41 ADAPTAÇÕES MUSCULARES COM O ENVELHECIMENTO AGING MUSCLE ADAPTATION Fernando de Aguiar Lemos1 Resumo: A disfunção muscular com o envelhecimento tem sido considerada um dos principais fatores limitantes do exercício físico. Alterações decorrentes da disfunção muscular reduzem à capacidade de produção de força e resistência à fadiga, o que leva indivíduos idosos a apresentarem menor tolerância ao exercício. Todas estas situações limitam o metabolismo muscular e alteram a estrutura e a função tecidual. Técnicas de avaliação física são necessárias para identificar características do tecido muscular em respostas a diferentes tipos de estresse físico agudo e/ou crônico. Neste estudo foi realizada uma pesquisa digital no Portal de Periódicos Capes, Pub Med e Medline, três principais temas foram identificados: 1) Influência das alterações neuromotoras com o envelhecimento; 2) Sarcopenia; 3) Cuidados na prescrição do treinamento de força para o idoso. Um total de 26 revistas voltadas a áreas da educação física como fisiologia; biomecânica; cinesiologia; treinamento físico e medicina do esporte foi consultado. Foi observado que quanto maior os níveis de sarcopenia menor a capacidade de força e resistência muscular. Além disso, há uma falta de caracterização prévia biomecânicas nos diferentes estágios do envelhecimento e correlações com movimentos que envolvam as atividades de vida diária destes sujeitos. Palavras-chaves: Envelhecimento, musculoesquelético, biomecânica, fadiga muscular. Abstract: Muscle dysfunction has been considered main factor limiting of exercise. Muscle dysfunction alterations reduce the ability muscle force and fatigue resistance, which leads the elderly to have lower exercise tolerance. All these conditions limit the muscle metabolism and alter the structure and function of tissues. Evaluation techniques are needed to indentify physical characteristics of muscle tissue in response to different types of acute or chronic physical stress. Research was conducted on the website http://www.capes.gov.br/ (Portal de Periódicos CAPES), Pub Med and Medline, three main themes were identified: 1) Influence of neuromotor changes with aging, 2) Sarcopenia, 3) Carein the prescription of strength training for the elderly. A total of 26 journals about physical education area such as biomechanics, kinesiology, physical training and sports medicine were consulted. It was observed that the when higher sarcopenia levels, lower muscle force and endurance ability. Moreover, there is a lack of prior biomechanical characterization at different stages of aging and correlation with movements involving the daily activities of these subjects. Key words: Aging, musculoskeletal, biomechanics, muscle fatigue. Introdução Com o avanço da medicina e os recursos tecnológicos voltados a promoção da saúde é observada um aumento da expectativa de vida mundial. Contudo, paralelamente a isto também ocorre por parte da população aumento de inúmeros hábitos inapropriados a saúde, gerando um estilo de vida sedentário impedido o alcance da terceira idade com a qualidade de vida apropriada, (CARPINELLI et al., 1998; BAKER et al., 2004). 1 Mestre em Ciências do Movimento Humano – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor da Faculdade Cenecista de Osório, Faculdade de Educação Física, Osório/RS, Brasil. [email protected] Revista Vento e Movimento – FACOS/CNEC Osório Nº 1, Vol. 1, ABR/2012 42 Dentre os principais fatores que afetam a qualidade de vida com o envelhecimento, a redução da capacidade de produção de força muscular tem sido um dos mais abordados dentro dos centros de pesquisas voltados ao exercício. Isto porque o tecido muscular além de proporcionar uma estabilização corporal, também é responsável pela a geração de movimento e por auxiliar de forma integrada o nível de atividade biológica os órgãos corporais, (JEFFREY AND JERE, 1998; VICENT et al., 2002). Desta forma, entender mecanismos que possam incapacitar indivíduos idosos, diminuindo sua autonomia, torna-se de grande importância. Neste sentido, esta revisão de literatura tem o objetivo de mostrar de forma atualizada as características musculares com o envelhecimento, bem como apresentar os cuidados necessários durante os métodos de intervenção. Influência das alterações neuromotoras com o envelhecimento Idosos apresentam uma capacidade reduzida de captar informações sensoriais originadas por perturbações do meio ambiente, o que leva a uma dificuldade de adaptação durante a locomoção. Isto ocorre, devido à organização, análise e transmissão das informações mais lenta no sistema nervoso. Com o grande déficit sensitivo que ocorre no envelhecimento, o estímulo chega a vias centrais com uma frequência e intensidade desregulada. Concomitante a uma informação sensorial prejudicada, uma queda na associação integrada destas informações também estão em desvantagem devido a uma redução da massa branca cerebral. A resposta final motora, por sua vez, é desta forma prejudicada tanto pela redução da informação sensória, quanto uma menor integração da informação, além de uma redução na quantidade de neurônios motores. A dificuldade de captação e processamento das informações sensoriais tem sido fortemente correlacionada com o decréscimo da massa branca no cérebro de idosos, (CALLISAYA et al., 2009). A massa branca tem a função de constituir os Revista Vento e Movimento – FACOS/CNEC Osório Nº 1, Vol. 1, ABR/2012 43 múltiplos feixes de axônios que transmitem as informações de uma célula nervosa para outra. Baloh e Jacobson (2003) aplicaram o teste “Tinetti Score” em idosos. Este teste é utilizado para avaliar a disfunção na marcha e no balaço. Durante dez anos em 59 idosos normais, os autores observaram uma correlação significativa deste teste com a redução do volume de massa branca no cérebro. Os autores sugerem que a deficiência de massa branca no cérebro ocasiona interrupção dos reflexos descendentes em níveis periféricos, afetando negativamente o equilíbrio e consequentemente a marcha. Os prejuízos destes reflexos descendentes somados a dificuldades posturais influenciam diretamente na variabilidade do movimento, (LAUDANI et al., 2006). A fase de transição da postura estática para o movimento da caminhada é fortemente alterada com o envelhecimento. Para indivíduos idosos o comportamento motor da posição parada para o deslocamento resulta em uma dificuldade de deslocamento do centro de pressão (COP) à frente, reduzindo, dessa forma, o comprimento do passo inicial. Tal fato ocorre por ser parte de um mecanismo compensatório que busca um ajuste postural dos sujeitos antes de inicializar o movimento, (BALOH et al., 2003; LAUDANI et al., 2006; CALLISAYA et al., 2009). Uma possível explicação para deficiência motora com o envelhecimento é a maior perda de neurônios motores do tipo alfa que inervam as fibras musculares do tipo II (rápidas) que com o aumento da idade tendem atrofiar com posterior apoptose tecidual. Contudo, as fibras de contração lenta do tipo I parecem sofrer em menor magnitude com o processo de envelhecimento quando comparadas a fibras de contração rápida do tipo II. Narici e Maganaris (2003), citam que a perda de fibras rápidas ocorre a partir da sexta década de vida com maior magnitude nos membros inferiores. Sarcopenia e Arquitetura Muscular A perda da massa muscular com o envelhecimento é definida como sarcopenia (HEPPLE, 2009). Este fenômeno pode alterar diretamente a arquitetura muscular, que é definida como o arranjo das fibras dentro do ventre muscular em relação à Revista Vento e Movimento – FACOS/CNEC Osório Nº 1, Vol. 1, ABR/2012 44 linha de ação da força do tendão, (LIBER, 1988; LIBER AND FRIDEN, 2001). Dentro da perspectiva da arquitetura muscular, é observada uma redução do comprimento das fibras musculares, do ângulo de penação das fibras muscular e da espessura deste tecido. Além disso, também é observada uma redução da área de secção transversa anatômica (CSA) e área de secção transversa fisiológica (ASTF), bem como do volume muscular (VM), (KAWAKAMI et al., 1993a; LIBER AND FRIDEN, 2000; NARICI et al., 2003; KAWAKAMI AND FUKUNAGA, 2007). KUBO et al (2003), ao analisar a arquitetura muscular de mulheres entre 20 e 70 anos, evidencia uma forte redução do ângulo de penação e espessura de musculaturas anti-gravitacionais como o quadríceps e em menor magnitude no gastrocnêmio. Segundo os autores a menor redução dos flexores plantares seria devido a maior ativação relativa em movimentos como marcha, saltos ou corridas desta musculatura comparada aos extensores de joelhos. Desta forma, parece que todas estas alterações alteram as propriedades mecânicas musculares que é definida como a capacidade de produção de força em diferentes comprimentos, velocidades e no tempo, (AAGAARD et al., 2001; MCHUGH, 2003; HUNTER et al., 2004). A figura 1 apresenta os principais aspectos referentes à arquitetura muscular. Figura 1: a) Representação esquemática da ASTA: área de secção transversa anatômica e ASTF: área de secção transversa fisiológica. b) Representação esquemática do comprimento do fascículo, ângulo de penação do fascículo e da espessura muscular. Revista Vento e Movimento – FACOS/CNEC Osório Nº 1, Vol. 1, ABR/2012 45 Além disso, a capacidade de geração de força muscular além de depender de fatores intrínsecos (estrutura muscular), também depende de fatores extrínsecos (capacidade de ativação da unidade motora) e de fatores mecânicos que é exemplificado pelo braço de momento atuante no músculo devido ao seu posicionamento articular, (KREVOLIN et al., 2004a). Cabe ressaltar, que todas as características musculares referidas até então, sofrem influência direta das exigências motoras diárias e que estas estão reduzidas com o processo natural do envelhecimento, (CARPINELLI et al., 1998; IANNUZZI-SUCICH et al., 2002; CALLISAYA et al., 2009). Entretanto, o envelhecimento ocorre de forma distinta entre as pessoas, dependendo do gênero, etnia, alguma doença, nível de atividade física e ambiente de vida. Por fim, muitos indicadores de sarcopenia têm sido utilizados na literatura, são eles: perda da massa muscular, perda de peso, fadiga, fraqueza, diminuição na velocidade da caminhada, diminuição no equilíbrio e no nível de atividade física, (IANNUZZI-SUCICH et al., 2002; CALLISAYA et al., 2009). Cuidados na prescrição do treinamento de força para o idoso Treinamento de força para sujeitos idosos nas últimas décadas é uma das intervenções mais utilizadas para aumentar o desempenho, auxiliar na reabilitação e na prevenção de lesões. O tipo de exercício prescrito dentro de uma metodologia de treinamento físico para idosos depende diretamente da relação entre a carga, frequência e o volume de treinamento. Contudo, a estrutura metodológica do treinamento de força depende da situação física e psicológica do sujeito associada ao objetivo a ser alcançado (força, potência ou hipertrofia),(DIFRANCISCODONOGHUE et al. 2007; BURT et al., 2007; BLAZEVICH, 2007a). Neste sentido, o treinamento de força para idosos é basicamente direcionado para alterar a estrutura morfológica e fisiológica do sistema músculoesqueletico em resposta ao estímulo aplicado, gerando assim, uma adaptação funcional destes tecidos, (LIBER AND FRIDEN, 2000; HENWOOD et al., 2006). Revista Vento e Movimento – FACOS/CNEC Osório Nº 1, Vol. 1, ABR/2012 46 Entretanto, com o processo de envelhecimento uma grande quantidade de doenças que afetam o sistema músuloesqueletico devem ser consideradas. Situações como a osteoartrite articular, tendinites, síndromes posturais, lesões ligamentares, próteses articulares, bem como o déficit no controle motor e a sarcopenia são limitações que exigem uma avaliação física prévia com um grau de elaboração capaz de identificar tais limitações, (SHARMA et al., 2001; GEORGE AND DAVID, 2003; MAIRET et al., 2008; COOKE et al., 2007b). Após a identificação das limitações individuais do indivíduo como um todo, torna-se necessário observar o que o movimento específico proporciona dentro de um parâmetro articular isolado e integrado ao corpo, (KALAPOTHARAKOS et al., 2005; DURALL et al., 2006) . Desta forma, alguns princípios do treinamento físico devem ser respeitados. Princípios como a especificidade da ação muscular isolada, do grupamento muscular, da fonte de energia e da velocidade de treinamento, (HUNTER et al., 2004; KELLY et al., 2007) . Desta forma, cabe ao profissional de educação física primeiramente identificar as limitações musculoesqueléticas e organizar estratégias de periodização. Ainda, durante a prescrição de treinamento, deve ser respeitada a capacidade de adaptação dos tecidos dentro da estrutura fisiológica que o aluno se encontra, e em resposta ao tipo de estímulo proporcionado. Considerações Finais A prescrição de exercícios físicos para indivíduos idosos é uma tarefa que envolve a interação de técnicas de periodização com a fisiologia, biomecânica e cinesiologia do organismo. Por meio desta revisão foi possível observar que, quando se trata de resposta muscular ao treinamento físico para indivíduos idosos, muitos fatores podem interferir no aumento do condicionamento físico desta população. Com a progressão do envelhecimento, adaptações morfológicas como a redução da massa muscular, a atrofia seletiva de fibras do tipo II, déficit no controle motor, podem proporcionar maior deficiência motora. Isto, por sua vez, altera a forma de manifestação da força e pode contribuir para a intolerância ao exercício. A Revista Vento e Movimento – FACOS/CNEC Osório Nº 1, Vol. 1, ABR/2012 47 compreensão dos aspectos fisiologia e biomecânica do envelhecimento são importantes para determinar de forma adequada a intensidade da carga e o volume de trabalho muscular durante o treinamento físico. Entretanto, ainda é preciso um aprofundamento de estudos que envolvam métodos de treinamento preventivo de doenças osteoarticulares que são geradas durante o processo de envelhecimento corporal. Referências AAGAARD, P. et al. A mechanism for increased contractile strength of human pennate muscle in response to strength training: Changes in muscle architecture. Journal of Physiology, v. 534, n. 2, p. 613-23, 2001. BAKER, J. S. et al. Strength and body composition parameters: Single versus triple set resistance-training programmes. Journal of Human Movement Studies, v. 46, n. 4, p. 275-87, 2004. BALOH, R.W.; JACOBSON, K.M. A longitudinal Study of Gait and Balance Dysfunction in Normal Older People. 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