HÁBITOS ALIMENTARES DE CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR XVI INIC / XII EPG - UNIVAP 2012 Evelize Souza Secco, Talita Oliveira Barbosa, Vanessa Vieira, Luciene Reginato Chagas, Fernanda Rocha Fodor Filocomo Universidade do Vale do Paraíba – Faculdade de Ciências da Saúde – Enfermagem Avenida Shishima Hifumi, 2911 – Urbanova - São José Dos Campos/SP [email protected] Resumo- Nos últimos anos há um crescente número de crianças obesas na população, relacionadas com patologias infantis e hábitos alimentares inadequados. Este trabalho teve como objetivo identificar na literatura os hábitos alimentares de crianças. O levantamento bibliográfico foi realizado na biblioteca da Universidade do Vale do Paraíba, através dos bancos de dados Lilacs e Scielo, com busca de artigos completos na língua portuguesa, publicados no período de 2000 a 2012. Foram encontrados 22 artigos e 15 artigos foram selecionados, por atenderem os objetivos propostos. O consumo de doces, guloseimas, frituras e refrigerantes, foi o tipo de alimentação mais encontrada nos artigos. Foi também identificado que a falta de atividade física, a falta de interferência dos pais na orientação da alimentação,contribui para o surgimento de doenças na criança. Palavras-chave: Hábitos alimentares, hábitos alimentares em crianças, alimentação infantil, obesidade infantil. Área do Conhecimento: Enfermagem Introdução Inúmeros fatores influenciam o crescimento e a saúde da criança e do lactente, entre eles a alimentação. Através da qual é possível prevenir doenças nutricionais que influenciam no crescimento (DEVINCENZI et al., 2004). Um dos principias problemas relacionados à alimentação da criança em idade escolar refere-se à qualidade dos alimentos ingeridos. O fácil acesso e a preferência por frituras, refrigerantes e doces contrapõem a ingestão de alimentos ricos em micronutrientes, como as frutas e hortaliças, o que favorece o surgimento de distúrbios nutricionais (IRALA & FERNANDEZ, 2001; FERNANDES, 2006). O acesso a uma alimentação saudável nesta fase da vida é essencial, pois auxilia no metabolismo celular relacionado ao crescimento e desenvolvimento dos ossos, dentes, músculos e sangue (LUCAS, 2002). A alimentação do escolar deve fornecer energia, portanto, ser rica em vitaminas, minerais e fibras, não prejudicando o crescimento da criança, ou proporcionando o aparecimento de doenças. A ingestão de carboidratos, refrigerantes, e doces (balas, chocolates e pirulitos), devem ser controlados na infância (LUCAS, 2002). A escola é um local de aprendizado, onde alimentos de baixo ou nenhum valor nutritivo não devem ser oferecidos. O ambiente escolar deve estimular o consumo de alimentos saudáveis, implantando programas voltados à educação em saúde, com ênfase em alimentação e nutrição (GAGLIONE, 2003). O objetivo deste estudo foi identificar os hábitos alimentares de crianças em idade escolar. Metodologia Este estudo foi elaborado a partir do método exploratório, descritivo, por meio de levantamento bibliográfico, no período de 2000 a 2012, buscando identificar e analisar os artigos na língua portuguesa, referentes aos hábitos alimentares de crianças em idade escolar. O levantamento bibliográfico foi realizado na biblioteca da Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP), através dos bancos de dados Lilacs e Scielo. Foi seguida uma sequência cronológica e temática utilizando-se os seguintes descritores: Hábitos alimentares, hábitos alimentares em crianças, alimentação infantil, obesidade infantil. XVI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 1 Resultados Foram encontrados 22 artigos no período de 2000 a 2012, porém somente 15 atenderam aos objetivos propostos. Estes foram publicados entre os anos de 2000 a 2008. Em oito artigos os doces são citados como alimentos que fazem parte dos hábitos alimentares de crianças, em cinco são citados frutas e verduras e em outros cinco o leite e a carne. Dois artigos mostram como hábito alimentar, sem distinção, os doces, carnes, frutas,verduras e leite. Somente um cita cereal no cardápio habitual.(tabela 1). Tabela 1 – Artigos classificados por autor e ano de publicação, título, e hábitos alimentares. São José dos Campos, 2012. (N=15). Autor e Ano de Publicação RAMOS, 2000 Título do Artigo Hábitos Alimentares Desenvolvimento do o comportamento alimentar infantil Salgados e Doces AQUINO, 2002 Consumo infantil de alimentos industrializados e renda familiar na cidade de São Paulo Doces,Legumes Vegetais e Refrigerantes QUAIOTI, 2002 Quantidade e qualidade de produtos alimentícios anunciados na televisão brasileira Doces, Frutas e Vegetais FILHO, 2003 A transição nutricional no Brasil: tendências regionais e temporais Não Relata FISBERG, 2003 Obesidade na infância e adolescência – uma verdadeira epidemia Doces COLLUCI, 2003 Pirâmide alimentar para crianças de 2 a 3 anos Doces, Carnes, Verduras e Leite PETROSKI, 2004 Prevalência, fatores obesidade infantil da Leite ROTENBERG 2004 Práticas alimentares e o cuidado da saúde: da alimentação da criança à alimentação da família Leite MELLO, 2004 Obesidade infantil: como podemos ser eficazes? Salgados fritos MENDONÇA 2004 Aspectos das praticas alimentares e da atividade física como determinantes do crescimento do sobrepeso/obesidade no Brasil Diagnóstico de sobrepeso e obesidade em escolares: utilização do índice de massa corporal segundo padrão internacional Padrão alimentar de crianças menores de cinco anos Carne GIUGLIANO, 2005 JÚNIOR, 2005 etiológicos e tratamento Frutas, Não Relata Frutas, Verdura, Doces, Carne e Leite BARBOSA, 2005 Guias alimentares para crianças: aspectos históricos e evolução Cereais, Verdura, Fritura e Doces MIOTTO, 2006 A influencia da mídia nos hábitos alimentares de criança de baixa renda de Projeto Nutrição Refrigerante, Salgadinho e Doces. ROSSI, 2008 Determinantes do comportamento revisão com enfoque na família Legumes e Frutas alimentar: uma XVI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 2 Discussão Em um período de 8 anos, foram encontrados 15 artigos publicados relacionados aos hábitos alimentares de crianças em idade escolar (Tabela 1). A cada ano foram publicados 2 artigos, sendo que em 2001, 2007, 2009, 2010, 2011 e 2012 não houveram publicações, o que corrobora para a necessidade em priorizar o tema como questão relevante. A alimentação é de fundamental importância para a promoção da saúde da criança, sendo que os hábitos alimentares são aprendidos com a mãe na infância. A família tem um papel de fundamental importância no aprendizado da alimentação. ROTENBERG, VARGAS, et. al. (2004). De acordo com FILHO, RISSIN et. al.(2002) nas décadas de 70,80 e 90 iniciou-se um rápido declínio sobre a desnutrição em crianças, e concomitantemente, uma elevação no sobrepeso em adultos. FISBERG, OLIVEIRA et. al. (2003) refere que o aumento no consumo de açúcar e gordura, a alta densidade energética e baixa prática de exercícios físicos são os principais fatores obesidade infantil. Outro aspecto discutido sobre a obesidade é um aumento do número de refeições em lanchonetes e restaurantes. Para PETROSKI, SOARES et. al. (2003) o tratamento da obesidade infantil precisa da participação dos pais, e a escola têm fundamental importância na orientação sobre o comportamento alimentar. Segundo ROSSI, MOREIRA, RAUEN et. al. (2008) o comportamento alimentar tem um papel importante na prevenção e no tratamento de doenças. Durante a infância a alimentação é importante para o crescimento e desenvolvimento, representando também papel de destaque na prevenção de doenças como desnutrição, obesidade, hipertensão. O hábito alimentar é aprendido na infância com a família e pelo estilo de vida adotado com o passar dos anos (MINTZ, 2001). RAMOS, STEIN et. al. (2000) afirmam que hábitos alimentares desequilibrados são desencadeados pelos pais, quando estes se preocupam mais com quantidade do que com a qualidade dos alimentos ingeridos pelos seus filhos. De acordo com COLUCCI, CRUZ e PHILIPPI et.al. (2003) as crianças precisam ingerir alimentos considerando a pirâmide alimentar, e as calorias recomendadas para a faixa etária, devem ser divididas em seis poções diárias. FARIAS JÚNIOR, OSÓRIO et. al. (2005) afirmam que crianças menores de 5 anos, consomem açúcar e gordura demasiadamente, prejudicando o consumo de frutas e verduras. Colocando assim, em risco o crescimento e desenvolvimento gerado por problemas nutricionais. RAMOS, STEIN et.al (2000) enfatiza que oferecer e estimular alimentos diversificados, incluindo aqueles que as crianças “não gostam”, se faz necessário para o crescimento e desenvolvimento da criança. Estratégias para a introdução de alimentos no cardápio infantil poderão influenciar o peso da criança. A aceitação alimentar poderá ser influenciada pelos pais ao enaltecer e diversificar os tipos de alimentos e enfatizar a importância da alimentação para o seu crescimento e desenvolvimento (MINTZ,2001). De acordo com MELLO et al. (2004) a obesidade infantil, causada por distúrbios alimentares e pela falta de atividade física, é influenciada por fatores psicológicos, estilo de vida das crianças e de seus familiares. Para LEMOS DALL COSTA, et. al. (2005) as complicações decorrentes da obesidade prolongamse até a idade adulta. Para evitá-las, os pais devem contar com ajuda de uma equipe multiprofissional, dentro e fora do ambiente escolar, para prevenir e/ou tratar a obesidade infantil MELO et. al. (2004) descreve que a cada dia aumenta o número de diagnósticos de sobrepeso em crianças com idade escolar. MENDONÇA, ANJOS et. al. (2004) descrevem que estão faltando informações, sobre as praticas alimentares e de atividade físicas para crianças e sugere a implantação de projetos e programas com metas para um estilo de vida saudável. Para ALMEIDA, NASCIMENTO, QUAIOTI et. al. (2002) a mídia propaga o consumo de alimentos ricos em açúcar, gordura e sal. Induz a criança a um estilo de vida sedentário, o que contribui para o acúmulo de tecido adiposo, levando ao desenvolvimento de doenças desencadeadas pela obesidade infantil. Segundo MIOTTO, OLIVEIRA et. al. (2006) não ha interferência da mídia na alimentação de crianças de baixa renda. Porém a mídia deve investir em programas de educação alimentar para este público. BARBOSA, COSTA, SOARES et. al. (2006) propõe um guia alimentar como instrumento a ser utilizado nos programas de educação alimentar. Este modelo visa adaptar a necessidade calórica aos hábitos regionais e de cada país. XVI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 3 Conclusão Os hábitos alimentares de crianças em idade escolar em sua maioria são inadequados. Este inicia-se na família e é influenciado pelo meio social em que a criança esta inserida. A obesidade infantil é crescente na idade escolar, sendo de suma importância o desenvolvimento de programas de ações preventivas. Estes programas devem envolver a criança, família e o meio social destas. Referências - IRALA, C. H.; FERNANDEZ, P. M. Peso Saudável. Manual para Escolas. 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