Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904 TÍTULO: USO POPULAR E RACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS: CONHECIMENTO NECESSÁRIO AO ENFERMEIRO CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: ENFERMAGEM INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS AUTOR(ES): GESSICA FARIAS DE SOUSA ORIENTADOR(ES): FERNANDA GALANTE USO POPULAR E RACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS: CONHECIMENTO NECESSÁRIO AO ENFERMEIRO INTRODUÇÃO A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem incentivado o uso das terapias naturais, para a população brasileira, em especial aqueles mais carentes e que não têm acesso aos medicamentos farmacêuticos, por ser a fitoterapia um tratamento de baixo custo (MICHELIS et al., 2000). Sabe-se que, a fitoterapia é uma forma de tratamento milenar, simples e natural que cura ou previne doenças através de preparações vegetais, faz parte da prática da medicina popular, baseada no mesmo princípio do medicamento alopático que é a cura através de princípios ativos necessitando de cuidados. O saber popular que vem do empirismo, da prática de vida não nega nem pode ser negado pelo saber científico (MEDEIROS; CABRAL, 2001). Em 1997, o COFEN através da resolução 197, estabeleceu e reconheceu as terapias alternativas entre elas a fitoterapia, como especialidade e ou qualificação do enfermeiro. Sendo a este profissional permitido ser reconhecido como terapeuta alternativo, desde que, tenha conclusão e aprovação em um curso que seja reconhecido pelo MEC (TROVO; SILVA; LEÃO, 2003). Segundo Bastos; Lopes (2010) deve-se repensar que as instituições de ensino superior apesar de considerar essa terapia como prioridade no ensino, pesquisa e extensão, ofereça a disciplina Fitoterapia como optativa ou até mesmo curricular, o que eleva muito o saber acadêmico. Cabe ressaltar que o paciente ao buscar atendimento primário será recebido primeiramente por profissionais de enfermagem que devem conhecer as diferentes formas de terapias que a população utiliza como no caso o uso de plantas medicinais. OBJETIVOS Descrever as principais plantas medicinais utilizadas na Atenção Primária a Saúde. Avaliar a literatura quanto ao conhecimento do profissional de enfermagem sobre fitoterapia. METODOLOGIA O presente trabalho foi elaborado por meio de uma revisão sistemática e retrospectiva, de 2005 a 2013, de estudos científicos sobre plantas medicinais usadas popularmente e em unidades de saúde. As bases de dados consultadas foram: MEDLINE, LILACS e SCIELO. DESENVOLVIMENTO DO TEMA Fitoterapia é o processamento de uma planta medicinal – ou partes dela – com o intuito de prevenir, aliviar ou curar enfermidades, tendo seu uso como uma tradição por uma população ou comunidade. O órgão responsável pela regulamentação das plantas medicinais é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), com objetivo de proteger e promover a saúde da população garantindo a segurança sanitária de tais produtos e serviços, através de registro de medicamentos, etapa na qual os mesmos são avaliados quanto a sua segurança, eficácia e qualidade antes de serem expostos a venda para utilização pela população (CARVALHO et al., 2008). Através da Portaria no 971 de 2006, o Ministério da Saúde disponibiliza as Terapias Complementares, que inclui a fitoterapia, aos usuários do SUS e afirma que 116 municípios e 22 estados brasileiros fazem uso da fitoterapia (BRASIL 2006). RESULTADOS PRELIMINARES O aumento do consumo de fitoterápicos pode ser associado ao fato de que as populações estão questionando os perigos do uso abusivo e irracional de produtos farmacêuticos e procuram substituí-los por plantas medicinais. A comprovação da ação terapêutica também favorece essa dinâmica. Além disso, registra-se a insatisfação da população perante o sistema de saúde oficial e também a necessidade de poder controlar seu próprio corpo e recuperar sua saúde, assumindo as práticas de saúde para si ou para sua família (FRANCA et al., 2008). A importância do uso adequado das plantas medicinais para a população enquanto prevenção, promoção e recuperação da saúde, parte do princípio do tratamento de baixo custo e de eficácia. Mas, para que isso ocorra é necessário que os profissionais de saúde estejam capacitados para trabalhar com essa terapia e com outro caminho que vise o cuidado e o bem-estar da população (BASTOS; LOPES, 2010). Ainda, o conhecimento sobre tal terapia deve ser associado ao conhecimento da farmacologia básica, pois ao tomar por base que o uso de fitoterápicos é uma prática utilizada por alguns profissionais da saúde. Que esses profissionais, também associam o uso dos alopáticos com o de fitoterápicos. E que a população utiliza-se dos fitoterápicos respaldando-se na tradição cultural, pergunta-se: existe a possibilidade de os fitoterápicos interagirem com os medicamentos alopáticos modificando ou anulando a ação terapêutica de um ou de ambos? (FRANCA et al., 2008). Referências Bibliográficas BASTOS, RAA; LOPES, AMC. A fitoterapia na rede básica de saúde: o olhar da enfermagem. Revista brasileira de ciências da saúde, v. 14 nº2 pág. 21-28, 2010. FRANÇA, ISX; SOUZA, JA; BAPTISTA, RS; BRITTO, VRS. Medicina popular: benefícios e malefícios das plantas medicinais. Revista brasileira de enfermagem, v. 61 nº 2 pág. 201-208, mar/abr 2008. Conselho Federal de Enfermagem (BR). Resolução COFEN 197. Estabelece e reconhece as Terapias Alternativas como especialidade e/ou qualificação do profissional de Enfermagem. In: Conselho Regional de Enfermagem. Documentos básicos de enfermagem. São Paulo (SP); 1997. CARVALHO, A. C. B. Situação de registros de medicamentos fitoterápicos no Brasil. Revista Brasileira de farmacognosia, v. 18, nº 2, pág. 314 – 319, abr/jun 2008. MEDEIROS, L.C.M.; CABRAL, I.F. As plantas medicinais e a enfermagem: a arte de assistir, de curar, de cuidar e de transformar os saberes. Rio de Janeiro: Edupi, 2002. TROVO, M.M.; SILVA, M.J.P; LEÃO, E.R. Terapias alternativas/ complementares no ensino público e privado: Análise do conhecimento dos acadêmicos de enfermagem. Revista Latino – Americana de enfermagem, v. 11, nº 4; jul/ago. 2003.