O renascimento dos saveiros

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44 | Esporte
*
CORREIO
Salvador, sábado, 19 de fevereiro de 2011
PEDRO
BOCCA
Correio Mar*
e-mail: [email protected]
O renascimento dos saveiros
FATIMA NAVARRO/DIVULGAÇÃO
CLAUDIOMAR GONÇALVES/DIVULGAÇÃO
Os saveiros de vela de içar do Recôncavo
começam a fugir do estigma da extinção. Depois
do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade Iphan, de melhor projeto de preservação do
patrimônio material no Brasil e do tombamento
do Sombra da Lua em dezembro passado, janeiro
trouxe outra alegria e surpresa. A regata João das
Botas contou com a presença do mais novo
saveiro construído na Bahia: o Mensageiro do
Destino. Construído na mais legítima técnica
original, através do Graminho de Mestre Tenório,
ele chegou bonito na raia e deu seu recado:
venceu sua primeira regata no mar da Bahia. Seu
proprietário, Ricardo, um carioca amante destes
barcos, que há mais de dois anos tem vindo do
Rio de Janeiro para participar de todas as regatas
da Viva Saveiro estava exultante. A expectativa
pela performance do saveiro era grande e todos
os concorrentes de peso estavam presentes:
Rompe Nuve, Sombra da Lua,
Saudade e Ideal. Parabéns Ricardo, bons ventos e a
Associação Viva Saveiro vem articulando a reforma
total do Sempre Feliz, de mestre Nelson, e a
construção de outro novo saveiro.
Farol da Barra e
Saveiro: dois
patrimônios da
Bahia
Campeão da Regata
João das Botas
LUIS EDUARDO BRITO/DIVULGAÇÃO
Salvador - Morro mais uma vez
Sob a beleza da Baía de Todos
os Santos foi dada a largada da
7ª edição da Regata Salvador Morro de São Paulo, no último
sábado (12). Um total de 32
veleiros largou em frente ao
Yacht Clube da Bahia e todos
completaram a regata, que
tem seu percurso em mar
aberto.
O Fita Azul, primeiro barco a
cruzar a linha de chegada, foi
o catamarã da classe Hobie
Tiger do Clube de Vela de
Morro de São Paulo, de Stephane Montigny e Victorian
Montigny, superando o Nêga
e o Maguni, do Aratu Iate
Clube, os grandes favoritos
das três últimas edições.
Stephane e Victorian faturaram ainda o primeiro lugar
geral, seguidos da dupla cearense Juliano e Alexandre
Martin em segundo, a bordo
de um catamarã da classe
Tornado, e dos baianos Yam
Vidal e Tammy Vidal, do Yacht
Clube da Bahia, em terceiro,
tripulando um Hobie Cat 16.
As condições de vento e mar
mais uma vez ratificaram o
alto potencial da região para
os esportes à vela.
Agradecimentos
Regata Salvador-Morro: 32 veleiros disputaram competição na baía
Este colunista agradece
aos médicos José Luis
Pedreira e Cesar Dario
Oliveira Miranda,
pela excepcional
cirurgia realizada em
suas duas mãos, após
acidente de
motocicleta, que já o
permitiu escrever a
coluna deste sábado.
Competência e talento
também fazem
milagres! Grato,
amigos.
*NOSSO AMBIENTE - Por Everaldo Queiroz: A PESCA
[email protected]
ÁGUA LIMPA A pesca é
uma atividade humana
inata. Uma forma de
captura de alimentos, que
acompanha os
hominídeos desde a sua
origem. No princípio, era
apenas uma maneira de
sobrevivência da espécie.
Os índios, quando Cabral
aportou no Brasil, eram
exímios pescadores e
relatos podem ser
encontrados nas cartas do
descobrimento do nosso
território, incluindo a
descrição da captura de
um peixe-boi, em Porto
Seguro. Uma prática de
subsistência. Os negros,
com o advento da cana de
açúcar, introduziram
outras práticas de captura
- uma forma de
sobrevivência. Os
europeus o sentido
mercantilista. Mas, por
ser uma prática inata,
uma condição, junto com
a caça, para a
perpetuação de nossa
espécie, é um ato natural
carecendo de
ordenamento.
DIVULGAÇÃO
O crime de cada dia na BTS
ÁGUA CONTAMINADA Com o
passar dos tempos, crescimento
desordenado das populações
humanas, degradação
ambiental e a transformação do
pescado em bem de consumo e
de acumulação de capital, a
explotação de estoques
pesqueiros, de forma irracional,
tem contribuído para a extinção
de algumas espécies. Isso tem
provocado desequilíbrios na
cadeia trófica em alguns
oceanos do nosso planeta e em
rios produtores de pescado,
além de prejuízos econômicos
de grande monta - a sardinha,
o bacalhau, atuns, tubarões e
arraias e até o peixe sapo, no
Sul do Brasil, podem ser citados
como exemplo. A indústria
pesqueira baseada apenas em
lucro obtido com transações
comerciais tem contribuído
para a depleção dos estoques
explotados. Em nossa Baía de
Todos os Santos, temos de
chamar a atenção para a prática
da pesca com bombas, que
além de ser um ato criminoso,
uma agressão ao meio ambiente
e ao patrimônio edificado,
mutila e mata quem pratica
esse ato irracional.
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