RELAÇÃO DOS ASPECTOS GEOMORFOLÓGICOS E O USO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO NA SERRA DE UBAJARA, PLANALTO DA IBIAPABA, CEARÁ Autora: Renata de Farias Bandeira 1. Departamento de Geografia, Universidade Federal do Ceará (UFC), [email protected] RESUMO Os domínios naturais do Estado do Ceará expõem uma grande diversidadade de formas, o que gera grande interesse para estudos do meio natural, bem como no tocante à relação sociedade x natureza. Nessa perspectiva, vem sendo realizada pesquisa que tem por objetivo o estudo da gênese e evolução geomorfológica do Planalto da Ibiapaba, com ênfase no setor de Ubajara (a NW do território cearense), bem como acerca das formas de uso e apropriação social da área. A área pesquisada é formada por rochas sedimentares e cristalinas, com predomínio de rochas sedimentares da Bacia Sedimentar do Parnaíba, que se apresentam expostas na forma de glint, formando paredão vertical de até 900m de altitude. A área tem como principais formas de uso e ocupação atividades relacionadas à agricultura, bem como ao uso turístico controlado, com sustentabilidade moderada, fato que resulta da implantação de um parque nacional na localidade nos anos 1950. A metodologia utilizada na pesquisa tem suporte no “Princípio do Uniformitarismo”, que postula que “o presente é a chave do passado”, o que permite recompor a história evolutiva pretérita da paisagem. Na análise ambiental, foi utilizada a perspectiva do Geossistema, que permite analisar a organização espacial resultante da interação dos elementos naturais juntamente com as atividades sociais. Destacamos que a evolução geomorfológica regional está relacionada a processos internos e externos em ação desde o Cretáceo. A morfologia resultante desses processos influencia a organização social da região, tendo em vista que as vertentes íngremes dificultam a fixação de moradias e atividades, restringindo-se a ocupação à depressão periférica cristalina e ao topo do planalto sedimentar. No entanto, o caráter acidentado da paisagem e a umidade resultante da elevada altitude, criam um ambiente diferenciado em relação ao semi-árido cearense, fatos que justificam a existência do Parque Nacional de Ubajara, que garante certa proteção e uso sustentado da paisagem. Palavras-Chave: Ubajara, Evolução Geomorfológica, Uso e Ocupação. ABSTRACT The natural domains of the State of the Ceará display a great diversity, what generates great interest for studies about nature and society x nature. In this perspective, the present paper analyze the genesis of the landform and the evolution of the sedimentary highland of Ibiapaba, with emphasis in the sector of Ubajara (NW of Ceará State territory), as well as concerning the forms of use and social appropriation of the area. The searched area is formed by sedimentary and crystalline rocks, with predominance of sedimentary rocks of the Basin Sedimentary of the Parnaíba, in which has been sculptured a glint, forming a vertical thick wall of until 900m of altitude. The area has as main forms of use and occupation activities related to agriculture, as well as sustainable tourist with moderate support, fact that results of the implantation of a national park in the locality in the years 1950. The methodology has support in the “Principle of Uniformitarism”, that claims that “the present is the key of the past”, what allows to the reconstitution of the prior evolution of the landscape. In the environmental perspective, the Geossystem methodology has been used, allowing to the analyze of the space organization and of the interaction of natural and social factors. The regional geomorphological evolution is related to internal and external processes in action since Cretaceous time. The resultant morphology of these processes influences the social organization of the region, considering that steep slopes make difficult the setting of housings and activities, restricting the occupation to the crystalline peripheral depression and to the top of the sedimentary plateaus. However, the high topography and the resultant humidity create an environment differentiated in relation to its semiaride territory, fact that justify the existence of the National Park of Ubajara, a guarantee of protection and supported use of the landscape. Word-Key: Ubajara, Geomorphological evolution, Use and Occupation of land. INTRODUÇÃO A relação do homem com a natureza implica numa antiga convivência deste com o relevo, estabelecendo as distintas formas de uso e ocupação das terras. Ao mesmo tempo, as sociedades têm que conviver com a dinâmica dos fatores externos e internos de elaboração do relevo terrestre, ou seja, dos processos endógenos e exógenos, sejam eles ativos ou passivos, em ação na atualidade ou presentes apenas como heranças na paisagem. A ciência geográfica, com seu caráter de integração, tem na Geomorfologia, um dos seus sub-ramos estuda os diferentes aspectos da superfície terrestre (GUERRA E CUNHA, 2000), compreender a evolução do relevo da terra no espaço e no tempo, incluindo hoje a intervenção humana. O estudo do relevo e seus processos geradores vêm contribuir para o avanço do conhecimento relativo á suas origens e evolução, bem como à necessidade de conhecimentos relativos à contribuição de fatores como geologia, clima, topografia, solo, hidrografia, biologia para o desenvolvimento social. O processo de apropriação do relevo seja como suporte ou como recurso, vincula-se ao comportamento da morfologia e às condições pedológicas e climáticas, e é dentro dessa perspectiva que o presente estudo adquire expressão. A área particular de análise definida é o Planalto da Ibiapaba, com ênfase no setor que abrange o município de Ubajara, localizado no extremo oeste do Estado do Ceará. MATERIAS E MÉTODOS A metodologia utilizada para atingir os objetivos propostos tem suporte no “Princípio do Uniformitarismo”, uma corrente do pensamento idealizada por James Hutton (1788) e posteriormente desenvolvida por Charles Lyell (1830). Hutton acreditava que fenômenos geológicos podem ser entendidos através de observações de processos modernos e todos aqueles processos que operaram no passado, também operam no presente tempo. As constâncias destes processos vieram a ser a essência do “Princípio do Uniformitarismo”. O Uniformitarismo teve suporte incrementado pelo grupo de geólogos conhecidos como “plutonistas”, pois eles confiavam na importância do calor como um fator na formação de certas rochas. O Uniformitarismo, então, teve um novo e importante suporte que ajudou a desenvolver esta corrente. Charles " Princípios de Geologia", com primeiro volume aparecendo em 1830, o qual reafirma a constância da ação dos processos naturais ao longo do tempo, porém, com intensidade diferenciada. O Princípio do Uniformitarismo postula que “O presente é a chave do passado” Os acontecimentos do passado são resultados de forças da natureza idênticas as que se observam hoje em dia, resultado de processos lentos e graduais. Então, propõe que o entendimento do presente permite o entendimento do passado e assim, a compreensão da evolução natural da paisagem. Para a análise socioambiental da paisagem foi adotado o princípio básico do método geossistêmico. É um conceito relativamente recente em geografia, sendo proposto na antiga União Soviética na década de 1960, e primeiro mencionado pelo russo Sotchava (1960), como uma forma de estudo de paisagens geográficas complexas, envolvendo a sociedade. Segundo Sotchava apud Monteiro(2000), Geossistema é o "potencial ecológico de determinado espaço no qual há uma exploração biológica, podendo influir fatores sociais e econômicos na estrutura e expressão espacial". Tomase forma neste momento a disciplina interface entre as ciências da terra e a ciência social. Desde então surgiram diferentes tipos de abordagem físico-geográficas, marcadamente sistêmicas, redundando "diferentes escolas para o estudo das paisagens". Como é habitual em tudo que é novo, tal abordagem gerou diferentes interpretações e um bom número de controvérsias, com autores criticando, redefinindo ou reorientando o conceito inicial de Sotchava. A teoria representa a organização espacial resultante da interação dos elementos físicos e biológicos da natureza juntamente com as atividades sociais, ou seja, tem vista os fenômenos sociais influenciando na configuração dos espaços e sua dinâmica física. O Geossistema facilitou e incentivou os estudos integrados das paisagens. Desta forma, pode-se afirmar que o método geossistêmico fomentou bastante às análises ambientais em Geografia, pois possibilita um prático estudo do espaço geográfico com a incorporação da ação social na interação natural com o potencial ecológico e a interação biológica. Associado a esses princípios, adotaram-se técnicas que permitiram o desenvolvimento da análise socioambiental da área pesquisada, bem como o estudo da morfoestrutura, morfodinâmica e das fases da evolução geomorfológica da bacia Sedimentar do Parnaíba, bem como sua evolução no limite ocidental do Ceará, que é onde está localizado o Planalto da Ibiapaba. Foi realizada uma detalhada pesquisa bibliográfica associada à evolução geomorfológica de relevos do Nordeste brasileiro, com destaque aos relevos do Estado do Ceará, sempre procurando dados associados à fisiografia da região onde se encontra o Planalto da Ibiapaba. Houve a análise de trabalhos específicos da área de estudo e documentos contendo perfil básico do município de Ubajara com as principais características geográficas e socioeconômicas. Em laboratório houve a análise detalhada de cartas e mapas (escala 1:500.000) geológicos e geomorfológicos do projeto Radambrasil (1981) e da CPRM (2003). Houve a utilização de imagens de satélite (GOOGLE EARTH) como apoio para o reconhecimento da área estudada. Em campo pode-se fazer o reconhecimento comparativo da região estudada com os dados e informações coletadas em gabinete e laboratório, além da análise das formas de relevo existentes no local. Foram feitas observações da dinâmica natural e social atual. Também foi feito vários registros fotográficos de vários pontos do planalto da Ibiapaba, especificamente do setor de Ubajara. A análise ambiental foi conduzida com base no levantamento de recursos naturais da região dentro da área da APA (área de proteção ambiental) da Ibiapaba. Foram diagnosticados os principais problemas ambientais e analisada a potencialidade ao desenvolvimento do turismo ecológico, dando ênfase aos atrativos naturais, mantendo o equilíbrio ambiental e a realidade da vida das populações locais. As Informações coletadas foram sistematizadas e confrontadas, dando sustentabilidade á fundamentação teórico-metodológico, como também, auxiliar na interpretação das idéias, possibilitando uma visão das implicações de condicionantes ambientais, como o próprio relevo influencia no uso e ocupação do solo da área. RESULTADOS E DISCUSSÕES 1. Origem e Evolução Geomorfológica do Planalto da Ibiapaba A área objeto desse estudo localiza-se no município de Ubajara, situado na parte setentrional do Planalto da Ibiapaba, porção noroeste do estado do Ceará, parte integrante da região Nordeste do Brasil. Com efeito, ao longo da história da Terra existiram quatro megacontinentes: Atlântida, Rodínia, Panótia e Pangea (BRITO NEVES, 1999). O primeiro deles data da era Paleoproterozóica (2,5 G.a). Esses continentes passaram ao longo do tempo por processos de fusão e fissão, até chegar aos seis continentes que hoje compõem o nosso planeta. Todos os processos de aglutinação e divisão dos supercontinentes ocasionaram vários eventos tectônicos de deformações, falhamentos, magmatismo, riftiamentos. Esses eventos contribuíram para evolução morfotectônica do relevo terrestre, provocando modificações radicais na paisagem geológica e geotectônica dos continentes envolvidos neste processo (BRITO NEVES, 1999). Mapa de localização da área de estudo – município de Ubajara Dentre esses processos de aglutinação e divisão daremos foco ao supercontinente Panótia, cuja aglunitação ocorreu em torno de 500 M.a, através da Orogênese Brasiliana. O megacontinente formado por Laurásia e Gondwana passou por processos extensionais por volta de 450 M.a que conduziram à sua dispersão e à formação do oceano Lapetus – entre Gondwana ocidental e Laurásia – e o seu ramo lateral, o mar de Tomquist – entre Gondwana e Báltica (BRITO NEVES, 1999). Esses processos individualizaram Gondwana como supercontinente, inaugurando um completo Ciclo de Wilson (BRITO NEVES, 1999). Juntamente com esses eventos de divisão a um nível global, ocorreram vários processos extensionais no interior do continente, responsáveis pela formação de vários tipos de tafrógenos (antefossas, intrafossas, impactógenos, bacias pull apart ao longo de zonas de cisalhamento). Com a força de dispersão do continente ocorreu o desenvolvimento de uma série de rifts intracontinentais no seio do Gondwana, originando grandes sinéclises paleozóicas, dentre elas uma de grande extensão situada no noroeste desse super-continente – a sinéclise do Parnaíba. As sinéclises passaram na seqüência por estágios evolutivos termo-mecânicos. Cinco estágios tectônicos foram diferenciados: sinéclise, pré-rift, rift, transicional e deriva, durante o qual vários pacotes sedimentares foram sendo depositados . A sinéclise do Parnaíba se originou no período Ordoviciano da era Paleozóica e desenvolveu-se essencialmente sobre a crosta continental bastante tectonizada. Para Góes e Feijó (1994), no final do Ciclo Brasiliano, os grabens e meio-grábens instalados ao longo das principais zonas de fraquezas crustais herdadas foram preenchidas simultaneamente por sedimentos imaturos. A partir do final do Ordoviciano, com o término da influência tardi-brasiliana, a subsidência ocorreu de forma mais lenta e gradual, unicamente em resposta ao resfriamento termal. Assim, do final do período Ordoviciano em diante, um grande sítio deposicional foi instalado sobre o supercontinente Gondwana, na porção correspondente ao atual Nordeste brasileiro – a denominada (Cunha, 1986) Bacia do Parnaíba. Bacia do Parnaíba e localização no Brasil A Bacia do Parnaíba está localizada na porção nordeste da plataforma sulamericana. Ocupa em grande os estados do Piauí e do maranhão e recobre parcialmente os estados do Pará, Ceará, Bahia, Tocantins e Goiás. Esta bacia sobrepôs um embasamento caracterizado pelo encontro de três grandes crátons: Amazônico, CongoSão-Franscisco e África Ocidental - São Luiz. A Bacia do Parnaíba possui dimensões da ordem de 600.000 Km² e espessura de até 3.500 m. Apresenta forma elipsoidal com diâmetros de 1000 km a NE-SW (maior) e 800 km a NW-SE (menor), e está posicionada sobre área de remobilização brasiliana (JUSTO, 2006). A área original da Bacia , durante sua evolução Paleozóica, excedeu 0,7 milhões de Km², acumulando cerca de 2.500 m de sedimentos detríticos em seu depocentro (ALMEIDA, 1969 apud JUSTO, 2006). Esta bacia sedimentar corresponde, portanto a uma sinéclise, bacia intracratônica, ou seja, formada dentro do cráton ou embasamento. Góes e Feijó (1994) sintetizaram a estratigrafia da bacia em quatro grupos: Serra Grande, Canindé, Balsas e Mearim. A evolução paleogeográfica foi reconstituída a partir da subdivisão de cinco seqüências deposicionais de segunda ordem. Cada seqüência deposicional corresponde a um pacote de rochas com ampla distribuição, relacionadas a um ciclo tectônico limitado no topo e na base por discordâncias de caráter regional. Segundo Góes e Feijó (1994), o período de tempo no qual a maior parte da sedimentação ocorreu nomeia uma seqüência. Assim, as cinco seqüências deposicionais e suas unidades litoestratigráficas correspondentes são as seguintes: Seqüência Siluriana – Grupo Serra Grande: é composto por arenitos, folhelhos, siltitos, conglomerados e raros diamictitos. É composto pelas formações Ipú, Tianguá e Jaicós, que corresponde à primeira incursão marinha na bacia. Seqüência Devoniana – Grupo Canindé: é composto por folhelhos, arenitos e siltitos, distribuídos nas formações Itaim, Pimenteiras, Cabeças, Longá e Poti, que corresponde a segunda incursão marinha na bacia. Seqüência Carbonífera-Permiana – Grupo Balsas: é composto por arenitos, siltitos, folhelhos, calcários, anidritas, silexitos e restos de madeira petrificada, distribuídas nas formações Piauí, Pedra de fogo, Motuca e Sambaíba que corresponde a deposição em mares com circulação restrita. Seqüência Jurássica – Grupo Mearim: é composto por arenitos, siltitos e folhelhos das formações Pastos Bons e Corda, depositados em ambiente desértico, flúvio-lacustre com retalhamento eólico. Atividade vulcânica foi atribuída à formação mosquito. Seqüência Cretácea – arenitos, argilitos, folhelhos, carbonatos e anidritas correspondentes ás formações Itapecuru, Codó e Grajaú, depositados em ambiente epicontinental com eventuais incursões marinhas restritas à base da seqüência. A atividade vulcânica é atribuída á formação Sardinha. As formações Areado (siltitos e folhelhos) e Urucuia são de pouca expressão e restritas ao sul da Bacia. Segundo Góes e Feijó (1994) ainda haveria uma sexta seqüência, uma seqüência terciária, que corresponde às formações Nova Iorque composta por folhelhos e siltitos com restos de plantas e peixes, e a formação Pirabas, composta por margas e calcários. Do Ordoviciano - 435 M.a - até o Carbonífero – 295 M.a , o preenchimento da bacia esteve condicionado a 2 eixos deposicionais ortogonalmente dispostos e orientados para SE-SW e NW-SE, coincidindo aproximadamente às direções dos lineamentos transbrasiliano e Picos-Santa-Inês. No noroeste do Ceará, o lineamento transbrasiliano recebe o nome de falha Sobral-Pedro II. Uma suposta reativação desta falha teria soerguido a parte setentrional da Bacia do Parnaíba, especialmente a borda oriental, onde se encontra e está sendo esculturado o Planalto da Ibiapaba. Tal fato teria ocorrido durante as deformações que no Cretáceo levaram à divisão do megacontinente Pangea, na sua parte sul, o Gondwana. Essa reativação, que parece ter tido caráter regional, teria soerguido o embasamento no qual foi depositado os pacotes sedimentares do Paleozóico, solidariamente com os maciços cristalinos e bacias sedimentares mesozóicas (CLAUDINO SALES, 2002; PEULVAST e CLAUDINO SALES, 2004). Sendo assim, o soerguimento do Planalto da Ibiapaba estaria associado à tectônica do período Cretáceo e talvez ainda, no seu flanco norte, à flexura marginal que sofreu o continente a partir do Terciário. A partir desse soerguimento, o glint da Ibiapaba vem sendo gradativamente erodido, através do recuo de suas vertentes, na parte sustentada pelas rochas sedimentares, e pela exumação e destruição subsequente do segmento do embasamento sobre a qual os pacotes sedimentares foram depositados. Após o esmorecimento da atividade tectônica cretácea, o regime climático e seus processos exodinâmicos assumem papel fundamental na dinâmica dos processos geomorfológicos ocorridos no Ceará, passando assim a serem os responsáveis pela modelagem do relevo não só dessa área, mas de todo o Nordeste na atualidade. A formação do glint está ligada tanto ao processo de regressão da vertente como também pelo processo de exumação do material cristalino, que é logo erodido pela dinâmica externa. O glint se caracteriza pelo fato do material sedimentar da Ibiapaba estar em contato direto com o cristalino na depressão periférica cearense, que na verdade representa uma superfície de aplainamento de idade pré-deposição da Bacia do Parnaíba (pré-Siluriano), na atualidade sendo exumada e imediatamente destruída pela ação erosiva, incorporando-a assim à Superfície Sertaneja, que representa a superfície de piso do Estado do Ceará (CLAUDINO SALES, 2002). 2. Caracterização Física da área de Estudo Com altitudes em torno de 900 m na porção setentrional e decrescendo em direção ao sul, o Planalto da Ibiapaba possui direção geral Norte-Sul e extensão aproximadamente de 400Km. Trata-se de um relevo dissimétrico, com vertente íngreme para o Ceará e suavemente inclinado para o Piauí. Abrange uma área de 7.391 Km², contendo os municípios de Granja, Viçosa do Ceará, Tianguá, Ubajara, Ibiapina, Ipueiras, Iporanga, São Benedito, Carnaubal, Guaraciaba do Norte, Croatá e Poranga. Esse relevo está na divisa do Estado do Piauí com o Ceará. Localização do Planalto da Ibiapaba O município de Ubajara, área de estudo aqui representada, compreende uma área de 385Km², localizada entre as coordenadas de 3º 51’ 28’’ S e 40º 55’ 39’’ W. Limitase com os municípios de Ibiapina, Coreaú, Mocambo, Tianguá, Frecheirinha e com e Estado do Piauí. O planalto da Ibiapaba tem como litologia predominante as rochas do Grupo Serra Grande. Esse grupo é formado pelas formações Ipú, Tianguá e Jaicós apresenta espessuras variáveis, variando entre 535 metros na seção Ipú-Macambira, e 164 - 223 metros na seção entre Ibiapina e Viçosa do Ceará. Nessa secção se encontra o município de Ubajara. Considerando que o relevo nesse segmento é da ordem de 750 -800m, o embasamento cristalino representaria portanto parte da vertente íngreme que caracteriza o Planalto da Ibiapaba, nas altitudes abaixo de 600m. Na região de Ubajara, o embasamento é representado por rocha metamórfica pré-cambriana, do tipo “calcário cristalino”, o qual forma grutas calcáreas no sopé do relevo escarpado, além de ‘monadnocks’ E inselbergs mantidos pela formação calcária. Com efeito, o município de Ubajara apresenta um quadro geológico relativamente complexo (CPRM, 1998). A área pesquisada é formada tanto por rochas sedimentares como por rochas cristalinas, tendo um predomínio de rochas sedimentares do Grupo Serra Grande, que capeia o topo da bacia sedimentar do Parnaíba. O Grupo Serra Grande apresenta-se em bancos espessos, quase sempre diaclasados, formando paredões verticais de até 180 metros de altura na área de pesquisa. A altitude do município varia, alcançando cotas altimétricas superiores a 750 metros de altitude. Perfil topográfico abrangendo o município de Ubajara até a Depressão Periférica Assim, o setor que compreende o município de Ubajara apresenta um relevo acidentado e uma cornija bem espessa em comparação a outros setores do glint. A cidade possui uma altitude estimada em torno de 800 m. Sua vertente é modelada em rochas cristalinas. É bastante dissecada, com uma notável presença de festões e ravinas, criando nichos fluviais. A vertente possui um perfil ligeiramente côncavo, devido a dissecação feita pelos rios. A erosão regressiva que a vertente vem sofrendo está exumando o cristalino. A geomorfologia da área pesquisada, como exposto anteriormente, comporta influências de vários fatores estruturais, paleoclimáticos e da dinâmica atual. Eventos tectônicos e climáticos ocorridos a partir do período Cretáceo deram formas ao relevo do Nordeste brasileiro, que hoje vem sendo modelado pelos fatores da dinâmica externa, sempre associado à flexura marginal, de ação contínua e suave. Com efeito, o relevo da região tem sido estruturado e esculpido desde a separação entre América do Sul e África, no Cretáceo Superior (CLAUDINO SALES, 2004). Na região estudada atuam principalmente os processos lineares de erosão do relevo, além de processos areolares como movimentos de massa. Em conseqüência desses processos, observamos no setor de Ubajara uma vertente com um escarpamento contínuo, podendo apresentar em algumas ocasiões desníveis por conta da maior resistência da rocha em alguns setores. O escarpamento é abrupto e bastante festonado. Na depressão periférica adjacente, cristalina, o relevo é dissecado em lombadas, cristas e colinas rasas, frequentemente na forma de monadnocks. Nas condições climáticas ali atuantes, as rochas do embasamento apresentam menor resistência aos processos erosivos. O fato de ter cristalino na vertente do glint indica que o embasamento cristalino esta sendo barbaramente atacado pela erosão, por está sendo rebaixado, enquanto o topo sedimentar resiste. Então o que ocorre é uma erosão diferencial no embasamento cristlino, com rochas mais resistentes permancendo na forma das colinas. Com efeito, no topo do planalto destaca-se a cornija arenítica, espessa nesse setor, indicando a maior resistência do material arenítico. Tratase de um relevo dissimétrico, com um front escarpado e um reverso de caimento topográfico suave para oeste em direção ao centro da bacia, no Estado do Piauí, em concordância com o mergulho das camadas. Fotos do front do Planalto da Ibiapaba, mais especificamente do Setor do Parque Nacional de Ubajara. Na vertente e no sopé do setor de Ubajara, como já salientado, aflora um calcário cristalino pré-cambriano, que através de ações físico-químicas vendo sendo modelado na forma de relevos cársicos. Um processo comum é a carbonatação, originando grutas calcárias. Nestas grutas ocorrem variadas formas de relevo, tais como estalactites, estalagmites, colunas e cortinas, entre outras formas originadas do calcário dissolvido e precipitação do cálcio. Calcário cristalino aflorando na vertente do Planalto no setor de Ubajara. Exemplos de estalactites, Estalagmites, colunas e cortinas. No Planalto da Ibiapaba, as condições climáticas englobam características diversificadas em relação ao quadro geral do resto do estado. A pluviometria média anual é superior a 1200mm/a, sendo a distribuição de chuvas regular. As temperaturas médias anuais variam em torno de 22º e 24º. As temperaturas mais baixas diminuem sensivelmente a evapotranspiração, conservando a umidade local. Tais diferenças em relação ao sertão são explicadas pela compartimentação topográfica, que condiciona o comportamento da temperatura e da pluviosidade, índices que contrastam com o sertão semi-árido. No tocante ao município de Ubajara, salienta-se que ele se encontra quase que totalmente na área úmida, tendo seu clima classificado como Tropical Quente Úmido (SILVA E CAVALCANTE, 2000). Tem temperaturas médias entre 19ºC nos meses de chuva, e 29ºC nos meses secos, com precipitação média anual próxima dos 1600mm/a (CPRM, 1998) Uma pequena área do município de Ubajara está na parte sub-úmida, que compreende o pé-de-serra da Ibiapaba. A pluviometria média anual é variável entre 900 e 1200 mm/a. As temperaturas médias anuais oscilam entre 23ºC e 28ºC. As condições climáticas se refletem nas características ecológicas, dando características individualizadas a certos setores. O planalto da Ibiapaba, no que se diz respeito ao revestimento vegetal, é caracterizado pelo predomínio da floresta úmida. Os resquícios da mata primitiva se restringem à área do Parque Nacional de Ubajara. A floresta úmida é uma mata perenifólia, onde os componentes arbóreos têm prevalência com elevada densidade das espécies. Os componentes herbáceos e arbustivos são pobres em espécies e de pequena densidade. A altitude e a alta nebulosidade dão condições para a ocorrência desse padrão fitogeográfico (SILVA, 2005). A região de Ubajara, como já foi citado, é o trecho mais representativo da floresta úmida, demonstrando uma mata original, com árvores de grande porte, esgalhamento aberto e rico em cipós. Segundo o IPLANCE (1997) e a SRH (1992), a vegetação que envolve o município de Ubajara é o Carrasco, (vegetação xerófila densa de caules finos), a mata úmida (floresta subperenifólia tropical plúvio-nebular) e a mata seca (floresta subcaducifólia tropical pluvial). Na área de Ubajara, no sopé da vertente, a floresta subcaducifólia contacta com a caatinga, por estarem em um local onde a pluviosidade é menor, a temperatura é mais elevada e os solos são mais rasos (SILVA, 2005). No planalto sedimentar da Ibiapaba as classes de solos que aparecem são as seguintes: Latossolos vermelho-amarelo; Neossolos quartzarênicos; Neossolos litólicos (PEREIRA, 2000). Os latossolos vermelho-amarelo compreendem a classe do reverso imediato da Ibiapaba. Trata-se da faixa mais úmida do glint. A profundidade desses solos 1,50m. Os Neossolos quartzarênicos tem ocorrência expressiva no reverso da Ibiapaba. Os Neossolos litólicos tem espessura mínima. A maior ocorrência é observada na depressão periférica. Mais especificamente no município de Ubajara, os tipos de solos encontrados são Neossolos quartzarênicos, os Latossolos vermelho amarelo, os Podzólicos vermelho amarelo e os Regossolos. O planalto da Ibiapaba possui uma rede de drenagem densa, salientando-se a área de imposição fluvial do rio Poti, na continuação meridional do planalto. As classificações dos rios da região têm como referência o mergulho das camadas que constituem o relevo. O rio que escoa de acordo com a declividade das camadas, no reverso, é o rio cataclinal. Estes escoam em direção ao reverso do glint. Temos como exemplo principal o rio Poti, que faz parte da bacia do rio Parnaíba (Piauí), e sulca a parte central da Serra da Ipiapaba, na forma de percée. Ao norte, o reverso é também sulcado por pequenos cursos d’água conseqüentes que formam estreitas planícies fluviais. Os rios que escoam contra o mergulho das camadas são os rios anaclinais. Os rios anaclinais são afluentes dos rios que estão drenando a depressão periférica no sopé da Ibiapaba, que são os rios Acaraú e Coreaú. Esses rios colocam-se inclusive como rios ortoclinais. Em adição, registra-se que ocorre razoável potencial de recursos hídricos subterrâneos na área de pesquisa. O município de Ubajara se encontra quase que totalmente inserido na bacia hidrográfica do Parnaíba, onde a drenagem principal é representada pelo rio Jaburu. A exceção é uma pequena porção do município (parte leste) que se encontra inserida na bacia hidrográfica do Coreaú. Nessa bacia destacam-se os riachos Itaipu e Ubajara. O principal reservatório de água superficial da região é o açude Jaburu I, com capacidade de armazenamento de ordem de 210hm³. Esse reservatório é responsável pelo abastecimento de 100% da população urbana do município. A depressão periféira do glint da Ibiapaba apresenta superfícies planas e dissecadas com condições climáticas subúmidas a semi-áridas. Nesse segmento rebaixado, as precipitações médias anuais são inferiores ao topo do planalto, estando da ordem de entre 700-900 mm. Os cursos d’água são intermitentes, apresentando um baixo potencial de águas subterrâneas 3. A Geomorfologia e Uso do Espaço em Ubajara Analisando as diferentes formas de uso do solo intrinsecamente ligadas aos recursos naturais na região do município de Ubajara, observa-se que está marcada pela elevada densidade de ocupação agrícola e pela intensidade de uso de seu solo. O turismo também é uma atividade que está se sobressaindo entre as atividades econômicas dessa região. Essas diferenças são justificadas principalmente pelas condições climáticas e pedológicas da região privilegiadas, quando consideradas em relação às áreas semiáridas que constitui o seu entorno. Os fatores restritivos ao uso da terra são de natureza topográfica e edáfica face à morfologia do terreno, que possui uma vertente íngreme, restringindo o uso do solo às áreas mais planas como o topo do glint e á depressão periférica cristalina, e o outro fator é a baixa fertilidade dos latossolos provenientes da alteração do arenito. Devido ao desmatamento indiscriminado ali verificado, e o conseqüente uso intenso e continuado dos recursos naturais através de técnicas rudimentares, os processos erosivos se manifestaram, trazendo empobrecimento aos latossolos, sobretudo, por conta da lixiviação (SOUZA, 2000). Segundo LIMA (2000), quanto ao uso e à sustentabilidade, a área é favorável às culturas de longo e curto ciclo, com adubação e com a aplicação de corretivos da acidez dos solos. Nesse aspecto, o autor indica como necessário à sustentabilidade local os aproveitamentos baseados na silvicultura, através do reflorestamento de áreas degradadas; a manutenção de resquícios de mata plúvio-nebular; e o uso urbano turístico controlado, o qual hoje produz sustentabilidade moderada. Quanto às condições ecodinâmicas e à vulnerabilidade ambiental, a região apresenta ambientes de transição, com tendência à instabilidade e à vulnerabilidade de moderada a alta na área escarpada com desmatamentos indisciplinados. As depressões sertanejas correspondem também às amplas superfícies de aplainamento que foram elaboradas sobre condições climáticas semi-áridas. Nesses lugares verificou-se um trabalho intenso de erosão, que rebaixou o relevo, principalmente nas áreas de rochas menos resistentes. Segundo LIMA (2000), a depressão periférica da Ibiapaba apresenta restrições quanto ao seu potencial geoambiental e limitações de uso dos recursos naturais, com solos apresentando fortes limitações ao uso agrícola. Apesar das limitações, a área em estudo é extremamente utilizada para a agricultura tradicional. A agricultura tradicional é realizada, sobretudo através de desmatamentos com queimadas, os quais deixam os solos expostos às fortes chuvas, ocasionando a remoção constante dos seus horizontes superficiais, o que acaba provocando uma redução da fertilidade natural e diminuição da produção agrícola. Do ponto de vista do uso voltado para o turismo, esse tem na ocorrência do calcário cristalino pré-cambriano, que aflora na base da vertente, um grande atrativo. Neste setor, a vertente do glint é mantida pelo calcário, que está capeado pelo arenito da formação Serra Grande. Este calcário sofre o processo de carbonatação, formando grutas calcárias com as mais variadas formas de relevo. Durante visita que fez à Gruta de Ubajara, no final da década de 1950, o então diretor do Serviço Florestal do Ministério da Agricultura, Dr. David Azambuja, ficou encantado com a riqueza do patrimônio de cavidades naturais e da biodiversidade existente. A visita e a intervenção posterior do diretor possibilitou a criação do Parque Nacional de Ubajara, no dia 30 de abril de 1959, assinada pelo presidente da República, Juscelino Kubitschek de Oliveira, com a finalidade de garantir a integridade e o processo de evolução do conjunto de formações geológicas existentes em Ubajara. Parque Nacional de Ubajara Do ponto de vista geológico, geomorfológico, botânico e faunístico, o Parque Nacional de Ubajara representa riqueza inestimável, no que tange a investigação científica e à exploração turística. A principal atração do Parque é a Gruta de Ubajara, encravada entre afloramentos das rochas calcárias, a aproximadamente 520m de altitude. Existem também outras cavernas (localmente conhecidas como grutas), que não estão abertas à visitação. Destacam-se: Gruta do Urso Fóssil, Gruta do Gruta do Macaco Fóssil, Gruta do Morcego Branco, Gruta de Cima, Gruta do Pendurado, Gruta dos Mocós, Gruta das Aranhas, Furna das Pipocas, Furna do Acaso e Furna da Múmia. O desenvolvimento turístico constitui uma estratégia eficaz para atrair investimentos privados e nacionais, e gerar receita e emprego ao continuar atraindo um número crescente de visitantes. A região tem o ecoturismo bastante difundido. A biodiversidade da região e seu clima agradável, que mesmo estando num domínio morfoclimático semi-árido, caracteriza-se como um clima semi-úmido, devido a sua topografia acidentada, faz parte de uma dinâmica mesoclimática, servindo como um verdadeiro laboratório, para cientistas, pesquisadores, naturalistas e estudantes, além de um refúgio para aventureiros, esportistas, religiosos, entre outros. CONCLUSÕES O desenvolvimento desse trabalho tem uma significativa contribuição à análise da morfogênese do limite ocidental do Ceará, com observação das mudanças que ocorreram e estão ocorrendo ao longo do Planalto da Ibiapaba, mais especificamente na região de Ubajara. Com a pesquisa, foi possível identificar variações na paisagem que estão se diversificando juntamente com o clima, vegetação e hidrografia. As identificações dos processos que lhes deram origem contribuíram para interpretar as morfoestruturas e a morfodinâmicaátual, que até a fase atual justificam as características fundamentais da morfologia regional. A conjunção dos elementos levantados permite considerar que a preservação dos ecossistemas do Planalto da Ibiapaba, abrangendo a região de Ubajara – CE permitirá a conservação de um banco genético importantíssimo para a pesquisa científica e a manutenção da biodiversidade. Além disto, será possível prevenir a desertificação, ao evitar-se a destruição de nascentes. Diante da abordagem feita sobre o uso e ocupação do solo da região de Ubajara, Planalto da Ibiapaba, observa-se, que a sua estrutura geológica e geomorfológica, juntamente com os outros aspectos naturais já citados, foram e são, até os dias atuais, com o desenvolvimento do setor turístico, determinantes para o avanço econômico da região. Assim, verificamos através de um estudo sobre a evolução geomorfológica natural do relevo no qual o glint da Ibiapaba se desenvolveu, também a forma de evolução geral da paisagem, natural e social. Pois verificamos que o local de estudo representa uma importante área regional, que está sendo moldada hoje tanto pelos agentes que esculturam o relevo, desenvolvendo paisagens naturais, quanto pelas ações sociais. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARROS, L.B (Org). Geologia da Bacia Jaibaras Ceará, Piauí e Maranhão – Projeto Jaibaras. Brasília: série geologia, n٥ 14, seção geológica básica nº 11, 1979. BIZZI, L.A; SCHOBBENHAUS, C; VIDOTTI, R.M e GONÇALVES, J.H (eds). Bacias sedimentares paleozóicas e meso-cenozóicas interiores. Brasília: CPRM, 2003. BRASIL, Ministério das minas e energia – Projeto RADAMBRASIL – Vegetação. Rio de Janeiro: vol.3, 1981. BRITO NEVES, B.B. América do sul: Quatro fusões, quatro fissões e o processo acrescionário andino. Bahia. 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