APOSTILA DE FISIOTERAPIA EM CIRURGIA

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APOSTILA DE FISIOTERAPIA EM
CIRURGIA
Prof Guilherme Alves
Professor Guilherme Alves
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Nomenclaturas usadas em Cirurgias
Os termos cirúrgicos são usados de acordo com o sufixo usado para
determinar o procedimento cirúrgico.
Exemplo:
Otomia: abertura de uma cavidade
Ostomia: manutenção de uma abertura
Ectomia: retirada total ou parcial de um órgão
Plastia: reconstrução de um órgão ou segmento
Tipos de cirurgias
- Laparotomia: Abertura da cavidade abdominal
- Peritoneostomia: Manutenção da abertura da cavidade abdominal
(ocorrerá quando o paciente apresentar peritonite fecal, pancreatite
necrohemorrágica).
- Nefrectomia: Retirada de um dos rins
- Meniscectomia: Retirada dos meniscos
- Esplenectomia: Retirada do baço
- Colicistectomia: Retirada da vesícula biliar
- Apendicectomia: Retirada do apêndice
- Lobectomia: Retirada de um dos lobos do pulmão
- Pneumectomia: Retirada de um dos pulmões
- Mastectomia: Retirada total ou parcial da mama
- Vulvectomia: Retirada da vulva
- Histerectomia: Retirada total ou parcial do útero
- Ovariectomia: Retirada dos ovários
- OOforectomia: Retirada dos ovários masculinos
- Colectomia: Retirada total ou parcial do intestino
- Pneumoplastia Redutora: Correção do pulmão
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Cirurgias Cardíacas:
As cirurgias cardíacas, são abordagens de alta complexidade pois
são métodos invasivos que podem acarretar complicações graves
corroborando com um alto índice de morbidade e mortalidade em
pacientes submetidos a estes procedimentos.
Principais cardiopatias com tratamento cirúrgico:
1abcd-
Cardiopatias congênitas:
Defeito do septo ventricular com regurgitação aórtica
Persistência do canal arterial
Persistência do canal atrioventricular
Comunicação interventricular
2- Cardiopatias acianóticas com obstrução da via de saída do
ventrículo esquerdo:
a- Estenose aórtica
b- Coarctação da aorta
3- Cardiopatias acianóticas com obstrução da via de saída do
ventrículo direito:
a- Estenose pulmonar
4- Cardiopatias congênitas cianóticas com diminuição da circulação
pulmonar:
a- Tetralogia de Fallot
b- Atresia de Tricúspide
5- Valvulopatias adquiridas:
abcdefg-
Estenose mitral
Insuficiência mitral
Estenose aórtica
Insuficiência aórtica
Estenose tricúspide pura
Estenose combinada com insuficiência tricúspide
Insuficiência tricúspide
6- Cardiopatias isquêmicas:
a- Sem angina de peito
b- Com angina de peito; angina estável e angina instável
7- Infarto do miocárdio
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8- Aneurisma
a- Aneurisma de aorta ascendente
b- Aneurisma de aorta descendente
c- Aneurisma de arco aórtico
9- Estimulação cardíaca artificial (marca passo):
a- Bloqueio cardíaco congênito
b- Bloqueio cardíaco iatrogênico
c- Bloqueio cardíaco isquêmico
Cirurgias cardíacas mais comuns:
-
Revascularização do miocárdio (safena e artéria mamária)
Prótese e plástica valvulares
Cardiopatias congênitas
Implante de marca passo
Principais etapas de uma cirurgia cardíaca:
1- Antiassepsia e assepsia do local da incisão
2- Ressecção dos tecidos: epitelial, subcutâneo, muscular e ósseo (este
no caso de esternotomia)
3- Entrada em circulação extracorpórea (CEC), clampagem da aorta
(anóxia) e cardioplegia (esta etapa não ocorre em todas as cirurgias
cardíacas)
4- Realização da cirurgia propriamente dita
5- Desclampagem da aorta, retorno do batimento cardíaca e saída da
CEC (caso esteja usando)
6- Fechamento dos planos seccionados
7- Curativos da incisão cirúrgica
Tipos de incisões nas cirurgias cardíacas:
- Toracotomia
a- Toracotomia retoesternal: tecido epitelial, tecido subcutâneo e tecido
ósseo
b- Toracotomia latero medial posterior: tecidos epiteliais, tecidos
subcutâneo, tecidos muscular; peitoral maior e menor, serrátil,
subescapular, intercostal externo e externo
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Complicações hematológicas determinadas pela CEC no per-operatório:
Alteração da coagulação:
-
Coagulação do sistema por heparinizaçào inadequada
Hemólise
Baixo fluxo
Transfusão maciça
Perfusão prolongada
Acidose
Complicações no pós-operatório:
-
Acidose e alcalose respiratória e metabólica
Hemorragias
Disrritmias
Síndrome de baixo débito
Insuficiência renal
Infecções bacterianas
Complicações neurológicas
Convulsões
Atelectasias
Edema agudo pulmonar
Paralisia do nervo frênico
Barotrauma e volutrauma
Pneumonia por broncoaspiração
Fatores que podem levar a alteração da ventilação normal:
-
Dor
Diminuição do nível de consciência
Paralisia do músculo diafragma
Ventilação mecânica
Distensão abdominal
Tratamento fisioterapêutico no pré-operatório:
Objetivos:
Criar vínculo de confiança com o paciente, orientação quanto à
importância da fisioterapia e as técnicas a serem usadas: prova de
função pulmonar, identificar presença de secreção brônquica em relação
à quantidade coloração e viscosidade, avaliação da mecânica ventilatória.
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Recursos terapêuticos:
Desobstrutivos:
-
Nebulização ou aerossolterapia
Drenagem postural (quando não contra indicada)
Tosse técnica
Flutter
Terapia expiratória manual passiva (TEMP)
Vibratoterapia
Aspiração
Reexpansivas:
-
Ventilação dependente
Fluxo dependente
RPPI
Sustentação máxima inspiratória (SMI)
Reeducação diafragmática
Voldyne
Triflo
CPAP
BIPAP
Tratamento fisioterapêutico no pós-operatório imediato (de 24 a 48 h):
CTI:
- Monitorização ventilatória
- Otimização da ventilação mecânica
- Gasometria arterial
- Desmame
- Extubação
- CPAP
- Umidificação contínua
Tratamento fisioterapêutico no pós-operatório mediato (> 48h enfermaria)
-
Sentar o paciente na poltrona
Deambulação precoce
Voldyne
CPAP
BIPAP
Correção postural
OBS: Esta conduta deverá ser mantida até a alta do paciente.
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Cirurgias torácicas:
Tipo de incisão: toracotomia latero-medial-posterior
toracotomia reto-esternal
Tipos de cirurgias mais comuns:
-
Pneumoplastia Redutora
Lobectomia
Bulectomia
Biopsia de Pulmão a céu aberto
Transplante Pulmonar (uni ou bilateral)
A ventilação normal requer a integridade dos seguintes elementos;
arcabouço ósseo torácico e demais estruturas adjacentes, funcionamento
normal e coordenado dos músculos respiratórios, integridade na
estrutura e na elasticidade da pleura e do mediastino, elasticidade e
expansibilidade normal dos pulmões, vias aéreas desobstruídas e
estímulo respiratório normal. A circulação deve manter um débito
cardíaco normal de 5ml/Kg , conseqüentemente a ventilação alveolar
deve ser em torno de 4 a 6 L/min a fim de se obter uma
ventilação/perfusão adequada. Isto deverá ser alcançado quando houver
uma distribuição uniforme de ar e de sangue nos pulmões e quando a
membrana alvéolo-capilar está permeável plenamente.
O paciente que necessite ser submetido a uma intervenção
cirúrgica, estará sujeito aos seguintes riscos:
1234-
Condições físicas razoáveis antes da cirurgia;
Tipo de doença que determinará a doença;
Procedimento cirúrgico ao qual vai ser submetido;
Prováveis complicações pós-operatórias.
Se o paciente apresenta uma pneumopatia prévia, certas medidas
terapêuticas devem ser tomadas na fase na fase pré-operatória, incluindo
a fisioterapia respiratória com todos os seus recursos. É indispensável
conhecer o estado da função pulmonar e a prova de função pulmonar
que deverão estar no mínimo em 50% do previsto. Mesmo que não seja
uma cirurgia torácica, qualquer abordagem cirúrgica afeta o aparelho
respiratório e os riscos serão maiores o quanto mais próximo do
diafragma for à incisão.
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Principais riscos no Pós-operatório:
-
Insuficiência respiratória
Embolia pulmonar
Edema pulmonar
Bronco aspiração
Secundários:
-
Pneumonias
Pneumotórax
Derrame Pleural
Atelectasias
Traqueobronquites
As cirurgias torácicas resultam na diminuição da ventilação
pulmonar; retenção de secreção brônquica provocando atelectasias e
inadequada ventilação/perfusão. Se a atelectasia não for tratada, poderá
evoluir para pneumonia, acompanhada de hipoxemia e maior
comprometimento da mecânica ventilatória, já ameaçada pela dor que
limita a excursão do diafragma.
Orientação de esclarecimento ao paciente no pré-operatório.
Um vínculo de confiança recíproca deverá ser criado entre o paciente e o
fisioterapeuta.
- O ombro do lado operado perderá a amplitude de movimentos
(temporariamente) e os mesmos serão dolorosos em conseqüência:
a- Divisão cirúrgica muscular
b- Posição do braço na mesa operatória
- Os drenos torácicos necessários no pós-operatório causarão
desconforto e limitação dos movimentos.
- A flexão do ombro e rotação externa são os movimentos mais afetados.
- É importante ensinar ao paciente a se posicionar no leito, colocação
adequada dos travesseiros que deverão manter a cabeça na linha média,
ombros em equilíbrio e o tórax reto.
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Tratamento Fisioterapêutico no Pré-operatório
Objetivos:
- Criar vinculo de confiança com o paciente
- Avaliar a mecânica respiratória
- Identificar presença de secreção brônquica
- Desobstrução brônquica
- Reexpansão pulmonar
- Treinamento muscular respiratório
- Diminuir tempo de internação hospitalar
Programa:
- Nebulização com soro fisiológico a 0,9%
- Flutter ou drenagem postural associado à vibratoterapia
- EPAP com 40% da Pimáx 3x10 repetições, 3x ao dia
- CPAP de 10cmH2O/20 a 30min 3x ao dia
- Voldyne ou Threshold 3x de 15 repetições
Tratamento Fisioterapêutico Pós-operatório imediato (24 a 48 horas)
CTI:
- Monitorização ventilatória
- Otimização da ventilação mecânica
- Gasometria arterial
- Desmame
- Extubação
- CPAP
- Umidificação contínua
Tratamento Fisioterapêutico Pós-operatório mediato (> 48 horas)
Enfermaria:
- Sentar o paciente na poltrona
- Deambulação precoce
- Voldyne
- CPAP
- Correção postural
Tratamento Fisioterapêutico Pós-operatório tardio (ginásio)
Geralmente esta fase será iniciada no 70 dia de pós-operatório e serão
ministrados exercícios de resistência progressiva.
- Esteira e bicicleta ergométrica
- Paralelas
- Polias
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- Escada de ombro
- RPG
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Cirurgias Abdominais
As cirurgias abdominais serão usadas de acordo com o quadro
abdominal agudo do paciente, geralmente são usadas aberturas tanto no
andar superior ou inferior do abdome chamada de laparotomia
exploradora.
Obs: Estas cirurgias somente serão realizadas e orientadas através de
um diagnóstico por imagem.
Ex: tomografia computadorizada, ressonância magnética e ultra-som.
Incisões mais freqüentes:
Verticais: São incisões usadas sobre a linha média, não sangram em
abundancia pois são praticadas através do tecido fibroso, porém sua
cicatrização é mais lenta por não haver boa vascularização.
Oblíquas: São aquelas praticadas por baixo das costelas e podem ser
usadas no flanco direito para as cirurgias de colicistectomia ou pelo
flanco esquerdo para as cirurgias de esplenectomia. A incisão de
McBurney é comumente usada nas apendicectomias.
Transversais: Usada com menor freqüência pois não promovem um bom
acesso para visualização do campo cirúrgico, sendo de boa cicatrização.
Nos casos das cirurgias de andar superior de abdome, a
musculatura diafragmática e as costelas estarão comprometidas pois o
paciente poderá apresentar uma respiração dolorosa, levando a
hipoventilação e conseqüentemente a complicações de troca gasosa e de
mecânica ventilatória. A elevação e abdução dos braços do lado da
incisão cirúrgica podem ser dolorosas nas incisões laterais ou oblíquas,
podendo o paciente apresentar movimentos dolorosos de flexão e rotação
do lado oposto tendendo por conseguinte sentar-se com postura de flexão
lateral e com concavidade para o lado da ferida operatória.
Nas cirurgias de andar inferior de abdome, o paciente pode
apresentar dor e impotência aos movimentos precoce do quadril e
joelhos, pois os músculos abdominais (principalmente o reto abdominal)
atuam como fixadores do quadril.
Complicações no pós-operatório das cirurgias abdominais
-
Insuficiência respiratória
Colapso pulmonar (atelectasias)
Hemorragias
Alterações circulatórias dos MMII
Alterações posturais
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- Debilidade residual dos músculos abdominais se a incisão for extensa
ou a cicatrização for lenta
Tratamento Fisioterapêutico
O Fisioterapeuta deve ser capaz de selecionar cuidadosamente os
exercícios, particularmente no que diz respeito ao sistema respiratório,
correção postural, fortalecimento da parede abdominal e exercícios de
fortalecimento dos MMII.
Tratamento Pré-operatório
O fisioterapeuta deve ganhar a confiança do paciente para que o
pós-operatório seja rápido e sem complicações.
1-
Desobstrução brônquica: Esta técnica consiste em;
humidificação, drenagem, flutter e expectoração das
secreções brônquicas nos pacientes tanto obstrutivos
como restritivos pois estes pacientes pode apresentar no
pós-operatório grande acúmulo de muco brônquico.
2-
Fisioterapia Respiratória: EPAP, CPAP,
diafragmática, Threshold ou Voldyne.
3-
Membros Superiores: Cinesioterapia ativo livre para
rotação, flexão, adução e abdução de cintura escapular,
cotovelo e punho.
4-
Membros Inferiores: Serão introduzidos exercícios de
flexão e extensão do quadril, exercícios isométricos e
isotônicos para coxo femoral e tibiotárcica com adução e
abdução.
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Reeducação
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Tratamento Fisioterapêutico no pós-operatório imediato (24 a 48 horas)
CTI:
- Monitorização ventilatória
- Otimização da ventilação mecânica
- Gasometria arterial
- Desmame
- Extubação
- CPAP
- Umidificação contínua
Obs: nos casos de pacientes em peritoneostomia deve-se avaliar a
mecânica ventilatória pois nestes casos a pressão abdominal encontra-se
alta dificultando o desmame.
Tratamento Fisioterapêutico Pós-operatório mediato (> 48 horas)
Enfermaria:
- Sentar o paciente na poltrona
- Deambulação precoce
- Voldyne
- CPAP
- Exercícios de flexão e extensão da cintura pélvica
- Exercícios de adução, flexão, abdução e rotação da cintura escapular
- Correção postural
Obs: o programa de fisioterapia deverá ser mantido até a alta hospitalar
do paciente
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Queimaduras
As queimaduras podem ocorrer por vários agentes causais e de
acordo com a sua extensão e profundidade irá acarretar diversas
complicações e dependendo do comprometimento clínico pode levar a
vítima a óbito.
Etiologia
- Agentes físicos: Sol, líquidos quentes e fogo.
- Agentes químicos: Soda caustica, solventes, querosene, álcool, gasolina,
água sanitária, ácidos e etc.
- Agentes elétricos: Descargas elétricas de alta tensão.
Classificação
Em relação à profundidade:
- 10 grau: Causam desconforto pois a pele fica intacta ocorrendo somente
eritema e calor local atingindo apenas a epiderme e geralmente em
alguns dias os sintomas desaparecem.
- 20 grau: São muito dolorosas pois acometem as terminações nervosas
periféricas atingindo a epiderme e a derme, causando vesículas (bolhas)
que é circundada por um eritema vermelho escuro. São geralmente
queimaduras de diâmetro pequeno em torno de 2 a 3 cm (ex: ferro e
panelas quente). Em superfícies superiores a 30 ou 40% a vítima deverá
ser internada para tratamento clínico.
- 30 grau: Esse grau de comprometimento poderá acarretar danos graves
pois as estruturas acometidas são: epiderme, derme e tecidos
subadjacentes estarão destruídos e a área queimada pode se apresentar
com regiões negras, brancas ou amareladas.
Em relação à extensão:
Quanto maior a extensão, pior é o prognóstico,existem dois
métodos para a avaliação da superfície corpórea queimada que são:
Regra dos nove:
- Cabeça = 9%
- Pescoço= 1%
- Tórax, abdome e genitália = 18%
- Dorso, região lombar e nádegas = 18%
- MSD = 9%
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- MSE = 9%
- MID = 18%
- MIE = 18%
Perfazendo um total de 100% da área queimada porém essa regra
não reflete a realidade e pode haver erro na avaliação da vítima. Nesta
avaliação são consideradas grandes queimados, crianças com áreas
maior ou igual a 10% e em adultos áreas maior ou igual a 15%.
O outro método é o percentual de chance de sobrevida que é
expressa da seguinte maneira: 100 – (idade + % de área corporal)
Ex: 100 – (60 + 30%)= 10, portanto 10% de chance de sobrevida, não se
aplica às crianças com idade menor que 10 anos.
Repercussões hidroeletrolíticas hemodinâmicas e respiratórias.
A fase imediata começa nas primeiras 48 a 72 horas após o
acidente na qual a atenção é dirigida para a contínua avaliação e
manutenção do estado respiratório e circulatório, do balanço hídrico e
eletrolítico e da função gastrintestinal do paciente. Neste estágio, o
principal foco de atenção é a lesão da queimadura. A obstrução das vias
aéreas superiores como resultado de edema pode provocar insuficiência
respiratória.
Complicações das queimaduras
-
Distúrbio de eletrólitos
Distúrbio ácido-base (acidose e alcalose respiratória ou metabólica)
Desidratação
Hipotensão
Pneumonia
Hipotermia
Infecções
Septicemia
Óbito
Tratamento de emergência
-
Sedação e analgesia
Banho de aspersão
Escovação com sabão líquido neutro
Curativo
Antibioticoterapia profilático
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Tratamento clínico
-
Reposição volêmica (soro fisiológico)
Reposição eletrolítica
Sedação e analgesia
Antibioticoterapia
Curativos
Tratamento cirúrgico
- Desbridamento
- Enxerto
- Curativo cirúrgico
Obs: Os curativos cirúrgicos deverão ser realizados diariamente no
tanque de Hubbart com o paciente anestesiado.
Tratamento Fisioterapêutico
O tratamento fisioterapêutico deve ser iniciado nas primeiras 24
horas após o trauma porém este programa fica comprometido pois
dependendo da extensão os curativos cirúrgicos são demorados e a
fisioterapia deverá ser realizada durante os curativos em razão da
anestesia que é realizada durante este procedimento.
Programa Fisioterapêutico na fase aguda (1a semana)
-
Posicionamento no leito
Cinesioterapia motora ativa livre para todos os segmentos
Exercícios isométricos e isotônicos
EPAP
Voldyne
Threshold
Umidificação das vias aéreas
Laser
Programa Fisioterapêutico na fase tardia (2a semana)
-
Intensificar o programa fisioterapêutico da fase aguda
Treinamento da marcha e equilíbrio
Rampa e paralelas
Esteira e bicicleta ergométrica
RPG
Obs: A fisioterapia deverá ser interrompida quando o paciente realiza os
enxertos cirúrgicos durante 3 semanas para que corra o risco de rejeição
do enxerto.
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Amputações
A amputação de um membro seja ele superior, pode trazer
conseqüências psicofísicas,que podem se tornar ainda mais lógicas, caso
não haja uma reeducação física, uma nova formulação do esquema
corporal e ainda um trabalho psicológico que reintegre o paciente com o
seu meio social.
Geralmente há ainda a necessidade de uma nova aprendizagem
profissional, fato este que necessita da abordagem de uma equipe
multidisciplinar que inclui desde o médico cirurgião até o terapeuta
ocupacional, passando pelo psicólogo e o fisioterapeuta.
As causas que podem levar a uma amputação são múltiplas desde
grandes traumas a doenças circulatórias periféricas que incapacitam
todo o segmento ou parte dele, elegendo com isso grandes ou pequenas
amputações. Existem ainda as amputações estéticas que corrigem
deformidades congênitas, onde membros que nascem ineficientemente
funcionas, mas que a amputação leva uma acentuada melhora no
aspecto social, psicológico e profissional do indivíduo.
A abordagem que segue resume-se às amputações por patologias
periféricas e traumáticas, o procedimento cirúrgico e a reeducação corpo
e mente realizado pelo trabalho fisioterapêutico.
Definição
Define-se amputação de membro inferior àquela que é feita ao nível
das articulações transmetatarsicas ou em uma localização proximal em
relação a estas articulações. No membro superior é feita a nível
carpometacarpianas ou em uma localização proximal desta articulação.
Etiologia
Insuficiência Vascular Periférica: Responsável por 80% de todas as
amputações de membro inferior nos adultos, sendo as causas mais
comuns a diabetes miellitus, aterosclerose, embolias tromboses arteriais
maciças e aneurismas arteriovenosos.
Traumatismos: Quando grave e com perda extensa de tecidos e
destruição do preferimento sangüíneo, pode acarretar amputação
imediata. Em um primeiro momento o cirurgião desbridam o ferimento e
aguardam até terem prova específica de que a reconstituição cirúrgica ou
ortopédica não da mais esperanças de viabilidade ao membro.
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Tumores Malignos: Quando diagnosticado, é realizada a amputação
suficientemente alta com o objetivo de se evitar recidivas, que exista ou
não metástase. Nestes casos pode ocorrer também a desarticulação do
quadril ou a hemipelvectomia quando a lesão for no membro inferior ,no
caso do membro superior pode ocorrer à desarticulação do ombro ou a
amputação interescapulotorácica.
Lesões Nervosas: As lesões nervosas dos membros, sobre o qual o
paciente tem pouco ou nenhum controle e desenvolve freqüentemente
ulcerações ou infecções que fogem ao controle do tratamento
conservados, passando a ser uma ameaça a vida do paciente. Antes que
tal manifestação venha afetar todo o organismo elege-se a amputação.
Lesões Térmicas: As amputações por queimaduras podem ocorrer
tardiamente ou precocemente dependendo da sua extensão, da
destruição inicial ou das deformações subseqüentes e perda da função
do segmento. Quando causadas pelo frio as lesões insidiosas e
geralmente levam a amputação em função da lesão circulatória.
Malformações Congênitas: As mais comuns, como ausência de fêmur
ou tíbia ou até mesmo o membro rudimentar na extremidade do qual um
pé aparentemente normal, mesmo depois de repetidas intervenções
cirúrgicas não responde a funcionabilidade, sendo necessário a
amputação profilática, realizada ainda na infância, possibilitando melhor
ajuste de uma prótese.
Níveis de Amputação
Membro Superior: Transmetacarpianas, desarticulação do punho, terço
proximal do rádio, terço médio do rádio, desarticulação do cotovelo, colo
do úmero e de cotovelo curta desarticulação do ombro e
interescapulotorácica.
Membro Inferior: Transmetatarsicas, parcial do pé, desarticulação do
tornozelo, terço inferior da tíbia, terço médio da tíbia, treco proximal da
tíbia, trasncondilar,zona funcional distal e proximal do fêmur,
desarticulação do quadril e hemipelvectomia.
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Complicações Cirúrgicas
Sensação Fantasma: Um distúrbio sofrido pelos amputados, é a
habilidade de sentir a parte que falta como se estivesse presente.
Geralmente esta sensação passa com o uso da prótese.
Dor Fantasma: É uma dor aguda que aparentemente está na parte que
já não existe mais e que freqüentemente limita a habilidade do paciente.
É mais comum nas amputações traumáticas.
Atraso na Cicatrização: É uma falha da incisão que pode ser
conseqüência de uma infecção, alteração circulatória e de
descompensação metabólica (Diabetes).
Ulceração e Gangrena: Este problema requer avaliação criteriosa do
cirurgião.
Dor Vascular Neurogênica: Pode indicar insuficiências circulatórias, que
não foi controlada pela cirurgia. Podem provocar claudicação
intermitente e dor em repouso no coto.
Tratamento Fisioterapêutico
Treinamento Pré-operatório: nos casos de cirurgias eletivas o
treinamento pré-operatório objetiva-se em acelerar o processo de
recuperação e fazer com que fique mais fácil para o paciente entender o
que acontecerá e o que se espera dele após a cirurgia.
Programa:
- Exercícios de condicionamento para melhorar o aparelho
cardiovascular
- Exercícios de fortalecimento muscular global
- Treinamento de mobilidade em cadeira de rodas
- Treinamento para uso de bengalas ou muletas
- Exercícios respiratórios com objetivo de desobstrução, reexpansão e
treinamento muscular respiratório para facilitar no pós-operatório
imediato
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Pós-cirúrgico Imediato: Compreende as primeiras 24 a 48 horas nos
pacientes com instabilidade hemodinâmica e é realizado no CTI.
-
Monitorização ventilatória
Otimização da ventilação mecânica
Desmame quando possível
Extubação
Umidificação
Pós-cirúrgico Agudo: Período que compreende entre a amputação e a
remoção das suturas de 14 a 21 dias.
Objetivos: Reduzir a dor e edema, prevenir espasmos ou problemas
secundários,
evitar
complicações
cárdio-pulmonares
e
descondicionamento geral do corpo, educar o paciente e a família,
promovendo apoio psicológico.
Programa:
- Posicionamento no leito para prevenir edemas ou bloqueios
- Treinamento de transferência de mobilidade da cadeira de rodas e da
marcha
- Fortalecimento muscular dos membros superiores
- Treinamento de mobilização no leito para evitar traumas no membro
residual
- Exercícios isométricos para todos os grupos musculares
- Exercícios ativos com ACM para todas as articulações
- Exercícios respiratórios profiláticos (EPAP, threshold, voldyne etc...)
- Monitorização cardíaca em pacientes de riscos, quando da manipulação
- Treinamento das atividades funcionais (vestir-se, higiene corporal etc..)
Treinamento Pré-protético: Inicia-se após a cicatrização das suturas,
uma avaliação criteriosa do membro residual deverá ser realizada para
verificação de possíveis lesões vasculares.
Avaliação do membro residual:
- Medida do comprimento e circunferência do coto
- Descrição da forma do coto
- Descrição da cicatrização do coto
- Avaliação das funções perdidas
- Descrição de outros problemas observados
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Cinesioterapia: Visa adquirir melhor capacidade de rendimento
muscular, melhorando a coordenação, estabilidade e mobilidade das
funções musculares.
Programa:
- Assumir postura sentada
- Flexão e extensão do braço sentado
- Mover-se para frente, para trás e para os lados
- Assumir postura de 04 apoios em todos os membros
- Assumir postura ajoelhada
- Engatinhar
- Atividades de treinamento de equilíbrio na posição ajoelhado
- Treinamento de instrução sobre os padrões da marcha e colocação de
muletas na posição ajoelhadas
Treinamento de Marcha: O trabalho deve ser iniciado nas barras
paralelas até que todo esquema corporal esteja reintrojetado, a seguir
treina-se o paciente fora das paralelas usando muletas ou andador
(marcha em três apoios) para isso é necessário:
-
O paciente levantar sozinho
Equilíbrio em pé e resistido
Mudar o peso do corpo para frente, para trás e para os lados
Marcha de três pontos
Atividade de elevação como subir escadas, rampas e etc...
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