coqueluche norma tecnica

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NOTA TECNICA DA COQUELUCHE
Porto Alegre, 12 de Abril de 2012.
A coqueluche é uma doença de notificação compulsória que teve um aumento de
casos em Porto Alegre no final do ano de 2003 e início do ano de 2004, e em
decorrência desta mudança de comportamento, foi lançado um Alerta Epidemiológico
aos serviços de saúde de Porto Alegre com publicação no Boletim Epidemiológico nº
22.
A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, de transmissão respiratória, causada
pelo bacilo gram negativo Bordetella pertussis.
1. Definição de caso suspeito de coqueluche
- Todo indivíduo, independente da idade e estado vacinal, que apresente tosse
seca há 14 dias ou mais, associado a um ou mais dos seguintes sintomas:
- Tosse paroxística (tosse súbita incontrolável, com tossidas rápidas e curtas (5 a 10)
em uma única expiração);
- Guincho inspiratório;
- Vômitos pós-tosse.
- Todo indivíduo, independente da idade e estado vacinal, que apresente tosse
seca há 14 dias ou mais, e com história de contato com um caso confirmado
de coqueluche pelo critério clínico.
2. Exames para Diagnóstico
-Hemograma:através da clínica e um hemograma que apresente leucocitose acima de
20.000 leucócitos/mm3 e linfocitose absoluta acima de 10.000 linfócitos/mm3 pode ser
a confirmação do caso suspeito de coqueluche;
- Coleta de Material para Cultura de Bordetella Pertussis
A coleta de material de nasofaringe, será realizada somente para paciente internados
ou atendidos em ambulatórios hospitalares. Se a criança já tiver iniciado o tratamento
com ATB a coleta para cultura é possível, somente, até o 3º dia do início do
tratamento.
Destacamos que a coleta somente está indicada para pacientes atendidos no
âmbito hospitalar.
OBS:o tratamento do caso suspeito deve ser iniciado antes do resultado dos
exames.
3.Tratamento:
A azitromicina é o antimicrobiano de escolha, na dose de 10mg/Kg/dia, em
dose única diária, durante 05 dias.
A eritromicina também pode ser utilizada (de preferência o estolato), na
dose de 40 a 50mg/Kg/dia (máximo de 2 gramas/dia), dividida em 4 doses iguais,
durante 10 dias.
No caso de intolerância à Azitromicina, pode-se usar Sulfametoxazol
+Trimetoprim (SMZ+TMP), por via oral, de 12 em 12 horas, durante 10 dias, na
seguinte dosagem:
- Crianças: 40mg (SMZ)/Kg/dia e 8mg (TMP)/Kg/dia. Com a ressalva de que a
segurança e a eficácia de SMZ+TMP nos menores de 2 meses não está bem definida
(Sanford, 1996).
- Adultos e crianças com mais de 40 Kg: 800mg (SMZ)/dia e 160mg (TMP)/dia, de
12 em 12 horas.
4. EM QUEM fazer quimioprofilaxia da COQUELUCHE????
- Crianças menores de 01 ano que tenham contato íntimo com um caso de coqueluche;
- Crianças menores de 07 anos, não vacinadas ou com situação vacinal desconhecida
ou que tenham tomados menos de 04 doses de vacina DPT, que tenham contato
íntimo com caso de coqueluche;
- Adultos que tenham contato íntimo com caso de coqueluche e que trabalham com
crianças menores de cinco anos ou imunodeprimidos
(estes adultos devem ser
afastados das atividades junto às crianças, por 05 dias, a contar do início da
quimioprofilaxia)
- Imunodeprimidos.
Vacinação: Os menores de sete anos não vacinados, inadequadamente vacinados ou com
situação vacinal desconhecida, que sejam comunicantes íntimos, familiares ou escolares, deverão
receber uma dose da vacina contra coqueluche e orientação de como proceder para completar o
esquema de vacinação.
Importante: Para os menores de um ano, indica-se a vacina Tetravalente (DTP+Hib) em 3
doses, com intervalo de 2 meses (2, 4 e 6 meses)
e para as crianças com idade entre 1 ano e 6 anos completos (6 anos, 11 meses e 29 dias),
indica-se a vacina DTP (Difteria, Tétano e Coqueluche) 1º reforço aos 15 meses e 2º reforço
entre 4 e 6 anos de idade.
5. Medicamentos indicados para a quimioprofilaxia:
- O medicamento de escolha é a Azitromicina, na dose de 10mg/Kg/dia, em dose
única diária, durante 05 dias.
- No caso de intolerância à Azitromicina, pode-se usar Sulfametoxazol
+Trimetoprim (SMZ+TMP), por via oral, de 12 em 12 horas, durante 10
dias, na seguinte dosagem:
- Crianças: 40mg (SMZ)/Kg/dia e 8mg (TMP)/Kg/dia. Com a ressalva
de que a segurança e a eficácia de SMZ+TMP nos menores de 2 meses
não está bem definida (Sanford, 1996).
- Adultos e crianças com mais de 40 Kg: 800mg (SMZ)/dia e 160mg
(TMP)/dia, de 12 em 12 horas.
A imunoglobulina humana não tem valor profilático ou terapêutico
comprovado.
- A eritromicina também pode ser utilizada (de preferência o estolato), na dose de
40 a 50mg/Kg/dia (máximo de 2 gramas/dia), dividida em 4 doses iguais, durante 10
dias.
6. Como interromper a transmissão?
Não se deve aguardar os resultados dos exames para o desencadeamento das medidas de
controle e outras atividades da investigação, embora eles sejam imprescindíveis para
confirmar os casos e nortear o encerramento das investigações.
*Reconhecendo a área de transmissão
Verificar se no local de residência, na creche, na escola no trabalho há indícios de
outros casos suspeitos. Quando não se identificar casos nestes locais, interrogar
sobre deslocamentos e permanência em outras áreas. Estes procedimentos devem
ser feitos mediante entrevista com o paciente, familiar ou responsável, bem como
com pessoas chaves da comunidade.
*Determinando a extensão da área de transmissão
Busca ativa de casos: Após a identificação do possível local de transmissão,
iniciar, imediatamente, busca ativa de outros casos, casa a casa, na creche, escola,
local de trabalho e em unidades de saúde.
* Identificando e tratando os comunicantes suscetíveis
Define-se como comunicante qualquer pessoa exposta a um caso de
coqueluche, entre o início do período catarral até três semanas após o
início do
período paroxístico da doença (período de transmissibilidade).
-A investigação de comunicantes deve ser feita na residência, creche, escola e
outros locais que possibilitaram o contato íntimo com o caso.
-Identificar os comunicantes, com tosse, há pelo menos uma semana;
-Verificar as situações vacinais dos comunicantes, considerando doses registradas
na caderneta de vacinação, e, se necessário, atualizar o esquema vacinal dos
menores de sete anos com a vacina DTP.
Medidas gerais para pacientes não hospitalizados: os pacientes não
hospitalizados devem ser afastados de suas atividades habituais (creche, escola,
trabalho): por, pelo menos cinco dias, após o início de tratamento com antimicrobiano;
Não se devem aguardar os resultados dos exames para o desencadeamento das medidas
de controle e outras atividades da investigação, embora eles sejam imprescindíveis para
confirmar os casos e nortear o encerramento das investigações.
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