Nota do Editor O protecionismo está condenando o Brasil a um baixo crescimento e progresso medíocre. Os empresários, que não querem correr grandes riscos, não investem já que é mais cômodo ficar sob o manto do governo. O que não gera competição. O ácido comentário de James Ferrer Jr., fundador e diretor do Centro para Assuntos da América Latina (Clai), em entrevista à revista, é mais um elemento, dos muitos, que explica a falta de capacidade do país em crescer. As últimas projeções do Boletim Macro IBRE sinalizam um PIB negativo de 1,8% para este ano. Além de ser uma das economias mais fechadas do mundo, o Brasil não consegue tornar mais ágeis e eficientes instituições que poderiam melhorar o ambiente de negócios e, em especial, um dos principais gargalos: a nossa infraestrutura. É o caso das agências reguladoras, que a caminho de completar 20 anos, envelheceram e precisam de urgentes aperfeiçoamentos, como mostra a reportagem de capa desta edição. E no campo do crescimento, preparar uma agenda de desenvolvimento de longo prazo está nas mãos do ministro Roberto Mangabeira Unger. E o ponto de partida para isso é um tema já bastante conhecido de todos: a produtividade que é bastante baixa no país. Para aumentá-la, o que não é trivial, um tripé de ações começa a ser elaborado ancorado em três pontos: melhoria do ensino médio, calamitoso na opinião do ministro; desenvolvimento de pequenas e médias empresas; e políticas regionais de crescimento. Flexibilizar a legislação trabalhista no Brasil que, para muitos, ajudaria na busca de maior produtividade é vista, por outros, como uma precarização do trabalho e redução no poder de organização e reivindicação dos trabalhadores. Em meio a mudanças estruturais na economia mundial nas últimas décadas, no entanto, já houve uma forte queda na participação dos trabalhadores no movimento sindical que despencou de 43,7% em 1980 para 25,5% em 2013. CORREÇÃO: Na matéria “Como ser eficiente”, publicada na edição de maio de 2015, a média dos países latino-americanos e caribenhos possui uma renda per capita relativa menor do que a registrada na década de 1960. Por isso a região se encontra mais distante da realidade de economias desenvolvidas como a dos Estados Unidos. Claudio Conceição [email protected] Sumário Carta da Conjuntura 10 A causa da perda de ritmo da economia vem de longe – Luiz Guilherme Schymura Indústria 52 Para não dizer que não falei de conteúdo local Mauricio Canêdo Pinheiro Ponto de Vista 16 As MPs 664 e 665 sob a ótica do contrato social Samuel Pessôa Mercado de Trabalho 54 Sindicalização e liberdade econômica no mundo Rodrigo Leandro de Moura e Tiago Cabral Barreira Entrevista 20 O protecionismo comercial está condenando o Brasil – Louise Pinheiro Petróleo 56 O controle de preços e a importância do pré-sal Wagner Freire Macroeconomia 26 A economia da presidente Dilma: a foto e o filme Fernando de Holanda Barbosa 28 Agenda repaginada – Solange Monteiro Comércio Exterior 58 Novo rumo para a agenda de acordos comerciais Lia Baker Valls Pereira Regulação 32 Sistema envelheceu e precisa corrigir rumos Chico Santos Capa – Água 40 Acesso restrito – Solange Monteiro Livro 62 O mínimo possível – Solange Monteiro Índices I Índices Econômicos X Conjuntura Estatística J u n h o 2 015 | C o n j u n t u r a E c o n ô m i c a 7