalho entre janeiro de 2003 a
janeiro de 2004, no município de Guarani das Missões-RS, onde 226 amostras de urina
foram analisadas, das quais 52 alcançaram resultado positivo para infecção do trato
urinário, onde prevaleceu o sexo feminino com 90%, sendo que a maioria 22 pessoas
(42,30%) tinham idade acima de 40 anos. Nos exames com um total acima de 100.000
UFC/ml, os microrganismos encontrados foram Escherichia coli 39 amostras (75,01%),
Klebisiella sp. 13 (13,46%), Staphylococcus saprophyticus 4 (7,69%), Proteus mirabilis
1 (1,92%), Pseudomonas sp.1 (1,92%), conforme o gráfico 1 nos mostra a prevalência
dos agentes etiológicos das ITU .
GRÁFICO 1.
Gráfico 1. Prevalência dos agentes etiológicos das ITU (KAZMIRCZAK et al.; 2005)
Durante os períodos de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2010 Lo et al
(2013) realizou uma pesquisa com 63.464 consultas no pronto socorro do Hospital
Universitário da Universidade de São Paulo, sendo que foram coletadas uroculturas
quantitativas em crianças e adolescentes entre 0 a 15 anos de idade incompletos. Dentre
essas 63.464 consultas predominaram-se 2577 uroculturas para averiguação de ITU, o
que resultou em 1304 por sonda vesical e 1273 por jato médio, em que a infecção se
confirmou em 137 casos por sondagem vesical e 154 por jato médio, totalizando 291
casos, entre a média de idade de 2,6 anos, o equivalente a 11 dias e 14,99 anos de idade.
Tendo em vista que o sexo feminino foi o que mais prevaleceu com 212 casos,
incluindo que Escherichia coli foi o microrganismo mais encontrado, acompanhado por
Proteus mirabilis e Staphylococcus saprophyticus.
Durante uma pesquisa em um determinado momento de março a julho de
1998 Dachi et al (2003), avaliou amostras de urina de mulheres sexualmente ativas,
entre as idades de 16 a 50 anos, no ambulatório de Clínica Médica do Hospital
Universitário de Santa Catarina. As ocorrências constituíram em 125 mulheres com
288
Saúde em Foco, Edição nº: 07/Ano: 2015
lamentações urinarias: Disúria, urgência miccional, polaciúria e ou desconforto
suprapúbico, para ratificação de infecção urinaria por cultura de urina, sendo distinguida
clinicamente para cistite aguda. Tendo como controle 375 mulheres com urocultura
negativa e sem queixa urinaria, tendo como dispensa em participar do estudo os
pacientes com mais de um companheiro sexual ativo e sem pratica sexual, diabetes
mellitus, pielonefrite aguda, urolitíase, gravidez, infecção urinaria de repetição,
Insuficiência renal crônica e doença renal policística. Dos 500 pacientes pesquisados no
estudo, 125 proporcionaram Infecção do Trato Urinário, prevalecendo para o agente
mais encontrado Escherichia coli, seguido por Staphylococcus saprophyticus, Klebsiela
sp, Proteus mirabilis e Enterobacter sp.
Silveira e Araújo et al (2010) elaboraram um estudo entre o mês de janeiro a
dezembro de 2007, com 938 amostras de urina com culturas positivas de pacientes no
laboratório de microbiologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do
Triângulo Mineiro em Uberaba, ressaltou que o numero de infecções urinárias se deu
mais em mulheres cerca de 62,4% do que em homens 27,6%, onde se observou com
mais repetição o isolamento do microrganismo Escherichia coli 60,4% dos resultados
positivos como apresenta o gráfico 2, acompanhado por Klebsiella pneumoniae 12%,
Pseudomonas aeruginosa 7,4%, Enterococcus faecalis 3,4%, Proteus mirabilis 3,2%,
Acinetobacter baumanii 1,4%, Staphylococcus saprophyticus 1,2% e Staphylococcus
aureus 1,1%, seguido por outras espécies bacterianas com 9,9%. O estudo mostrou que
os antimicrobianos mais eficazes contra a E.coli foram: ceftazidina 98%, amicacina
97,7%, atreonam 96,8%, cefepime 96,6%, ceftriaxona 96,4%, cefoxitina 95,7%,
nitrofurantoína 94,1% e gentamicina 92,3%. Os resultados dos antimicrobianos com
menor sensibilidade abaixo de 90% foram: clorofenicol 83,1%, ampicilina-sulbactam
78,5%, ciprofloxacina 75%, cefalotina 68,7% e sulfametoxazol-trimetoprima 51,45%.
GRÁFICO 2.
Gráfico 2. Agentes patogênicos mais prevalentes nas infecções do trato urinário de
pacientes atendidos no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Triângulo
Mineiro de 2007 (SILVEIRA, ARAÚJO et al.; 2010).
Lopes e Queiroz et al. ( 2012) efetivaram uma análise de laudos
laboratoriais de pacientes com suspeita de ITU no laboratório de análises clínicas
289
Saúde em Foco, Edição nº: 07/Ano: 2015
localizado em Viçosa-MG, durante junho de 2009 a maio de 2010, com orientação para
coleta de jato médio de forma higienizada nas regiões genitais, em seguida as amostras
de urinas foram enviadas para o departamento de microbiologia, semeadas em Ágar
Cled e Mac Conkey para observação de crescimento bacteriano. Analisados 113 laudos
cerca de 53,98% proporcionaram resultados positivos para infecção do trato urinário
assim como mostra o gráfico 3, cuja maior presença foram em pacientes do sexo
feminino 95%, onde prevaleceu 79% para Escherichia coli e 21% para outros agentes
positivos, conforme ilustra o gráfico 4.
GRÁFICO 3.
Gráfico 3. Frequência de ITU em mulheres e homens atendidos em um Laboratório de
Análises Clínicas, Visçosa 2009-2010 (LOPES, QUEIROZ et al.; 2012).
GRÁFICO 4.
Gráfico 4. Prevalência da Escherichia coli como agente causador de ITU em pacientes
atendidos em um Laboratório de Análises Clínicas, Viçosa 2009-2010 (LOPES,
QUEIROZ et al., 2012).
O trabalho realizado por Menezes et al. (2003), teve um total de 30 amostras
positivas para bacilos Gram negativo, em pacientes que sofreram cirurgias no trato
urinário e estavam internados na Clínica Urológica da Santa Casa de Misericórdia de
Fortaleza onde foram cateterizados. A prevalência dos microrganismos de acordo com o
quadro 2 revela a Klebsiella pneumoniae como a mais encontrada com 40,0%, seguida
da Pseudomonas aeruginosa com 26,7%, e Escherichia coli com apenas 13,3%. Este
290
Saúde em Foco, Edição nº: 07/Ano: 2015
estudo é importante, pois relata a predominância de outras bactérias em relação à E. coli
nas ITU.
QUADRO 2.
Bactérias isoladas
Nº
Positividade
Klebsiella pneumoniae
12
40,0%
Pseudômonas aeruginosa
8
26,7%
Escherichia coli
4
13,3%
Enterobacter aerogenes
3
10,0%
Serratia marcescens
1
3,3%
Citobacter diversus
1
3,3%
Bacilos Gram-negativos nãofermentadores
1
3,3%
Total
30
100%
Quadro 2. Resultados das urinoculturas realizadas após a cirurgia em pacientes
internados na Clínica de Urologia de Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza
(MENEZES et al.; 2003)
Santana e Pereira et al. (2012) fizeram uma pesquisa retrospectiva através de
registros de uroculturas feitas entre os meses de janeiro de 2005 a junho de 2008 em um
laboratório de São Luís-MA, onde foram analisadas 2380 amostras, apenas 875
positivas. As mulheres foram as mais afetadas totalizando 603 (69%) das ocorrências de
infecção urinaria. Em relação à idade, a ITU foi prevalente nos pacientes acima de 60
anos com 213 episódios. Escherichia coli foi o uropatógeno mais encontrado com 387
amostras, acompanhada da Klebsiella peneumoniae com 178 amostras.
Em uma avaliação de resultados de culturas de urina de pacientes no
Laboratório Pronto Análise de Umuarama-Pr, Silva e Farias et al (2006), coletaram
dados cadastrais sem observação de sexo e idade no período de janeiro a junho de 2004,
em um total de 534 amostras, onde os resultados para positividade foram de 98 (18,4%),
e 436 (81%) não presentaram crescimento bacteriano. Conforme o quadro 3 nos mostra
98 culturas positivas, 14,3% equivaleram-se para pacientes do sexo masculino e 85,7%
para o sexo feminino. O quadro de numero 4 apresenta as bactérias isoladas, aonde
ressalva com maior assiduidade de infecção urinária a Escherichia coli (84,0%), logo
após Proteus mirabilis e Pseudomonas sp. (3,0%) cada. Cerca de 05 (5,1%), dos 98
pacientes com cultura positiva, a maioria mulheres adultas proporcionaram recaídas no
passar destes meses.
291
Saúde em Foco, Edição nº: 07/Ano: 2015
QUADRO 3.
Uroculturas realizadas
Das uroculturas positivas
RESULTADO
N
%
GÊNERO
N
%
Positivas
98
18,4
Feminino
84
85,7
Negativas
436
81,7
Masculino
14
14,3
Total
534
100
Total
98
100
Quadro 3. Uroculturas realizadas no Laboratório Pronto Análise de Umuarama-PR, no
período de janeiro a junho de 2004, conforme o gênero do paciente (SILVA e FARIAS
et al.; 2006).
QUADRO 4.
Escherichia coli
84,0
Staphylococcus aureus
2,0
Pseudomonas sp.
3,0
Streptococcus sp.
2,0
Staphylococcus epidermidis
2,0
Enterbacter aglomerans
1,0
Staphylococcus saprophyticus
2,0
Serratia liquefaciens
1,0
Proteus mirabilis
3,0
Quadro 4. Porcentagem das bactérias isoladas das uroculturas realizadas entre janeiro a
junho de 2004, no Laboratório Pronto Análise, Umuarama- PR (SILVA e FARIAS et
al.; 2006).
Pires e Frota et al. (2007) efetivaram uma pesquisa de uroculturas positivas de
pacientes ambulatoriais no laboratório do Hospital Universitário de Brasília, no período
de 2001 a 2005, sendo que as informações foram recolhidas de livros registro no
laboratório, de maneira em que vários registros faltava dados dos pacientes como sexo,
idade e clínica, contudo isso foram avaliados sem especificação de gênero, idade e
clínica. Durante esse período foram verificadas 2.433 uroculturas positivas cujo a
bactéria que mais predominou-se foi a Escherichia coli , em uma totalização de 1.517
ocorrências durante os cinco anos, acompanhada pela kbelsiella pneumoniae, Proteus
292
Saúde em Foco, Edição nº: 07/Ano: 2015
mirabillis, Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter aerogenes e outros agentes
bacterianos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A infecção do trato urinário (ITU) é uma patologia definida por ocupação e
multiplicação de bactérias que se alojam nos rins e nas vias urinária, pode acometer o
trato urinário inferior sendo designada de cistite, e/ou o trato urinário superior sendo
chamada de pielonefrite. De acordo com a literatura as mulheres são as mais sensíveis a
este tipo de infecção por diversos fatores, o comprimento da uretra e sua localização
próxima ao ânus, facilitando assim a ascensão de enterobactérias da flora intestinal ou
vaginal, má higienização, alterações anátomo funcionais da bexiga, a elevação do pH
vaginal e uso de espermicida. Nos homens, a ITU é menos frequente isso se deve ao
fato de terem a uretra longa e pela ação antibacteriana do líquido prostático, mas quando
ocorre infecção podem estar ligada a problemas, como obstrução da próstata, calculo
vesicular, cateterismo e diabetes. Os principais sintomas dessas infecções são febre,
calafrios, dor lombar, dor uretral ao urinar, urgência miccional, dor suprapúbica e odor
fétido na urina.
Em relação aos resultados obtidos neste trabalho, foi observada uma incidência
relativamente considerável de alguns microrganismos causadores de Infecção do trato
urinário, sendo que o mais encontrado nos testes de urocultura foi a bactéria Gramnegativa Escherichia coli que é natural da flora intestinal, seguida da enterobactéria
Klebsiella pneumoniae e da bactéria Gram-positiva Staphylococcus saprophyticus.
Foram encontrados outros agentes causadores de ITU, mas pouco prevalentes
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