Memorando Para: [Destinatário - Nome do Tomador de Decisão] Assunto: Recomendação de Voto Contra o PL 1904/24 1. Apresentação do Problema: Prezado [Nome do Tomador de Decisão], O Projeto de Lei 1904/24, que propõe a proibição do aborto, está em pauta para votação. Esta é uma questão que impacta profundamente a saúde pública, os direitos das mulheres e a autonomia reprodutiva, além de envolver importantes considerações éticas e sociais. Como representante eleita e defensora dos direitos humanos e da justiça social, é fundamental que nossa posição reflete um compromisso com a igualdade, a saúde e os direitos das mulheres. 2. Pontos a Favor e Contra o Projeto: Pontos a Favor: Proteção da Vida: Os defensores do PL 1904/24 argumentam que a proibição do aborto reforça o princípio de proteção à vida desde a concepção. Redução de Abortos Ilegais: A expectativa é que a proibição possa diminuir a prática de abortos clandestinos e inseguros. Promoção de Alternativas: A medida pode incentivar políticas de apoio à gravidez e à adoção. Pontos Contra: Riscos à Saúde da Mulher: A proibição do aborto frequentemente resulta em um aumento de procedimentos clandestinos, que são perigosos e colocam a vida das mulheres em risco. Violação de Direitos Reprodutivos: A proibição interfere diretamente no direito das mulheres de decidir sobre seus próprios corpos e vidas reprodutivas, uma violação grave da autonomia pessoal. Impacto Desproporcional em Mulheres Vulneráveis: Mulheres em situações socioeconômicas desfavorecidas são as mais prejudicadas por essa medida, exacerbando desigualdades sociais e de saúde. Análise SWOT: Forças: Reforço de Valores Éticos e Morais (percepção de alguns grupos): A proibição pode ser vista como um alinhamento com certos valores éticos, defendidos por segmentos conservadores da sociedade. Fraquezas: Risco de Aumento de Abortos Clandestinos: Sem acesso a serviços regulamentados, muitas mulheres recorrerão a métodos inseguros, aumentando os riscos de complicações e mortes. Impacto Negativo nos Direitos das Mulheres: A medida representa um retrocesso nos direitos reprodutivos das mulheres, comprometendo a igualdade de gênero. Oportunidades: Desenvolvimento de Políticas de Suporte: Embora a proibição seja negativa, pode-se argumentar que o debate aberto por ela incentiva a criação de políticas mais abrangentes de suporte às mulheres. Ameaças: Polarização Social: A medida tem o potencial de intensificar a polarização social, gerando conflitos e protestos. Impactos na Saúde Pública: Aumento dos custos e da carga sobre o sistema de saúde pública devido às complicações de abortos inseguros. Análise PEST: Política: A proibição do aborto pode polarizar ainda mais o debate político, fortalecendo divisões entre conservadores e progressistas. Econômica: Os custos associados ao aumento de complicações de abortos clandestinos podem onerar o sistema de saúde pública, além de aumentar a desigualdade econômica entre homens e mulheres. Social: A proibição pode aprofundar a desigualdade de gênero e aumentar a vulnerabilidade de mulheres em situações desfavoráveis, exacerbando desigualdades sociais. Tecnológica: Necessidade de investir em tecnologias e programas de saúde que ofereçam suporte alternativo às mulheres. No entanto, a proibição pode desviar recursos de áreas críticas da saúde reprodutiva. 3. Explicação das Recomendações: Recomendo o voto contra o PL 1904/24 com base nos seguintes pontos: Proteção da Saúde das Mulheres: A proibição do aborto aumentará significativamente os riscos à saúde das mulheres, promovendo procedimentos clandestinos e inseguros. É essencial garantir que todas as mulheres tenham acesso a cuidados de saúde seguros e regulamentados. Defesa dos Direitos Reprodutivos: O direito de decidir sobre o próprio corpo é um direito humano fundamental. A proibição do aborto é uma violação grave deste direito e compromete a autonomia e a dignidade das mulheres. Justiça Social: Mulheres em situações vulneráveis são as mais prejudicadas pela proibição, exacerbando desigualdades socioeconômicas e de saúde. Devemos trabalhar para reduzir essas desigualdades, não para aumentá-las. 4. Conclusão: A aprovação do PL 1904/24 seria um retrocesso significativo nos direitos das mulheres e na promoção da igualdade de gênero no Brasil. Proibir o aborto não elimina a sua prática; pelo contrário, força as mulheres a buscar procedimentos clandestinos e inseguros, colocando suas vidas em risco. Além disso, a proibição é uma violação dos direitos reprodutivos e da autonomia pessoal das mulheres. Ao votar contra o PL 1904/24, estamos reafirmando nosso compromisso com a proteção da saúde, dos direitos e da dignidade das mulheres. É essencial que continuemos a lutar por um sistema de saúde que ofereça suporte abrangente e seguro para todas as mulheres, promovendo a justiça social e a igualdade de gênero. É fundamental que o debate sobre o aborto seja conduzido com base em evidências científicas e um compromisso com os direitos humanos. Devemos buscar soluções que respeitem a autonomia das mulheres e ofereçam suporte adequado para aquelas que enfrentam gravidezes indesejadas. Isso inclui o fortalecimento dos serviços de saúde reprodutiva, a promoção da educação sexual e o desenvolvimento de políticas de apoio social e econômico. Reafirmo minha posição contrária ao PL 1904/24 e convido todos os colegas parlamentares a se unirem a mim nesta luta pela proteção dos direitos e da saúde das mulheres brasileiras. Atenciosamente, Erika Hilton Deputada Federal