Arte Bizantina Idade Antigua Trabalho elaborado como requisito da disciplina de Estética de Cultura de Massa no Curso de Comunicação Social da UDC - Faculdade Dinâmica das Cataratas, sob orientação da Professora Especialista Nara Regina. KARLA GRIGNET GUIDO SOSA FOZ DO IGUAÇU 2011 Arte Bizantino -Idade Antigua 02 História do Império Bizantino O Império Bizantino prémedieval. O Império Romano se dividiu no ano 395 depois da morte do imperador Teodósio, que deixou para cada um de seus filhos uma das parte: a Acádio, a parte oriental, com capital em Constantinopla, e a Honório, a parte ocidental, com capital em Rávena. Esta divisão não foi arbitrária. A economia, sociedade, língua, que na zona oriental era predominantemente grega, a cultura e inclusive os ritos litúrgicos se diferenciavam muito nas duas áreas do antigo império. Com a caída do Império Romano do Ocidente em 476, este território ocidental se dividiu em centros independentes de poder, os chamados Reinos Germânicos, e como conseqüência o Império do Oriente se converteu no único sucessor legítimo do Império Romano e principal potencia do Mediterrâneo, tanto no plano político como no militar, econômico e cultural. O Império Oriental passa a ser chamado de Império Bizantino, pois Constantinopla era uma antiga colônia grega fundada no Bósforo no século VII chamada Bizâncio. Constantino criou sobre esta colônia uma nova cidade, à qual deu seu próprio nome, tornando-a centro político e militar da zona oriental do Império. Quando este se dividiu, Constantinopla se converteu na capital do Império do Oriente, que por extensão da palavra Bizâncio foi dominado Império Bizantino. Os próprios soberanos germânicos do Mediterrâneo ocidental mantinham a convicção de que o imperador do Oriente era a autoridade suprema do poder legítimo e, por ele, os vários reis germânicos mantinham sua lealdade ao Oriente e se manifestavam dependentes do imperador. O Império Bizantino, por sua parte, seguia sendo o centro do mundo conhecido, mas apesar de haver superado a avalanche das invasões bárbaras sem sofrer grandes estragos, era um império bastante desintegrado pela heresia monofisita. Esta heresia afirmara que Cristo somente tinha natureza divina. Este conflito teológico estava provocando grandes divisões no Império. Esta desintegração do Império finalizou no ano 518 quando Justino I ascendeu ao trono imperial e especialmente com seu sucessor, Justiniano, que ascende ao trono em 527, momento em que começa a época do esplendor político e cultural do Império Bizantino. Neste momento os territórios do antigo Império Romano estavam divididos em: · Império Romano do Oriente, presidido por Justiniano · Reino dos Visigodos · Reino dos Francos · Reino dos Ostrogodos · Reino dos Vândalos Justiniano, motivado pela idéia de renovar o antigo Império Romano, parte para a conquista do Mediterrâneo Ocidental. Como novidade, Justiniano concebe o Império Romano como um Império Cristão, daí sua obsessão por livrar aos seus súditos do poder dos cismáticos dos arianos, que conduz ao fim da soberania dos germanos. Justiniano era um homem de excelente formação de procedência latina mais do que grega. Era um governante fissurado por conseguir um poder ilimitado. Ele assim mesmo se considera representante de Deus na Terra, e assume então tanto o poder político como o religioso. Teoricamente, ele admite que existem duas instituições de poder paralelas, a política e a religiosa, que não devem interferir-se, mas este desejo de poder o converte na prática em um “rex-sacerdos”, um rei sacerdote, um césar-papa, criando um sistema políticoreligioso chamado “cesaropapismo” Arte Bizantino -Idade Antigua 03 Ainda sendo um homem muito amável, aparece em público com um cerimonial tão grandioso e tão inacessível que o converte ante seus súditos no símbolo mais evidente do poder absoluto. Casou-se com Teodora, uma atriz do teatro e prostituta de grande inteligência, tanto que se converteu junto a Justiniano no grande poder do Império Bizantino. O Império Bizantino em Época Medieval. A partir da segunda metade do século IX o Império Bizantino alcança sua máximo expansão desde Justiniano. Haviam perdido, por suposto, o Mediterrâneo Ocidental, mas haviam se assentado e conseguido o domínio sobre os Balcanes, fazendo os muçulmanos retrocederem até a Palestina e reconquistando Creta e Chipre. Chegam a dominar inclusive a Itália do sul, mesmo que os árabes tiveram o domínio da Sicília desde 827. Bizâncio se converte, portanto, de novo em uma civilização cristã que irradia pelo sul da Itália, pela zona de Veneza através das relações comerciais, pela corte dos imperadores germânicos através de alianças matrimoniais, por Luiz Balcanes, Rússia (graças à atividade missioneira de Cirilo e de Metodio nos países eslavos). Trata-se de uma cultura assentada fundamentalmente em bases da antiguidade ainda que profundamente cristianizadas. Ao igual que no período de Justiniano, tanto a cultura como a arte seguem sendo signos externos do poder imperial. A Igreja, por sua vez, encontra-se em vias de separação de Roma. Em meados do século IX, Focio, patriarca de Constantinopla, já prevê a independência da sua sede em Roma, ainda que o cisma definitivo chegou em 1054 quando Miguel Cerulario, também patriarca de Constantinopla, se negou a reconhecer a autoridade dos legados do papa León IX e funda a Igreja Ortodoxa Grega. Este foi o ponto mais alto das diferenças religiosas, políticas e culturais que existiam entre Roma e o Império do Oriente, ainda que esta divisão não reflita na arte. Arte Bizantino -Idade Antigua 04 · · História da Arte Bizantina A arte bizantina constitui um dos episódios mais grandiosos da arte universal. Fundamenta-se na arte grega e paleo-cristã, com grandes influências orientais (persa e muçulmana). Para os templos, se uma com preferência a planta centralizada ou de cruz grega com grandes cúpulas sobre vieiras. Mesmo que os materiais construtivos não sejam especialmente ricos, sua decoração com base em mosaicos e pinturas murais são, onde a representação da figura humana, solene e hierática, gera uma grande sensação de espiritualidade que herdará posteriormente a arte romana. A arte bizantina vai se dividir em três grandes etapas: · · Arte pró-bizantina: 527 – 726, ano no qual aparece o iconoclasta. A época dourada desta arte coincide com a época de Justiniano. A querela iconoclasta se prolongou entre os anos 726 – 843 e enfrentou aos iconoclasta contra os iconófilos e foi tão violenta que produziu uma crise artística acentuadíssima, especialmente na arte figurativa. Primeira Idade de Ouro Bizantina: 913 – 1204, momento em que os cruzados destroem Constantinopla. Segunda Idade de Ouro Bizantina: 1261 – 1453, quando os turcos tomam Constantinopla. O cesaropapismo vai perdurar durante todo este período e esta arte vai ser fundamentalmente alilo, ao serviço do poder político, e quando represente ao imperador, feito freqüentemente, será uma arte que aparentemente parece surreal, perro que é tão reflexa desta ostentação majestosa e solene que rodeava aos imperadores e os convertia em símbolos do poder político e religioso. Arte e Arquitetura Bizantina no período pré-medieval Os imperadores, e especialmente Justiniano, utilizaram a arquitetura como um instrumento político para impressionar os povos, tanto do interior como do exterior do Império. Portanto, é uma arquitetura imperial, normalmente custosa, posto que o imperador podia financiar os gastos necessários para seu programa construtivo. Foi Justiniano quem buscou a um historiador chamado Procópio para que relatasse em um volume quais e como eram suas construções, chamado de “Edeficis”. Até a chegada de Justiniano ao poder, as construções religiosas tanto no oriente como no ocidente, haviam se baseado na basílica romana paleo-cristã. Sem dúvida, a situação muda totalmente no século VI. O Ocidente continua adepto à basílica, mas a arquitetura justiniana rompe com esta tradição. O imperador prefere igrejas de planta central e abobadadas, inspirando-se em modelos do Baixo Império Romano que haviam se desenvolvido ao redor de salões de palácios e pavilhões de jardins. Com Justiniano, a planta central copulada com abóbadas de tijolo irá converter-se em norma para construir os edifícios religiosos, independentemente de qual foi sua função litúrgica. Ao que parece, a influência da liturgia foi determinante para esta eleição. A liturgia que tinha se desenvolvido nas costas do Egeo (Acheiropoietos) requeria a nave central como lugar exclusivo para o coral. Ao contrário disso, um edifício de planta central não requere este tipo de separação. A zona central está ocupada com o coral e o ambulatorial por parte dos fiéis. Deste modo facilita-se muito o desenvolvimento desta liturgia oriental que se manifesta de modo diferente à que se fazia em Roma e em partes do ocidente europeu. Arte Bizantino -Idade Antigua 05 Igreja dos Santos Sergio e Baco (Constantinopla) É uma igreja que Justiniano mandou construir quando ainda era príncipe herdeiro. Estava junto ao palácio que habitava pelo que se trata de uma capela palatina ao mesmo tempo um martírio, pois guardava as relíquias reais. Em cima do piso do pódio há um tambor perfurado que sustenta uma cúpula formada por 16 plementos alternados em curvados e retos. No exterior manifesta uma estética horizontal; se trata de um edifício muito maciço com predomínio visual da cúpula. Santa Sofia de Constantinopla Santa Sofia foi construída ente os anos 532 e 537, imediatamente depois da destruição da primitiva basílica constantina devido a um incêndio que ocorreu durante a chamada Insurreição de Nika, no mesmo ano de 532. É de planta centralizada, formada por um núcleo central que é um octógono coberto com uma cúpula que se apóia em oito pilares e que está inscrito em um quadrado irregular que forma o ambulatório envolvente. Encontra-se um presbitério orientado ao este, bastante profundo e que consta de uma seção reta que comunica com o ambulatório e que está coberto com abóbada de berço e uma exedra. Todo o ambulatório é coberto com abóboda de berço. Ao oeste há um nártex bastante pequeno, mas por ser uma capela palatina seguramente não seria necessário que fosse maior. Santa Sofia é uma igreja palatina construída junto ao palácio imperial e como o imperador queria realizar uma construção eminentemente grandiosa com o fim de manifestar assim seu poder, mandou chamar a dois engenheiros especializados em construções militares, pois considerava que assim poderia executar-se uma obra com mais inovações técnicas do que se fosse dirigida por um arquiteto. Estes engenheiros foram Isidoro de Mileto e Atemio de Tralles. Trabalharam neste edifício mais de dez mil operários e sabemos, especialmente por Procópio, que praticamente todas as províncias do Império enviaram seus materiais mais preciosos para a decoração desta Igreja. O elemento mais grandioso é sua cúpula, mas fundiu em torno dos anos 550 e teve que ser reconstruída entre 558 e 562 por Isidoro o Jovem, sobrinho de Isidoro de Mileto. Como característica fundamental, se trata de um edifício em que se compatibilizam à perfeição a tendência basilical com seu sentido dinâmico e ritmo longitudinal e a tendência centralizada com a cúpula como elemento principal. A primeira cúpula era coberta com mosaico de ouro. A definitiva levava como decoração uma enorme cruz. Parece evidente que a igreja de Santa Sofia não apresentasse mosaicos figurativos. Igreja de Santa Irene de Constantinopla Foi reconstruída em torno de 740 após um terremoto. Sem dúvida, é um edifício do período Justiniano que estava sendo construindo em 532. Sua tipologia é basílica com cúpula, ou seja, é uma estrutura que pretende imitar Arte Bizantino -Idade Antigua 06 a Santa a igreja de Santa Sofia, mas que fica exclusivamente em um ensaio secundário de basílica presidida por uma cúpula central, enquanto a de Santa Sofia consegue uma conjunção perfeita entre planta centralizada e basílica. Apresenta como grande novidade, em respeito a primitiva justiniana, tribunas nas naves laterais, mas tudo parece indicar que a estrutura do piso debaixo não varia substancialmente. Tem um pequeno nártex e a nave central apresenta três seções, a central com a grande cúpula e seções extremas com abóbada de berço que neutraliza o peso da cúpula. As naves laterais são cobertas com abóbada de berço. Na capela-mor, o exedra tem um perfil semicircular, enquanto que o exterior tem um perfil poligonal, como o mar Egeu. Igreja de São Vital de Rávena Rávena se converte no protótipo de cidade para conhecer a arte de Justiniano pois a heresia iconoclasta levará muitas obras de igrejas de Constantinopla, enquanto as de Rávena permanecerão intactas. A igreja de São Vital de Rávena se converterá na igreja oficial do exarcado bizantino e é, portanto, a Igreja Imperial do território do Império Romano Ocidental. É terminada entre os anos 546 e 548. É feita de tijolos. É uma igreja palatina, porque possui planta centralizada; também é centralizada porque é uma igreja martirium. É semelhante, portanto, à igreja dos Santos Sergio e Baco. Está formada por octógonos, um inscrito dentro do outro. O octógono central com pilares se estende até o ambulatório mediante sete nichos formados por colunas. Tem um grande presbitério no octógono interior, formado por duas partes: seção reta que ocupa a largura do laboratório e remete na exedra. É ladeado por duas pequenas capelas grandes e outras duas grandes, formando por uma seção transversal circular e retangular. A igreja apresenta um átrio e um nártex, que está unido ao ambulatório através de um ângulo do octógono e cria torres e uns espaços triangulares com a finalidade de unir o nártex com o ambulatório. A decoração é feita de mármore, o abside se desenvolve exclusivamente em mosaicos. No início a cobertura era de madeira, mas na Idade Média passou a ser coberta por uma abóbada. A cúpula está sobre um grande tambor com janelas, sobre a parte central da planta sobrelevada. Em torno dela, está o ambulatório que apresenta dois pisos, um baixo e a galeria. Diante de uma estética horizontal, característica do Oriente, tem-se a estética vertical, ao contrário dos orientais, que permite ver como poderia ser o interior da igreja. O programa iconográfico de São Vital é de uma beleza inimaginável. São Apolinar in Classe Em Rávena também, por mandado de Justiniano, foi construída esta basílica, ainda que fosse uma mera imitação da de São Apolinar Nuovo: a torre está isenta e é de planta circular. Tem um exonártex e três naves. Somente os mosaicos da abóbada são do Século VI. A abóbada está presidida por um enorme clipio , que inserta uma cruz gamada sobre um fundo azul com estrelas, a abóbada celestial. Em cima está a mão de deus e em ambos os lados há duas figuras (Elias e Moisés). É o tema da transfiguração, o momento em que Cristo vai ao monte com três de seus apóstolos: Pedro, João e Tiago, e os manifesta a partir de luzes e resplendores como o próprio Deus junto a dois personagens: o profeta Elias e Moisés. Cristo está repetido na cruz. Debaixo há três ovelhas que são os apóstolos, a que está sozinha é Pedro, já que tem mais importância. Abaixo está São Apolinar em uma paisagem totalmente conceitual e rodeado de 12 ovelhas. Arte Bizantino -Idade Antigua 07 Arquitetura e Arte Bizantina Medieval Após o período iconoclasta ocorrem três períodos segundo a dinastia governante em Bizâncio: · Período Macedônio: 867 – 1057; · Período Comneno: 1081 – 1204; · Império latino de Constantinopla: quando chegaram os cruzados do ocidente; · Período Paleólogo: contemporâneo ao gótico. No que diz respeito à arquitetura, predominam dois tipos de igreja: a de cruz inscrita e a de octógono cruciforme. Em ambas a planta é quadrangular ou retangular, uma cruz inscrita e uma cúpula central coroando o edifício Isto é devido principalmente a alegação de que o templo é um compêndio do universo criado por Deus, por isso denominam-se igrejas microcosmos. A cúpula simboliza o céu, o quadrado representa a terra e a cruz é a forma geométrica que serve de interrelação entre céu e terra. Do ponto de vista das artes figurativas, há que dizer que preenchem em sua totalidade os muros das igrelas e constituem a fé cristã. Buscam, portanto, representações trascendentes e rejeitam tudo aquilo que seja matéria. Trata-se de que todos os aspectos estilísticos e estéticos destas artes aproximem o homem ao divino. Geralmente todos os programas iconográficos, igual aos recursos estilísticos, se repetem constantemente em todas as igrejas. Isto se deve ao fato de que a elaboração, possivelmente na segunda metade do século IX, de um tratado chamado “Hermeneia” onde se dita como devem ser realizadas as escenas e que escenas devem ser colocadas em cada lugar do tempo. Deste modo, surgiu um projeto decorativo que vai ser comum para todas as igrejas. Monasterio de Hossius Lucas Este monastério é exemplo dos dois tipos e plantas que nasceram em Bizancio. A menor é de crus inscrita e está dedicada à Virgem Teotocos; a de San Lucas é a igreja de octógono cruciforme. A Igreja da Virgem É uma igreja de planta com uma cruz inscrita em um quadrado (ca cabeceira até o nártex). Na seção central aparece uma cúpula pequena e esbelta, sustentada por pilares por quadro suportes, neste caso geralmetne colunas, ainda que possam também ser pilares, que produzem um grande efeito de leveza. Também estão as abóbadas de berço que cobrem os braços da cruz. As seções de esquina costumam ser cobertar por abóbadas de artistas, como acontece aqui, ou com pequenas cúpulas que junto à cupula principal configuram um modelo de igreja de cinco cúpulas, caracteristica do templo bizantino. Igreja de São Lucas São Lucas é a igreja de planta retangular situada no centro por uma cúpula que se reveste no quadrado em que é insertada. Por ser grande, precisa de um número maior de suportes. Deste modo, está sustentada por oito pilares, por isso chamada de octógono. Também é chamada de cruciforme porque e os eixos ortogonais da planta são quatro seções maiores do que as restantes secções da igreja coberto com abóbadas ou as bordas superiores das seções restantes e servir para contrabalançar o peso da abóbada. Em muitas destas igrejas pode aparecer uma plataforma sobre a vãos laterais. A narthex a oeste é coberta com abóbadas. Esta combinação de problemas é devido ao calendário litúrgico bizantino. Além disso, ele é definido em uma caverna. Também aparece a Anastasis, a descida de Cristo ao inferno, no tímpano do nártex, uma crucificação deesis com Cristo, morto e e sol, simbolizando a natureza divina, e uma lua, que simboliza a natureza humana. Arte Bizantino -Idade Antigua 08 Pintura na Arte Bizantina A pintura bizantina é representada por três tipos de elementos estritamente diferenciados em sua função e forma: os ícones, as miniaturas e os afrescos. Todos tiveram um caráter eminentemente religioso, e embora predominassem as formas decorativas preciosistas, não faltou a essa disciplina o misticismo profundo comum a toda a arte bizantina. Os ícones eram quadros portáteis originados da pintura de cavalete da arte grega, cujos motivos se restringiam à Virgem Maria, sozinha ou com o Menino Jesus, ou ao Retrato de Jesus. As miniaturas eram pinturas usadas nas ilustrações ou nas iluminuras dos livros e, como os ícones, tiveram seu apogeu a partir do século IX. Sua temática era limitada pelo texto do livro, geralmente de conteúdo religioso ou científico. Os afrescos tiveram sua época de maior esplendor em Bizâncio, quando, a partir do século XV, por problemas de custo, suplantaram o mosaico. A pintura ganhou assim em expressividade e naturalismo, acentuando sua função narrativa, mas renunciando a parte de seu simbolismo. Sozinho ou combinado com a pintura e com mais preponderância do que ela, pelo menos entre os séculos VI e VII, a técnica figurativa mais utilizada foi o mosaico. Suas origens remontam à Grécia, mas foi em Bizâncio que se usou o mosaico pela primeira vez para decorar paredes e abóbadas e não apenas pisos. No início, os motivos eram extraídos da vida cotidiana da corte, mas depois adotou-se toda a iconografia cristã, e o mosaico se transformou no elemento decorativo exclusivo de locais de culto (igrejas, batistérios). Tanto na pintura quanto nos mosaicos seguiram-se os mesmos cânones do desenho: espaços ideais em fundos dourados, figuras estilizadas ornadas com coroas de pedras preciosas para representar Cristo, Maria, os santos e os mártires e paisagens mais inclinadas para o abstrato, em que uma árvore simbolizava um bosque, uma pedra, uma montanha, uma onda, um rio. A Igreja se transformava, assim, no modelo terreno do paraíso prometido. O homem era o cânon, a medida e a imagem de Deus. Esses princípios básicos de representação eram estabelecidos formalmente: primeiro se procurava fazer o contorno da figura, depois as formas do corpo, as roupas e os acessórios e, finalmente, o rosto. A variedade representativa mais interessante se deu em torno da figura de Maria. Havia tipos de simbologia definidos. Por exemplo, com a mão direita no peito e o Menino Jesus na esquerda, era a Hodigitria (a condutora); acompanhada do monograma de Cristo era a Nikopeia (a vitoriosa) e amamentando o Menino Jesus, a Galaktotrophusa (a nutriz). Arte Bizantino -Idade Antigua 09 Pintura na Arte Bizantina A pintura bizantina não teve grande desenvolvimento, pois assim como a escultura sofreram forte obstáculo devido ao movimento iconoclasta . Encontramos três elementos distintos: os ícones, pinturas em painéis portáteis, com a imagem da Virgem Maria, de cristo ou de santos; as miniaturas, pinturas usadas nas ilustrações dos livros, portanto vinculadas com a temática da obra; e os afrescos, técnica de pintura mural onde a tinta era aplicada no revestimento das paredes, ainda úmidos, garantindo sua fixação. Localização Cronologia S. VI - XV d.C. Destaca-se na escultura o trabalho com o marfim, principalmente os dípticos, obra em baixo relevo, formada por dois pequenos painéis que se fecham, ou trípticos, obras semelhantes às anteriores, porém com uma parte central e duas partes laterais que se fecham. Manisfestações artísticas Área Geográfica Arquitetura Escultura Pintura Artes Decorativas Império romano do Oriente. Sua Capital foi Constantinopla (antiga Bizâncio). Grandes espaços abobadados nas construções, cujos exteriores são muito sóbrios em contraste com os interiores, de grande riqueza ornamental. Santa Sofia em Constantinopla. Muito escassa. Ausência de imagens nos templos. Sua iconografia é similar à do mosaico. Terá uma grande influência na pintura românica. Mosaicos de grande riqueza utilização de pão de ouro -, decoram os interiores dos templos.