oficina 1: acessibilidade na web

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ATIID 2005 – II Oficina ATIID - “Acessibilidade, TI e Inclusão Digital” - São Paulo 5-6/9/2005
OFICINA 1: ACESSIBILIDADE NA WEB
Leitores de tela e Recomendações técnicas para criação de
páginas Web acessíveis
Lêda Lucia Spelta – DATAPREV – Rio de Janeiro-RJ
[email protected]
Miriam Hitomi Simofusa - SERPRO – Brasília-DF
[email protected]
RESUMO: Muito tem se falado sobre a importância da acessibilidade à Internet
na inclusão digital. Este trabalho visa colocar ao alcance dos designers e
desenvolvedores Web, a apresentação de uma ferramenta importante para
garantir o acesso aos seus sítios por deficientes visuais: os leitores de tela,
softwares que os cegos utilizam para interagir com os computadores e as
principais recomendações técnicas para criação de sítios acessíveis, baseados
nos padrões da W3C. Através de um treinamento especificamente direcionado,
os criadores de conteúdo adquirem condições de criar e avaliar, na prática, o
nível de acessibilidade dos seus sítios, aprendendo a identificar os elementos
que facilitam, dificultam ou impedem o acesso de uma pessoa cega às páginas
da internet.
1. INTRODUÇÃO
São muitos os desafios que temos de enfrentar para atingir a tão falada
"inclusão digital". Eles vão desde a conscientização de governantes,
legisladores, empresários, educadores e das próprias minorias excluídas,
até o desenvolvimento de conceitos específicos e a formação adequada do
pessoal técnico. Além disso, temos também a considerar que, na maioria
dos casos, a exclusão digital é causa e conseqüência da exclusão social.
Contudo, se usarmos positivamente a técnica milenar do "dividir para
vencer", podemos identificar problemas práticos específicos, para os quais
existem soluções possíveis no atual cenário em que nos encontramos.
Podemos, assim, identificar um grupo de pessoas que já está muito
próximo da inclusão digital e para o qual tal inclusão representa um passo
crucial em direção ao pleno exercício de sua cidadania. Este grupo é
formado por aqueles deficientes visuais que já são usuários de informática.
No início de 2003, estimava-se que estas pessoas eram aproximadamente
7.000, mas este grupo está em franca expansão, devido ao aumento do
número de pessoas que estão começando a acessar a internet nas escolas
e outras instituições. Estas pessoas já possuem condições físicas, técnicas
e intelectuais para acessar a internet e estima-se que cerca de 15% delas
já o fazem, em certa medida; e só não o fazem completamente porque,
devido à falta de informação e/ou conscientização de proprietários e
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construtores de sítios, existem muitas páginas que são parcial ou
integralmente inacessíveis.
2. OBJETIVOS
Este trabalho é sobre uma oficina onde se pretende reunir duas partes que
são complementares e darão subsídios aos técnicos para criar sítios com
acessibilidade e avaliá-los na prática, quanto ao nível de acessibilidade
alcançado. A primeira parte consta de configurações e o modo de
navegação de dois dos leitores de tela mais utilizados no Brasil, o DosVox
que é gratuito e o Jaws que é proprietário. A segunda parte consta de
apresentar as principais recomendações técnicas de acessibilidade para
criar páginas Web acessíveis. Tais recomendações são padrões
internacionais da WAI (Web Accessibility Iniative), divisão do consórcio
W3C (World Wide Web Consortium). O documento vigente é o WCAG 1.0
(Web Content Accessibility Guideline 1.0) que possui 14 recomendações.
3. MÉTODO
Buscas na Internet, em sítios de ferramentas assistivas de acesso à
Internet e sítios da W3C/WAI entre outras.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. A importância da Web para as pessoas cegas
O Brasil foi um dos primeiros países a adotar o sistema braille de escrita
para cegos, abrindo as portas da cultura para estas pessoas, ainda na
segunda metade do século XIX. Porém, ao contrário do que poderia parecer,
o acesso à informação ainda se constitui num grave problema para estas
pessoas. Devido ao alto custo de produção e à necessidade de
equipamentos e de pessoal especializado, o acervo de obras em braille que
dispomos atualmente não vai muito além de livros escolares, algumas
publicações técnicas e um número relativamente pequeno de obras
literárias. A crescente demanda de informações atualizadas para o bom
desempenho acadêmico e profissional é um importante fator gerador de
desvantagem para os cegos. Neste contexto, a informática - e mais
especificamente a Web - aparece como um poderoso aliado, capaz de
suprir esta demanda por informação atualizada, desde que existam
condições de acessibilidade. Tais condições podem se tornar realidade
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quando os construtores de sítios como designers e desenvolvedores
aplicam os requisitos técnicos de acessibilidade. Também, não se pode
esquecer que gestores de sítios, empresas e outros profissionais devem ter
consciência da importância da iniciativa da acessibilidade na Web.
4.2. Como as pessoas cegas acessam o computador
Para usar um computador, as pessoas cegas precisam de algo que
substitua o mouse e que lhes explique o que está sendo mostrado na tela.
Estamos usando o termo "explicar", em vez de "ler", porque, além de saber
o que está escrito, elas precisam também de saber se aquilo é um título,
um campo editável, uma caixa de diálogo, uma lista, um botão... Para
desempenhar estas funções, as pessoas cegas utilizam um tipo especial de
software, bastante complexo, chamado genericamente de "leitor de tela".
Este software disponibiliza as informações em forma de texto, que é então
lido por um sintetizador de voz, ou mostrado num display braille. Esses
displays são muito raros no Brasil, devido ao seu alto custo, incompatível
com a nossa realidade. Além de disponibilizar as informações, o leitor de
tela tem que interagir com o usuário, pois este precisa ter o controle do
que está lendo. Ele pode precisar, por exemplo, de ler um texto mais
lentamente, voltar uma frase, soletrar uma palavra, ou saber informações
sobre a formatação do texto ou sobre algum controle. No Brasil, são
utilizados três leitores de tela: Dosvox, Virtual Vision (ambos desenvolvidos
no Brasil) e Jaws for Windows. O primeiro deles não é exatamente um
leitor de tela; é um ambiente especial, que possui vários produtos,
inclusive um navegador, o Webvox. Todos estes leitores de tela foram
desenvolvidos para o ambiente Windows, mas já existem softwares
análogos para Unix, tais como o Emacspeak _ uma interface de áudio para
Linux - e o gnopernicus - um leitor de telas que está sendo desenvolvido
para o ambiente Gnome, que implementa uma interface gráfica para
sistemas Unix. Porém, como qualquer software, estes também possuem
limitações. Eles não são capazes, por exemplo, de interpretar uma
informação apresentada em formato gráfico, mesmo que o seu conteúdo
seja um texto. Além disso, para substituir o mouse, eles utilizam
basicamente os recursos de navegação do Windows através do teclado.
Conseqüentemente, se algum elemento apresentado na tela não puder ser
focado através dos recursos de navegação do teclado, dificilmente ele será
acessível para um usuário cego.
4.3. Acessibilidade na Web
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A finalidade da acessibilidade na Web é permitir o acesso à Web por todos,
independentemente do tipo de usuário, situação ou ferramenta. Segundo
Tim Berners-Lee, diretor do W3C e inventor da World Wide Web, “O poder
da
Web
está
na
sua
universalidade.
Ser acessada por todos, independente de deficiência, é um aspecto
essencial”.
W3C/WAI/WCAG:
A WAI (Web Accessibility Initiative), divisão da W3C, criou as
recomendações de acessibilidade do conteúdo da Web (WCAG 1.0) que
aborda técnicas a serem implementadas por designers e desenvolvedores
Web. Um sítio com conteúdo acessível irá beneficiar, em muito, as pessoas
cegas e com outras deficiências como auditiva e motora, mas estende
benefícios para usuários em diversas situações, tais como: usuários de
dispositivo móvel com tela pequena, acesso à Internet com conexão lenta,
equipamento sem áudio, impressora monocromática, outros navegadores
que não os mais comuns, ambiente ruidoso ou com luminosidade precária,
usuários temporariamente impossibilitados de exercer certas ações e
idosos. O WCAG 1.0 possui níveis de prioridade 1, 2 e 3; e níveis de
conformidade A, AA e AAA.
Padrões Web (Web Standards):
Além de seguir as recomendações do WCAG, os técnicos podem seguir os
padrões Web que foram concebidos para dar os maiores benefícios ao
maior número possível de usuários da Web, assegurando ao mesmo tempo
a viabilidade em longo prazo de qualquer documento que seja publicado na
Web. Além de oferecer vantagens na questão da acessibilidade, os padrões
Web possuem outros benefícios como: o conteúdo Web continuará estável
em novas versões de navegadores; facilidade na manutenção; mais rapidez
no carregamento dos arquivos; redução de custo.
Testes e avaliações:
É fundamental que se efetue testes para verificar se os requisitos de
acessibilidade estão em conformidade com as recomendações do WCAG, no
início, meio e fim de construção de um sítio. Os métodos de testes são: 1)
Avaliação automática de acessibilidade. Trata-se de softwares que verificam
o nível de acessibilidade de páginas Web baseadas nas conformidades do
WCAG 1.0. Para cada página avaliada, este software apresenta, se for o
caso, uma lista dos problemas que devem ser corrigidos para que a página
se torne acessível. 2) Avaliação humana. Contudo, existem muitos
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aspectos que não podem ser avaliados por programa, pois dependem do
conteúdo, fazendo-se necessária a avaliação humana. É relevante a
avaliação pelo técnico e por usuários reais. A avaliação humana se constitui
de testes em diferentes navegadores, testes de cores, navegação via
teclado e com leitores de tela, entre outras.
4.4. Os Leitores de Tela
Para proporcionar um bom nível de interação com o usuário, os leitores de
tela possuem um grande número de comandos de configuração, navegação
e leitura. Desta forma, uma perfeita utilização do seu potencial só é
alcançada após muitas horas de utilização, o que não seria nada prático
para os webdesigners.
Assim, para dois leitores de tela, foi selecionado um subconjunto mínimo
dos comandos necessários e suficientes para que um sítio seja testado em
relação à sua acessibilidade para deficientes visuais. Com base nestes
subconjuntos de comandos, foi elaborada uma apresentação breve, porém
muito específica, visando transmitir aos webdesigners, na prática, a
experiência de uma pessoa cega acessando a web, bem como motivá-los a
testar a acessibilidade dos seus sítios, através do uso destes leitores.
Webvox. Este não é exatamente um leitor de tela. É o navegador do
Sistema Dosvox, um ambiente computacional para cegos, que possui
muitos outros aplicativos e foi desenvolvido por uma equipe do Núcleo de
Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Não
possui muitos recursos, mas é bastante utilizado, porque pode ser baixado
da web e utilizado gratuitamente. Atualmente, o Dosvox já possui um leitor
de tela muito simples, o Winvox.
Virtual Vision. É o primeiro leitor de tela desenvolvido no Brasil. Possui
duas versões: o VV2, versão mais limitada, para Windows 95/98/Mi; e o
VV4, versão com mais recursos, para Windows 2000/XP.
Jaws for Windows. Este é um dos dois leitores de tela mais usados em todo
o mundo. Possui muitos recursos e está sendo constantemente atualizado.
Porém, o seu elevado custo inviabiliza a sua utilização maciça pelos cegos
brasileiros.
5. REFERÊNCIAS
DOSVOX. Disponível em http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox .
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HTML
Techniques
for
WCAG
1.0.
Disponível
em:
http://www.w3.org/TR/WCAG10-HTML-TECHS/ . [2005 ago 23].
Jaws
for
Windows.
Disponível
http://www.freedomscientific.com/fs_products/software_jaws.asp
Virtual
Vision.
Disponível
dv/vvision/index.asp .
em:
em
http://www.micropower.com.br/d
WCAG 1.0 (Web Content Accessibility Guidelines 1.0). Disponível em:
http://www.w3.org/TR/WCAG10/ [2005 ago 23].
Web Standards Project. Disponível em: http://www.webstandards.org .
[2005 ago 23]
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sítio ATIID - disponível em: http://www.fsp.usp.br/acessibilidade
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