O jornal uma breve história Não se sabe ao certo a origem exata do jornalismo e qual foi o primeiro jornal do mundo, mas os historiadores atribuem ao lendário Imperador Romano Júlio César esta invenção. Ao que tudo indica, Júlio César, além de um excelente general e comandante, também foi um ótimo profissional de marketing: para poder divulgar suas conquistas militares e informar o povo da expansão do Império (fazendo obviamente muita propaganda pessoal), César criou a chamada Acta Diurna, o primeiro jornal de que se tem notícia no mundo. A Acta Diurna era uma publicação oficial do Império Romano, criada no ano de 59 a.C. durante o governo imperial de César. Ela trazia notícias diariamente para a população de todos os cantos do Império (e de fora dele) falando principalmente de conquistas militares, ciência e de política. Para poder escrever a Acta Diurna, surgiram os primeiros profissionais de jornalismo do mundo, os chamados Correspondentes Imperiais. Eles foram enviados para todas as regiões e províncias Romanas para acompanhar e escrever as notícias. Apesar de inaugurar o conceito e o formato geral dos jornais e do jornalismo modernos, a Acta Diurna tinha algumas curiosidades: • Como não existiam tecnologias de impressão no Império Romano e nem mesmo papel em quantidade suficiente (a fabricação de papel usando a tecnologia da época era muito cara), a Acta Diurna era publicada em grandes placas brancas de papel e madeira (estilo “outdoor”). Estas placas eram expostas nas principais praças das grandes cidades para que as pessoas lessem de graça. • As comunicações também eram lentas na Época do Império Romano. Como os textos eram transportados a pé ou a cavalo, embora a Acta Diurna fosse publicada todos os dias, sempre apresentava notícias de dias ou semanas atrás! • Como era uma publicação de jornalismo oficial, a Acta Diurna Romana não era imparcial, nunca publicava notícias negativas de derrotas do Exército Romano e nem escândalos envolvendo pessoas públicas e aliados do Imperador. Durante a Idade Média, pode-se dizer que os jornais e o jornalismo tiveram o seu maior salto tecnológico: a prensa de papel inventada pelo Alemão Johannes Gutenberg possibilitou que o trabalho que antes era realizado manualmente pudesse ser feito por máquinas, tornando a publicação de livros de jornais muito mais ampla, rápida e barata. A prensa de papel, construída com base na tecnologia dos tipos (letras) móveis e também da prensa de vinho (que já era conhecida na Europa) permitiu que Gutenberg criasse toda uma nova indústria. A revolução na época foi tão grande que alguns autores afirmam que a prensa de papel de Gutenberg tirou o mundo de vez da Idade Média, levando-o para a Era da Renascença, com o despertar definitivo da ciência e do jornalismo profissional. A Bíblia de Gutenberg, considerada por muitos a obra prima do inventor Alemão, foi o primeiro livro a ser produzido, lançado e vendido com a tecnologia da prensa mecânica de papel. Este exemplar da Bíblia, que começou a ser produzido em 1450 e foi finalizado em 1455, foi o primeiro livro a ser produzido em larga escala (escala industrial). Apesar de terem mais de 550 anos de idade, algumas pessoas, instituições e museus ainda tem cópias originais da Bíblia de Gutenberg! Exemplares dessa obra podem ser encontrados na Biblioteca do Congresso em Washington, na Universidade Keio em Tokyo e também na casa do empresário Americano Bill Gates, o homem mais rico do mundo nas décadas de 80 e 90 do século XX, que comprou um exemplar deste tesouro histórico em um leilão em 1994. No início do século XVII, à medida que a tecnologia da prensa de papel de Gutenberg ia sendo disseminada e copiada por seus concorrentes, a publicação de livros e jornais se tornava cada vez mais popular. A Suécia, no caso, foi o primeiro país do mundo que implementou a Liberdade de Imprensa através de uma lei criada no ano de 1766. Com essa lei, foi garantido que os profissionais de jornalismo e os jornais da Suécia poderiam publicar qualquer tipo de notícia, desde que ela fosse real e que não houvesse difamação. O Telégrafo, aparelho considerado o pai de toda a comunicação moderna, permitiu que textos que levariam horas ou até dias para serem transportados fossem repassados pelos profissionais de jornalismo as redações em questão de minutos e a imprensa tornou-se muito mais ágil: uma notícia que aconteceu de manhã poderia agora facilmente ser publicada à tarde em um jornal. Imprensa marrom é o nome dado ao tipo de jornalismo focado em divulgar notícias sensacionalistas onde os dados nem sempre são checados corretamente, tornando a notícia falsa e o veículo sem credibilidade. O termo imprensa marrom é inspirado no termo yellow press (imprensa amarela), que surgiu nos Estados Unidos, quando no final do século XIX os jornais New York World e The New York Journal brigavam para ver quem iria publicar em suas páginas o desenho Yellow Kid. A briga foi tão forte que ambos começaram a publicar notícias falsas, sensacionalistas e sem escrúpulos para atacar o concorrente e vender mais jornais. No Brasil, a adaptação do termo ocorreu pelo jornalista Calazans Fernandes. Por achar a cor amarela muito amena, escolheu substituí-la pela cor marrom para fazer referência a imprensa sensacionalista e inescrupulosa. A primeira revista brasileira a ser acusada de agir como imprensa marrom foi a revista Escândalo, que extorquia dinheiro de pessoas fotografadas em situações comprometedoras. Certa vez, um homem fotografado pela revista se suicidou após se negar a pagar para não ter sua foto publicada. Calazans Fernandes, o inventor da adaptação da expressão imprensa marrom, contribuiu para o fim da revista Escândalo, já que divulgou todas as barbaridades que a revista fazia para conseguir uma alta vendagem. • Manchete: o título principal, de maior destaque, no alto da primeira página de jornal ou revista que menciona a mais importante notícia. Editorial • O editorial é um tipo de texto utilizado na imprensa, especialmente em jornais e revistas, que tem por objetivo informar, mas sem obrigação de ser neutro, indiferente. • O editorial possui um fato e uma opinião. O fato informa o que aconteceu e a opinião transmite a interpretação do que aconteceu. • Podemos dizer que o editorial é um texto: dissertativo, pois desenvolve argumentos baseados em uma ideia central; crítico, já que expõe um ponto de vista; informativo, porque relata um acontecimento. Tipos de anúncio Quem é o ombudsman? Ombudsman é uma palavra sueca que significa representante do cidadão. Designa, nos países escandinavos, o ouvidor-geral, função pública criada para canalizar problemas e reclamações da população. Na imprensa, o termo é utilizado para denominar o representante dos leitores dentro de um jornal. A função de ombudsman de imprensa foi criada nos Estados Unidos nos anos 60. Chegou ao Brasil num domingo, dia 24 de setembro de 1989, quando a Folha, numa decisão inédita na história do jornalismo latino-americano, passou a publicar semanalmente a coluna de seu ombudsman. Para exercer o cargo com independência, o jornal instituiu o mandato de um ano para cada ombudsman, com a possibilidade de apenas uma única renovação de mais um ano. Essa possibilidade, posteriormente, foi expandida, para três renovações (quatro anos de mandato). O profissional não pode ser demitido durante o mandato e tem estabilidade de mais seis meses no jornal após deixar a função. A atual ombudsman da Folha é Vera Guimarães Martins.