SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ O comportamento do consumidor: fatores determinantes no processo de reconhecimento e valor dos passageiros da Viação Garcia no transporte rodoviário Henrique Stropa Bacharel em Administração de Empresas Faculdade Pitágoras – Londrina – Paraná [email protected] Márcia Célia Galinski Coordenadora do Curso de Tecnologia em Gestão Portuária Professora do Curso de Administração, Gestão Portuária e Gestão de Pessoas Unaerp – Universidade de Ribeirão Preto – Campus Guarujá Unimonte – Universidade Monte Serrat - Santos [email protected] Este simpósio tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee Resumo Está cada vez mais evidente a importância das empresas repensarem o seu relacionamento com o seu público-alvo, pois estes estão cada vez mais conscientes, atuantes e exigentes. As ações de marketing devem considerar o gerenciamento da cadeia de valor e outros elementos que abarcam na busca da excelência e satisfação dos seus consumidores. Neste contexto, torna-se imperativo conhecer os fatores considerados na escolha dos serviços e produtos. Este artigo apresenta um estudo de caso em uma empresa do setor de transportes rodoviários, e tem o objetivo descrever os principais fatores que influenciam o comportamento de compra dos passageiros da Viação Garcia no transporte rodoviário; e identificar o perfil e o nível de satisfação destes. Procedeu-se uma pesquisa descritiva; pesquisa bibliografia e documental; e estudo de caso. Verificou-se que os motivos que levam os passageiros a optarem pela Viação Garcia é a qualidade do serviço prestado, levando em consideração o atendimento dos funcionários, cordialidade dos motoristas, frota e o conforto dos ônibus da empresa. A pesquisa apontou um índice de satisfação superior a 80% com relação à empresa. Palavras-chave: marketing de serviços; comportamento do consumidor; transporte rodoviário. Seção 1 – Curso de Administração. Apresentação: pôster. -1- 1. Introdução Com o crescimento do setor de serviços, o marketing se torna uma peça fundamental no planejamento estratégico das empresas. Conhecer como se comporta o mercado e as formas de agir e gerenciar essas mudanças, identificar quais são seus pontos fortes e como podem ser utilizados para a melhoria da empresa e sociedade e empreender ações para que os pontos fracos sejam minimizados, são aspectos importantes a serem considerados para o sucesso empresarial. Neste sentido, o profissional de marketing deve fornecer a empresa ferramentas que alavanquem o crescimento da empresa de forma que se diferencie dos seus concorrentes, fazendo com que sua empresa se torne competitiva. Atualmente, muitas empresas estão se deparando com a necessidade de uma segmentação ou um posicionamento de mercado, assim, focalizando toda sua força em um segmento determinado, buscando atender esses consumidores potenciais, de forma customizada e tem o objetivo de fidelizar e criar um elo entre a marca e o cliente. Para isso, as organizações estão incorporando inovações tecnológicas visando à modernização e agilidade de seus processos operacionais e táticos, muitas utilizando o marketing como fontes de estudo do mercado. O marketing é uma ferramenta no qual pode-se identificar onde estão esse grupo ou segmento, podendo estudar como agem perante a sociedade em que estão inseridos, quais são seus desejos e suas expectativas de consumo. Diante deste cenário, a problemática que instigou presente trabalho foi conhecer: “quais os principais fatores que influenciam o comportamento de compra dos passageiros da Viação Garcia na escolha da empresa de transporte rodoviário?” Desta forma, o presente artigo tem como objetivo descrever os principais fatores que influenciam o comportamento de compra dos passageiros da Viação Garcia no transporte rodoviário; identificar o perfil e o nível de satisfação destes. Utilizou-se uma pesquisa descritiva de cunho quantitativo e qualitativo e a coleta de dados foi por meio de livros, documentos, trabalhos científicos e um estudo de caso realizado na Empresa Viação Garcia. 2 Marketing: conceitos e abrangência Kotler e Armstrong (2006) salientam que o marketing não é um fenômeno recente, pois é entendido e praticado como tal no Brasil há quatro décadas. O crescimento da renda per capita da população brasileira, ao lado dos estímulos crescentes à população e à exportação, tem contribuído para a adoção do marketing no Brasil. Destaca-se que o marketing é o processo social e gerencial através do qual os indivíduos e grupos obtêm aquilo que desejam e de que necessitam, criando e trocando produtos e valores uns com os outros. O conceito mais básico do marketing é o das necessidades humanas, o homem possui várias necessidades complexas, essas necessidades não são -2- criadas pelos profissionais de marketing, é uma parte básica da constituição do homem quando uma necessidade não é satisfeita, ele tenta reduzi-la ou procura um objeto que a satisfaça. Já os desejos são necessidades humanas moldadas pela cultura e pelas características individuais. À medida que a sociedade evolui, os desejos de seus membros aumentam. O marketing é uma ferramenta da administração, que em suas várias faces também é responsável pela gestão empresarial, administração do departamento, dos recursos, das campanhas, do planejamento da organização, dos estudos de mercado e clientes, do relacionamento interno e externo e muitos outros fatores que compõem a função de administração de marketing. Para ter uma excelente administração de marketing, é necessário pensar na organização como um todo. Sem que todos os departamentos trabalhem em sintonia para o objetivo ser alcançado com sucesso, é impossível obter resultados satisfatórios. O pensamento predominante é que um setor depende do outro para realização de suas atividades. De acordo com American Marketing Association (Apud Churchil; Peter, 2004, p.4) “marketing é o processo de planejar e executar a concepção, estabelecendo preços, promoção e distribuição de idéias, produtos e serviços a fim de criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais”. Tendo a sua essência o processo de troca entre as organizações e os clientes de forma que se possam beneficiar ambos. Segundo Churchill e Peter (2004) no marketing participam dois tipos de clientes: o primeiro sendo os compradores organizacionais que compram bens para empresas ou órgãos governamentais ou para o uso de suas empresas, sendo compras com uma finalidade especifica. O segundo são os consumidores, no qual compram bens para o uso próprio ou de familiares e amigos, a fim de satisfazer suas necessidades e desejos, resolver problemas ou melhorar sua vida. Com a globalização e o desenvolvimento de tecnologias gerou a necessidade de melhor conceituar o marketing, explicando sua natureza. Kotler e Keller (2006, p.4) salientam que “o marketing envolve a identificação e a satisfação das necessidades humanas e sociais [...] pode-se dizer que ele supre necessidades lucrativamente”. Kotler e Armstrong (2007, p.4) complementam que entendendo bem as necessidades e expectativas dos clientes, o profissional de marketing poderá desenvolver produtos e serviços que ofereçam valor superior; definir preços; distribuir os produtos e promovê-los de maneira eficiente, esses produtos serão vendidos com facilidade. Dalrymple e Parsons (2003) salientam que um dos desafios do marketing é encontrar um grupo de clientes e identificar suas necessidades, para que bens e serviços apropriados sejam desenvolvidos, uma vez que a organização tenha um produto, o pessoal de marketing elabora os planos de definição de preços, promoção e distribuição para fazer esses itens passarem às mãos do cliente. Atualmente, uma nova abordagem tem direcionado as atividades de marketing. Kotler e Keller (2006) apresentam o conceito do marketing holístico, que visa dimensionar maior amplitude ao conceito tradicionalmente reconhecido. Desta forma, esta abordagem identifica e -3- contempla quatro temas amplos que devem ser considerados nas ações e intenções das organizações: marketing interno, marketing integrado, marketing de relacionamento e marketing socialmente responsável, sendo que, este último aborda questões extremamente críticas para o desenvolvimento sustentável, entre elas, a ética, o meio ambiente, os aspectos legais e a sociedade. Conforme Galinski e Silva (2009, p.11), no complexo mercado mundial um novo cenário se destaca e para alcançar um desenvolvimento sustentável, as empresas do amanhã deverão ser capazes de aprender rapidamente e de mudar de forma ágil, quando preciso. Para atingir este dinamismo, “a empresa deve inspirar seu pessoal a atingir novos patamares de excelência, eficiência e inovação, apoiado por um senso de comprometimento e responsabilidade com os aspectos sociais e ambientais inerentes ao contexto organizacional, rumo às práticas de sucesso”. Para que o marketing crie valor e faça o cliente sentir-se satisfeito é necessário que o composto esteja integrado, de forma que possa ser altamente eficaz, assim o consumidor pode encontrar o produto quando deseja, onde deseja, na hora certa e pelo preço que acha justo em relação à aquisição, pensando como comprador. O mix de marketing é o conjunto de ferramentas de marketing táticas e controláveis que a empresas combina para produzir a resposta que deseja no mercado-alvo. Consiste em tudo que o que a empresa pode fazer para influenciar a demanda de seu produto. As diversas possibilidades podem ser agrupadas em quatro grupos de variáveis conhecidas como os 4ps: produto, preço, praça e promoção. (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 42). Através desse composto é possível que as estratégias sejam controladas de acordo com a demanda e necessidade do mercado e do público-alvo, adequando o mix para que a resposta em relação ao produto ou serviço seja positiva, pode-se dizer que é um conjunto de ferramentas de marketing que operam juntas para atingir o sucesso. Esse mix possui quatro variáveis controláveis, essas são: produto, preço, promoção e praça: 2.1 Marketing de serviços Os serviços têm a sua origem na idade média, a expansão dos serviços profissionais ocorreu durante o século XVI, como resultado do desenvolvimento do capitalismo e da expansão da tecnologia industrial. Durante séculos, os profissionais se empenharam para distanciar-se cada vez mais das outras áreas de atividade, criando práticas exclusivas para se protegerem da concorrência do mercado. (KOTLER, HAYE; BLOOM, 2002) Hoffman e Bateson (2003) relatam que os últimos 30 anos, ocorreram mudanças substanciais no ambiente global dos negócios. Setores emergentes de serviços (com ou sem lucro) estão dominando as economias que antes eram conhecidas por industriais, coincidindo com o crescimento da economia global dos serviços tem exigido empresas que tenham profissionais preparados para enfrentar essas mudanças. -4- Lovelock e Wirtz (2006) salientam que o serviço tem passado uma mudança drástica ao decorrer dos tempos, pois, continuamente são lançados serviços novos sanando necessidades existentes. O setor de serviços compreende um amplo conjunto de indústrias que vende a consumidores empresariais e individuais, representando uma grande fatia do mercado e sendo responsável pela geração de vários empregos. De acordo com pesquisa publicada em jul/2011 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o setor representa 69% do PIB e participa com 70% da mão de obra empregada no país. (AGÊNCIA BRASIL, 2011) Churchill e Peter (2003) afirmam que o marketing de serviços associa-se em alguns aspectos do marketing de produtos tangíveis ou bens. Pois, do ponto de vista do marketing, bens e serviços são drasticamente diferentes. Ambos são produtos destinados a oferecer valor aos clientes em uma troca. Assim, quer vendam bens ou serviços, as empresas precisam coletar e interpretas as informações sobre o que os compradores potenciais valorizam. Depois devem criar um composto de marketing destinado a criar valor para um grupo de clientes. Segundo Dalrymple e Parsons (2003) os serviços têm características especiais que afetam o modo como os programas de marketing são criados e executados, sendo divido em: intangibilidade, perecibilidade, inseparibilidade, variabilidade e relacionamento com o cliente. É importante salientar que a estratégia para o marketing de serviços requer estabelecer um excelente relacionamento com o cliente. Churchill e Peter (2003) descrevem que os clientes muitas vezes participam da produção de muitos serviços. Dalrymple e Parsons (2003) ressaltam que as relações entre organizações de serviços e clientes se caracterizam como estreitas e duradouras, assim, o tratamento com o cliente deve ser o melhor possível. O objetivo de um bom relacionamento com os clientes é fazer como que se torne mais fácil a venda de novos serviços. A tarefa da companhia de serviços é desenvolver um relacionamento contínuo de modo que os clientes resistam à sedução dos concorrentes e voltem a comprar cada vez mais. 3 Comportamento do consumidor Solomon (2002, p.24) destaca que o campo do comportamento do consumidor abrange uma ampla área: é o estudo dos processos envolvidos quando indivíduos ou grupos selecionam, compram, usam ou dispõem de produtos, serviços, idéias ou experiências para satisfazer necessidades ou desejos. Já Shiffman e Kanuk definem: Compreender o consumidor é uma função essencial do marketing para que ele possa cumprir plenamente seus objetivos no desenvolvimento, na produção e na colocação no mercado de bens e serviços apropriados e capazes de satisfazer as necessidades e desejos dos consumidores, contribuindo, assim, efetivamente para o sucesso do negócio. (apud SAMARA; MORSCH, 2005, p.2) -5- Para Mowen e Minor (2003, p. 3) “o comportamento do consumidor é definido como o estudo das unidades compradoras e dos processos de troca na aquisição no consumo e na disposição de mercadorias, serviços, experiências e ideias.” Sendo divididos em: a) Processo de troca: os recursos são transferidos entre duas partes onde uma parte vende o seu serviço ou produto e a outra adquire tal serviço ou produto. b) Fase de aquisição: são os fatores primordiais que influenciam na escolha do produto ou serviço. As pessoas podem adquirir um produto para expressar a outros certas ideias e significados a respeito das mesmas. c) Fase de consumo: nessa fase é estudada de qual forma os consumidores utilizam na um produto ou serviço. A investigação sobre o processo de consumo é particularmente importante para os setores de prestação de serviços. d) Fase de disposição: analisam o nível de satisfação dos consumidores após a compra de produto ou serviço e o porque estão cansados de usá-los. O modelo de tomada de decisão do consumidor une os conceitos psicológicos, sociais e culturais e está dimensionado em três séries de variáveis: as variáveis de input, as variáveis de processo e as variáveis de output. As variáveis de input que afetam o processo de tomada de decisão incluem os esforços comerciais de marketing, assim como as influências não comerciais do ambiente sóciocultural do consumidor. As variáveis de processo de tomada de decisão são influenciadas pelo campo psicológico do consumidor, que inicia o reconhecimento de uma necessidade, a busca de informação de pré-compra e a avaliação das alternativas do consumidor. A última fase do modelo é representada pelas variáveis de output, que inclui a compra real - a compra teste e a compra repetida -, e a avaliação pós-compra. A avaliação do pré-compra e do pós-compra retorna em forma de experiência para o campo psicológico do consumidor, e orientam futuros processos de tomada de decisão. Nesse sentido, segundo Kotler e Keller, (2006, p.173) o comportamento de compra do consumidor é influenciado por fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos. Os fatores culturais exercem a maior e mais profunda influência. Segundo Kotler e Armstrong (2007) o comportamento de compra dos consumidores se refere ao comportamento de compra dos consumidores finais – indivíduos e família que compram bens para consumo pessoal. Todos esses consumidores finais juntos formam o mercado consumidor. As compras são influenciadas pelas características pessoais, sociais, culturais e psicológicas. Na maior parte das vezes, os profissionais de marketing não podem controlar esses fatores, mas devem levar em consideração. -6- Mowen (2003) salienta que, durante e depois do consumo os consumidores desenvolvem sentimento de satisfação ou insatisfação. A satisfação do consumidor é a atitude referente a um produto ou serviço após sua compra e uso. A satisfação pós-compra é a atitude referente a um produto ou serviço após sua compra e uso. Essas atitudes definem se o cliente voltará a comprar o produto ou se falará favorável ou desfavoravelmente sobre ele para outras pessoas. Para Dalrymple e Parsons (2003) a insatisfação pós-compra enfatiza que os produtos os serviços que não sobrevivem às expectativas do comprador em relação à durabilidade e ao desempenho, resultam em insatisfação do cliente. A reação mais comum é o retorno do cliente no local de compra para e exigir uma troca do produto, um reembolso ou conserto. Se o problema for tratado de forma adequada pela organização, a atitude perante o produto será restaurada e provavelmente o cliente comprará de novo. Todavia, se não há uma preocupação pela solução dos problemas do cliente elas podem gerar a perda dos clientes nos mercados de pouco valor. Kotler e Keller (2006, p.196) mencionam, “Os consumidores insatisfeitos, por sua vez, podem abandonar ou devolver o produto. Também podem buscar informações que confirmem seu alto valor.” 4 Estudo de caso: Viação Garcia Esse trabalho tem o objetivo de descrever os principais fatores que influenciam o comportamento de compra dos passageiros da Viação Garcia no transporte rodoviário. Assim, foram coletados dados estatísticos a fim de entender e descrever o comportamento do consumidor no seu processo de compra. Esses dados são quantitativos e qualitativos, colhidos através de pesquisa direta ao passageiro da Viação Garcia- Terminal Rodoviário José Garcia Villar - Londrina. Foi realizada análise de documentos dos acervos bibliográficos da empresa. A pesquisa foi realizada no período de 01/09/10 – 03/11/10. O universo da pesquisa são todos os clientes da Viação Garcia, que constituem uma população de aproximadamente 250 mil usuários/mês. Para a realização desta pesquisa foi utilizada a estratégia de amostragem probabilística aleatória simples. Foram entrevistados 196 passageiros da Viação Garcia (108 mulheres e 88 homens), sendo aplicado na Rodoviária de Londrina, constituindo assim uma amostra com margem de confiança de 95% e erro amostral de 7%. Para a pesquisa, foi utilizado um questionário com 14 questões objetivas, aplicado entre os dias 01/10/2010 até 01/11/2010 na rodoviária de Londrina. A limitação da abrangência da pesquisa aos períodos subseqüentes ao pesquisado, deixando de ser analisados períodos de alta demanda nas vendas (Dezembro, Janeiro e Fevereiro), em função do tempo disponível e da limitação dos recursos da pesquisa. -7- 4.1 Histórico da Viação Garcia A história da empresa Viação Garcia Ltda., tem seu início em 15 de janeiro de 1934 pelo espanhol Sr. Celso Garcia Cid, nascido em 1909, no qual veio ao Brasil em 1928. A sede da empresa localiza-se na cidade de Londrina – Paraná. Na pesquisa verificou-se que a empresa possui mais de 520 pontos de vendas, sendo lojas próprias e comissionadas de passagens. Na matriz é o ponto de venda onde há uma maior demanda de passagens, sendo seguido por São Paulo e Curitiba. A empresa conta com venda de passagens pela internet onde responde pelo quarto lugar em faturamento mensal. Ao decorrer desses anos, a empresa tem conquistado rotas nas principais cidades do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso, o norte paranaense e sul paulista. A sua frota é composta por 465 ônibus divididos em: a. b. c. d. e. f. Executivo – Top Bus = 336 ônibus Convencional – Top Bus = 6 ônibus Double Class = 22 ônibus Metropolitano = 82 ônibus Leito Cama = 15 ônibus Micro Ônibus = 4 ônibus A Viação Garcia constitui um organograma em linha, onde a autoridade passa pelos níveis de gerenciamento, supervisão até chegar ao colaborador onde operacionaliza a atividade. Cada unidade fica responsável na aplicação de suas atividades e métodos de trabalho. Dos pioneiros Celso Garcia Cid e José Garcia Villar, três gerações se sucederam no comando da empresa, hoje sob a responsabilidade de José Paulo Garcia Pedriali e Gustavo Garcia Cid, netos dos fundadores. A empresa tem aproximadamente dois mil funcionários e transporta uma média de 250.000 passageiros por mês entre as 160 cidades espalhadas em Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro e tem um faturamento de R$ 32.000.000,00/mês. A empresa tem participação acionária em outras duas de transporte de passageiros – Ouro Branco e Princesa do Ivaí, com aproximadamente 100 ônibus. A empresa no dia 01 de dezembro de 2010 foi vendida para o empresário Mário Luft proprietário da Luft Logistics. 4.2 Resultados e discussões A pesquisa abordou questões sobre o perfil dos clientes e sobre o nível de satisfação com relação ao serviço prestado pela empresa. A primeira questão tem o objetivo de descobrir o principal motivo que os passageiros buscam a empresa Viação Garcia Ltda. -8- Verificou-se que os principais motivos da escolha dos passageiros são com 52% a disposição de linhas e horários, seguindo por 16% na qualidade dos serviços prestados e 12% a confiança pela empresa. E com um índice menor, 9% escolheram a empresa pelo conforto, seguindo de 4% indicação, 3% confiança pela empresa e conservação dos ônibus e por final 2% escolheram outros motivos. Outra questão procurou-se conhecer o motivo das viagens dos passageiros. Verificou-se que 34% estão viajando por motivo de trabalho, 33% estão fazendo visitas familiares, seguindo por 17% pelo turismo/passeio, 8% por motivo de saúde, 7% estudos e 2% sendo outros motivos. Para Kotler, Hayes e Blom (2002) uma empresa prestadora de serviços profissionais pode realizar algumas pesquisas prévias para identificar o que os clientes esperam dela e até onde seu desempenho atende a essas expectativas, manter clientes pode ser um desafio, mesmo que o profissional preste serviços de qualidade. A questão que buscou evidenciar a qualidade percebida pelo cliente em relação à cordialidade no atendimento nos guichês de vendas de passagens identificou que a grande maioria dos clientes, 93% estão satisfeitos com a forma que os vendedores e agentes de viagens estão realizando as vendas, seguindo por 4% os que acham que superou as expectativas e 6% estão insatisfeitos. Outro ponto importante foi qualificar o atendimento dos motoristas e fiscais de plataforma em relação a sua cordialidade e atenção na resolução dos problemas. Destaca-se que 94% estão satisfeitos com a abordagem do motorista, 5% superou as expectativas e 1% estão insatisfeitos. Os entrevistados foram indagados também sobre a satisfação com os ônibus da Viação Garcia e obteve-se o resultado: 81% estão satisfeitos com a frota da empresa, 15% estão insatisfeitos e 4% superou as expectativas. Procurou-se diagnosticar se os horários oferecidos pela empresa estão compatíveis com as necessidades dos clientes, e destaca-se que 66% estão satisfeitos com os horários oferecidos pela empresa, 31% estão insatisfeitos e 3% superou as expectativas. Observou-se na pesquisa com relação à limpeza e higienização dos ônibus que 85% dos passageiros estão satisfeitos, 10% superou as expectativas e 6% estão insatisfeitos. Com relação ao cumprimento dos horários da Viação Garcia, 79% dos passageiros estão satisfeitos, 16% estão insatisfeitos e 5% superou as expectativas. A satisfação com relação ao conforto dos ônibus foi atestada por 85% dos passageiros. A questão da acessibilidade com relação aos pontos de venda foi avaliada na pesquisa e observou-se que 90% estão satisfeitos ou mito satisfeitos. Outro aspecto importante neste setor diz respeito ao itinerário oferecido e 78% dos passageiros estão satisfeitos com o itinerário, 17% estão insatisfeitos e 5% superou as expectativas. No setor de serviços, a confiança é fator determinante na escolha da empresa e a pesquisa identificou que a Viação Garcia está transmitindo confiança aos seus passageiros, haja vista que 88% estão satisfeitos e -9- confiantes com a empresa, 7% superou as expectativas e 5% estão insatisfeitos e/ou inseguros; “A chave para criar relacionamentos duradouros com o cliente é criar valor superior a satisfação para ele” (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p.10). De forma geral o nível de satisfação dos clientes foi apontado: Qual o seu grau de satisfação geral com a empresa Satisfeito Muito satisfeito Indiferente Muito insatisfeito Insatisfeito Total geral Frequência 133 33 22 6 2 % 68% 17% 11% 3% 1% 196 100% Tabela 4.1 – Grau de satisfação geral com a empresa Fonte: Elaboração própria A pesquisa demonstra que a maioria dos passageiros da Viação Garcia está satisfeito com o serviço prestado, sendo, 69% satisfeitos, 17% muito satisfeito, 11% indiferente, 1% insatisfeito e 3% muito insatisfeito. O grau de relacionamento foi medido identificando-se o tempo de utilização do serviço. Verificou-se que 71% dos passageiros utilizam os serviços a mais de três anos, 14% entre um e três anos, 8% entre seis meses e um ano, 5% entre um e seis meses e 2% menos de um mês. A pesquisa apontou que 92% dos passageiros recomendariam os serviços, 5% não recomendariam e 3% não souberam. A pesquisa quanto à frequência de utilização dos serviços da Viação Garcia demonstra que 34% dos passageiros utilizam o serviço uma ou mais vezes por mês, 30% uma ou mais vezes por ano, 22% constantemente (mais de uma vez por semana) e 14% raramente. Os tipos de ônibus mais utilizados são o executivo e o convencional. A fim de contribuir para traçar o perfil dos clientes e nas ações de promoção e vendas, procurou-se conhecer quantos passageiros possuem acesso a internet. Destaca-se que 62% dos entrevistados possuem acesso à internet e apenas 23% compraram passagem online. Os dados abaixo apresentam o perfil dos clientes da empresa. . Qual a sua idade 18-27 28-37 38-47 48-57 58-67 68-77 78-87 Total geral Frequência 47 49 41 23 19 15 2 % 24% 25% 21% 12% 10% 7% 1% 196 100% Tabela 4.2 – Idade dos passageiros da Viação Garcia Fonte: Elaboração própria - 10 - Outra questão mostra que 47% são casados, 38% solteiros, 9% divorciados, 5% viúvos e 1% outro. Destaca-se abaixo a renda dos passageiros: Qual a sua renda mensal De um a dois salários mínimos De três a cinco salários mínimos Mais de seis salários mínimos Menos que um salário mínimo Total geral Frequência 90 81 16 9 % 46% 41% 8% 5% 196 100% Tabela 1 - Renda mensal dos passageiros da Viação Garcia Fonte: Elaboração própria 5 Considerações finais O presente trabalho identificou os principais fatores que influenciam o comportamento de compra dos passageiros da Viação Garcia no transporte rodoviário. Em resposta a pergunta sobre os motivos que levam os passageiros optarem pela Viação Garcia, a qualidade do serviço prestado ficou evidenciado levando em consideração o atendimento dos funcionários, cordialidade dos motoristas, frota e o conforto dos ônibus da empresa. Com relação ao nível de satisfação, verificou-se que os consumidores aprovam a atuação da empresa e a grande maioria respondeu que estavam satisfeitos e muitas vezes a empresa superou as expectativas do serviço. Os principais fatores de competitividade da empresa são o tempo que a empresa tem no ramo de transporte conseguindo conquistar a confiança dos seus passageiros em relação as suas concorrentes, sendo que 92% dos usuários recomendariam o serviço prestado pela empresa. O trabalho realizado conseguiu identificar que muitos passageiros têm um carinho pela empresa, muitas vezes por ela ser Londrinense, por já fazer parte da história da cidade. Acredita-se que para uma melhoria na sua eficácia operacional e estratégica, a empresa poderia investir em serviços para aumentar o nível de conforto dos passageiros, como almofadas, cobertores, fones de ouvidos para assistir filmes (hoje o som é compartilhado por todos) e ouvir rádios. A investigação teórica permitiu conhecer o quanto é importante satisfazer os clientes atuais e instituir programas de fidelização por meio do marketing de relacionamento. Recomenda-se a utilização de cartão de fidelidade para descontos nas compras antecipadas e promoções em dias de baixa demanda. Referências AGÊNCIA BRASIL. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-07-19/setor-de-servicos. Acesso em 02/08/2012. - 11 - CHURCHILL, Gilbert A; PETER, Paulo J. Marketing: criando valor para os clientes. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2003 DALRYMPLE, Douglas J. Introdução à administração de marketing, 2.ed. Rio de Janeiro:LTC, 2003. GALINSKI, Márcia Célia; SILVA, André Bezerra da. 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