ORIGEM E RELAÇÃO DO TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTISSOCIAL – TPAS, PARA A DETERMINAÇÃO DO COMPORTAMENTO HUMANO NAS RELAÇÕES SOCIAIS, PROFISSIONAIS E FAMILIARES DE ACORDO COM ARTIGOS PUBLICADOS NAS BASES DE DADOS ELETRÔNICAS MEDLINE, SCIELO E SCIENCE DIRECT. Divo Luiz da Fontoura Filho1; Dr. Gilson Rocha Reynaldo (Orientador)2; INTRODUÇÃO O mundo moderno vive um momento de crescimento estampado pela dinamicidade de um processo onde ciência, tecnologia e sociedade transformam-se a cada dia, provocando nas pessoas a necessidade de constante mudança para conseguir interpretar, interagir e sobreviver a esse movimento, presente, indispensável e irrevogável. Resgatamos da Organização Mundial da Saúde – OMS a indicação de que a violência é um problema de saúde pública, descrito pela resolução 49.25 de 1996 (OMS, 2002) com um crescente aumento de seus índices entre jovens, crianças e mulheres. Como sinônimo de violência, a agressividade humana é conceituada (BARON, RICHARDSON, 1994, FERGUSON, BEAVER, 1994) como a produção de um comportamento que objetiva causar dano físico ou psíquico a outrem. O estudo dos fatores de risco, apresentados por especialistas, e que caracterizam o transtorno de personalidade antissocial, geradores de agressividade que, na percepção de Buss (1997) e Okami (2001) são provocados pela desigualdade social, a pobreza e o meio de entorno. Pelo exposto, a pergunta central de nossa pesquisa foi: Qual a origem e relação do transtorno de personalidade antissocial – TPAS, da última década, para o comportamento humano nas relações sociais, profissionais e pessoais, de acordo com artigos especialistas publicados nas bases de dados eletrônicas científicas Medline, SciELO e Science Direct? Palavras-chave: TPAS. Comportamento humano. Transtornos comportamentais. 1 2 Acadêmico de Psicologia da Unisul. Bolsista do PIBIC. Professor de Metodologia da Pesquisa em Psicologia. E-mail: [email protected] OBJETIVOS Avaliar a origem e relação do transtorno de personalidade antissocial – TPAS, para o comportamento humano nas relações sociais, profissionais e pessoais, de acordo com artigos especialistas publicados nas bases de dados eletrônicas científicas Medline, SciELO e Science Direct buscando permitir a percepção da comunidade acadêmica e social para a prevenção e o surgimento de novas investigações sobre o tema. MÉTODOS O estudo foi realizado a partir das publicações nas bases Medline, SciELO e Science Direct feitas na última década e que discorrem sobre os transtornos de personalidade antissocial, TPAS, nas relações sociais, profissionais e pessoais. Estes foram critérios de inclusão/exclusão, para determinação dos artigos que abordaram especificamente estas relações. No entanto observou-se um reduzido número de publicações nas bases de dados Medline e Science Direct, fato que dificultou nossa busca. O transtorno de personalidade antissocial – TPAS, é um diagnóstico operacional proposto pelo Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria – DSM-IV. Por isso, a partir da coleta do material definido para a investigação, a análise, de abordagem qualitativa, foi realizada de acordo com os critérios de diagnósticos do DSM – IV. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Sul de Santa Catarina sob protocolo nº 12.471.7.07.III. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os indivíduos portadores do TPAS denotam certo “distanciamento” das ações e sentimentos alheios e, por isso, possuem uma tendência a não apresentarem em ações e atitudes de características sociais. Assim percebe-se que esses indivíduos, relativamente aos seus mecanismos mentais que determinam a relação, não serem suscetíveis a interpretarem e participarem colaborativamente, demonstrando características que significam imediatismo. Percebe-se também que o TPAS está presente em indivíduos que não apresentam história de desordens associadas ao estresse durante a infância ou mesmo a situações familiares conflitantes. Essa percepção ratifica a afirmação de alguns autores de que existe uma predisposição genética ao TPAS (MCGUFFIN e THAPAR, 1992). Dessa forma pode- se concluir que a hereditariedade fornece condições em elevada medida para o desenvolvimento deste tipo de comportamento. De acordo com autores como Mason e Frick (1994), até 50% da variância em situações de comportamento antissocial podem ser atribuídas à fatores genéticos. Ainda de acordo com as interferências genéticas sobre o TPAS, observa-se que esses sintomas não caracterizam uma anomalia patológica em relação à adaptação do indivíduo. Alguns autores descrevem a formação de um determinado desenho biológico característico que não possibilita a execução de comportamentos sociais aceitos. Esse fato caracterizaria conjunções orgânicas que podem significar disfunções em relação aos padrões socialmente estabelecidos. Inobstante o descrito, cabe-nos lembrar de que o TPAS é um transtorno causador de elevado prejuízo à sociedade de forma ampla e aos indivíduos e suas famílias mais especificamente. Por isso, tem recebido grande preocupação da comunidade científica. No entanto, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV) é criticado por alguns pesquisadores nos aspectos relativos aos métodos de classificação adotados para esse distúrbio. Isso, pois, o DSM-IV não identifica um conjunto de outras variáveis que estão ligadas ao afloramento do TPAS como componentes históricas genéticas e neurológicas, componentes relacionadas com a origem e desenvolvimento, entre outros. CONCLUSÕES Até o estágio alcançado nesta investigação, pode inferir que a etiologia do TPAS é uma grande incógnita e, muitos dos autores investigados, definem o transtorno como uma fusão de múltiplos fatores. Simultaneamente atesta-se que a TPAS não se apresenta como um fator isolado o que não possibilita seu entendimento dentro de uma lógica de evolução. REFERÊNCIAS ALVARENGA, Marco Antônio Silva; FLORES-MENDOZA, Carmen E.; GONTIJO, Daniel Foschetti. Evolução do DSM quanto ao critério categorial de diagnóstico para o distúrbio da personalidade antissocial. J. bras. psiquiatr., Rio de Janeiro , v. 58, n. 4, 2009 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S004720852009000400007&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 20 ago. 2013. BARROS NETO, Tito Paes de; LOTUFO NETO, Francisco. Transtornos de personalidade em pacientes com fobia social. Rev. psiquiatr. clín., São Paulo, v. 33, n. 1, 2006 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010160832006000100001&lng=en&nrm=iso>. acesso em 13 Maio 2013. BARON R, RICHARDSON D. Human aggression. New York: Plenum Press; 1994. BUSS D, SHACKELFORD T. Human aggression in evolutionary psychological perspective. Clin Psychol Rev. 1997. MASON, D.A., FRICK, P.J. - The heritability of antisocial behavior: a meta-analysis of twin and adoption studies. Journal of Psychopathology and Behavioral Assessment 16 (4):301-23, 1994. MCGUFFIN, P.; THAPAR, A. - The genetics of personality disorder. Br J Psychiatry 160:12-23, 1992. OMS - WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHA 49.25 Prevention of violence: a public health priority. Forty-ninth Assembly May 20-25. Geneva: World Health Association; 1996. ______. World report on violence and health. Geneva, Switzerland: World Health Organization; 2002. FOMENTO O trabalho teve a concessão de Bolsa pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).