PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE COORDENADORIA GERAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE EQUIPE DE VIGILÂNCIA DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS NOTA TECNICA DA COQUELUCHE Porto Alegre, 07 de Dezembro de 2016 A coqueluche é uma doença de notificação compulsória que teve um aumento de casos em Porto Alegre no final do ano de 2003 e início do ano de 2004, alcançando um pico de incidência em 2012. Alertas Epidemiológicos foram emitidos em abril e outubro de 2012. Este documento sintetiza os anteriores e inclui novos critérios de confirmação. A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, de transmissão respiratória, causada pelo bacilo gram negativo Bordetella pertussis. 1. Definição de caso suspeito de coqueluche - Todo indivíduo, independente da idade e estado vacinal, que apresente tosse seca há 14 dias ou mais (10 dias em menores de 6 meses), associado a um ou mais dos seguintes sintomas: - Tosse paroxística (tosse súbita incontrolável, com tossidas rápidas e curtas (5 a 10) em uma única expiração); - Guincho inspiratório; - Vômitos pós-tosse. - Cianose - Apneia - Todo indivíduo, independente da idade e estado vacinal, que apresente tosse seca há 14 dias ou mais, e com história de contato com um caso confirmado de coqueluche pelo critério clínico. 2. Exames para Diagnóstico -Hemograma: através da clínica e um hemograma que apresente leucocitose acima de 20.000 leucócitos/mm3 e linfocitose absoluta acima de 10.000 linfócitos/mm3 pode confirmar o caso suspeito de coqueluche; - Coleta de Material para Cultura de Bordetella Pertussis :a coleta de material de nasofaringe, será realizada somente para paciente internados. Se a criança já iniciou o tratamento com antibiótico, a coleta para cultura é possível somente até o 3º dia do início do tratamento. - PCR para Bordetella pertussis será realizado (quando disponível) e servirá para confirmação (ou descarte) como critério laboratorial. Anotado na ficha do SINAN no espaço observação. __________________________________________________________________________________ CGVS – Av. Padre Cacique, 372 - 4º andar – Bairro: Menino Deus Porto Alegre / RS – CEP: 90810-240 Telefone: 3289-2471 / 3289-2472 – FAX: 3289-2475 / 3235-3315 email: [email protected] PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE COORDENADORIA GERAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE EQUIPE DE VIGILÂNCIA DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS OBS:o tratamento do caso suspeito deve ser iniciado antes do resultado dos exames. 3.Tratamento: A azitromicina é o antimicrobiano de escolha, na dose de 10mg/Kg/dia, em dose única diária, durante 05 dias. A eritromicina também pode ser utilizada (de preferência o estolato), na dose de 40 a 50mg/Kg/dia (máximo de 2 gramas/dia), dividida em 4 doses iguais, durante 10 dias. No caso de intolerância à Azitromicina, pode-se usar Sulfametoxazol +Trimetoprim (SMZ+TMP), por via oral, de 12 em 12 horas, durante 10 dias, na seguinte dosagem: - Crianças: 40mg (SMZ)/Kg/dia e 8mg (TMP)/Kg/dia. Com a ressalva de que a segurança e a eficácia de SMZ+TMP nos menores de 2 meses não está bem definida (Sanford, 1996). - Adultos e crianças com mais de 40 Kg: 800mg (SMZ)/dia e 160mg (TMP)/dia, de 12 em 12 horas. 4. EM QUEM fazer quimioprofilaxia da COQUELUCHE? - Pessoas de contato íntimo domiciliar (pessoas do convívio familiar que residem no mesmo domicílio com caso de coqueluche); - Pessoas (pacientes, cuidadores, profissionais da saúde) definidas como contato íntimo e/ou de alto risco de um caso de coqueluche confirmado. Se apresentarem sinais e sintomas, devem ser afastados da atividade laboral por 5 dias após o inicio do tratamento. Vacinação: Nos comunicantes domiciliares e escolares de casos de difteria ou coqueluche menores de 7 (sete) anos de idade, não vacinados ou com esquema incompleto ou com situação vacinal desconhecida, atualizar esquema, seguindo orientações do esquema da vacina penta ou da DTP. Importante: No calendário básico de vacinação da criança, do Programa Nacional de Imunizações, consta a Vacina Pentavalente (DTP+Hib+HB), que protege contra difteria, o tétano, a coqueluche, a hepatite B e as infecções causadas pelo Haemophilus Influenzae B. O esquema de administração são três doses, aos 2 (dois), 4 (quatro) e 6 (seis) meses de idade. O reforço é com a vacina adsorvida difteria, tétano, coqueluche (DTP). O esquema consiste em administrar 2 (dois) reforços, o primeiro aos 15 meses de idade e o segundo aos 4 (quatro) anos de idade. __________________________________________________________________________________ CGVS – Av. Padre Cacique, 372 - 4º andar – Bairro: Menino Deus Porto Alegre / RS – CEP: 90810-240 Telefone: 3289-2471 / 3289-2472 – FAX: 3289-2475 / 3235-3315 email: [email protected] PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE COORDENADORIA GERAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE EQUIPE DE VIGILÂNCIA DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 5. Medicamentos indicados para a quimioprofilaxia: Mesmos do item 3 6. Como interromper a transmissão? *Reconhecendo a área de transmissão Verificar se no local de residência, na creche, na escola ou no trabalho há indícios de outros casos suspeitos. Quando não se identificar casos nestes locais, interrogar sobre deslocamentos e permanência em outras áreas. Estes procedimentos devem ser feitos mediante entrevista com o paciente, familiar ou responsável, bem como com pessoas chave da comunidade. *Determinando a extensão da área de transmissão Busca ativa de casos: Após a identificação do possível local de transmissão, iniciar, imediatamente, busca ativa de outros casos, casa a casa, na creche, escola, local de trabalho e em unidades de saúde. * Identificando e tratando os comunicantes suscetíveis Define-se como comunicante qualquer pessoa exposta a um caso de Coqueluche. -A investigação de comunicantes deve ser feita na residência, creche, escola e outros locais que possibilitaram o contato íntimo com o caso. -Identificar os comunicantes, com tosse, há pelo menos uma semana; -Verificar as situações vacinais dos comunicantes, considerando doses registradas na caderneta de vacinação, e, se necessário, atualizar o esquema vacinal dos menores de sete anos com a vacina DTP. Medidas gerais para pacientes não hospitalizados: os pacientes não hospitalizados devem ser afastados de suas atividades habituais (creche, escola, trabalho): por, pelo menos cinco dias, após o início de tratamento com antimicrobiano; Não se deve aguardar os resultados dos exames para o desencadeamento das medidas de controle e outras atividades da investigação, embora eles sejam imprescindíveis para confirmar os casos e nortear o encerramento das investigações. __________________________________________________________________________________ CGVS – Av. Padre Cacique, 372 - 4º andar – Bairro: Menino Deus Porto Alegre / RS – CEP: 90810-240 Telefone: 3289-2471 / 3289-2472 – FAX: 3289-2475 / 3235-3315 email: [email protected] PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE COORDENADORIA GERAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE EQUIPE DE VIGILÂNCIA DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS __________________________________________________________________________________ CGVS – Av. Padre Cacique, 372 - 4º andar – Bairro: Menino Deus Porto Alegre / RS – CEP: 90810-240 Telefone: 3289-2471 / 3289-2472 – FAX: 3289-2475 / 3235-3315 email: [email protected]