23-10-09 - MAIS DESPORTO

Propaganda
14
modalidades
23 de Outubro de 2009
FOTO DR
zer no convés, principalmente no derradeiro dia onde o vento, a soprar
pela proa, e a forte ondulação obrigava a esforços redobrados. Com experiência na modalidade, a aventura
neste regata prendia-se apenas “em
poder desfrutar de uma excelente
embarcação como é o Bruce Farr 65,
assim como conquistar o oceano
atlântico”, admitiu Vladislav.
Fora dos seus turnos estes velejadores aproveitam-se o tempo de descanso para a limpeza da cozinha. Sem dúvida uma forma de poder ter o momento privado... em russo.
O GEÓLOGO HOLANDÊS
Gerard Mulder representou de forma
agradável o país das Tulipas, Holanda.
Geólogo de profissão este velejador
de 57 anos há muito que aventura-se
no mar. No entanto a imensidão do
Oceano Atlântico cativou-o para cumprir esta primeira etapa da regata.
“Poder conhecer outros países através da vela é para mim uma enorme
satisfação. Para além disso estou a
aprender mais conhecimentos sobre
velejar em alto mar. Experiente ao
leme Gerard também viria a ser aprovado na cozinha ao confeccionar um
arroz com carne de porco.
Vento pela proa obrigou a ‘longa’ e agitada bolina nos últimos dias de etapa.
Com o mar nas veias
Paulo Vieira Lopes
[email protected]
Conquistar o oceano atlântico a bordo de um Bruce Farr 65 e ser um dos
principais responsáveis por essa feito
faz com que qualquer aventureiro sinta correr nas veias um imenso mar.
Foi desta forma que 36 voluntários
oriundos de várias países cumpriram
na passada quarta-feira a primeira
etapa da Regata Transatlantic Rally
Adventure, entre a cidade do Porto e
a capital madeirense, a bordo de quatro embarcações, Diana, Isis, Juno e
Minerva.
Organizado pela empresa Ondeck
em colaboração com o Clube Naval do
Funchal esta travessia, entre Vilamoura e Funchal foi acompanhada in-loco
pela MAISDesporto, a bordo do Minerva.
Ao longo de quatro dias foi possível
viver e assistir a prestação de nove
‘turistas/voluntários’ que com o sem
experiência na arte de bem velejar
conseguiram ajudar Michael Collier,
Lawrie Rory e Graham Ross, responsáveis máximos da embarcação a
atravessar o Oceano Atlântico.
Peças fundamentais para uma navegação correcta, segura e eficaz ao
longo das cerca de 480 milhas náuticas, estes ‘aventureiros’ mostraram
também os seus créditos de ‘donas de
casa’ vivendo num espaço em que a
cozinha era mínima e apropriada para
a agitação marítima, o que dificultava
a elaboração de qualquer refeição,
para além da adaptação a uma cama
reduzida e a wc minúsculos. Certo é
O PARAQUEDISTA MIKE
Mike Brown cedo demonstrou que é
adepto de sentir a adrenalina em qualquer desporto. Responsável por uma
escola de pára-quedismo em Inglaterra, este tripulante de 50 anos não perdeu a oportunidade de cumprir uma
etapa longo em alto mar e seria os momentos de grande azáfama a bordo
aqueles que mais viveu intensamente.
“É com muito vento e com o mar agitado que me divirto ao máximo. Sou um
homem de aventuras e muita adrenalina”, admitiu Mike já bem perto do final
da etapa. Quanto à única velejadora a
bordo, Annette Brier a regata traduziu-se num grande desafio, apesar da
pouco experiência. “É maravilhoso estar aqui e mesmo com pouco conhecimento a verdade é que conseguimos
através dos responsáveis do barco,
aprender rápido e ganharmos confiança naquilo que fazemos.”
REGATA COMO TERAPIA
Simon Rainger foi talvez o único tripulante que nem sempre aproveitou a experiência de fazer parte de uma equipa
de velejadores. Uma situação explicada
pelo simples facto de ter sofrido recentemente um grave acidente de viação o
que lhe deixou marcar, principalmente
em questões de equilíbrio físico. No entanto esta travessia serviu de excelente terapia para afastar de vez o passado trágico que viveu e não foi de estranhar que na última noite este inglês resolveu ajudar na mudança de uma das
velas.
O 1º oficial Lawrie Rory dá uma boa lição de como conduzir o leme.
que numa embarcação de 20 metros
foram inúmeras as histórias e sensações que foram sentidas.
‘MONKEY’ O LÍDER DO MINERVA
O Skipper Michael Collier, foi sem dúvida um grande líder desta tripulação.
Desde 2003 a dominar os mares
Monkey, como é conhecido no Ondeck
foi sempre capaz de orientar uma tripulação ‘desconhecida’. “É óptimo
realizar a regata com pessoas traba-
lhadoras e organizadas. Alguns têm
muita experiência no mar outros nem
tanto, mas a verdade é que conseguimos, eu, o Lawrie e o Graham transmitir a informação correcta para uma
navegação eficaz.” Ele e Lawrie, este
último no Ondeck desde 2006, marcaram presença no convés, de três horas, e foram responsáveis para que todos os tripulantes pudessem aprender e deliciar-se com a arte de bem
velejar. Já Graham cumpriu várias mi-
lhas ao leme do Minerva, mas na verdade foi na cozinha que mais se destacou, pois estava sempre disposto a
elaborar várias refeições para a equipa.
A ARMADA RUSSA
Eduard, Vladislav e Sergey foram a
única ‘armada’ russa a bordo. Todos
na casa dos 30 anos, estes acabaram
por ser uma agradável surpresa no
que concerne ao árduo trabalho a fa-
CONVIDADO TRABALHADOR
António Cunha, um dos directores do
Clube Naval do Funchal, foi outra das
boas surpresas a bordo. Para além de
mostrar o seu conhecimento em termos de navegação ao longo do percurso foi capaz de mostrar rapidez e eficácia nas afinações das velas assim como
nas suas mudanças. Quanto ao MAISDesporto a pouca experiência em regatas oceânicas afastou-o de alguns trabalhos no convés, mas esteve sempre
atento ao desenrolar dos acontecimentos.
Nove tripulantes provaram apesar
de não se conhecerem pessoalmente
conseguiram levar a bom porto o Minerva. Durante quatro dias estes velejadores sentiram correr nas veias um
mar de satisfação, alegria, adrenalina e
algum desespero.
Download