universidade estadual de goiás unidade universitária - CCET

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS
EXATAS E TECNOLÓGICAS
MESTRADO STRICTO SENSU EM ENGENHARIA AGRÍCOLA
USO DE COMPOSTAGEM DE AGUAPÉ (Eichhornia crassipes) NA
PRODUÇÃO DE MILHO VERDE
LUIZ ALBERTO GONÇALVES PEREIRA
Anápolis -GO
Outubro - 2012
USO DE COMPOSTAGEM DE AGUAPÉ (Eichhornia crassipes) NA
PRODUÇÃO DE MILHO VERDE
LUIZ ALBERTO GONÇALVES PEREIRA
ORIENTADORA: PROFA. DRA. ANAMARIA ACHTSCHIN FERREIRA
Dissertação apresentada à Universidade
Estadual de Goiás – UEG, Unidade
Universitária de Ciências Exatas e
Tecnológicas de Anápolis como parte das
exigências do Programa de Pós-Graduação
em Engenharia Agrícola – Recursos
Hídricos e Saneamento Ambiental, para
obtenção do título de MESTRE.
Anápolis
Goiás
2012
USO DE COMPOSTAGEM DE AGUAPÉ (Eichhornia crassipes) NA PRODUÇÃO DE
MILHO VERDE
Por
Luiz Alberto Gonçalves Pereira
Dissertação apresentada como parte das exigências para obtenção do título de MESTRE EM
ENGENHARIA AGRÍCOLA
Aprovada em: _____/______/________
______________________________
Prof. Drª. Anamaria Achtschin Ferreira
Orientador – UNUCET/UEG
_______________________________
Prof. Dr. Itamar Rosa Teixeira
UNUCET/UEG
_______________________________
Prof. Dr. Wilson Leandro Mozena
EA/UFG
iii
Aos meus amados pais, irmãos, à minha querida filha Heloísa e esposa Andreia.
Aos meus queridos co-orientador e orientadora,
pelo apoio e incentivo ao longo do projeto.
iv
AGRADECIMENTOS
Expresso aqui minha gratidão a todos que me deram apoio até a obtenção deste título.
A Deus, por ter me concedido mais essa graça.
Aos meus pais, Iracema Rodrigues e Sebastião, pelo seu apoio incondicional e de
estarem ao meu lado desde os primeiros anos de vida. Obrigado por tudo!
A minha orientadora Profª Drª Anamaria, pelo apoio e contribuições durante a
execução e conclusão do trabalho. Obrigado!
A minha filha Heloisa, pelo companheirismo, carinho e pela tranquilidade.
Aos irmãos, pelo apoio, pelo carinho e conselhos.
Aos servidores da UEG, professores e funcionários, com atenção especial a Eliete,
pelo apoio, por terem me recebido de forma tão fraterna e pronto a ajudar mesmo com tão
pouco recurso.
Aos amigos do mestrado: João Feijão, Ananda, Patrícia, André, Benício, Fernanda,
Suzana, Ana e todos os outros pelo apoio, pela força e pelo companheirismo.
Aos funcionários do Laboratório da UEG e da Biblioteca da EMBRAPA que me
receberam com muita presteza, atenção e cordialidade.
Aos amigos Júlio, Renato e Senhor Antônio, pela ajuda e pelo conhecimento empírico
transmitido.
Aos professores, Sebastião e André Ferreira, pela valiosa colaboração para a produção
do projeto de pesquisa.
À Corumbá Concessões que gentilmente nos doou o composto de aguapé (Eichhornia
crassipes).
SUMÁRIO
Página
LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................vii
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................vii
LISTA DE QUADROS............................................................................................................ ix
RESUMO................................................................................................................................... x
ABSTRACT ............................................................................................................................. xi
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 13
2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 14
2.1. GERAL .............................................................................................................................. 14
2.2. ESPECÍFICOS .................................................................................................................. 14
3. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................... 15
3.1. SANEAMENTO AMBIENTAL ....................................................................................... 15
3.2. MACRÓFITA AGUAPÉ (EICHHORNIA CRASSIPES) .................................................. 17
3.3. PROCESSO DE COMPOSTAGEM ................................................................................. 18
3.4. A CULTURA DO MILHO VERDE ................................................................................. 20
3.4.1. Identificação dos estádios de desenvolvimento do milho .......................................... 22
3.4.2. Nutrição mineral e adubação do milho ...................................................................... 24
4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 26
4.1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO EXPERIMENTO .................................................... 26
4.1.1. Compostagem de Aguapé (Eichhornia crassipes) ...................................................... 27
4.2. IMPLANTAÇÃO E CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO ............................................... 30
4.2.1. Preparo e correção do solo........................................................................................... 30
4.2.2. Delineamento experimental ......................................................................................... 31
4.2.3. Irrigação ........................................................................................................................ 34
4.2.4. Plantio e espaçamento do milho verde ........................................................................ 35
4.2.5. Cultivar de milho verde utilizado ............................................................................... 35
4.2.6. Coleta das plantas e das espigas e características agronômicas ............................... 35
4.2.7. Preparo das amostras ................................................................................................... 36
4.2.8. Análises estatísticas ...................................................................................................... 37
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 38
5.1. ANÁLISE FOLIAR ........................................................................................................... 38
5.1.1. Nitrogênio (N) ............................................................................................................... 38
5.1.2. Potássio (K) ................................................................................................................... 39
5.1.3. Fósforo (P) ..................................................................................................................... 40
5.1.4. Cálcio e Magnésio ......................................................................................................... 40
5.1.5. Micronutrientes ............................................................................................................ 41
5.1.5.1. Manganês e Cobre ....................................................................................................... 41
5.1.5.2. Ferro e Zinco ............................................................................................................... 42
5.2. ALTURA DE INSERÇÃO DE ESPIGA (AIE), ALTURA DE PLANTA (AP), MASSA
DE ESPIGA COM PALHA (MEP), MASSA DE ESPIGA SEM PALHA (MESP) E
ACAMAMENTO ..................................................................................................................... 43
5.3. MASSA SECA .................................................................................................................. 44
5.4. ASPECTOS ECONÔMICOS ............................................................................................ 44
6.CONCLUSÕES.................................................................................................................... 47
7. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 48
vii
LISTA DE FIGURAS
Página
FIGURA 1. Represa de Guarapiranga totalmente tomada pelo aguapé............................. 16
FIGURA 2. Macrófita aguapé (e. crassipes)....................................................................... 18
FIGURA 3. Processo de compostagem no galpão da Corumbá concessões...................... 28
FIGURA 4. Processo de compostagem no galpão da Corumbá concessões....................... 29
FIGURA 5. Processo de compostagem no galpão da Corumbá concessões...................... 29
FIGURA 6. Processo de compostagem no galpão da Corumbá concessões....................... 29
FIGURA 7. Sistema de irrigação e condução do experimento em Pirenópolis - 2011...... 30
FIGURA 8. Sistema de irrigação e condução do experimento em Pirenópolis – 2011..... 30
FIGURA 9. Esquema dos tratamentos em campo (Pirenópolis, 2011).............................. 33
FIGURA 10. Tensiômetro utilizado no experimento em Pirenópolis – 2011..................... 34
FIGURA 11. Tensímetro utilizado no experimento em Pirenópolis – 2011....................... 35
viii
LISTA DE TABELAS
Página
TABELA 1. Valores estabelecidos pelo Ministério da Agricultura para que o composto
orgânico possa ser comercializado.......................................................................................
19
TABELA 2. Concentrações máximas permissíveis de metais no biossólido para uso
agrícola, em vários países....................................................................................................
20
TABELA 3. Valores aproximados do consumo de água pela cultura do milho, por fase
do ciclo fenológico e total, em função da demanda evaporativa (valores previstos para
consumo total e adaptados de Allen et al. (1998) para consumo por fase, segundo a
demanda evaporativa)..........................................................................................................
21
TABELA 4. Estádios vegetativos e reprodutivos de uma planta de milho..........................
23
TABELA 5. Variação do ciclo da cultura de milho em função da época de plantio para a
produção de milho verde......................................................................................................
23
TABELA 6. Critérios de interpretação para análises de solo para região do Cerrado
destinadas à cultura do milho (Zeamays).............................................................................
25
TABELA 7. Análise química de solo realizada na região Morro Grande - PirenópolisGO- 2011..............................................................................................................................
26
TABELA 8. Análise química do composto de aguapé (Eichhornia crassipes) realizada
pelo laboratório do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) em abril de 2011...............
28
TABELA 9. Valores médios das quantidades de macro e micronutrientes encontrados
nas folhas de milho verde nos quatro tratamentos utilizados neste experimento aos 80
DAP, Pirenópolis-GO- 2011................................................................................................
39
TABELA 10. Teores de micronutrientes adequados para a cultura do milho.....................
42
TABELA 11. Médias características agronômicas da cultura do milho verde (Zeamays
L.) utilizando composto de aguapé (Eichhornia crassipes) com e sem cobertura 130kg
de N.ha¹ e fórmula NPK 04-14-08 com cobertura de ureia (130Kg de N.ha-¹) em plantio
convencional com irrigação por aspersão no município de Anápolis-GO – 2011...............
43
TABELA 12. Componentes do custo direto (R$.ha-1) para implantação dos sistemas de
produção de milho com adubação convencional e composto de aguapé com e sem
cobertura - Pirenópolis – GO, junho de 2011......................................................................
45
ix
LISTA DE QUADROS
Página
QUADRO 1. Tratamentos utilizados na pesquisa.............................................................. 32
x
RESUMO
A compostagem de Aguapé (Eichornia crassipes) é um adubo orgânico rico em macro e
micro nutrientes. Possui um grande potencial para substituir adubos químicos na produção do
milho verde, atendendo a demanda nutricional das plantas. O estudo foi conduzido no ano
agrícola de 2011, nos meses de junho, julho, agosto e setembro, em condições de irrigação por
aspersão, em um Latossolo Vermelho distrófico (LV) no município de Pirenópolis, GO. Com
o objetivo de se avaliar os efeitos das dosagens de nitrogênio (130 kg.ha-¹ de N) aplicadas em
forma de compostagem de aguapé (Eichornia crassipes) com e sem cobertura e em uma
fórmula NPK 04-14-08 com cobertura de ureia. Isto foi feito sobre algumas características da
cultura do milho, cultivar hibrido AG1051. Utilizou-se também o delineamento experimental
de blocos ao acaso, mais um tratamento adicional (zero de N) com cinco repetições. Cada
tratamento foi dividido em cinco repetições com uma parcela em cada bloco. A tensão de
água no solo foi monitorada através de tensiômetros para se fazer o manejo da irrigação.
Foram avaliados os dados referentes às variáveis: massa de espiga com palha e despalhada,
produtividade da cultura, altura da planta (AP), altura de inserção de espiga (AIE) massa seca
da planta (MP) e quantidade de macro e micro nutrientes nas plantas . Os dados obtidos foram
submetidos à análise de variância por meio do teste F e teste de comparação de médias
(Tukey) ao nível de significância a 5%, utilizando o programa Sisvar 5.1. O rendimento da
cultura respondeu positivamente ao N na dosagem de 130kg de ha-1 em três tratamentos,
menos no tratamento sem adubação (testemunha). A partir dos dados coletados e das
observações feitas, foi possível constatar que a compostagem de Aguapé (Eichhornia
crassipes) pode ser utilizada como fonte de nutrientes na produção de milho verde e aumentar
sua produtividade. Em todos os tratamentos, as plantas tiveram o teor de nutrientes acima do
nível adequado. No tratamento em que a compostagem foi aplicada de uma só vez propiciou
uma maior produtividade do milho verde em dados absolutos.
Palavras-chave: Adubação orgânica; Eichornia crassipes; Produtividade; Nitrogênio.
xi
ABSTRACT
Water hyacinth (Eichornia crassipes) composting is an organic fertilizer rich in macro and
micro nutrients. It possesses a great potential to replace chemical fertilizers in the production
of corn to meet the nutritional demand of the plant. The study was conducted during the
growing season of 2011 in the months of June, July, August and September, in conditions of
sprinkler irrigation in an Oxisol (LV) in the municipality of Pirenópolis, GO. The objective
was to evaluate the effects of increasing doses of nitrogen (130 kg ha-¹ N) applied in form of
water hyacinth compost (Eichornia crassipes) with and without cover and a formula NPK 0414-08 with urea coverage This was done on some characteristics of corn, the hybrids
AG1051. We used the experimental design of randomized blocks, an additional treatment
(zero N) with five repetitions. Each treatment was divided into five replicates with a plot in
each block. The tension of water in the soil was monitored by using tensiometers to do the
irrigation management. We evaluated data on the variables: Mass of corn with straw and
dehusked, crop yield, plant height (PH), ear insertion height (IEA) plant dry matter (PM) and
amount of macro and micro nutrients in plants . The data was subjected to analysis of variance
using the F test and comparison test of means (Tukey) at a significance level of 5%, using the
Sisvar 5.1. program.The grain yield responded positively to N at a dose of 130 kg ha-1 in
three treatments less the treatment without fertilization. From the collected data and the done
observations it was found that the composting of Water hyacinth (Eichhornia crassipes) can
be used as a nutrient source in the corn production to increase their productivity. In all
treatments the plants had nutrient concentrations above the appropriate level. In the treatment
where the compost was applied at one time it led to higher productivity of corn in absolute
data.
Keywords: Organic manure; Eichornia crassipes; Productivity; Nitrogen.
INTRODUÇÃO
No contexto da agricultura brasileira, o cultivo do milho representa importante papel
socioeconômico, principalmente na alimentação das populações de baixa renda, cujo consumo
atinge a ordem de 33 kg per capita por ano (VIOLA, 1980).
Já no estado de Goiás, a área cultivada com milho é de aproximadamente 860041
hectares, com produtividade média de 5450 kg.ha1 (IBGE, 2010). Contudo, vários fatores,
dentre os quais a irregularidade pluvial, os sistemas tradicionais de cultivo, o manejo cultural
e a ausência de uma adubação balanceada, principalmente a nitrogenada e a fosfatada,
concorrem para o insucesso agrícola na região. Esses fatores, associados ao uso e ao manejo
do solo, contribuem para que haja resposta do milho à adubação nitrogenada (MUZILLI et al.,
1989). Segundo França et al (1986), o nitrogênio e o fósforo são os dois nutrientes, em
condições naturais, que mais limitam a produção de grãos no Brasil, especialmente a das
gramíneas.
Em virtude da quantidade cada vez maior de resíduos orgânicos gerados pelas
atividades agroindustriais, o uso agronômico desses resíduos, como fonte de nutrientes para as
plantas e como condicionadores dos solos, tem se constituído em alternativa interessante na
diminuição dos custos de produção e na preservação da qualidade ambiental (MELLO;
VITTI, 2002).
De acordo com Figueiredo et al (2007), em função da eutrofização, muitos
reservatórios e lagos no mundo já perderam sua capacidade de abastecimento de populações,
de manutenção da vida aquática e de recreação. Devido à eutrofização, que consiste no
acúmulo de matéria orgânica nos corpos d’água, estes estão cada vez mais poluídos e
produzindo uma quantidade excessiva de plantas aquáticas.
Segundo Pitelli (1998 apud MARCONDES et al., 2003), no Brasil, as plantas
aquáticas representam grandes problemas em três ambientes alterados pelo homem: lagos e
reservatórios eutrofizados próximos a centros urbanos; represas rurais e canais de irrigação e
de drenagem; e grandes reservatórios de usinas hidrelétricas.
Quanto aos promotores da eutrofização de rios e córregos, segundo Braga (2006), o
fósforo é considerado um dos principais elementos. Já o crescimento rápido do aguapé pode
ser devido à alta concentração de nitrogênio no efluente, sendo este um importante
13
constituinte de proteínas que está relacionado diretamente à promoção de um aumento na
produção primária de macrófitas aquáticas (THOMAZ et al., 2006)
O crescimento demográfico, a exploração e/ou utilização indiscriminada da água
promovem aumento no volume de água residuária, que, sob falta de planejamento, preconiza
o processo de deterioração e, muitas vezes, por excesso de nutrientes, como nitrogênio e
fósforo, gera a eutrofização de recursos hídricos. Este merece destaque, pois, uma vez que
consiste em excesso de nutrientes nos leitos de rios e lagos, promove o crescimento
desordenado de algas e plantas aquáticas, gerando ainda altos índices de mortalidade de
peixes (HUSSAR; BASTOS, 2008).
Por conseguinte, como forma de diminuir o impacto ambiental devido ao excesso de
macrófitas aguapé no lago de Corumbá 4 e considerando a necessidade de oferecer ao
pequeno produtor brasileiro e ao consumidor ecologicamente correto uma nova tecnologia
capaz de transformar um problema ambiental em solução, foi avaliado, no presente trabalho, o
desempenho do composto de aguapé comparado com adubação mineral NPK e tratamento
testemunha sem adubação. O experimento foi desenvolvido em condições de campo, em
sistema de irrigação por aspersão, sobre o desenvolvimento e rendimento da cultura do milho
(Zeamays L.) cultivar AG1051.
14
2. OBJETIVOS
2.1. GERAL
Comparar o efeito da adubação orgânica (composto de aguapé) com e sem cobertura e
adubação mineral NPK 04-14-08 com cobertura de ureia na dosagem de 134,3kg de
nitrogênio, sobre o desenvolvimento e rendimento da cultura do milho verde (Zeamays L.),
cultivar AG 1051 em plantio com irrigação por aspersão.
2.2. ESPECÍFICOS
- Avaliar a quantidade de nutrientes absorvidos pelas plantas nos diferentes
tratamentos.
- Avaliar o desempenho da adubação orgânica por compostagem de aguapé na
produção de milho verde irrigado.
- Avaliar a produtividade, altura das plantas, altura de inserção de espigas, massa de
espigas com palha e sem palha na cultura de milho verde sob efeito de quatro tratamentos
diferentes.
15
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. SANEAMENTO AMBIENTAL
O saneamento básico é definido pela Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007
(BRASIL, 2007), como toda estrutura requerida para garantir o abastecimento de água
potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e das águas
pluviais urbanas. A finalidade dessa estrutura é possibilitar a tomada de ações com o
propósito de melhorar as condições de vida da comunidade urbana e rural pela evolução
positiva dos níveis de salubridade ambiental (IBGE, 2007).
Entretanto, Tundisi et al (2003; 2008) e Hespanhol (2003) destacam que, no amplo
contexto social, econômico e ambiental do século XXI, os principais problemas e processos
que envolvem a crise da água são:
- Intensa urbanização, que promove o aumento da demanda pela água, ampliando a
descarga de recursos hídricos contaminados;
- Expansão da agricultura e do setor industrial, tendo em vista o elevado consumo da
atividade, gerando degradação do meio ambiente;
- Problemas de estresse e escassez de água em razão de mudanças climáticas (chuvas
intensas e períodos intensos de seca), aumentando a vulnerabilidade da população e
comprometendo a segurança alimentar;
- Problemas na falta de articulação e falta de ações consistentes na gestão de recursos
hídricos e na sustentabilidade ambiental.
Sendo assim, esses problemas contribuem para o aumento das fontes de contaminação,
alteração das fontes de mananciais, aumento da vulnerabilidade da população em razão de
contaminação e dificuldade de acesso à água de boa qualidade (potável e tratada). Esse
conjunto de problemas está relacionado à qualidade e quantidade da água, e, em resposta a
essas causas, há interferências na saúde humana e saúde pública, com deterioração da
qualidade de vida e do desenvolvimento econômico, social e ambiental (HESPANHOL,
2003).
Alguns desses problemas são encontrados também na bacia do rio Areia e rio
Corumbá, onde se encontra o lago de Corumbá Quatro. Essa bacia localiza-se nos municípios
de Alexânia-GO e Santo Antônio do Descoberto-GO e apresenta uma série de problemas
16
oriundos da ocupação muito anterior à data da sua criação. Já é possível identificar, na bacia
desses dois rios, ainda mais rural do que urbana, problemas de erosão e de assoreamento e de
eutrofização devido ao lançamento de efluentes domésticos e industriais da cidade de Santo
Antônio do Descoberto (Observação pessoal).
No Brasil, lagos e rios são importantes para fornecer água e dar suporte a sistemas de
produção agrícola e industrial, para consumo humano, recreação, navegação, irrigação, pesca
e geração de energia elétrica. O carregamento de parte dos fertilizantes utilizados em culturas
agrícolas e a grande carga de esgotos residenciais e industriais têm levado cursos e
reservatórios de água, naturais ou artificiais, a uma condição de desequilíbrio, caracterizados
pela grande disponibilidade de nutrientes, que normalmente acelera o crescimento de
vegetação aquática indesejável, tendo como consequência um elevado custo de manejo desta
vegetação (CARVALHO et al., 2003; CAVENAGHI, 2003; MARTINS et al., 2003). A
ocorrência de plantas aquáticas em reservatórios brasileiros tem merecido destaque nos
últimos anos, principalmente pelo potencial prejuízo que representa para a geração de energia
(CAVENAGHI et al., 2005). Na Light, o custo anual com controle mecânico de macrófitas é
da ordem de R$ 3.000.000,00 (VELINI, 1998 apud MARTINS et al., 2003).
Por outro lado, com o desenvolvimento das cidades e a falta de saneamento básico
quanto ao tratamento dos seus efluentes, as macrófitas existentes nesses ambientes têm
crescido a uma taxa de até 0,5% ao dia. É o que ocorre na lagoa de Guarapiranga-SP (Figura
1). Essa taxa é determinada pela quantidade de nutrientes presentes nesses efluentes
despejados sem nenhum tipo de tratamento (ESTEVES, 1998).
FIGURA 1 - Represa de Guarapiranga totalmente tomada pelo Aguapé.
17
3.2. MACRÓFITA AGUAPÉ (EICHHORNIA CRASSIPES)
As plantas aquáticas são também chamadas de macrófitas aquáticas. Este termo foi
mencionado pela primeira vez por Weaver e Clements (1938), definindo-as como plantas
herbáceas que crescem na água, em solos cobertos por água ou em solos saturados com água.
Sculthorpe (1967) denominou as macrófitas de hidrófilas vasculares, contudo este termo
excluía algas macroscópicas e as briófitas. Segundo o International Biological Programe
(IBP), o termo macrófitas aquáticas constitui uma designação geral para os vegetais que
habitam desde brejos até ambientes totalmente submersos, sendo esta terminologia baseada no
contexto ecológico, independentemente, em primeira instância, de aspectos taxonômicos
(ESTEVES, 1998).
As macrófitas aquáticas constituem, em sua grande maioria, vegetais superiores que
retornaram ao ambiente aquático. Dessa forma, apresentam ainda algumas características de
vegetais terrestres e grande capacidade de adaptação a diferentes tipos de ambientes
(ESTEVES, 1998). Dada a sua heterogeneidade filogenética, elas são classificadas segundo
seu biótipo no ambiente aquático em cinco grupos ecológicos (ESTEVES, 1998).
• Emersas: enraizadas, porém com folhas fora d'água;
• Com folhas flutuantes: enraizadas e com folhas flutuando na superfície da água;
• Submersas enraizadas: enraizadas, crescendo totalmente submersas na água;
• Submersas livres: permanecem flutuando submergidas na água;
• Flutuantes: flutuam na superfície da água.
As macrófitas aquáticas flutuantes Eichhornia crassipes (Figura 2), por exemplo,
apresentam ampla distribuição geográfica, sendo consideradas daninhas por proliferarem de
forma indesejada em diversos ecossistemas aquáticos. Esses vegetais podem acarretar
problemas aos usos múltiplos de rios, lagos e represas, dificultando a navegação e a captação
de água, prejudicando a geração de energia elétrica e comprometendo as atividades de lazer
(CAMARGO et al., 2003; MARTINS et al., 2003).
Em virtude da quantidade cada vez maior de resíduos orgânicos gerados pelas
atividades agroindustriais, o uso agronômico deles, como fonte de nutrientes para as plantas e
como condicionadores dos solos, tem se constituído em alternativa interessante na diminuição
dos custos de produção e na preservação da qualidade ambiental (MELLO; VITTI, 2002).
18
Além de possuírem matéria orgânica, que pode melhorar as propriedades físicas, químicas e
biológicas do solo, os materiais orgânicos contêm nutrientes que contribuem para o
suprimento de nutrientes pelos vegetais (MALAVOLTA, 1975).
FIGURA 2 - Macrófita Aguapé (E. crassipes).
3.3. PROCESSO DE COMPOSTAGEM
A compostagem pode ser definida como uma bioxidação aeróbia exotérmica de um
substrato orgânico heterogêneo, no estado sólido, caracterizado pela produção de CO2, água,
liberação de substâncias minerais e formação de matéria orgânica estável (KIEHL ,1998).
Sendo um processo biológico, os fatores mais importantes que influem na degradação
da matéria orgânica são a aeração, os nutrientes e a umidade. A temperatura também é um
fator importante, principalmente no que diz respeito à rapidez do processo de biodegradação e
à eliminação de patógenos, porém é resultado da atividade biológica e variação da
temperatura ambiente. Os nutrientes, principalmente carbono e nitrogênio, são fundamentais
ao crescimento bacteriano. O carbono é a principal fonte de energia e o nitrogênio é
necessário para a síntese celular. Os microrganismos têm necessidade dos mesmos
micronutrientes requeridos pelas plantas: Cu, Ni, Mo, Fe, Mg, Zn e Na são utilizados nas
reações enzimáticas, mas os detalhes desse processo são pouco conhecidos (KIEHL, 1998).
19
No processo de compostagem, existem duas fases distintas: a primeira conhecida
como bioxidação, que dura em média 30 a 40 dias, e a segunda fase conhecida como
maturação, que será aproximadamente de mais 30 dias (KIEHL, 1998).
Estas duas fases distintas do processo de compostagem são bastante diferentes entre si.
Na fase de degradação rápida, também chamada de bioestabilização, há intensa atividade
microbiológica e rápida transformação da matéria orgânica. Portanto, há grande consumo de
O2 pelos microrganismos, elevação da temperatura e mudanças visíveis na massa de resíduos
em compostagem, pois ela se torna escura e não apresenta odor agressivo. Mesmo com tantos
sinais de transformação, o composto não está pronto para ser utilizado. Ele só estará apto a ser
disposto no solo após a fase seguinte, chamada de maturação. Nesta fase, a atividade
biológica é pequena, portanto a necessidade de aeração também diminui. O processo ocorre à
temperatura ambiente e com predominância de transformações de ordem química:
polimerização de moléculas orgânicas estáveis no processo conhecido como humificação ou
mineralização da matéria orgânica. Por isso nessa segunda etapa é possível armazenar o
composto em sacos abertos e aerados (KIEHL, 1998).
No Brasil, o composto orgânico produzido deve atender a valores estabelecidos pelo
Ministério da Agricultura (BRASIL, 2004) para que possa ser comercializado, conforme a
Tabela 1.
TABELA 1 - Valores estabelecidos pelo Ministério da Agricultura para que o composto
orgânico possa ser comercializado.
ITEM
VALOR
TOLERÂNCIA
Matéria orgânica total
Mínimo - 40 %
Menor 10 %
Nitrogênio
Mínimo - 1,0 %
Até 10 %
Umidade
Máximo – 40 %
Até 10 %
Relação C/N
Máximo – 18/1
Proporção de 21/1
Índice de pH
Mínimo - 6,0 %
Menor - 10 %
Fonte: www.agricultura.gov.br.
A quantidade máxima permissível de metais nocivos que podem ser encontrados em
biocompostos para uso agrícola também é um fator importante a ser considerado. Os valores
máximos, em vários países, podem ser observados na Tabela 2.
20
TABELA 2 - Concentrações máximas permissíveis de metais no biossólido para uso agrícola,
em vários países
CONCENTRAÇÃO MÁXIMA DE METAIS, mg/kg (BASE SECA)
PAÍS
Arsênio
Comunidade
Europeia
Bélgica
Dinamarca
Inglaterra
Alemanha
França
Grécia
Itália
Holanda
Finlândia
Noruega
Suécia
Escócia
Suíça
Áustria
Canadá
Estados
Unidos
Brasil (São
Paulo)
Cádmio
Cobalto
Cromo
Cobre
-
20/40
-
-
10
150
75
10
8
20
20
40
10
5
30
10
4
20
30
10
20
20
100
20
100
100
150
500
1200
2000
750
500
1000
200
150
800
1000
500
-
1000/
1750
500
1200
1000
1750
1000
600
3000
1500
600
1000
1000
500
-
75
85
-
-
75
85
-
-
Mercúrio Molibdênio
Níquel
Chumbo
750/
1200
300
400
1000
1200
800
1200
500
500
1200
300
200
800
1000
500
500
Selênio
25
100
40
14
2500/
4000
2000
3000
3000
4000
3000
2000
5000
3000
1500
2500
1000
2000
1850
Zinco
16/25
-
10
6
25
10
25
10
5
25
7
5
7,5
10
10
5
25
20
20
20
300/
400
100
50
200
200
400
200
100
500
100
100
250
200
100
180
4300
57
75
420
840
100
7500
4300
57
75
420
840
100
7500
-
Fonte: Tsutiya (1999).
3.4. A CULTURA DO MILHO VERDE
O milho (Zeamayz L.) é uma espécie pertencente à família das gramíneas, descoberto
na região da América Central, compreendida entre o norte do Panamá até o México
(FORNASIERI, 1998). Ele é utilizado na alimentação humana na forma de grãos secos ou
verdes. Sendo assim, o milho verde pode ser consumido simplesmente cozido ou assado ou
ainda na forma de curau, de suco e também como ingrediente na fabricação de bolos,
biscoitos, sorvetes, pamonhas e de outros alimentos. Ainda é rico em carboidratos e fibras,
sendo assim um alimento energético e rico em vitaminas B1, B2 e E (ABIMILHO, 2007).
Contudo, o cultivo do milho verde é uma atividade praticamente exclusiva de pequenos e
médios agricultores (MARQUELLI, 2001).
O milho de variedade de ciclo médio, cultivado para a produção de grãos secos,
consome de 380 a 550mm de água em seu ciclo completo, dependendo das condições
climáticas. Em termos de lâmina bruta de água aplicada, esses valores podem aumentar
sobremaneira
em
função
da
baixa
eficiência
do
sistema
de
irrigação.
O período de máxima exigência de água pelo milho é na fase do embonecamento (Tabela 3)
21
ou um pouco depois dele, por isso déficits de água que ocorrem nesse período são os que
provocam maiores reduções de produtividade. Déficit anterior ao embonecamento reduz a
produtividade em 20 a 30%; no embonecamento em 40 a 50% e após em 10 a 20%. A
extensão do período de déficit também é importante (ALLEN et al., 1998).
TABELA 3 - Valores aproximados do consumo de água pela cultura do milho, por fase do
ciclo fenológico e total, em função da demanda evaporativa (valores previstos para consumo
total e adaptados de allen et al. (1998) para consumo por fase, segundo a demanda
evaporativa).
Consumo (mm)
Demanda
Fase 1
Fase 2
Fase 3
Fase 4
Total
evaporativa
Baixa
70
130
175
75
450
Moderada
65
140
210
85
500
Alta
60
150
240
100
550
Muito Alta
60
165
260
115
600
Fonte: Adaptados de Allen et al. (1998).
As cultivares de milho destinado ao consumo em estado verde devem ter as seguintes
características: grãos dentados amarelos, espigas grandes e cilíndricas, bem empalhadas,
sabugo branco, boa granação e pericarpo fino com longo período de colheita. Deve apresentar
também boa resistência às pragas que atacam as espigas (ALBUQUERQUE, 2005).
O milho (Zeamays L.) é largamente cultivado e consumido em todos os continentes,
com produção de cerca de 600 milhões de toneladas, inferior apenas às do trigo e do arroz. Os
Estados Unidos, a China e o Brasil são os maiores produtores mundiais (OLIVEIRA et al.,
1990). No caso da produtividade brasileira, esta tem crescido sistematicamente, passando de
1.665 kg ha-¹, em 1980, para 3.600 kg ha-1, em 2009 (CONAB, 2010).
O milho é considerado como uma cultura que demanda muita água, mas também é
uma das mais eficientes no uso da água, isto é, produz uma grande quantidade de matéria seca
por unidade de água absorvida. Dependendo da produtividade (kg/ha) alcançada pela cultura,
a “produtividade” da água do milho, ou seja, a quantidade de água aplicada e/ou consumida
que é “transformada” em peso de grãos pode atingir patamares mínimos de até 250 litros de
água por kg de grãos secos (ALLEN et al., 1998).
No milho verde, o grão é a parte consumida diretamente e utilizada na elaboração de
pratos tradicionais na culinária. O consumidor dá preferência a espigas de maior comprimento
e, por esse motivo, esse atributo é considerado na comercialização do milho para consumo in
natura ou para a indústria de enlatados (PINHO et al., 2008).
22
O milho verde deve ser colhido, estando os grãos no estado leitoso e apresentando de
70% a 80% de umidade. Esse ponto de colheita é muito variável por depender das condições
climáticas resultantes de diferentes épocas de semeadura ou da região onde a lavoura foi
instalada. De um modo geral, verifica-se que, nos plantios de verão, quando a lavoura se
desenvolve sob temperaturas mais elevadas, a colheita é realizada de 70 a 90 dias após o
plantio (20 a 25 dias após a floração), enquanto que, em plantios realizados nos meses mais
frios, o ciclo prolonga-se e a colheita pode ser retardada por até 120 dias (EMBRAPA, 2011).
No Brasil o milho verde é cultivado em todas as unidades da federação, sendo o
terceiro maior produtor mundial após os Estados Unidos e China (AGRIANUAL, 2009). Mas
somente 15% da produção nacional são consumidos pela população humana e o restante é
para produção de ração animal e indústria de óleos.
3.4.1. Identificação dos estádios de desenvolvimento do milho
A classificação dos cultivares quanto à duração do ciclo de maturação é fundamental
no acúmulo de graus de temperatura até o florescimento. O conceito de graus-dia (GD)
baseia-se em observações de que o crescimento e o desenvolvimento das plantas em diversos
ecossistemas estão mais relacionados com o acúmulo de temperatura acima de certo valor
base (10ºC para o milho) do que apenas com o tempo. A diferença entre a temperatura média
e a temperatura mínima ou temperatura base (10ºC) nos fornece o valor diário de graus-dia.
Quando a temperatura máxima for maior que 30ºC, considera-se este valor (POTAFOS,
2003):
• Milhos Hiperprecoces < 790 GD;
• Milhos Precoces > 790 e < 830 GD;
• Milhos Precoces / Intermediários > 830 e <889 GD;
• Milhos Semiprecoces / Tardios > 890 GD.
Todas as plantas de milho desenvolvem de 20-21 folhas totais, florescem em cerca de
65-70 dias após a emergência e atinge a maturidade fisiológica cerca de 120 dias após a
emergência, porém os intervalos de tempo específicos entre os estádios e os números totais de
folhas desenvolvidas podem variar entre os diferentes híbridos, estações do ano, datas de
plantio e locais (POTAFOS, 2003).
A taxa de desenvolvimento da planta para qualquer híbrido está diretamente
relacionada com a temperatura, de tal forma que o período de tempo entre os diferentes
23
estádios variará de acordo com a temperatura, tanto dentro de uma safra, quanto entre as
safras. Os estresses ambientais, tais como deficiência de nutrientes ou de umidade, podem
ampliar o tempo entre os estádios vegetativos, mas encurtando o tempo entre os estádios
reprodutivos. O número de grãos que se desenvolvem, o tamanho final dos grãos, a taxa de
incremento no peso dos grãos e a duração do período de crescimento reprodutivo variarão
entre diferentes híbridos e condições ambientais (POTAFOS, 2003).
O sistema de desenvolvimento de estádios divide o desenvolvimento da planta em
estádios vegetativos (V) e reprodutivos (R), conforme Tabela 4. Este sistema identifica com
precisão os estádios de uma planta de milho. Entretanto, todas as plantas de uma determinada
plantação não estarão no mesmo estádio ao mesmo tempo (Tabela 5). Quando se estiver
estabelecendo o estádio de desenvolvimento de uma plantação de milho, cada estádio
específico de V ou R é definido somente quando 50% ou mais das plantas no campo
estiverem naquele estádio ou além dele (POTAFOS, 2003).
TABELA 4 - Estádios vegetativos e reprodutivos de uma planta de milho
Estádios Vegetativos
Estádios Reprodutivos
VE – Emergência R1 Florescimento
V1 – Primeira folha R2 Grão Leitoso
V2 – Segunda folha R3 Grão pastoso
V3 – Terceira folha R4 Grão farináceo
V6 – Sexta folha R5 Grão farináceo-duro
V9 – Nona folha R6 V12 – Décima segunda folha
V15 – Décima quinta folha
Maturidade
V18 – Décima oitava folha
VT - Pendoamento
Fonte: Potafos (2003).
TABELA 5 - Variação do ciclo da cultura de milho em função da época de plantio para a
produção de milho verde.
Cultivar
Época de semeadura
Normal
Precoce
Super precoce
05 de fevereiro
124
117
108
05 de março
134
129
127
06 de abril
145
140
138
05 de maio
139
138
137
“...continua...”
24
“TABELA 5, Cont.”
08 de junho
138
133
131
09 de junho
146
134
125
12 de agosto
124
119
118
08 de setembro
125
118
115
07 de outubro
115
112
106
08 de novembro
116
112
107
09 de dezembro
115
115
112
Fonte: Pereira Filho e Cruz (1993).
3.4.2. Nutrição mineral e adubação do milho
As plantas necessitam de 17 elementos considerados essenciais. Pode-se começar pela
necessidade de água e dos diferentes compostos orgânicos para a sua sobrevivência. Nesses
compostos, encontram-se H, C e O, que são incorporados aos tecidos vegetais a partir da
absorção de H2O pelas raízes e da incorporação de CO2 pelos processos fotossintéticos.
Normalmente, o tecido vegetal possui 43% de C, 44% de O2 e 6% de H. Além desses três
elementos, outros seis como N, P, K, S, Ca e Mg, chamados macronutrientes, são absorvidos
em quantidades (Kg ha-1) com percentuais elevados. Os nutrientes exigidos em menores
quantidades (mg. ha-1) são: Fe, Mn, Zn,Cu, B, Mo, Cl e Ni, denominados micronutrientes
(MARSCHNER, 1995).
Segundo Bull (1986), as necessidades nutricionais do milho, assim como qualquer
planta, são determinadas pelas quantidades totais de nutrientes absorvidos. O conhecimento
dessas quantidades permite estimar as proporções que serão exportadas através da colheita
dos grãos e as que poderão ser restituídas ao solo através de restos culturais.
As quantidades de nutrientes exportadas estão na dependência do fim a que se destina
a cultura. No caso de se visar unicamente à produção de grãos, a exportação de nutrientes será
menor do que quando a cultura se destinar à silagem. Isso em razão de que, no primeiro caso,
há reposição parcial dos nutrientes extraídos através dos resíduos remanescentes da colheita.
De acordo com Muzilli e Oliveira (1989), a prática de incorporação de restos culturais pode
representar uma restituição de, aproximadamente, 42% do nitrogênio, 45% do fósforo e 81%
do potássio extraídos pela cultura de milho.
25
Para o cultivo de milho-doce, em solos de baixa fertilidade, principalmente no cerrado,
Pitta et al (1992) sugerem pH entre 6,0 e 7,0, alegando que isso favorece o aumento da
disponibilidade de nutrientes da solução do solo às plantas e a redução da fitotoxicidade de
alumínio.
Com relação à nutrição e adubação, autores como Fornasieri Filho (1988) sugeriram
doses e épocas de aplicação de fertilizante, conforme Tabela 6. Entretanto, na literatura
científica encontram-se poucas informações que possam validar tais recomendações. Em
consequência disso, verifica-se que, quando se objetivar a produção comercial do milho-doce
colhido em estado de grão leitoso, são utilizadas recomendações indicadas para a produção do
milho verde ou para a produção de grãos secos (FERREIRA, 1993).
TABELA 6 - Critérios de interpretação para análises de solo para região do Cerrado
destinadas à cultura do milho (Zeamays).
Variável
Classe de Interpretação
Baixo
Adequado
Alto
Cálcio (cmolcdm-3)
<1,5
1,5-7,0
>7,0
CTC (capacidade de troca catiônica)
<8,0
8,1-15
>15
Magnésio (cmolcdm-3)
<05
0,5-2,2
>2,2
Potássio (mg dm-3)
<31,0
31-100
>100
Fósforo (mg dm-3)
<10,0
10,0- 14,0
>14
Boro (mg dm-3)
<0,20
<0,25> 0,5
>0,5
Fósforo (mg dm-3)
<8,1
8,1-12
>12
Zinco (mg dm-3)
<1,0
1,1- 1,6
>-1,6
Ferro (mg dm-3)
<4,0
4,1- 12
>12
Manganês (mg dm-3)
<2,0
2,0 e 5,0
>5
Fonte: Adaptação de Fanceli (2001).
26
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO EXPERIMENTO
O local da implantação do experimento em campo com o cultivo do milho foi numa
área distante cerca de 2,5 km da cidade de Pirenópolis-GO, localizado na saída para cachoeira
Usina Velha na região do Morro Grande.
A região apresenta clima mesotérmico e úmido, classificado como provável clima
tropical de altitude, temperatura média anual de 23°C, com baixas temperaturas em junho e
julho e média mínima de 14°C. O período chuvoso ocorre entre novembro e março, com
precipitação média de 1450mm. O município situa-se na altitude de 770m, latitude de
15°51’09” Sul e longitude de 48º 57’ 33’’ Oeste. As temperaturas médias estão entre 18ºC
(inverno) e 30° (verão) com uma média anual de 23°C (IBGE, 2010).
O solo foi classificado como Latossolo Vermelho eutrófico (LVe) A, moderado,
textura média, fase cerrado, relevo suave ondulado (EMBRAPA, 1999). Antes da instalação
do experimento foi realizada amostragem do solo, nas camadas de 0–20 cm, para
caracterização química, estando os dados apresentados na Tabela 7.
TABELA 7 - Análise química de solo realizada na região Morro Grande - Pirenópolis-GO2011
Características
Valores obtidos
P (MELICH) mg dm-³
17,5
MO g dm-³
18
pH CaCl2
4,5
H + Al mmolcdm-³
4,2
K+ mmolcdm-³
0,25
Ca²+ mmolcdm-³
2,9
Mg²+ mmolcdm-³
0,5
CTC mmolcdm-³
36,94
SB mmoldm-³
46,5
Zn mg dm-³
3,5
Fonte: Laboratório Solocria (GOIÂNIA, 2011).
A análise da propriedade física do solo feita a partir de amostra composta de toda a
área experimental resultou na seguinte composição de textura na camada de 0,00 - 0,20m:
27
Argila 37%, Silte 9%, Areia 54%. Essa análise foi realizada na data de 02 de fevereiro de
2011 pelo Laboratório Solocria (GOIÂNIA, 2011). O desenvolvimento do experimento
ocorreu entre os meses de junho a setembro de 2011.
Para a correção da acidez do solo, no dia 03 de fevereiro de 2011 foi realizada a
calagem (incorporação de calcário ao solo) na quantidade de duas toneladas ha-¹, seguindo a
recomendação descrita em Raij et al (1979), calculada pela fórmula:
NC (t ha-¹) = CTC (V2 – V1)/ 10 PRNT (do calcário)
NC = Necessidade de Calcário
CTC = Capacidade de troca catiônica
V2 = Saturação por bases final
V1 = Saturação por bases inicial (Análise de solo)
PRNT = Poder Relativo de Neutralização Total do Calcário
As análises quantitativas do milho verde, de massa seca e foliar, foram feitas nos
Laboratórios de Engenharia Agrícola da Unidade Universitária de Ciências Exatas e
Tecnológicas – UnUCET, Campus Henrique Santillo, da Universidade Estadual de Goiás –
UEG e Laboratório de Solos e Análise Foliar da Universidade Federal de Goiás (UFG).
4.1.1. Compostagem de Aguapé (Eichhornia crassipes)
A compostagem do aguapé foi realizada em um galpão da empresa Corumbá
Concessões que fica localizado às margens do lago da UHE-Corumbá 4 e da rodovia BR 060,
no município de Alexânia-GO (FIGURA 12 A, B, C e D). As plantas foram retiradas do lago
no mês fevereiro de 2011 com a ajuda de canoas e uma máquina pá-carregadeira de esteira
com garras adaptadas. Logo após, as plantas foram levadas até o galpão e trituradas em uma
ensiladeira de marca Nogueira, colocadas em leiras de sete metros de comprimento por dois
metros de largura e dois metros de altura. Foram deixadas em pousio por 60 dias observando
temperatura, pH e umidade. Quando a umidade estava abaixo de 60%, eram regadas com água
e ou percolado das mesmas plantas. Após todo o processo de compostagem, foi coletada uma
amostra da mesma, acondicionada em embalagem plástica e enviada para análise no
laboratório do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Os resultados podem ser observados
na Tabela 8.
28
TABELA 8 - Análise química do composto de aguapé (Eichhornia crassipes) realizada pelo
laboratório do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) em abril de 2011.
Parâmetro
Unidade
Valores
pH (em água 1:10)
-----------8.6
Umidade, a 60-65ºC
% (m/m)
59,8
Nitrogênio Kjeldahl
g de N/kg
12,6
Cádmio
mg de Cd/kg
<1,0
Chumbo
mgde Pb/kg
4,4
Cromo
mgde Cr/kg
22,04
Fósforo
g de P/kg
2,5
Potássio
mg de K/kg
9885
CTC
mmol/kg
393
Zinco
mg de Zn/kg
32,5
Enxofre
g de S/kg
1,9
Selênio
mg de Se/kg
< 1,0
Níquel
mg de Ni/kg
8,2
Mercúrio
mg de Hg/kg
< 1,0
Manganês
mg de Mn/kg
972
Magnésio
g de Mg/kg
1,5
Ferro
mg de Fe/kg
19570
Fonte: Laboratório IAC (2011).
FIGURA 3 - Processo de compostagem no galpão da Corumbá Concessões.
29
FIGURA 4 - Processo de compostagem no galpão da Corumbá Concessões.
FIGURA 5 - Processo de compostagem no galpão da Corumbá Concessões.
FIGURA 6 - Processo de compostagem no galpão da Corumbá Concessões.
30
4.2. IMPLANTAÇÃO E CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO
Na área experimental foi implantado um sistema de cultivo de milho em fileiras,
espaçadas 0,90m entre linhas e 0,20m entre plantas, totalizando 55.000 plantas por hectare
(Figura 13 A e B), com um sistema de irrigação móvel no meio das parcelas,
FIGURA 7 - Sistema de irrigação e condução do experimento - Pirenópolis 2011.
FIGURA 8 - Sistema de irrigação e condução do experimento - Pirenópolis 2011.
4.2.1. Preparo e correção do solo
O preparo do solo para a implantação do experimento de campo consistiu de gradagem
e subsolagem. Simultaneamente, realizou-se a amostragem do solo na profundidade de 0,00 0,20m, para análise química, visando à necessidade de correção antes do plantio.
31
A amostragem para caracterização química do solo foi feita coletando-se 20 amostras
simples no caminhamento em zigue-zague, que posteriormente foram transformadas em uma
amostra composta. Para a coleta das amostras, utilizaram-se enxada, balde e sacos plásticos.
A análise foi realizada pelo Laboratório SOLOCRIA Laboratório Agropecuário Ltda,
localizado em Goiânia-GO, seguindo os métodos de análises químicas para avaliação da
fertilidade do solo descrito em Silva (2006).
A quantificação dos teores de pH, Cálcio (Ca), Magnésio (Mg), Alumínio (Al),
Hidrogênio e Alumínio (H+Al), Potássio (K), Fósforo (P), Matéria Orgânica (M.O.), Enxofre
(S), Sódio (Na), Cobalto (Co), Zinco (Zn), Boro (B), Cobre (Cu), Ferro (Fe), Manganês (Mn),
Molibdênio (Mo), Capacidade de Troca Catiônica (CTC), Saturação por Bases são
apresentados na Tabela 7.
A calagem foi feita considerando a saturação de bases e a adubação pré-plantio de
acordo com a análise do solo e exigências da cultura, seguindo as recomendações de adubação
estabelecida pela Comissão de Fertilidade do Solo do estado de Minas Gerais - 5ª
aproximação (FILGUEIRA et al., 1999). Assim foi distribuída a lanço 2,0t ha-1 de calcário
dolomítico.
O preparo do solo foi efetuado por meio da passagem de uma grade pesada e duas
gradagens leves, para nivelar o terreno e eliminar plantas daninhas. A semeadura do milho foi
realizada manualmente, utilizando-se o híbrido AG1051, de ciclo precoce, distribuindo-se 10
sementes por metro de sulco, com posterior desbaste, deixando-se uma planta a cada 20cm,
visando a um estande de 55.500 plantas por hectare. A adubação de semeadura foi aplicada
em um sulco abaixo e ao lado das sementes. Foi aplicado o herbicida atrazine + metolachlor
(Primestra 500SC) na dose de 2.500 g.ha-1 de i.a, por meio de um pulverirador costal. O
controle de plantas daninhas de folhas largas e estreitas foi realizado mediante aplicação de
herbicida em pós-emergência Nicosulfuron, na dose de 60 g.ha-1 do ingrediente ativo, em um
volume de calda de 200 L.ha-1 com pulverizador costal.
4.2.2. Delineamento experimental
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com quatro
tratamentos e cinco repetições, a saber:
Tratamento 1 - Testemunha - Sem adubação.
32
Tratamento 2 - Aplicação de 25kg de N.ha-1 no plantio (semeadura) na fórmula 04-1408 e 110kg de N em cobertura na forma de ureia no estádio (V2) oito folhas.
Tratamento 3 – Aplicação de 135kg de N.ha-1 na forma de composto de aguapé
incorporado no plantio (semeadura).
Tratamento 4 – Aplicação de 25kg de N ha-1 no plantio e 110kg de N ha-1 em
cobertura no estádio (V2) de oito folhas expandidas na forma de composto de aguapé,
conforme recomendação de Filgueira et al (1999).
O experimento foi dividido em 20 parcelas onde cada parcela teve dimensões de 2,7m
x 6m, com espaçamento entre plantas de 0,2m e entre linhas de 0,9m (Quadro 1 e Figura 15).
Foram avaliadas como parcelas úteis somente as duas linhas centrais minimizando o efeito
bordadura. Segue, no Quadro 1, o esquema dos tratamentos realizados. Os cálculos foram
feitos de acordo com a indicação da dose de Nitrogênio recomendada para produção de milho
verde para o estado de Minas Gerais, ou seja, de 25kg de N ha-¹ para o plantio e 110kg de N
ha-¹ para cobertura, segundo Filgueira et al (1999).
QUADRO 1 - Tratamentos utilizados na pesquisa. Fonte: Distribuição dos Tratamentos em
campo (Pirenópolis, 2011).
TRATAMENTOS
T1
Testemunha sem adubação.
Dose de Nitrogênio = 0 kg
Plantio: Adubação mineral
607,1 NPK fórmula 04-14T2
08 ha-¹ e Cobertura estádio
V2 adubação com ureia.
Adubação com o composto
de aguapé utilizando 10714
T3 Kg ha-¹ de composto de
aguapé para o plantio. Sem
cobertura de adubação.
Adubação orgânica 1984,12
kg/ha com composto de
aguapé no plantio e na
T4
cobertura 8730 kg ha-¹ de
composto em cobertura no
estádio V2 .
Plantio
Cobertura
N total aplicado
0 kg de N
0 kg de N
Testemunha sem
adubação. Dose de
Nitrogênio = 0 kg
25 kg de N
(mineral) na
fórmula 04-14-08
110kg de N
ha-¹ na forma
de ureia
134,3Kg ha-¹
134,3 kg de N ha-¹
0 kg de N
134,3 kg ha-¹
24,3 kg de Nha-¹
na forma de
composto de
aguapé
110kg de N
ha-¹ na forma
de composto
de aguapé.
134,3 kg ha-¹
33
FIGURA 9 - Esquema dos tratamentos em campo (Pirenópolis, 2011).
34
4.2.3. Irrigação
Na montagem do sistema, foram utilizados tubos para irrigação de 50mm de diâmetro
nominal e espaçamento entre emissores de 6,0m. Os aspersores utilizados foram da marca
Amanco. A mudança da água de irrigação de cada tratamento foi realizada por meio de
registros de esfera, nas tubulações de sucção e recalque, na linha destinada à passagem de
água proveniente do córrego Morro Grande.
O controle da vazão e pressão também foi realizado por um “bypass” localizado após
o início da linha de recalque. A pressão do sistema foi controlada com a abertura ou
fechamento desse dispositivo, através de uma tomada de pressão para manômetro de agulha
instalada na tubulação de recalque.
Assim, a quantidade de água disponível no solo foi estimada a partir de uma bateria de
tensiômetros (Figura 10), distribuídos dois em cada parcela, sendo um a 0,15m e o outro a
0,30m de profundidade. Foram instalados três tensiômetros em três blocos para se ter três
repetições, totalizando nove aparelhos. A leitura da tensão foi feita com o uso de um
tensímetro digital de punção (Figura 11).
FIGURA 10 - Tensiômetro utilizado no experimento em Pirenópolis – 2011.
35
FIGURA 11 - Tensímetro utilizado no experimento em Pirenópolis – 2011.
4.2.4. Plantio e espaçamento do milho verde
A escolha do espaçamento foi feita de acordo com a recomendação para o referido
híbrido. O plantio foi efetuado com plantadeira manual (tipo saraquá) no dia 10 de junho de
2011. O espaçamento utilizado foi de 0,9m entre linhas e 0,20m entre plantas, resultando em
uma população de 55.000 plantas.ha-1. Após quinze dias de plantio, foi realizado um desbaste
para atingir a população recomendada.
4.2.5. Cultivar de milho verde utilizado
A escolha do híbrido “AG1051” se deu em função de ser um material novo lançado no
mercado brasileiro pela Agroceres e geneticamente adaptado às condições de clima tropical.
Além disso, havia interesse muito grande de produtores de milho verde e fabricantes de
pamonhas para que se fizessem estudos com essa cultivar. O híbrido “AG1051” tem como
característica boa adaptação às condições de plantio nas diferentes regiões produtoras no
Brasil, alto potencial produtivo, resistência às principais doenças, além de coloração de grão
amarelo-claro, pericarpo fino, precoce e é um híbrido simples (AGROCERES LTDA, 2010).
4.2.6. Coleta das plantas e das espigas e características agronômicas
As coletas das plantas foram realizadas aos 80 dias após o plantio (DAP). Foram
36
delimitadas quatro parcelas de 6m de comprimento com duas linhas em cada parcela. As
plantas foram coletadas de forma aleatória procurando-se amostrar plantas normais e
representativas de cada parcela. Cada amostra era composta por uma planta. As amostras
foram coletadas de acordo com os estádios de floração final R1b, logo após foram enviadas ao
laboratório de análise foliar da UFG para que se fosse feita a quantificação de nutrientes nas
folhas.
As espigas foram colhidas no estágio de grão leitoso R2b, sendo coletadas 10 espigas
aleatoriamente em cada tratamento. Posteriormente, foram medidas suas massas com palha e
despalhadas.
4.2.7. Preparo das amostras
Após a coleta, as plantas foram separadas. Em seguida, foram pesadas para quantificar
a massa úmida. Depois as plantas foram acondicionadas em sacos de papel e colocadas para
secar em estufa com circulação de ar forçado mantendo-se a temperatura na faixa de 65°C–
70°C. O tempo de secagem foi determinado por pesagens das amostras até atingir peso
constante. Após a secagem, cada amostra foi pesada em balança analítica para estimativa da
massa seca acumulada em cada parte vegetal. Em seguida, as amostras foram moídas e
submetidas a análises químicas no Laboratório de Análise de Solo e Foliar
(LASF), da
Escola de Agronomia da UFG, segundo o procedimento descrito por Silva et al (1999). Foram
avaliados os teores de N, P, K, Ca, Mg, Cu, Mn, Fe e Zn por métodos analíticos em uso nesse
laboratório. Foram medidas as massas das espigas com palha e sem palha, no laboratório de
Engenharia Agrícola da UEG/UNUCET de Anápolis.
As características agronômicas analisadas foram as seguintes:
a) altura da planta (AP) e de inserção da espiga (AE) - medida em dez plantas
tomadas ao acaso na área útil de cada parcela. Como AP, consideraram a distância do nível do
solo ao ponto de inserção da lâmina foliar mais alta. A AE foi medida como a distância do
nível do solo ao ponto de inserção da espiga mais elevada;
b) produção de milho verde – avaliada em uma das fileiras (tomadas ao acaso) da
área útil de cada parcela, através da contagem e pesagem de 10 espigas empalhadas, do total
de espigas empalhadas comercializáveis, e do total de espigas despalhadas comercializáveis.
Como espigas empalhadas comercializáveis, foram consideradas as de boa aparência e
37
tamanho superior a 22cm. Como espigas despalhadas comercializáveis, foram consideradas
as de sanidade e granação adequadas à comercialização e com comprimento superior a 17cm;
c) produção de espigas - a produção de espigas depois de medida em massa em uma
balança de precisão. Foi calculada para a quantidade em ha e transformada em kg.ha-¹ para se
obter sua produtividade.
d) massa seca - por ocasião do florescimento pleno, foram coletadas duas plantas ao
acaso, a 0,30m de linha, em dois pontos na área útil das parcelas. Posteriormente, foram
levadas para o laboratório, acondicionadas em sacos de papel e deixadas para secagem em
estufa de ventilação forçada à temperatura de 60-70oC durante três dias. Posteriormente,
medidas suas massas em balança de precisão.
e) teores de macronutrientes – foram utilizadas as duas plantas coletadas para
determinação da massa seca. Após a secagem em estufa de ventilação forçada, o material foi
submetido à moagem em moinho do tipo Willey e, posteriormente, sofreu digestões sulfúrica
e nitroperclórica (SARRUGE; HAAG, 1974).
f) grau de acamamento – foi obtido por meio de observações visuais, na fase de
maturação, utilizando-se a seguinte escala de notas:
0: sem acamamento;
1: até 5% de plantas acamadas;
2: 5 a 25%;
3: 25 a 50%;
4: 50 a 75%, e
5: 75 a 100% de plantas acamadas.
4.2.8. Análises estatísticas
Utilizou-se delineamento de blocos ao acaso, com cinco repetições. Cada parcela
experimental continha quatro linhas de seis metros lineares cada,considerando-se duas linhas
de cada lado da parcela como linhas de bordadura.
Os dados foram analisados pelo programa computacional Sisvar®, através da análise
de variância e teste de comparação de médias (análise de variância e teste de Tukey),
adotando um nível de significância de 5%.
38
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As médias das características agronômicas avaliadas nos tratamentos quanto ao tipo de
adubações realizadas, assim como o seu coeficiente de variação (CV) e valor de (p), estão
apresentados nos tópicos abaixo.
5.1. ANÁLISE FOLIAR
A análise foliar foi realizada nos laboratórios de Solo e Foliar da Universidade Federal
de Goiás. O conhecimento dos padrões normais de acúmulo de nutrientes por uma cultura
possibilita melhor entendimento dos fatores relacionados à nutrição e, consequentemente, da
adubação.
5.1.1. Nitrogênio (N)
As exigências de nitrogênio variam consideravelmente com os diferentes estádios de
desenvolvimento da planta, sendo mínimas nos estádios iniciais, aumentando com a elevação
da taxa de crescimento e alcançando um pico durante o período compreendido entre o início
do florescimento e o início da formação de grãos (ARNON, 1975). Não houve diferença
estatística nos teores de nitrogênio foliar entre os tratamentos pesquisados (p=0,9510) (Tabela
9). A produção de 5 t.ha-1 de grãos de milho requer aproximadamente 140 kg.ha-1 de N
(HIROCE et al., 1989). A grande exigência de nitrogênio torna essa cultura altamente
responsiva à adubação nitrogenada, como indicam os levantamentos realizados por Malavolta
e Romero (1975), Lantmann et al (1986), Cantarela e Raij (1986), França et al (1986). Esses
autores mostram que, em geral, de 70 a 90% dos ensaios de adubação com milhos realizados a
campo no Brasil respondem à aplicação de nitrogênio.
Resultados de experimentos conduzidos por Raij et al (1981), no estado de São Paulo,
ilustram como as respostas do milho a nitrogênio variam com a produtividade. O conteúdo
percentual de nitrogênio de plantas jovens de milho é maior que nas outras fases do ciclo de
crescimento, embora seja maior a necessidade do nutriente em razão do pequeno porte das
plantas (ANDRADE et al., 1975a). Entretanto, uma deficiência de nitrogênio, quando a planta
39
se apresenta com uma altura em torno de 20cm, acarretará uma redução do número de grãos
nos primórdios da espiga, tendo como consequência uma redução na produção final de grãos
(SCHRIBER et al., 1988). A redução na quantidade de nitrogênio acumulada nos estádios
finais da cultura pode ter como causa, segundo Arlen et al (1988), perdas de nutrientes por
volatilização. De acordo com Farquhar et al (1979), ocorrem perdas gasosas de NH3 através
das folhas pelo aumento da proteólise durante a senescência. O acúmulo de N na planta
inteira, nos órgãos vegetativos e reprodutivos, encontra-se na Tabela 9.
O nitrogênio na cultura do milho é absorvido em todo o seu ciclo, sendo sua absorção
pequena nos primeiros 30 dias, aumentando de maneira considerável a partir desse ponto.
Dessa forma, pode-se observar que o teor máximo de nitrogênio na planta inteira foi de 2020
mg/kg.planta-1, sendo um valor muito acima dos teores foliares de macronutrientes adequados
para a cultura do milho que, segundo Fancelli (2000), seria de 30-40 mg/kg.planta-1.
TABELA 9 - Valores médios das quantidades de macro e micronutrientes encontrados nas
folhas de milho verde nos quatro tratamentos utilizados neste experimento aos 80 DAP,
Pirenópolis-GO- 2011.
Macro e Micronutrientes pesquisados em análise foliar
T1 Testemunha sem adubação
N
P
dag/kg dag/kg
1,96a
0,35a
K
dag/kg
1.36a
Ca
dag/kg
0,56a
T2 04-14-08 C/COB ureia
1,94a
0,39a
1,48a
0,38a
0,30ª
6,6a
408,4a 120,2a
17,68ª
T3 Compostagem c/ cobertura
2,02a
0,38a
1,28a
0,48a
0,28ª
6,4a
374,4a 124,0a
18,4ª
T4 Compostagem s/ cobertura
2,02a
0,36a
1,26a
0,34a
0,22ª
5,8a
467,2a 122,8a 17,04a
Coeficiente de variação (CV)
14,37
14,79
10,86
29,85
29,67
18,33
12,79
Trat.
Nutrientes
Mg
Cu
Fe
Mn
dag/kg mg/kg mg/kg mg/kg
0,28ª
6,0a 388,8a 122,6a
Zn
mg/kg
18,2ª
20,17
9,73
Fonte: Laboratório de Análise de Solo e Foliar da UFG.
5.1.2. Potássio (K)
O potássio (K) no solo encontra-se nas mais diferentes formas, das quais umas são
disponíveis em curto prazo para as plantas e outras não (SILVA, 2006). Este nutriente é
requerido em grandes quantidades, similares ao nitrogênio, pelas plantas, e está ligado
principalmente a funções de ativações enzimáticas nas plantas (MEURER; INDA JR., 2004).
O potássio é o segundo elemento mais absorvido em maiores quantidades pela cultura
do milho aos 80 DAP, só não foi superior ao nitrogênio, conforme dados da Tabela 9. De
40
acordo com Arnon (1975) e Gamboa (1980), a elevada taxa de acúmulo de potássio nos
primeiros 30-40 dias de desenvolvimento, com um ritmo de absorção, inclusive superior ao
do nitrogênio, sugere uma maior necessidade de potássio em relação ao nitrogênio e ao
fósforo, como um elemento de arranque. O presente trabalho não corroborou esta situação,
quando comparado com o nitrogênio devido ao alto teor de potássio no composto de aguapé
(E. crassipes). Nos trabalhos desenvolvidos por Andrade et al (1975a), no final do ciclo de
desenvolvimento as plantas se apresentam com apenas a metade da quantidade máxima de
potássio extraído, indicando perda do nutriente devido, provavelmente, à lavagem do íon e à
degenerescência de células e tecidos, conforme Loué (1963).
O teor foliar encontrado nas plantas foi, em média, de 148mg/kg.planta-1 bem superior
aos 20-40mg que são os teores foliares adequados de acordo com Fancelli (2000). Não houve
diferenças significativas entre os tratamentos (p= 0,1201).
5.1.3. Fósforo (P)
Conforme Andrade et al (1975b), a absorção de fósforo é semelhante à do nitrogênio,
ocorrendo praticamente paralela ao acúmulo de matéria seca durante a maior parte do
desenvolvimento vegetativo da planta, com o ponto de exigência máxima situando-se
próximo da época de pendoamento, ao redor de 60 dias após a germinação. Neste mesmo
trabalho, o pico no acúmulo de fósforo deu-se de 80 a 100 dias, com uma quantidade de 30
kg/ha de P. Porém, tanto a quantidade acumulada como a composição porcentual dos tecidos
são bem menores para o fósforo em relação ao nitrogênio.
O teor máximo de fósforo foi de 39,0mg kg.planta-1 (transformado de dag para
mg.kg.planta) aos 80 DAP na planta inteira, conforme Tabela 9, acima dos 4,0 mg.kg.planta-1
exigidos como adequados, segundo Fancelli (2000). Não houve diferenças significativas entre
os teores de fósforo nos tratamentos utilizados (p= 0,5042).
5.1.4. Cálcio e Magnésio
No trabalho de Andrade et al (1975a), os períodos de exigência máxima dos dois
macronutrientes secundários ocorrem de 40 a 60 dias após a emergência para cálcio e
magnésio. Ainda segundo este autor, nas curvas de acúmulo de cálcio, magnésio , nota-se um
41
acentuado paralelismo entre cálcio e enxofre, com um pico de acúmulo para ambos os
nutrientes, situando-se entre 80 e 90 dias após a emergência.
O cálcio na planta é responsável pela elongação celular e pela absorção de outros
nutrientes, entre outros processos (BISSANI; ANGHINONI, 2004). Estes mesmos autores
comentam que, na maioria dos solos, o Ca, depois do ferro (Fe), é o nutriente mineral
encontrado em maior concentração. Entretanto, salientam que, em solos arenosos e com baixa
CTC, o teor de Ca é muito reduzido devido às perdas por lixiviação.
O magnésio, essencial para a fotossíntese, é um dos componentes da clorofila e auxilia
na absorção de fósforo. Como sintomas de deficiência, as folhas inferiores ficam com listras
esbranquiçadas (clorose) nas nervuras e têm o crescimento reduzido (FANCELLI, 2000).
O acúmulo máximo de cálcio foi de 560,00mg/kg no tratamento 1, pois em todos os
tratamentos foram feitos a calagem, maior do que os 3 a 8 mg/kg-1 tido como adequados por
Fancelli (2000). Não houve diferenças significativas entre os tratamentos conforme Tabela 9.
Quanto aos teores de magnésio encontrados, a média maior foi de 30,00 mg.kg-1
maiores que os teores foliares adequados para cultura do milho verde que são de 1,7 a 5,0
mg.kg-1,
segundo
Fancelli
(2000).
Magnésio
em
presença
de
fósforo
aumenta
consideravelmente a translocação e absorção (CRÓCOMO et al., 1965).
Não houve diferenças significativas nem para o Cálcio (p=0,0813), nem para o
Magnésio (p=0,4539).
5.1.5. Micronutrientes
A necessidade de micronutrientes na cultura do milho deverá ser fundamentada nos
resultados de análise foliar e no histórico da área. Assim se mostra totalmente
desaconselhável a aplicação de micronutrientes de forma generalizada e indiscriminada, pois
tal procedimento poderá resultar na redução do rendimento da cultura, por provocar o
desequilíbrio de nutrientes na planta, bem como por configurar fitotoxicidade (FANCELLI,
2000).
5.1.5.1. Manganês e Cobre
O manganês apresenta acentuada contribuição para a síntese da lignina, por parte da
42
planta, mediante a formação de estruturas denominadas lignotubos, além de participar da
síntese de fenóis solúveis, inibição da aminopeptidase, inibição da pectinamethylesterase e
fotossíntese (FANCELLI, 2000).
Não houve diferenças significativas entre os tratamentos para os teores foliares, tanto
de manganês (p=0,9959) quanto de cobre (p=0,6790).
De acordo com recomendação de Raij et al (1997) e Fancelli (2000), todos os
tratamentos apresentaram altos teores de cobre e manganês (Tabela 9).
5.1.5.2. Ferro e Zinco
Entre os problemas com micronutrientes, destaca-se o Zn, que tem surgido em
decorrência do esgotamento gradativo de alguns solos em áreas de cultivo tradicional do
milho, onde não tem sido feita a reposição desse micronutriente e também em face da
incorporação no processo produtivo de áreas de baixa fertilidade. Em solo de cerrado, a falta
de zinco na cultura do milho doce resultou um decréscimo de produção de 9,3 para 5,3 t.ha-1,
em média (FREITAS et al., 1972).
Pode-se observar, na Tabela 9, que a concentração de ferro (p=0,0712) não variou
entre os tratamentos. Mas, de forma geral, os tratamentos apresentaram teores superiores ao
recomendado por Raij et al (1997) e Fancelli (2000), conforme Tabela 10, fato ocorrido
devido à grande concentração de ferro presente em solos de cerrado. Pode-se observar, na
Tabela 9, que a concentração de zinco também não variou entre os tratamentos (p= 0,6192),
que pode ser explicado pelo fato de a área ser uma área de produção antiga e já bastante
adubada.
TABELA 10 - Teores de micronutrientes adequados para a cultura do milho.
Citação
B
Cu
Fe
Zn
Mn
Mo
1
15-20
6-20
50-250
15-50
42-150
0,15-0,20
2
7-25
6-20
21-250
15-100
20-200
0,15-0,20
3
15-30
10-25
50-250
Fonte: Bull (1993); Raij e Cantarella (1996); Fancelli (2000).
20-100
70-150
0,15-0,20
43
5.2. ALTURA DE INSERÇÃO DE ESPIGA (AIE), ALTURA DE PLANTA (AP), MASSA
DE ESPIGA COM PALHA (MEP), MASSA DE ESPIGA SEM PALHA (MESP) E
ACAMAMENTO
Na altura de inserção da espiga, todos os tratamentos tiveram efeito significativo em
relação ao controle, os tratamentos 3 e 4 são tão eficientes quanto o tratamento 2 (p =
0.0259), conforme Tabela 11. Nas médias da altura da inserção de espigas, os tratamentos
(T3) e (T4) diferiram dos demais, pois as médias da altura de inserção da espiga foram de
1,074 e 1,082cm, respectivamente com o valor de (p= 0,0006). A aplicação do nitrogênio por
ocasião do plantio e em cobertura parece ser importante na determinação da altura de inserção
da espiga que pode ser observado na diferença entre os tratamentos e o controle. Apesar dos
efeitos dos tratamentos sobre a altura de inserção da espiga, não se verificou acamamento de
plantas, nem foram alterados os procedimentos de colheita feitos na região manualmente.
A Tabela 11 apresenta os resultados obtidos em que, por meio da comparação entre as
médias pelo teste de Tukey a 5% de significância, foi possível constatar que houve
diferenciação no efeito do nitrogênio sobre os resultados de altura de planta (AP) e massa de
espiga despalhada (MESP) com (p=0,0005) e ou com palha e somente no tratamento e
controle sem adubação. O tratamento 4 pode dar um resultado melhor em escala comercial
para o produtor.
Já os resultados obtidos para massa de espiga com palha houve diferença significativa
(p= 0,0350), sobressaindo o tratamento 4 com 25694,71 kg.ha-¹ e podendo apresentar uma
diferença em valores absolutos para o produtor.
Tabela 11 - Médias características agronômicas da cultura do milho verde (Zeamays L.)
utilizando composto de aguapé (Eichhornia crassipes) com e sem cobertura 130kg de N.ha-¹ e
fórmula NPK 04-14-08 com cobertura de ureia (130Kg de N.ha-¹) em plantio convencional
com irrigação por aspersão no município de Anápolis-GO – 2011.
Características
Massa de espiga
Massa seca
Altura de
Tratamentos
Massa de espiga
Altura
1 Testemunha
6630,4670 a1
com palha kg.ha¹
14395,5116 a1
2NPK 04-14-08 c/ COB
13392,0327 a2
24784,9299a1a2
310,7020 a2
0,974000a1a2
1,8040a2
3Compostagem c/COB
13443,2211 a2
20169,7650a1a2
303,3620a2
1,074000 a2
1,9020a2
4Compostagem s/COB
13925,2496 a2
25694,7103a2
346,0860 a2
1,082000 a2
1,8540a2
CV%
8,89
27,21
16,35
14,53
6,72
despalhada kg.ha-¹
da planta
g/planta
166,2020a1
inserção de
espiga m
0,794000 a1
1,4900a1
(Médias seguidas de letras iguais nas colunas não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade)
da planta
44
5.3. MASSA SECA
Andrade et al (1975a), em cinco cultivares de milho tipo grãos, encontraram o ponto
de inflexão, isto é, a idade em que, teoricamente, a taxa de acúmulo de matéria seca é máxima
entre 100 e 106 DAP, valores que variam de 327 a 381 g.planta-1, de acordo com a cultivar.
Os dados no presente trabalho encontram-se entre 303 a 346 g.planta-1, bem como o potencial
do híbrido em questão. Furlanietal. (1977), em estudo com duas variedades de milho e duas
populações, encontraram aos 83 DAP na variedade H1227 massa seca de 7.941 kg.ha-1 e na
variedade HS 7777 massa seca de 8.491,0 kg.ha-1, enquanto que no experimento atual foi
encontrado uma média 16000,0kg.ha-¹ [transformado a partir de g.planta em kg.planta.ha¹(produtividade)] .
O acúmulo de massa seca pela cultura do milho, conforme Hanway (1962), sofre
grande influência do nível de fertilidade do solo. A maior taxa de crescimento das plantas de
milho foi obtida quando elas foram cultivadas sob condições adequadas de suprimentos de
nutrientes, com uma produção diária de matéria seca da ordem de 245 kg.ha -1. Para plantas
cultivadas sob condições de deficiência de fósforo ou potássio, estes valores foram
respectivamente de 204 e 200 kg.ha-1, enquanto que para condições de extrema deficiência de
nitrogênio a taxa de crescimento foi muito menor, com uma produção diária de matéria seca
de 82 kg ha-1. O acúmulo máximo de massa seca na parte vegetativa foi de 346,87 g.planta -1,
conforme Tabela 11.
Não houve diferenças entre os três tratamentos, embora os mesmos apresentassem
diferenças significativas em relação ao controle (p= 0,002). Os tratamentos com aguapé nos
tratamentos 3 e 4 são tão eficientes quanto a adubação convencional, apesar de que o
tratamento 4, onde o composto é incorporado de uma só vez, pode apresentar diferença em
valores absolutos para o produtor.
5.4. ASPECTOS ECONÔMICOS
É comum ouvir dos agricultores que, nas últimas décadas, cada vez mais vem
encolhendo as margens líquidas, provenientes de suas atividades agropecuárias (Observação
pessoal). Estas condições estão atreladas, principalmente, ao aumento dos custos diretos,
puxados pelos insumos, bem como pela redução, estagnação ou baixos reajustes aos preços
recebidos pelos produtos comercializados pelos agricultores. Essas flutuações de preços são
45
comandadas pelo mercado (MONTOYA; GUILHOTO, 2001). Face a este panorama, é de
grande importância que os agricultores familiares produzam parte de seus alimentos e de seus
insumos, de modo a ficarem mais protegidos dessas flutuações, garantindo, dessa maneira,
sua segurança alimentar e econômica. Uma alternativa, por exemplo, é a produção com
irrigação no período de entressafra e utilizando insumos alternativos, como foi feito neste
trabalho.
As pesquisas têm papel importante neste contexto, principalmente ao estudar manejos
que visem aumentar a eficiência e diminuir os custos dos sistemas produtivos, sem
comprometer a qualidade do alimento e/ou produto e mantendo ou melhorando as condições
do solo, plantas e meio ambiente.
A Tabela 12 apresenta os custos diretos dos sistemas produtivos propostos. Na época
de aquisição dos insumos (maio de 2011), os fertilizantes, em especial o fertilizante mineral,
estavam com os preços inflacionados (R$ 1840,00, R$ 575,00 e R$ 1980,00 para fertilizantes
orgânico, mineral e ureia, respectivamente). Isto fez com que se elevassem os custos dos
sistemas produtivos estudados e, associados à alta produção, impulsionasse o alto valor
econômico dos mesmos, resultando num balanço econômico positivo (Tabela 12).
TABELA 12 - Componentes do custo direto (R$.ha-1) para implantação dos sistemas de
produção de milho com adubação convencional e composto de aguapé com e sem cobertura Pirenópolis – GO, junho de 2011.
Custos Diretos
Tratamentos
Calcário
Fertilizante
Sementes
Herbicida
Inseticida
Total
T1 testemunha
55,00
00,00
160,00
100,00
24,00
339,00
55,00
750,00
160,00
100,00
24,00
1089,00
55,00
500,00
160,00
100,00
24,00
839,00
55,00
500,00
160,00
100,00
24,00
839,00
T2 NPK 04-14-08
c/COB de ureia
T3 Compostagem s/
COB
T4 Compostagem c/
cobertura
A descapitalização e as dificuldades de acesso a linhas de crédito que subsidiam
programas de recuperação do solo, entre outros fatores, pelos agricultores, fazem com que
estes tendam a adotar sistemas produtivos com pouco aporte tecnológico, devido aos seus
custos menores. No entanto, esses sistemas geralmente apresentam baixos índices produtivos.
Na propriedade onde foi realizado o experimento, segundo relatos do proprietário, o cultivo
do milho não é a principal atividade econômica da mesma, sendo esse destinado ao consumo
46
da propriedade com ensilagem para tratar o gado leiteiro e espigas para vender na feira local
ao preço de R$ 0,70 a espiga, no período da seca. As áreas e as semeaduras foram distribuídas
em quatro tratamentos e o sistema de cultivo até então realizado foi baseado na mobilização
do solo, com semeadura, geralmente em cultivo solteiro. A produtividade do milho verde foi
maior com o uso de compostagem de aguapé sem o uso de cobertura (T3) como pode ser
observado na Tabela 9.
Conforme observado nos resultados, de modo geral não houve diferenças
significativas entre os tratamentos T2, T3 e T4, embora estes tenham diferido em relação ao
controle, indicando que todos eles trouxeram acréscimos em relação aos parâmetros
analisados. Podemos então observar que o tratamento 2 apresenta um maior custo (R$
1089,00) em relação aos tratamentos T3 e T4 (R$ 839,00). Considerando que os custos desses
últimos representam apenas 77% em relação ao T2, a utilização da compostagem com ou sem
cobertura indica redução de custos para o produtor, aumentando sua margem de lucro.
A Corumbá Concessões, permissionária da Usina Hidrelétrica (UHE ) Corumbá IV,
possui um projeto que retira o excesso de macrófitas do reservatório e transforma os mesmos
em composto para ser utilizado como adubação de áreas degradadas na região de APPs do
lago, ou seja, na faixa de 100 metros às margens deste. Para se manter esse projeto além dos
gastos com mão de obra, ainda temos vários outros gastos operacionais e, devido aos vários
problemas ambientais já descritos acima, não se pode parar com esse programa porque o
problema seria tão grande que a empresa não teria como continuar suas operações.
47
6.CONCLUSÕES
A partir dos dados coletados e das observações feitas durante o presente experimento,
foi possível constatar que a compostagem de aguapé (Eichhornia crassipes) pode ser utilizada
como fonte de nutrientes na produção de milho verde, aumentando sua produtividade.
A análise foliar mostrou os teores dos nutrientes das plantas na seguinte ordem
decrescente: N>K>P.Ca>Mg>Fe>Mn>Zn>Cu, não sendo observadas diferenças estatísticas
significativas entre as formas de adubação para esses atributos. E todas as plantas estavam
com teores foliares de nutrientes acima do nível adequado.
Pela análise econômica com o preço da tonelada do composto de aguapé (Eichhornia
crassipes), ele pode ser uma alternativa para a produção de milho verde pelo produtor local,
visto que a produtividade é aumentada estatisticamente com a utilização de compostagem de
aguapé, sem a cobertura e sim totalmente incorporado ao solo. Isto porque as aplicações de
130kg ha-¹ de nitrogênio com compostagem de aguapé (Eichhornia crassipes) propiciam
maior ganho para o produtor.
48
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