Neurociências e a Formação da Aprendizagem em AH/SD Adobe Stock, 2023 Paula Cristhina Niz Xavier Faculdade Novoeste© Mantida pela Novoeste Educacional LTDA - EPP Direção Geral Prof. Dr. Rodrigo Pereira Direção Acadêmica Profa. Dra. Maria Aparecida Canale Balduino Coordenação NEAD Me. Josué Rodrigues dos Anjos Júnior Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil Triagem Organização LTDA ME Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 2 Paula Cristhina Niz Xavier farmacêutica, possui Doutorado em Ciências Biológicas e da Saúde pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS, Mestrado em Ciências Biológicas e da Saúde pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Atualmente é Funcionária Pública da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Tem experiência na área de Microbiologia. É microbiologista molecular atuante no Laboratório de Diagnóstico Molecular em Pediatria da UFMS. Participa do grupo de pesquisa CNPq: Estudo do Recém-nascido de Termo e Pré-Termo: Infecções Neonatais e Inovação Tecnológica. Estuda e pesquisa Plantas medicinais e agentes infecciosos identificados por técnicas moleculares e convencionais. Revisora de diversas revistas. Membro do Comitê de ética do conselho Regional de Farmácia do Mato Grosso do Sul. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 3 Sumário Capítulo 1 - Neurofisiologia das Altas Habilidades / Superdotação .............................................. 5 1.1 Neuroplasticidade cerebral. ................................................................................................ 5 1.2 O papel das células do sistema nervoso no processo de comunicação inter neuronal...... 9 1.3 Neuro Anato-Fisiologia da Inteligência ............................................................................. 11 1.4 Astrócito e Células neurológicas. ...................................................................................... 20 Capítulo 2 - Superdotados - o funcionamento do cérebro. ........................................................ 22 2.1 Primeira infância ............................................................................................................... 22 2.2 Dinâmica da identidade interativa. ................................................................................... 26 2.3 Neuro educação na primeira infância. .............................................................................. 29 2.4 Relação entre afetividade e cognição. .............................................................................. 34 Capítulo 3 - Testes que identificam superdotados. .................................................................... 37 3.1 Diferença entre altas habilidades e superdotação. .......................................................... 37 3.2 Histórico do reconhecimento de estudantes com Altas Habilidades/Superdotação. ...... 40 3.3 Ferramentas de avaliação e identificação. ........................................................................ 42 Capitulo 4 - Mudanças observadas em superdotados. ............................................................... 46 4.1 Novo paradigma na educação dos superdotados. ............................................................ 46 4.2 Características comuns e mais frequentes entre as pessoas superdotadas. .................... 48 4.3 Legislação que envolve os superdotados. ......................................................................... 50 Capitulo 5 - Como avaliar as características de comportamento de alunos com altas habilidades/superdotação?......................................................................................................... 53 5.1 Caracterização dos tipos de educandos com altas habilidades / superdotação. ............. 53 5.2 Identificação de Alunos Superdotados de Forma Precoce. .............................................. 54 5.3 Participação da família e inclusão do superdotado. ......................................................... 56 Referências .................................................................................................................................. 58 Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 4 Capítulo 1 - Neurofisiologia das Altas Habilidades / Superdotação 1.1 Neuroplasticidade cerebral. Para melhor compreendermos o processo da neuroplasticidade é importante estar a par das particularidades relacionadas com as interações, características e funções das células que compõem o sistema nervoso. Desde o início do desenvolvimento estas células são programadas geneticamente, assim, fatores epigenéticos provenientes de fatores externos, que participam desta construção e promovem a expressão do sistema nervoso caracterizando as habilidades, performance e personalidade do indivíduo (HAASE; LACERDA, 2004). Sob esta ótica, Spencer (1991), relata que os neurônios são considerados unidades funcionais do sistema nervoso, sendo composto por: • Corpo Celular: ou soma, que é a unidade responsável pelo processamento das informações. • Dendritos: que são receptáculos por onde as informações ou estímulos chegam na célula nervosa. • Axônios: responsáveis pelo envio das respostas processadas pelo corpo celular para algum local anatômico, podendo ser músculos, glândulas ou outra estrutura. • Telodêndros: são estruturas dispostas no axônio terminal e que contém vesículas repletas de neurotransmissores. • Neurotransmissores: são substâncias químicas lançadas na sinapse, cuja função é biosinalizar neurônios pós-sinápticos • Células da Glia: são consideradas células de suporte para o sistema nervoso. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 5 Fonte: Adobe Stock, 2023. Estas estruturas atuam de forma fisiológica e participam da neuroplasticidade que está relacionada com o comportamento adaptativo do sistema nervoso capacitando-o para manter as funções biológicas em homeostasia, mas, também durante processos lesionários. Chamamos este processo de flexibilização ou maleabilidade neuronal que pode alterar as funções ou estruturas em função de um acontecimento nocivo. Ex.: Treino de natação. Vale ressaltar que a neuroplasticidade é um mecanismo intrínseco fisiológico atento as alterações biológicas e homeostáticas com a função de correção ou adaptação frente as respostas sutis do dia-a-dia ou as questões traumáticas, sendo então uma característica marcante e constante da função neural que pode variar de acordo com a faixa etária. Sabemos que a neuroplasticidade é identificada com maior ênfase em jovens, com início já no período embriogênico, onde se observa maior gama de desenvolvimento. Ao longo do desenvolvimento do organismo o sistema nervoso amadurece, organiza-se e estrutura-se, com isso a plasticidade é reduzida, porém, nunca fica ausente. De acordo com Oliveira, (2014, p. 17), O cérebro do adulto tem menor plasticidade; o número de neurônios se reduz, mas as consequências educacionais destes eventos ainda não podem ser interpretadas completamente. A neurogênese, com o Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 6 surgimento de novos neurônios, diferentemente do que se pensava, continua, pelo menos, por parte da vida adulta. Esta permanente plasticidade do cérebro sugere que ele foi concebido para a aprendizagem e adaptações, que podem provocar modificações em sua estrutura diante de novos desafios. Sob esta ótica, compreender as etapas da célula nervosa durante o processo de desenvolvimento elucida as questões relacionadas a neuroplasticidade. Estas etapas compreendem: • Etapa de indução: é a diferenciação do ectoderma para no futuro formar o sistema nervoso. • Etapa de proliferação: corresponde a divisão das células da placa neural em tubo neural e que futuramente resultará em Sistema Nervoso. • Etapa de migração: refere-se à movimentação das células recém-formadas pela proliferação que se deslocam para os locais específicos do tecido nervoso. Ex.: as células que formarão o lobo occipital deslocam para a porção posterior. • Etapa de agregação: fase em que as células com afinidades unem-se para criar as áreas funcionais. Ex.: as células que formarão as áreas sensoriais vão se agregar de acordo com a afinidade funcional Resistência dos pacientes/alunos frente aos obstáculos e frustrações. • Etapa de diferenciação: denominada de etapa de especialização, é nesta fase que as células desenvolvem funções específicas. Ex.: qual neurotransmissor a célula vai produzir e qual conexão será feita. • Etapa do crescimento de prolongamentos e sinaptogênese: fase de alongamento dos axônios e dendritos é nesta fase que a sinaptogênese tem início e se ajusta continuamente a medida que a comunicação exige equilíbrio entre neurônios. • Etapa de apoptose e refinamento da sinapse: esta preparação é definida depois que todo o processo foi estabelecido e formado. O organismo reconhece células extranumerárias ou conexões errôneas e faz a limpeza eliminando-as, é dessa forma que o sistema nervoso refina sua construção (PINHEIRO, 2007). Após o estabelecimento destas fases, o sistema nervoso fixo as áreas funcionais que desempenharão para sempre a programação de vida dessas células. Apoptose como chamamos, morte celular programada, determinam o dia e a hora que essas células, sejam elas nervosas ou não, morrerão, no entanto, agressões Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 7 e lesões também podem promover a morte celular, fugindo esta programação, neste caso, as células podem seguir dois caminhos: • Evoluir para a morte: quando o corpo celular foi comprometimento por alguma lesão ou acontecimento. • Sofrer Regeneração: que é o processo de restabelecimento celular reavendo a viabilidade celular, nesta ocasião, com certeza o corpo celular não foi atingido, permanecendo intacto. Dentro deste cenário, entendemos que há a possibilidade de haver plasticidade das estruturas, inclusive no adulto, é o caso das plasticidades: - Dendritica, onde as conexões dependem desta estrutura e em termos de memória essas estruturas são fundamentais, assim, fica claro que os dendritos se refazem. - Somática, até pouco tempo não se acreditava que era possível, atualmente pesquisas revelam que alguns neurônios são passíveis de regeneração a partir das células tronco, aliados a atividade física, somados a formação de novos vasos sanguíneos (sistema angiogênico) proporcionando a plasticidade somática (PINHEIRO, 2007). - Axônica, esta plasticidade é possível através do brotamento colateral do axônio que suprirá o neurônio desinervado ou por brotamento regenerativo a partir do crescimento do axônio afetado, favorecendo o encontro deste neurônio com um neurônio vizinho, restabelecendo assim as conexões (FONSECA, 2016). - Sináptica, esta plasticidade depende de estímulos variados, sejam auditivos, olfatórios, visuais ou gustatórios que estimularão o desenvolvimento de alterações que darão continuidade ao processo de transferência de informações entre neurônios (FONSECA, 2016). Dentro deste contexto, a plasticidade neural favorece novas conexões, fortalecendo a construção e consolidação de memórias resultando em aprendizagem, no entanto, é sabido que traumas emocionais com excessivas descargas de substâncias químicas produzidas durante os estados emocionais negativos, podem prejudicar o processo de plasticidade (FONSECA, 2016). Alguns fatores podem influenciar na plasticidade, sendo eles: a forma de instalação da lesão, a localização da lesão, a etiologia e a extensão e gravidade da lesão, no entanto, a plasticidade pode ser ativada por diferentes estímulos, não só lesões, mas, exercícios que exigem do cérebro diferentes atividades, como a leitura ou Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 8 pentear o cabelo com a mão que não é a habitual, são excelentes estímulos cerebrais, além da aquisição de novas habilidades específicas, saiba que o uso repetido de atividades pode gerar pouca ou nenhuma aprendizagem, o novo é mais produtivo, assim, as atividades motoras e sensoriais em nível crescente de habilidades devem ser incentivadas, pois, elas podem induzir alterações de longa duração nas redes corticais (HAASE; LACERDA, 2004). A plasticidade das crianças superdotadas encontra-se em constante crescimento, daí vem o termo “mente em eterno crescimento” ou “Mentes famintas por interação”. 1.2 O papel das células do sistema nervoso no processo de comunicação inter neuronal A comunicação inter neurônios é feita através da descarga indireta de neurotransmissores na fenda sináptica. A partir da comunicação as informações passam de neurônio a neurônio seguindo um fluxo que vai da periferia (recebe impulsos sensitivos através dos órgãos sensitivos) para o cérebro e após o processamento da informação, a resposta é devolvida para os órgãos alvos, no entanto, os reflexos caracterizam respostas nervosas que são processadas nos gânglios próximos à medula, assim denominados de arco reflexos. Assim, o aprendizado e a evolução do ser humano vêm de ações impostas pela vivência, ativada pelo simples movimento do dia a dia, bem como pelas ações especializadas, dentro do cenário de aprendizagem, Kolyniak Filho (2002, p. 31-2), relata que a motricidade tem participação árdua na aprendizagem e evolução da inteligência. Ela se aplica à: Forma concreta de relação do ser humano com o mundo e com seus semelhantes, relação esta, caracterizada por intencionalidade e significado, fruto de um processo evolutivo, cuja especificidade encontra-se nos processos semióticos da consciência, os quais, por sua vez, decorrem das relações recíprocas entre natureza e cultura – portanto, entre as heranças biológica e sócio histórica. A motricidade refere-se, portanto, a sensações conscientes do ser humano em movimento intencional e significativo no espaço-tempo objetivo e representado, envolvendo percepção, memória, projeção, afetividade, emoção, raciocínio. Evidencia-se em diferentes formas de expressão – gestual, verbal, cênica, plástica, etc. A motricidade configura-se como processo, cuja constituição envolve a construção do movimento intencional a partir do reflexo, da reação mediada por representações a partir da reação imediata, das ações planejadas a partir das simples respostas a estímulos externos, da criação de novas formas de interação a partir da reprodução de padrões aprendidos, da ação contextualizada na história – portanto, relacionada ao passado vivido e Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 9 ao futuro projetado – a partir da ação limitada às contingências presentes. Esse processo ocorre, de forma dialética, nos planos filogenético e ontogenético, expressando e compondo a totalidade das múltiplas e complexas determinações da contínua construção do homem. Seguindo este raciocínio, Ivamoto (2014) enfatiza que a motricidade tem caráter constitutivo, pois, sua construção se vale dos fatos baseados no desenvolvimento e cultura das espécies e dentro das condições dos planos individuais, desta forma a motricidade encontra-se inserida na totalidade da construção do ser humano, abrangendo planos ontogenéticos e filogenético, traçando o saber, onde as informações ficam armazenadas e vão se organizando de maneira que podem ser regatadas a medida que precisamos, pois elas ficam em padrões acessíveis. Para compreendermos com maior clareza, saiba que no plano ontogenético a motricidade se constrói já a partir da genética usada no desenvolvimento do zigoto, assim, as informações genéticas familiares tem importante parcela nessa construção, pensando assim é possível concluir que todo desenvolvimento do embrião torna-se fundamental neste processo de construção, desde a gestação, incluindo os mais variados hábitos maternos como: uso de drogas, infecções, alimentação, utilização de fármacos ou outros produtos, até as condições que arrolaram o pré parto e pós parto, tais condições vão servir de estímulos para o bebe em desenvolvimento, tais estímulos serão registrados e vão condicionar o sistema nervoso a responder a estes estímulos, sejam para o bem ou para o mal. Estes estímulos no início podem ser respondidos de forma imatura (reflexos), mas, com o passar do tempo e a formação de mielinização dos axônios neuronais, tais estímulos recebem resposta involuntárias, que são assim designados por atender aos comandos das vias subcorticais do sistema nervoso. Enquanto os movimentos voluntários (função semiótica) dependem da convivência social, familiar, escolar e outras. Dentre os movimentos voluntários se aplicam: a linguagem que associada aos movimentos gesticulares concretizam os movimentos voluntários que hora recebem o controle de importantes zonas (medular, cortical e subcortical). Esta construção dá lugar a construção de um processo que resulta em funções psicológicas superiores e motoras, caracterizando o saber. Os movimentos voluntários com o passar do tempo, somados ao convívio do dia a dia e aos movimentos diários (familiar, escolar e social), se efetivam servindo de treino e assim fortalecem os movimentos voluntários a ponto de torna-los mais complexos desenvolvendo precisão junto as habilidades motoras e cognitivas. No ambiente escolar, a motricidade tem importante participação junto ao aprendizado e novos movimentos (dançar, jogar, desenhar, pintar, escrever, ler, etc), Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 10 tais movimentos ingressam no campo de novos aprendizados. Para tanto, é importante que todas as disciplinas estejam voltadas para desenvolver motricidade, já que ela é a soma de todos os estímulos que recebemos ao longo de nossa vida, por isso ela é classificada como construtiva e ponto fulcral para o aprendizado e memória. 1.3 Neuro Anato-Fisiologia da Inteligência A neurulação, que é uma etapa do desenvolvimento do Sistema Nervoso iniciase a partir da terceira semana de gestação com a formação do folheto embrionário denominado ectoderma. Durante a formação este folheto dará origem a placa neural que fecha suas laterais formando posteriormente o tubo neural que é uma estrutura com interior vazado, os quais, no futuro dará origem aos ventrículos cerebrais e demais estruturas do Sistema Nervoso Central (SOBOTTA, 2000). Fonte: Adobe Stock, 2023. Vesículas primordiais se formam na porção do tubo neural dando origem ao prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 11 Fonte: Mattos, 2006. Segundo Mattos (2006), os mais de 100 bilhões de neurônios que constituem de maneira que o Sistema Nervoso advém da placa neural que está em desenvolvimento. Nesta etapa do desenvolvimento, a cabeça do embrião é bem maior que o restante do corpo. Durante o período pós-natal, ainda se nota o aumento no desenvolvimento cerebral pela complexidade das estruturas. Ao nascer observa-se a mesma proporção em relação aos tamanhos das estruturas (cabeça e restante do corpo), mas logo inicia-se um ligeiro crescimento. O cérebro posterior é denominado de rombencéfalo e dará origem o cerebelo e o tronco encefálico pós-natal. Neste período o cérebro continua a se desenvolver, aumentando as quantidades de fissuras (sulcos) e saliências (giros) aumentam, percebe-se que o bebê tem tantos neurônios quanto um adulto (cerca de 100 bilhões), a maioria tendo sido formada até o sexto mês gestacional, embora eles ainda não estejam amadurecidos. Dentro do entendimento anatômico encontra-se a base para compreender o processo da inteligência, para tanto, é preciso relembrar particularidades do sistema nervoso humano, este encontra-se dividido em Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Periférico. O Sistema Nervoso Periférico é composto por nervos e gânglios e faz o transito de informações levando estímulo da periferia para o cérebro, através dos nervos sensitivos ou mistos e trazendo do cérebro a resposta que chega de volta ao órgão alvo através dos nervos motores ou mistos (SPENCER, 1991; NETTER, 2011). O encéfalo e medula espinal são partes integrantes e fundamentais do Sistema Nervoso Central, de maneira que o encéfalo é o todo composto pela conexão de três estruturas: o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico (ponte, bulbo e mesencéfalo). Tais estruturas microscopicamente integram uma rede neural formada por unidades anatômicas do sistema nervoso central, os neurônios (SPENCER, 1991; DRAKE et al., 2015). Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 12 Fonte: Adobe Stock, 2023. Importantes regiões o sistema nervoso dispõe de regiões significativas, é o caso do tálamo, hipotálamo e epitálamo. Denominado relé sensitivo, o tálamo, não deixa passar nada sem sua avaliação, exceto, estímulos olfatórios que tem conexão direta com o cérebro, pois atravessam a lâmina crivosa do osso etmóide através dos nervos olfatórios que interligam a mucosa nasal ao cérebro, por esse trajeto, o estímulo não passa pelo tálamo. Enquanto que o hipotálamo é responsável pelo controle da temperatura corpórea, apetite alimentar, apetite sexual, fazendo parte do Sistema Límbico e desta forma controla também nossas emoções. No epitálamo é possível encontrar quatro colículos, sendo dois superiores que são responsáveis pela visão e dois inferiores relacionados com a audição, além dos colículos está presente nesta região a glândula pineal que controla o ritmo circadiano, sendo também considerado relógio biológico pela produção de melatonina (hormônio que controla o início da puberdade e outras funções). O epitálamo é uma importante região que favorece a comunicação entre o sistema límbico, regulando o comportamento emocional (SOBOTTA, 2000). Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 13 Denomina-se Sistema Límbico o conjunto de estruturas que conectadas regulam diferentes reações emocionais (boas ou más emoções), distúrbios relacionados com esta região podem desencadear diversas reações e comportamento (SOBOTTA, 2000). Ainda relembrando as estruturas, o cérebro possui uma disposição representada por dois hemisférios (direito e esquento) conectados pelo corpo caloso, tais estruturas podem até ser comparadas a uma noz. Hemisfério cerebral esquerdo Corpo caloso Hemisfério cerebral direito Hemisfério direito Hemisfério esquerdo Fonte: Adobe Stock, 2023. O cérebro está disposto em cinco lobos dispostos de acordo com a localização, denominados de: lobo temporal, frontal, occipital, parietais e lobo da ínsula dentro dos quais estão dispersos importantes áreas cerebrais com diversas funções somestésicas, sensitivas, de associação e motora. O córtex cerebral é a regiões mais superficiais do cérebro e a abrange maior quantidade de substância cinza (local de processamento de informações), comparada a substância branca, localizada logo abaixo da substância cinza (córtex cerebral), sendo responsável pelo trânsito de informações, composta por fibras nervosas as quais são chamadas de axônios. Os axônios são classificados em fibras de associações e ligam diferentes regiões ou áreas dentro do mesmo hemisfério, fibras comissurais conectam os hemisférios, como é o caso do corpo caloso, fibras de projeção que são fibras que conectam a substância cinza a outras regiões cerebrais (BEAR et al., 2002). Compondo a substância cinza estão os corpos celulares (parte principal do neurônio) presentes no hipotálamo, núcleos de base e tálamo, vale ressaltar que nestas Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 14 regiões a disposição da substância cinza é na parte externa, enquanto na medula, a substância cinza se dispõe em uma região central. O quadro abaixo elenca as áreas do córtex e suas respectivas funções. Áreas do córtex Funções relacionadas a área Pré-frontal Responsáveis pelo raciocínio, controle de emoções e resoluções de problemas. De associação motora Esta região coordena diferentes movimentos complexos. Motor Primário Controla e coordenada todos os movimentos voluntários. Sensorial primário Responsável pelo recebimento de informações sensitivas do organismo. Fonte: Próprio autor, 2023. Dentro da microscopia neurológica, Cury (2007), relata a existência de diferentes tipos de neurônios com diferentes funções específica. Em 1996 neurocientistas publicaram a existência dos neurônios-espelho, pesquisa está, feita em primatas, demostrando a intensa atividade destes neurônios quando o animal realizava uma ação e que se mantinham ativos mesmo quando o animal estava apenas observando alguma ação feita por outros, por isso a nomenclatura de espelho. Esta observação revelou que o cérebro do animal se ativava ao observar outros como se ele próprio estivesse fazendo a ação ou se olhando no espelho. Este estudo revela que os neurônios-espelho estão mais relacionados com o movimento do que com o ato motor. Ressonância magnética proporcionou resultados que puderam ser transpostos ao cérebro humano levando a pensar que nós também agimos assim, o ato que observarmos alguém fazer alguma atividade ou ações basta para causar o disparo de neurônios-espelho, é claro que a ação e o disparo observados em neurônios-espelho humanos, quando comparados aos dos macacos mostram-se mais evoluídos e flexíveis as respostas, isto prova o porquê nós desenvolvemos habilidades mais sofisticadas e específicas. Isso explica o porquê bocejamos ao ver outra pessoa bocejar, dizemos ato contagioso. Ou basta olhar para cima e começar a rir que outros são capazes de te imitar sem mesmo saber do que. Isso ocorre porque áreas do cérebro são ativadas apenas pela observação (KENDEL et al., 2014). O local exato dos neurônios-espelho não é certo, de forma que eles podem ser encontrados em diferentes locais dentro do cérebro, formando o sistema espelho Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 15 composto pelas áreas de planejamento motor, que é uma área de planejamento suplementar e pré motora. Esta diversidade facilita a capacidade de compreensão das emoções, intensões e percepções tanto nossas como de outros. Acredita-se que os principais locais destas áreas podem ser os lobos da ínsula e regiões do córtex inferior do lobo frontal e parietal. Estas áreas são consideradas responsáveis pela habilidade de compreensão, linguagem e memória, pois, se falamos é porque aprendemos e memorizamos as sílabas e sons, além de exercer ações mais complexas como por exemplo interpretar as metáforas (funções cognitivas) (BEAR et al., 2002). A sinestesia espelho se aplica a presença destes neurônios diferenciados pelo fato de vivenciarmos a ação observada em outra pessoa e as sentimos como se fosse feita por nós, é o caso de salivarmos ao simples ato de observar outra pessoa espremer ou chupar um limão ou outro exemplo, sentimos calafrios e sensações de medo ao observarmos alguém próximo a um penhasco ou outro local perigoso (terraço de um edifício bem alto) (LINKOVSKI, 2017). Dentro deste cenário acomodamos a ação dos neurônios-espelho dentro do aprendizado e linguagem, é possível a ativação deles, pois, pode refletir na inteligência, porém, os erros relacionados ao funcionamento ou ativação desses neurônios podem resultar em deficiências nesse campo, isto também tem reflexo na dificuldade de empatia, assim como, pode até estar relacionada com diferentes distúrbios, transtornos ou casos de psicopatias. Ex.: o caso da fisiopatologia apresentada em alguns dos graus do TEA – Transtorno do Espectro Autista (CURY, 2007). Estudos feitos por Cury (2007, p. 65) enfatiza: Dados que os neurônios-espelho são tão fundamentais para a compreensão, faz sentido que falhas entre eles possam criar problemas profundos. De fato, parece déficits podem ajudar a explicar dificuldades que vão de reserva excessiva a autismo. Alguns cientistas acreditam que o autismo pode estar relacionado a neurônios-espelho malformados. O autor explica que por haver alguma malformação relacionada aos neurônios espelho, esses pacientes não conseguem entender o real significado da emoção que eles presenciam e assim tornam-se incapazes de interpretar pensamentos, intenções, sentimentos e ideias alheias, mesmo observando o comportamento de outras pessoas, como alegria ou tristeza, o que em pacientes considerados sem o transtorno, refletiria em sensação parecida (CURY, 2007 p. 65). Existe um importante papel dos neurônios-espelho frente as interpretações das ações comunicadas ao cérebro durante as práticas sociais em que eles analisam um repertório comportamental de ação e situação do próximo e isso gera empatia. Esse é o processo altruísta, passando a sentir o que ela sente frente algumas situações, é o Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 16 ato motor da outra pessoa que passamos e conseguimos identificar. Aplicando este conceito ao aprendizado, pede-se que se formem grupos, logo uma pessoa do grupo se destaca como líder e passa a comandar ações para resolver atividades ou problemas influenciando os demais, esta prática facilita o aprendizado e molda o caráter do aluno ou criança, lembrando que este propósito se aplica as pessoas típicas. Para crianças ou pessoas atípicas ou com alguma deficiência neurológica, esta ativação pode se mostrar menos intensa, de maneira que esses pacientes não conseguem compreender e nem mesmo imitar quando frente ao reconhecimento de gestos, sentimentos, condutas ou expressões faciais (GAIATO, 2019). Assim, é possível em situações típicas, predizer o comportamento humano e interpretar o que está sendo falado, antecipando assim o comportamento ou ação a ser feita, com o entendimento acerca dos neurônios-espelho. Para Colombo (2019, p. 23), os neurônios-espelho tem uma importância evolutiva por serem células que [...] relacionam a nossa mente com a nossa existência e, além disso, encontram uma analogia entre o nosso corpo e o corpo de outras pessoas. Esses neurônios procuram uma similaridade entre nossos estados mentais e estados corporais com os de outras pessoas. A atividade dos neurônios espelho e a nossa tendência de imitar os outros automaticamente aumenta a nossa capacidade de entender os outros. Os neurônios-espelho exercem uma função fundamental no entendimento de cooperação, fornecendo flexibilidade de ações próprias e entendendo as práticas dos outros e também relacionam nossa mente com nossa existência. Esta propriedade ou característica é necessária para melhorar o relacionamento e as interações sociais, permitindo que as práticas ou ações ganhem caráter de atitudes complementares, cooperativas ou coordenadas. No cenário da aprendizagem este conceito é relevante mostrando que o aluno ou paciente precisa deste arranjo para poder assimilar informações e conteúdo que lhe são ensinados, facilitando a memorização. Enfatizando que as questões emocionais podem impactar, de maneira positiva ou negativa o aprendizado e a estimulação em termos de equilíbrio das diversas estruturas que compõem o sistema límbico, pois estas questões estão associadas a este sistema e colabora em 100% com a fixação e aprendizado. Quanto ao cenário fisiológico, vale enfatizar a descarga de vários hormônios, a exemplo: a epinefrina e glicorticóides (hormônios produzidos pela glândula endócrina ou adrenal) que em situação de estresse, impactam na consolidação da memória e aprendizado, sendo que em quantidades moderadas participam na consolidação da Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 17 memória a longo prazo, enquanto em altas doses fazem o papel contrário, particularmente na memória a curto prazo. O cortisol por exemplo, pode provocar morte neuronal e impactar na consolidação da memória de longo prazo (ROOZENDAAL, et al., 2009). A compreensão da formação da motricidade e da sua reverberação sobre os mais diversos recursos dentro da aprendizagem é outro aspecto importante para o aprendizado e memória, mantendo a indissolubilidade dos aspectos cognitivos, motor e afetivo, pois conectados, eles promovem a construção individual que se aplica ao desenvolvimento humano. Logo, há necessidade de agregação de estruturas consideradas fundamentais para o processo de motricidade aplicada a cognição. Dentro deste contexto, Kolyniak Filho (2010, p. 61 e 62) enfatiza que seguindo [...] o modelo de Luria, a primeira unidade funcional, que compreende a medula espinhal (especialmente a formação reticulada), o tronco cerebral, o tálamo, o hipotálamo e o cerebelo, responde pela regulação do tônus muscular e dos estados de atenção e alerta, sendo o seu funcionamento essencial para toda a troca de informação entre os receptores nervosos, o sistema nervoso central e os músculos. Em outras palavras, é a primeira unidade funcional que regula os processos de aferência (movimento dos estímulos nervosos em direção ao sistema nervoso central) e eferência (movimento dos estímulos nervosos que partem do sistema nervoso central). A segunda unidade funcional, que inclui as áreas corticais dos lobos occipital, temporal e parietal, responde pela recepção, análise e armazenamento de informações. Assim, todas as informações provenientes dos sentidos voltados para o exterior (visão, audição, tato, olfato e gustação) e para o interior (propriocepção, que inclui informação proveniente dos músculos, articulações e órgãos) são passíveis de tratamento e armazenamento (como memória) na segunda unidade funcional. O tratamento da informação inclui a associação entre diversas informações, provenientes de diferentes campos perceptuais (visão, audição, cinestesia, etc.). Por isso, compreender o ser humano como um sistema complexo, onde se agrega afetividade, motricidade, corpo, mente e cognição é fundamental para uma nova configuração escolar ou de tratamentos em termos de aprendizagem, destacando a motricidade. Para tanto, deve-se seguir duas vertentes quando a proposta for aprendizado em todos os sentidos: a construção da motricidade e a contrapartida desse conjunto de funções. Em caso de aprendizado tanto o aluno como para o paciente, inúmeras capacidades poderão ser alcançadas ao se trabalhar a motricidade com elas. De acordo com Kolyniak Filho (2010, p. 59 e 60), tais capacidade permitem que os alunos/pacientes: Dominem a própria motricidade, situando seu corpo no espaço-tempo, no sentido de que sejam capazes de articular seus movimentos para atingirem seus objetivos, com eficiência e economia de esforço; isso Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 18 significa propiciar aos alunos a realização de uma grande variedade de movimentos (andar, correr, saltar, jogar capoeira, futebol, basquetebol, dançar, etc.), que resultem também em uma melhoria de suas capacidades gerais de movimento (força, resistência, flexibilidade, coordenação motora, etc.). Apropriem-se de um conjunto de conceitos que lhes permitam uma compreensão abrangente e crítica da motricidade humana em geral e da sua motricidade individual; tais conceitos incluem aspectos biológicos (fisiologia, cinesiologia, anatomia, etc.) e psicossociais (elementos culturais, influências político-econômicas nas manifestações motrícias) da motricidade. Discutam as relações humanas pelas óticas ética e estética, tendo como referência a interação concreta entre os homens e destes com a natureza, interação esta que envolve o corpo e a motricidade; nesta perspectiva, por exemplo, todas as atitudes dos alunos em jogos (colaboração, solidariedade, violência, desrespeito) devem ser discutidas pelo seu sentido ético, assim como se deve chamar a atenção para a beleza dos movimentos individuais e grupais, não só para os resultados. Em se tratando de memória, vale ressaltar que a acetilcolina é o primeiro neurotransmissor identificado e que tem relação com a aprendizagem. É considerada o neurotransmissor em maior quantidade no corpo, necessária para a concretização da aprendizagem e memorização, além de participar do controle motor e ações de alerta corporal (emoções) e da concretização de movimentos que levam a memorização. Esses movimentos fazem parte da construção do aprendizado, pois, são ações musculares e nervosas que juntas permitem a ocorrência de movimentos involuntários e voluntários do dia a dia, a qual chamamos de motricidade. Vale ressaltar que baixos níveis deste neurotransmissor resultam em concentração deficitária e esquecimentos (ALVAREZ e LEMOS, 2006). As emoções do dia a dia impactam diretamente na memória a longo prazo, pois marcam momentos e atos fixando informações em áreas cerebrais (sistema límbico) e assim o ciclo se fecha, explicando o porquê que as emoções, Roozend sejam elas boas ou más, tem grande influência sobre o aprendizado. Desta forma ressalta a importância da estimulação dentro do processo emocional, isto vai causar alterações junto as sinapses neuronais, ocasionar mais conexões e o resultado será a facilidade de absorver o conhecimento, concretizando o aprendizado (KANDEL, 2009). Explicando assim, porque aprendemos com os erros, já que em inúmeras vezes se dá mais importância a um ato emocional negativo do que positivo. A repetição também é considerada um procedimento indispensável para a formação da memória e aprendizado. Sobre isso Izquierdo (2009, p. 37) afirma que: “[...] a repetição reforça as memórias, provavelmente recrutando cada vez mais circuitos nervosos para reforçar o armazenamento”. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 19 Aliada as repetições, a emoção vivida no momento, bem como, a atenção que dispensamos à aquela situação, favorece a fixação das informações (memória). 1.4 Astrócito e Células neurológicas. Astrócitos são as células da glia mais abundantes do sistema nervoso central e podem se diferenciar em: astrócitos protoplasmáticos quando estiverem presentes na massa cinzenta ou astrócitos fibrosos quando estiverem presentes na massa branca, assim como outras células, são consideradas células satélites, cuja a função primordial é a proteção deste sistema, além de suprir os neurônios metabolicamente. Seguindo este raciocínio, algumas moléculas, dentre elas o glutamato, que se encontram presentes no canal sináptico estimulam o influxo de cálcio nos astrócitos, promovendo a liberação de diferentes neurotransmissores. Os astrócitos normalmente mantem potenciais de membrana na fase de repouso, sendo capaz também de alterar a membrana do neurônio para o estágio excitatório, ao empregar cargas positivas (Ca+). Fonte: Adobe Stock, 2023. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 20 A propagação dos sinais sinápticos desperta os astrócitos relacionados a esta condição, estas células recebem o sinal neuronal que chega na fenda sináptica a qual os astrócitos controlam e modulam sua atividade, enfatizando assim que a participação e a presença dessas células contribuem com a formação da resposta ao estímulo que veio em forma de sinal sináptico. Desta forma, vale ressaltar que a população de astrócitos presente na sinapse pode aperfeiçoar respostas ao empregar oscilações de Ca+, produzindo assim, ondas específicas que ao atingir o neurônio pós-sináptico modulará de forma coordenada, as respostas ao estímulo ativo (JOURDAIN et al., 2007). Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 21 Capítulo 2 - Superdotados - o funcionamento do cérebro. A ideia de superdotados é milenar pois, deste primórdio os gregos já separavam crianças de acordo com níveis de desenvolturas para treiná-los para a guerra ou para outras atividades as quais elas se destacavam. Esta separação se dava em função de particularidades que essas crianças demonstraram ter de forma peculiar (RANGNI; DA COSTA, 2011). Segundo Veiga (2014, p. 642 e 643), A história tem mostrado que a concepção de diversas teorias sobre a inteligência vem se configurando desde a psicometria, passando pelas teorias cognitivas, computacionais e modulares. A década de 80 marcou uma evolução na concepção da inteligência, considerando-a desde propriedade única da mente até uma arquitetura modular. A modularidade propõe uma mente constituída por um conjunto de módulos especializados, sistemas funcionais, inteligências múltiplas, memórias diversas. Para cada tipo de processo ou atividade têm-se estruturas específicas e especializadas. Há necessidade de uma análise crítica referente à identificação da realidade multifacetada do superdotado. A evolução nos estudos sobre a inteligência humana desencadeia uma revisão no conceito cerebro-mente. 2.1 Primeira infância De acordo com Cosenza (2011), é na terceira semana de gestação que a formação do cérebro se intensifica e ao nascer acelera o amadurecimento, especialmente em se tratando de conexões (sinapses). Na fase neonatal, as sinapses mostram-se ainda em pequenas quantidades, mas, com a convivência e o tempo, a partir dos estímulos vão se desenvolvendo com tendência a aumentar de quantidade e isso favorece o aprendizado inicial. O amadurecimento e evolução cerebral chega a adolescência, onde atinge o pico máximo, estacionando ao entrarmos na fase adulta, mas, mesmo estacionadas nesta fase, pode continuar em ótima ativação dependendo de estímulos feitos através de práticas que desafiam o cérebro. A aprendizagem se inicia com os sons que a criança ouve em diferentes ambientes (maternidade, familiar, etc), mas é após um ano de vida que a aprendizagem da língua nativa ganha força em função da diferenciação dos sons, assim, quanto mais precoce a aprendizagem, melhor o desempenho (OLIVEIRA, 2014). Em se tratando de período crítico de aprendizagem, autores citam que nós não temos em nenhuma das nossas fases, mas, podemos identificar uma fase sensível ao Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 22 aprendizado, especialmente na fase adulta em que depende dos estímulos trabalhados nesta fase (OECD, 2007, p. 111; OLIVEIRA, 2014). Damásio (1996), reforça dizendo que a comunicação entre o organismo e o cérebro é feita por conexões entre nervos motores e sensoriais, respaldados por comandos hormonais presentes na corrente sanguínea, que desta forma mantém o equilíbrio neurológico. Além desse comando hormonal, os neurotransmissores liberados por núcleos presentes no tronco cerebral são fundamentais para manter essa organização e equilíbrio, a exemplo disso está a serotonina que participa do equilíbrio comportamental, onde eventuais alterações podem influenciar nas mudanças cognitivas e comportamentais. Além da serotonina, a dopamina, acetilcolina e norepinefrina tem papeis fundamentais junto ao aprendizado permitindo o armazenamento de imagens, sons e outros estímulos reais e dessa forma facilitando a interação, concentração, além de produzir respostas reativas ou espontâneas, moldando o comportamento individual, levando em conta que cada imagem for capturada e processada de modo exclusivo, ou seja, cada pessoa a interpreta a sua maneira. Seguindo este conceito, Damásio (1996, p. 116) deixa claro que “pensar nada mais é do que possuir capacidade de exibir (evocar) imagens internamente.” E dentro deste pensamento, Vigotsky (1991, p. 40), complementa: “a linguagem também tem um papel fundamental na evocação das imagens e, portanto, na formação desta mente socialmente partilhada.” Seguindo esta perspectiva neurobiológica é fundamental a interação e perfeita conexão entre o corpo e a mente para manter sólida construção do aprendizado. Em se tratando de estruturas envolvidas no conhecimento, o lobo frontal é considerado ponto fulcral para o planejamento dos movimentos, ações e pensamentos abstratos. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 23 Fonte: Adobe Stock, 2023. Cada lobo está disposto em áreas funcionais, as quais desenvolvem funções específicas. Dentro deste conteúdo, fica clara a participação do córtex pré-frontal (área pré-frontal), frente a intensa relação com diferentes funções cerebrais como por exemplo as emoções e a concentração, ambas fundamentais no processo de aprendizagem, além de ter intensa participação junto as decisões referentes à importantes sequências e ordem de movimentos que deverão ser feitos objetivando resultados esperados. Além do córtex pré-frontal, o córtex motor participa arduamente da realização das ações desempenhadas pelo conjunto de funções nervosas e musculares que permite os movimentos voluntários ou automáticos do corpo (motricidade). Cada córtex executa uma tarefa, assim o córtex motor fica responsável pelo controle e coordenação da motricidade considerada voluntária, controlando movimentos opostos à sua posição (córtex esquerdo controla movimento do lado direito e vice-versa) e o córtex pré-motor controla e executa movimentos de precisão. O lobo occipital processa informações relacionadas aos estímulos visuais (lobo visual), par tanto, ele possui zonas especializadas que fazem a distinção e compreensão das cores, dos movimentos executados, dos conceitos de profundidade, distâncias e outros (DE QUADROS, R. M.; SCHMIEDT 2006). O lobo temporal fica a cargo de interpretar e processar os sons para então memorizar com mais facilidade é nele que estão as áreas associadas aos estímulos auditivos que são processados por associação. Os sons são enviados ao lobo temporal Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 24 e inicialmente ficam em uma área primária que posteriormente serão repassados para uma área secundária que se conecta a diferentes estruturas cerebrais e assim unidas essas áreas modelam o que se ouve e armazenam na memória, mas, mesmo que haja uma alteração nesse trajeto fisiológico, como é o caso do aprendizado para pessoas com deficiência auditiva, o aprendizado é possível e acontece, as vezes exigindo um remodelamento no processo (DE QUADROS, R. M.; SCHMIEDT 2006; SOCZEK, 2021). O aprendizado com visão ausente também é possível e o lobo empenhado nesta tarefa é o parietal. Este lobo subdivide-se em região anterior ou primária, denominada de córtex somatossensorial e a uma outra subdivisão classificada como posterior. O córtex somatossensorial é considerado área sensitiva, participando do aprendizado mais refinado, relacionado a: temperaturas, pressão e tato, enquanto a subdivisão posterior do lobo parietal recebe informações relacionadas a localização de espaço e percepção de objetos através do tato (DIONÍSIO; VECTORE, 2017). Resumindo, diferentes estruturas executam funções de forma organizada, conectada e equilibrada transformando estímulos em informações que serão acumuladas e irão compor a memórias, podendo ser resgatadas a qualquer momento, mas, para isso, diferentes estratégias devem ser executadas favorecendo o aprendizado, assim, o processo depende de como essas estratégias apresentarão as informações de forma a despertar o interesse do público alvo e atingir resultados promissores. Por isso é importante conhecer o trajeto e percurso fisiológico para assim propor atividades que estimulem e permitam que o aprendiz se encante com a prática marcando positivamente a atividade de forma a tornar o aprendizado mais atraente e fácil. Chamo a atenção para o aprendizado de crianças superdotadas e com um grau de entendimento mais elevado, pois, para esse público, todo esse processo se dinamiza em um ritmo bem mais avançado e rápido de raciocínio para o entendimento, tudo isso é explicado porque tradicionalmente as crianças que apresentam Coeficiente Intelectual – QI considerado normal, o que se observa, por exames feitos na primeira infância é a presença de um córtex cerebral mais espesso, porém quando na adolescência, esta área sofre uma redução sem afetar o intelecto. Enquanto em crianças com altas capacidades cognitivas, é o contrário, neste caso o que se observa é conteúdo de massa cerebral cinza e branca espessa com um processo de espessamento do córtex cerebral que se processa lentamente até atingir a adolescência. Resumindo, nestas crianças, as habilidades vão evoluindo lentamente até atingir maior potencial na Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 25 adolescência adquirindo um cérebro hiperconectado e com uma eficiência neuronal muito valiosa (O'BOYLE et al., 2005). Alguns estudiosos dizem que a superdotação não está relacionada somente com o Coeficiente Intelectual, mas também com a capacidade motivacional e de criação (ZORKTOT, 2022). 2.2 Dinâmica da identidade interativa. Diferentes profissionais preocupam-se em compreender as particularidades que envolvem o crescimento e amadurecimento cerebral, para tanto, diversas pesquisas relacionadas com as habilidades e comportamentos das crianças tem sido desenvolvida dando ênfase as peculiaridades das diferentes faixas etárias (PAPALIA e OLDS; 2000; GOSWAMI, 2006; SLATER e LEWIS, 2007). Como mencionado anteriormente a participação dos estímulos, especificamente ativados via órgãos dos sentidos favorecem o amadurecimento e desenvolvimento cerebral, dentro deste cenário Bartoszeck e Bartoszeck, (2007), reafirmam que estes estímulos têm grande influência no crescimento e desenvolvimento da circuitaria das redes neuronais, enfatizando que o cérebro se desenvolve em função da interação do patrimônio genético associado à experiência do dia-a-dia e cultura, somados ao convívio com o meio ambiente. Logo na vida pré-natal, as sinapses e redes nervosas são formadas e entram em atividade intensa, seguindo assim até o primeiro ano de vida, a partir desta fase sofre uma redução na intensidade das atividades que se estende até aos 10 anos. Isto não acontece no córtex frontal, pois, o desenvolvimento das sinapses normalmente perduram até a adolescência, estabilizando-se na faixa etária que vai dos 18 a 21 anos de idade, vale a pena ressaltar que outras funções continuam ativas, especialmente com o auxílio de muito estímulos, ao longo de toda a vida (PAPALIA e OLDS, 2000). Por esse motivo, incentiva-se os ensinamentos ligados ao aprendizado de línguas estrangeiras e música clássica dentro faixa etária que vai de um a dez anos, esta é considerada a melhor faixa etária para o aprendizado, mas, não impede que tais aprendizados não sejam oferecidos em todas as faixas etárias, com ênfase na faixa acima dos 50, pois essas atividades e estímulo evitam diferentes doenças relacionadas com a memória (SANTOS e BENEDETTI, 2009; CRUZ et al., 2015). Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 26 Dentro do desenvolvimento cerebral, Bartoszeck e Bartoszeck (2007, p 10-11) ressaltam que: as vias neurais de aferência sensorial desempenham papel crucial no desenvolvimento do cérebro nos primeiros anos de vida da criança; • há um período “crítico ou sensível” bastante regular para a ativação das vias neurais sensoriais, a fim de estimular a formação de circuitos neurais nas partes específicas do córtex; quando a estimulação visual não está disponível no “período crítico” o déficit ocorre no desenvolvimento regular da área do córtex visual não sendo passível de correção em estágios posteriores. Períodos críticos (grau de plasticidade cerebral) são estágios de desenvolvimento para funções específicas do cérebro. São tipo “janelas de oportunidade” nos primórdios da vida, quando o cérebro da criança está particularmente susceptível às entradas de estimulação sensorial, para o amadurecimento de sistemas neurais mais desenvolvidos. Dentro do fator vivência, a interatividade torna-se fator fundamental, para explicar melhor esse conceito a neurociência sugere períodos críticos que podem influenciar na cognição, o quadro abaixo demonstra as melhores faixas etárias para as diferentes respostas, caracterizando o aprendizado. Quadro 01. Habilidades e faixas etárias recomendada. Fonte: Bartoszeck e Bartoszeck (2007, p 16 adaptado de Doherty, 1997). A aprendizagem é um processo adquirido através do acúmulo de informações e conhecimentos, processo este, fundamental para a sobrevivência de todos os animais. Tudo tem início nas estratégias de busca por alimentos ou maneiras programadas de escapar de situações perigosas, estes conhecimentos permitem que as espécies perpetuem. Em humanos, isso não é diferente, o aprendizado se caracteriza pela execução de procedimentos, que estão sempre evoluindo e se adaptando as situações, para tanto são constantemente reformulados, é assim com várias habilidades, no entanto, estes processos precisam estar respaldados em informações armazenadas que permanecem disponíveis em diferentes tipos de memórias, sendo elas: a) Memória procedural. Ex.: o aprendizado necessário para que o indivíduo aprenda a nadar e a andar de bicicleta; Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 27 b) Memória espacial e perceptiva: normalmente traça rotas (trajetórias), exigindo um certo raciocínio. c) Memória declarativa semântica: geralmente exige o aprendizado baseado em classificações e organização; d) Memória declarativa episódica: relaciona-se com atos que envolvam percepção, sensação e sequência de fatos. Ex.: a execução de uma receita culinária que exige uma sequência e revisão para ser executada (RAMOS, 2014). Para Barrett et al., (2010), o aprendizado escolar está relacionado com a utilização da memória declarativa, pois exige, memória consciente, onde o aluno precisa memorizar locais, fatos, objetos e eventos. A memória não-declarativa é acionada em momentos em que vivenciamos diferentes experiências que podem influenciar e modificar nosso comportamento (RAMOS, 2014). Assim, dizemos que a construção dinâmica da identidade interativa, está relacionada com a percepção laboral, social, cultural e psicológica, ao longo da conivência desde o nascimento e que vão sendo armazenados como aprendizados diários. Assim compreender quem tu és faz menção do espaço, tempo e local. É bem aquele dizer popular: “ Quem co sô, pron co vô, dom co vim” (quem que eu sou, para onde eu vou e de onde eu vim). Assim construímos nossas relações a partir da nossa história, e convivência e diversas influências, sejam elas familiares (crenças), escolares, culturais e ideológicas. Segundo Chagas e Feith (2009, p. 156) diferentes estudos, revelaram que a dinâmica familiar contribui favoravelmente para a formação da identidade do superdotado. Os resultados desses estudos demonstraram que as famílias com superdotados costumam ser mais flexíveis, responsivas e menos restritivas quando comparadas a outras famílias. Estas também possuem mais livros, pinturas e trabalhos de arte em casa e investem mais recursos financeiros na estimulação e promoção da inteligência dos filhos. No entanto, o papel do professor é fundamental. Reconhecer nos comportamentos de cada aluno sob um olhar diferenciado revelam características ou potencialidades das Altas Habilidade/Superdota já na fase da Educação Infantil, pois é nesta fase que os comportamentos geralmente chamam mais a atenção, pelo cuidado e por elas realizarem atividades diversas, sendo assim acredita-se que o melhor momento de fazer esta observação é durante as atividades recreativa dentro do Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 28 contexto do universo lúdico, momento este em que o aluno se comunica consigo mesmo e com o mundo, percebe a presença de outros seres vivos e inanimados, constrói aprendizagem e aceita a existência do outro, estabelecendo relações sociais (SANTOS, 2018). Acredita-se que a partir do momento em que o aluno é reconhecido com as características ou potencialidades das Altas Habilidade/Superdotação é incluído de forma respeitosa no processo de reconhecimento da própria identidade, facilitando o dinamismo de interação. Dentro deste contexto Cupertino (2008, p.51) relata: É um engano pensarmos que esses indivíduos têm recursos suficientes para sempre desenvolverem sozinhos suas habilidades. Alunos com altas habilidades/superdotação necessitam de uma variedade de experiências de aprendizagem enriquecedoras que estimulem seu potencial Diante deste pressuposto é que entendemos que mesmo em condições de diferença no potencial de processamento cerebral essas crianças precisam ser direcionadas e orientadas para que consigam organizar os pensamentos acerca de tudo o que as rodeiam e desta forma se encontrar e estabelecer ótimas relações com o mundo e com seu próprio saber. 2.3 Neuro educação na primeira infância. Dentro da temática de altas habilidades/superdotação, compreender o aprendizado de pacientes ou alunos normais ou superdotados exige o conhecimento de uma ciência que vem se desenvolvendo desde o século XX e se caracterizou por se tratar do estudo das estruturas e funcionamento do sistema nervoso, em especial do cérebro, este conceito faz menção a neurociência. Esta ciência orienta a compreensão das funções vegetativas, motoras e sensoriais, e assim, envolve conhecimentos sobre anatomia e fisiologia. O foco principal desta ciência é desvendar os mecanismos da atenção, comunicação, memória, linguagem e os fatores que envolvem a emoção, além de esclarecer os fundamentos dos processos patológicos que alteram a aprendizagem, para tanto, faz a interface com outras ciências como a Psicologia e a Psicopedagogia (RAMOS, 2014). Segundo Oliveira (2011, p. 1 e 14), A educação ganha importância inusitada, neste momento, quando se comprova que as estratégias pedagógicas utilizadas no processo ensino-aprendizagem são eficientes na reorganização do sistema nervoso em desenvolvimento, produzindo novos comportamentos. [...] Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 29 Os conhecimentos em neurociência são produzidos numa velocidade vertiginosa, e a possibilidade de comprovação científica conta com exames de neuroimagem de alta tecnologia. Cada vez mais se conhece e se esclarece o funcionamento do fascinante cérebro humano. Estes conhecimentos têm interessado a pesquisadores de diversas áreas de conhecimento, dentre elas a educação. No entanto, estes conhecimentos não têm a difusão necessária para que os estudiosos das diversas áreas de saber trabalhem com conceitos mais universais, que se alcancem a interdisciplinaridade e a desejada transdisciplinaridade. Dentro deste cenário de aprendizagem, há a necessidade de se conhecer a fundo os processos fisiológicos e anatômicos, dentre outras ciências e desta forma avançar dentro do campo pedagógico de forma mais efetiva e facilitada (XAVIER, 2022). Objetivando ampliar o conhecimento que envolve informações necessárias para a construção da aprendizagem, a neurociência conecta-se a diversas ciências que interligadas permitem a compreensão mais avançada a respeito do cérebro humano, de como todo esse campo funciona e as eventuais vertentes. No entanto, mesmo todo o conhecimento adquirido ainda não é suficiente para elucidar alguns entraves acerca dos limites sobre o cérebro devido à complexidade que o envolve, mas, este é o papel da neurociência, esclarecer ao máximo as dúvidas e dar suporte a compreensão referente as alterações cerebrais que resultam em memória e raciocínio (XAVIER, 2022). O objetivo maior da neurociência é conhecer as particularidades que envolvem a correta absorção do conhecimento, seu processamento e formas de memorização frente as práticas diárias, criando situações, onde o conhecimento vai evoluindo a ponto de formar as habilidades e criar memórias com durações infinitas, somadas a novas informações. É importante frisar que quanto mais oferecemos aprendizagem ao nosso cérebro, mais funcional ele fica servindo de estímulo constante modificando assim sua estrutura anatômica, como uma musculação cerebral (XAVIER, 2022). Tais atividades que levam a este exercício cerebral podem vir de qualquer ação proposta para este indivíduo, seja professor, instrutor, familiares, movimentos diários do convívio, etc, o importante é saber que tais estratégias de aprendizagem, se bem elaboradas por planos que objetivam a incorporação correta das informações de formas atrativas, elevam a autoestima do aprendiz e assim melhor resultado trará, consolidando e respaldando a aprendizagem, além de criar novas conexões neuronais pelo estímulo oferecido a cada momento (XAVIER, 2022). Pensando assim, estudiosos e educadores precisam obter conhecimento aprofundado acerca da neurociência e desta forma compreender de fato as particularidades do aprendizado e como ele se manifesta tanto de forma normal ou avançada como nos casos de habilidades e superdotação, pois, são elas que vão Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 30 nortear o entendimento da máquina cerebral em casos de superdotação, ou melhorar a aprendizagem e a construção do saber em situações típicas. Fonte: Adobe Stock, 2023 Associada aos conhecimentos de neurociências estão os conhecimentos acerca da cognição, desta forma, para Ranhel (2011), a cognição tem sido construída baseando-se em diferentes elementos que nos circundam, desde observações centradas em movimentos, comportamento até a indução que trata dos níveis de raciocínio humano. Outro conceito que explica cognição faz, referência ao mais alto patamar de intelecto ou condição mental humana. A aprendizagem se constrói formando conexões neuropsicológicas e redes neurofisiológicas e que se complementam, expande e associam estímulos a informações e assim, o cérebro recebe as informações, as processa e as transforma em movimentos, condutas e atitudes, moldando o comportamento. É sabido que os estímulos que culminam com a aprendizagem, podem vir tanto do meio externo quanto do interno e desta forma podem moldar os processos cognitivos influenciando na volição para assim resolver os desafios e resoluções de problemas (COSENZA e GUERRA, 2011). Fonseca (2014), relata que o ser humano não nasce com sua capacidade cerebral completa, o amadurecimento se faz ao longo do tempo e das experiências que a vida lhe propõe, mesmo que sejam ruins. Desta forma tanto experiência boas ou ruins nos fazem memorizar informações que poderão ser resgatadas com o tempo em momentos propícios para, por exemplo, não errarmos mais. Na fase da adolescência, inúmeras mudanças hormonais alteram o comportamento humano, deixando Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 31 responsáveis, profissionais da educação, psicólogos e outros profissionais alertas, mas, é importante compreender que além das alterações hormonais a fase da adolescência provoca um vasto processo de mudança em nível cerebral, assim, algumas áreas cerebrais aumentam de volume por aumentar a quantidade de conexões entre as células cerebrais, ou seja, um neurônio que antes fazia duzentas mil conexões, na adolescência, eleva esse patamar de conexão a picos máximo de conexões, todas essas alterações culminam com alterações cerebrais que refletem no comportamento do adolescente, mas, especificamente na aprendizagem (FONSECA, 2014). A Tabela 1 relata as fases do desenvolvimento cognitivo e suas capacidades. Tabela 1 - Estágios de desenvolvimento cognitivo de Piaget. Estágio Idade aproximada Capacidades Sensório motor 0 a 2 anos Conhecimento do mundo baseado nos sentidos e motoras. No habilidades final período, do emprega representações mentais. Pensamento pré- 2 a 6 anos operatório Uso de símbolos, palavras, números para representar aspectos do mundo. Relaciona-se apenas por meio de sua perspectiva individual. O mundo é fruto da percepção imediata. Pensamento operatório-concreto 7 a 11 anos Aplicação operações lógicas de as experiências centradas no aqui agora. Início da verificação das operações mentais, revertendo-as e atendendo a mais de um aspecto. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 32 Pensamento Adolescência operatório-formal diante em Pensamento abstrato, especulação sobre situações hipotéticas, raciocínio dedutivo. Planejamento, imaginação. Fonte: Alvarez e Lemos (2006, p. 183). Após este entendimento da importância das faixas etárias, fica claro quais os melhores momentos para se aplicar os estímulos adequados para cada idade, enfatizando que a faixa que vai 0 aos 3 anos de idade é o período de intensidade do neuro desenvolvimento, considerando-a a melhor fase para se redesenhar o conhecimento de um ser humano, por este motivo, sugere-se que haja muita atividade estimulante que faça o cérebro trabalhar de forma a prepara-lo para as demais etapas. (OECD, 2010) Herculano-Houzel (2005), afirma que um cérebro com estímulos reduzidos pode perder algumas conexões, assim, o autor sugere que se proponha treinos cerebrais para manter a plasticidade neuronal, utilizando as repetições que favorecem o aprendizado e propondo novos conhecimentos. Vale salientar que a motivação é a principal origem da cognição, no entanto, deve ser provocada e modulada, dessa maneira, o aluno aprende como estudar de forma que o deixa mais confortável frente ao aprendizado. Dentro do desenvolvimento cerebral, Bartoszeck e Bartoszeck (2007, p 10-11) ressaltam que: as vias neurais de aferência sensorial desempenham papel crucial no desenvolvimento do cérebro nos primeiros anos de vida da criança; • há um período “crítico ou sensível” bastante regular para a ativação das vias neurais sensoriais, a fim de estimular a formação de circuitos neurais nas partes específicas do córtex; quando a estimulação visual não está disponível no “período crítico” o déficit ocorre no desenvolvimento regular da área do córtex visual não sendo passível de correção em estágios posteriores. Períodos críticos (grau de plasticidade cerebral) são estágios de desenvolvimento para funções específicas do cérebro. São tipo “janelas de oportunidade” nos primórdios da vida, quando o cérebro da criança está particularmente susceptível às entradas de estimulação sensorial, para o amadurecimento de sistemas neurais mais desenvolvidos. Cores, movimento, sons e afetividade são estímulos sensoriais básicos na primeira infância (1 aos 3 anos). As conseqüências da privação visual nos primeiros anos são sempre mencionadas como provas de importância capital da estimulação visual para a educação infantil. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 33 A interatividade é fator fundamental quando se trata de vivência, dentro deste contexto a neurociência explica que podem existir períodos críticos que influenciam na cognição, abaixo estão dispostas diferentes respostas para diferentes etapas de vivência que poderão resultar em aprendizado. O quadro baixo, demonstra as faixas etárias mais recomendadas para o desenvolvimento de habilidades. Quadro 01. Habilidades e faixas etárias recomendada. Fonte: Bartoszeck e Bartoszeck (2007, p 16 adaptado de Doherty, 1997). 2.4 Relação entre afetividade e cognição. Vale a pena ressaltar a importância da compreensão que envolve os processos químicos, físicos e elétricos que ocorrem no cérebro, no entanto, isso é possível por meio de procedimentos como ressonância magnética e tomografia, além de outros exames específicos, esses exames nos permite compreender a fisiologia do aprendizado e como alterar para melhorá-lo. É importante mencionar também o papel emocional junto ao aprendizado (GOSWAMI, 2006). O cérebro possui uma disposição de lobos para melhor funcionamento e organização dos processos. Como mencionado anteriormente, dentre os lobos, cita-se o lobo: temporal, occipital, parietal, frontal e o lobo da Ínsula, onde estão distribuídas as áreas cerebrais cada uma com uma ou mais funções. Cada função da área está intimamente ligada com o local/lobo em que ela está alocada. Assim, o lobo temporal aloja a área de olfato, audição e linguagem, a visão tem sua área localizada no lobo occipital, enquanto o lobo parietal, detém as áreas motoras e sensitivas (ou somestésica – responsável por captar as sensações do meio interno ou externo), enquanto o lobo frontal divide-se em duas importantes regiões (córtex pré-frontal e Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 34 córtex motor primário) cujas funções relacionam-se com a memorização, organização de pensamentos e desenvolvimento de planos, tais áreas amadurecem tardiamente na fase adulta inicial/jovem (COSENZA, GUERRA, 2011; MOURÃO JUNIOR e MELO, 2011). Fonte: Adobe Stock, 2023. A aprendizagem acontece deste a vida intrauterina, com esse aprendizado as crianças iniciam um repertório de linguagem que terá uma grande importância para toda a vida, porém, esse aprendizado depende de inúmeros fatores e a neurociência tenta deixar claro detalhes desse processo (XAVIER, 2022). Como mencionado anteriormente, o fator emocional tem uma importante participação para o aprendizado e dificuldades, assim o lobo da Ínsula, que se localiza abaixo do lobo temporal é uma das estruturas que constitui, juntamente com outras, o sistema que controla as emoções (sistema límbico), este lobo desempenha funções junto ao nosso comportamento social e emocional, interferindo na aprendizagem (GUYTON e HALL, 2006). Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 35 Fonte: Adobe Stock, 2023 As redes nervosas em constante comunicação feita através dos neurotransmissores, tem a incumbência de levar a informação da região periférica, a qual recebe os estímulos para as áreas cerebrais onde serão processadas as informações recebidas (ADÃO, 2013). Assim alguns fatores emocionais podem interferir no aprendizado, além desses fatores emocionais é preciso ficar atento aos níveis de algumas substâncias químicas orgânicas dependentes da alimentação, de forma que a má alimentação, má nutrição, pode influenciar no aprendizado. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 36 Capítulo 3 - Testes que identificam superdotados. 3.1 Diferença entre altas habilidades e superdotação. A superdotação a muito tempo chama a tenção pelas diferenças de raciocínio e entendimento de situações, para esta condição, vários conceitos foram formados e mencionados: Prodígio remete a criança com alto desempenho em alguma habilidade atingindo, mesmo em idade infanto-juvenil o nível profissional de um adulto. Gênio – Lewis Terman usa este termo para pessoas com QI acima de 140, resultado obtido pelo teste de Stanford-Binet. Fonte: Adobe Stock, 2023. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 37 Superdotados - são indivíduos que conseguem desenvolver cálculos complexos ou inventar alguma coisa que ficou marcante, mas, estudos provaram que indivíduos com altas habilidades não necessariamente formam grupos homogêneo, porque eles podem se diferenciar ao apresentar diferentes níveis de desempenho e habilidades cognitivas, apresentando competência e habilidade em apenas uma área, enquanto outros podem apresentar em diversas áreas. Quando o nível se mostra muito elevado pode se diagnosticar esses indivíduos com síndrome de Savants que se trata de um distúrbio psíquico em que o indivíduo apresenta déficit intelectuais em contrapartida demonstra uma habilidade excepcional em uma determinada área (SIQUEIRA et al., 2019). As crianças com altas habilidade e superdotação podem apesentar diferentes características que podem ser vistas no quadro abaixo, vale ressaltar que promover diferentes tipos de estímulos para estas crianças tona-se algo desafiador porque eles de fato precisam de algo acima do comum para atingir um nível equiparado a eles, afinal, são pessoas com nível cognitivo mais avançado. Fonte: Educamundo (2019, p. 01). Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 38 Estas características podem ser classificadas como superdotação acadêmica ou produtiva-criativa. Lembrando que saber reconhecer tais características favorece a orientação para o melhor direcionamento e busca da identidade interativa. Quadro1. Característica de pessoas com superdotação acadêmica. Fonte: Virgolim, (2007, p. 43) Quadro1. Característica de pessoas com superdotação produtiva criativa. Fonte: Virgolim, (2007, p. 43) Para a área da educação, mediante legislação, o termo: altas habilidades/superdotação, faz menção a condições diferenciadas classificando os indivíduos em pessoas com: • Altas habilidades ou detentores de inteligência superior, aquele que apresenta QI entre 121 e130; • Superdotação ou inteligência muito superior, aquele que apresentam QI acima de130. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 39 Vale ressaltar que historicamente, a superdotação pode ser mensurável e isto normalmente é feito por meio de testes de inteligência (QI). No entanto, com a evolução de pesquisas que envolvem medidas da inteligência humana, passaram a questionar tais testes e ampliaram o conceito de superdotação, a partir desta concepção, os testes de inteligência levaram em conta não só a inteligência, mas como mencionado acima, identificaram também outras características como: aptidão musical e artística, criatividade e muitas outras que podem enriquecer a identificação do indivíduo com altas habilidades ou superdotação. Uma outra condição pode ser observada em pacientes considerados inteligentes é a síndrome de Savant, Siqueira et al., (2019, p. 2 e 8) relata que: não é o baixo Q.I. ou o retardamento mental, apresentado como um sintoma ou uma doença isolada que determina se uma pessoa é ou não um savant. O temo Síndrome de Savant engloba uma série de diferentes transtornos mentais, onde o retardamento mental está incluído, porém não se restringe a ele. O termo deficiência mental, quando aplicado a Síndrome de Savant pode incluir transtornos como Autismo, Asperger, Hiperlexia ou Sd. De Williams, por exemplo. Em algumas destas pessoas, o Q.I. pode ser normal ou até mesmo acima do normal. A Síndrome de Savant ocorre de 4 a 6 vezes mais frequentemente em homens do que em mulheres. Parte disto se deve ao fato de que ela ocorre em aproximadamente10% das pessoas autistas, que se apresentam com esta mesma desproporção homem/mulher. A Síndrome de Savant possui características específicas que muitos autores classificam como uma variante do Autismo, porém as pessoas que apresentam Síndrome de Savant tem uma capacidade mental com genialidade em algumas áreas que se distingue do Autismo e da Síndrome de Asperger. 3.2 Histórico do reconhecimento de estudantes com Altas Habilidades/Superdotação. A temática a que se refere às pessoas com altas habilidades/superdotação não é recente, esta temática tem registros históricos desde a década de 20 aqui no Brasil e desde esta época havia polêmica acerca dos termos relacionados com este assunto. Os termos super e precoces foi adotada por Leoni Kaseff, no qual o pesquisador ficou considerado precursor da utilização do termo super normais que posteriormente foi utilizado em diferentes legislações. Paralelamente ao atendimento do público-alvo na Educação Especial, pesquisas desenvolveram projetos e pesquisas as quais contribuíram para a educação dos “excepcionais”, termo este adotado nesta época em referência aos deficientes incluído também aqueles, os quais apresentavam inteligência acima da média (DELOU, 2007). Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 40 Seguindo o histórico, Helena Wladimirna Antipoff, psicóloga e pedagoga russa erradicada no Brasil, foi a fundadora da Sociedade Pestalozzi na década de trinta, identificando crianças super normais e se destacou por se opor a ideia que sinalizava a predominância destas pessoas nas classes alta e média (DELOU, 2007; DE ARAÚJO RANGNI, DA COSTA, 2011). A partir desta ideia formada pela psicóloga russa, na década de sessenta o MEC - Ministério da Educação e Cultura lançou uma portaria que criou uma comissão que discutiu e propôs diferentes critérios que identificasse e atendesse a esse público (NOVAES, 1979). O direcionamento apontou a década de 60 para a criação da primeira LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei n. 4.024/61), onde fazia menção aos excepcionais. Em tratando de direito para esta condição, foi na década de 70, considerado um período histórico, que o tema superdotação ganhou espaço dando força para a criação da ABSD -Associação Brasileira para Superdotados que assumiu o papel importante, tomando a frente de eventos e discussões junto ao Ministério da Saúde, para garantir direitos desta população (DELOU, 2007). Neste período criou-se uma legislação que daria direcionamento as abordagens referentes aos temas voltados para Altas Habilidades/Superdotação, este apoio veio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação n.o 5.692/71 (BRASIL, 1971). Ainda na década de setenta após a promulgação da Lei de diretrizes, o CENESP (Centro Nacional de Educação Especial), lançou um projeto que apoiou de forma ampla, propondo políticas voltadas para o público que apresentava altas habilidades/superdotação, nesta mesma década o Departamento de Saúde e Bem Estar dos Estados Unidos, por meio do Relatório Marland, teve muita influência aqui no Brasil, que passou a considerar as pessoas com Altas Habilidades/Superdotação como perspectivas multidimensionais em decorrência, de outras teorias que agregadas, enriqueciam a compreensão acerca da condição desses alunos, é o caso da Teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gardner, que contemplava várias áreas, não só capacidade intelectual mas também de liderança, nas artes, tanto dramáticas, como visuais e musicais, assim com a capacidade psicomotora (RANGNI; COSTA, 2011). Outro fato importante, foi a adesão do Brasil na década de 90, à Declaração de Salamanca na Espanha garantindo assim, todos os direitos à educação, com elaboração de currículo adaptado às necessidades dos superdotados, além das opções extras de ensino para os alunos que apresentassem necessidades distintas. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 41 Em se tratando de terminologia especificada, o que se evidenciou nesta época foi contratempos decorrentes da não concordância entre especialistas no assunto que se dividiam para defender a supressão do termo superdotado, alegando um sentido elitista e tendencioso, enquanto outros o entendiam com o sentido equivalente a talento; outros ainda defendiam a ideia de apoiar o temo aprendizes capazes, por fazer menção ao desenvolvimento do comportamento observado nessa população de superdotados (DAVIS; RIMM, 1994). Em resumo, Landau (2002, p. 27) caracteriza o superdotado segundo os termos histórico-conceituais como: [...] uma criança como qualquer outra, mas há algo que a distingue: o talento. Todo talento deve ser estimulado, regado como se fosse uma planta. Entretanto, existe uma teoria antiquada, segundo a qual a criança superdotada encontra um caminho para desenvolver seus potenciais sob quaisquer circunstâncias. Dentro deste pensamento, a Associação Brasileira para Superdotados, (2000, p. 10) destaca que: nesse período o Centro Nacional de Educação Especial traça os rumos de sua atuação, procurando apontar alternativas de ações educativas que pudessem favorecer a expansão e o aprimoramento dos serviços prestados também aos superdotados. Hoje esta população encontra-se respaldada por legislações, diretrizes e conta com o Plano Nacional de Educação (2001), estando devidamente registradas no cadastro nacional de alunos com altas habilidades/superdotação, que objetiva identificar as pessoas com altas habilidades/superdotação (BRANCO et al., 2017). O maior problema na atualidade é a ausência de profissionais qualificados para o assunto, são necessários um montante maior desses profissionais, pois, existe uma grande exigência de cuidados no saber o que limita ao profissional estar com muitos alunos (ZULIAN; FREITAS, 2001). 3.3 Ferramentas de avaliação e identificação. Para identificar o aluno/paciente com características que o identifica como pessoa com Altas Habilidades/Superdotação é preciso compreender que se trata de um processo complexo e que deve ser feito privativamente por especialistas, especificamente: psicoterapeutas, psiquiatras, neuropsiquiatras infantis e psicólogos devidamente especializados para tal proeza. Geralmente esta identificação se faz logo nos primeiros anos escolares (BRANCO et al., 2017). Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 42 É importante destacar que as ferramentas psicométricas utilizadas para avaliar o quociente de inteligência devem prever testes com grau de dificuldade crescente e necessariamente estar calibrado de acordo com a faixa etária do paciente. Normalmente estes testes dividem-se em testes não verbais, verbais ou mistos (dicotômicos) (BRANCO et al., 2017). Para tanto, o funcionamento cognitivo de um indivíduo pode ser definido por um acrônimo de inteligência denominado quociente de inteligência e que carinhosamente nós o chamamos de QI. O teste que mede o QI é consolidado por avaliações padronizadas, as quais atribui valores ao desempenho cognitivo da pessoa avaliada (BRANCO et al., 2017). Independentemente do método, a avaliação deve ser feita utilizando técnicas devidamente padronizada (mesmas perguntas para todos), confiáveis (fidedignos ao longo do tempo) e válidos (apresentar um alto grau de precisão referente ao objetivo que se deseja medir) e aprovados pelo Conselho Federal de psicologia atendendo a Resolução de 31 de 15 de Dezembro de 2022 que, Estabelece diretrizes para a realização de Avaliação Psicológica no exercício profissional da psicóloga e do psicólogo, regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos - SATEPSI e revoga a Resolução CFP nº 09/2018. Para Martinez, (2020, p. 270) A criação do Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (SATEPSI), em 2001, pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), para certificar a qualidade dos instrumentos de avaliação psicológica que podem ser usados profissionalmente, foi um grande avanço no suporte à prática profissional do psicólogo no psicodiagnóstico ao basear seu sistema de certificação em critérios internacionais de qualidade. Geralmente a inteligência pode ser testada e colocada à prova por diferentes métodos, desta forma a utilização de testes psicológicos validados cientificamente, objetivando o psicodiagnóstico, sustenta o exame clínico convencional, para tanto, existem várias ferramentas reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia, dentre elas: a) TIAH/S. A Triagem de Indicadores de Altas Habilidades/Superdotação é indicada para crianças com faixa etária entre 9 e 15 anos e objetiva destacar os casos de crianças que desenvolvem altas habilidades. Tratase de uma escala que objetiva identificar crianças superdotadas dentre outra. Quando o resultado do teste detecta a possibilidade de a criança ter altas habilidades, ela será direcionada para outros testes que culminarão com o diagnóstico que normalmente é feito por avaliação psicológica (CÁSSIA; SILVA, 2019). Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 43 b) Teste Wisc IV. Atualmente é considerado o teste que mede quociente de inteligência mais confiável, sendo utilizado por instituições renomadas, inclusive no exterior (TONELOTTO, 2001). O Conselho Federal de Psicologia (2023) explica: Escala Wechsler de Inteligência para Crianças – 4ª Edição (WISC-IV) – é um instrumento clínico de aplicação individual que tem como objetivo avaliar a capacidade intelectual e o processo de resolução de problemas em crianças entre 06 anos e 0 meses a 16 anos e 11 meses. O WISC-IV sofreu uma série de mudanças com relação á versão anterior, incluindo alterações no conteúdo dos subtestes, aplicação e procedimentos de pontuação, sendo necessário que os aplicadores que já trabalham ou tenham interesse em trabalhar com a escala Wechsler para crianças devem se familiarizar com as alterações priorizando a padronização na administração da escala. Estudioso relatam que o teste Wisc IV, objetiva analisar a compreensão verbal, além da memória operacional, velocidade de processamento diante as resoluções de problemas e verifica o nível de organização perceptual, trata-se de uma ferramenta aplicada com o intuito de investigação de problemas relacionados com a aprendizagem escolar e resultante da vida cotidiana (VIDAL, et al., 2011; DIAS-VIANA; GOMES, 2019). c) Teste Raven. O teste de Raven, este exame psicométrico que permite psicólogos avaliar e medir o nível de inteligência da pessoa, especificamente o fator G (fator integrado que capacita uma pessoa a resolver questões lógicas e matemáticas). Este teste foi administrado pela primeira vez na década de trinta pelo psicólogo inglês John C. Raven que atribuiu seu nome ao exame que se em identificar a ausência de elementos nas matrizes e assim, definir diferentes capacidades presentes em cada ser (RAVEN, et al., 1990). Segundo Gallardo (2019, p 01), Existem diferentes versões e escalas do mesmo teste de inteligência, realizado em diferentes grupos da população: • SPM: é a escala original do teste das matrizes progressivas de Raven e a sua pontuação máxima equivale ao número de matrizes no total, nesse caso 60. • CPM: é a escala do teste de Raven infantil, para crianças de 4 a 10 anos, e que tem a pontuação máxima de 36 pontos. • AMP: é a escala adotada no teste de inteligência para adolescentes e adultos com altas capacidades. A série I tem uma pontuação máxima de 12. • AMP II: é a adaptação do teste de Raven anterior com uma pontuação máxima de 36 pontos. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 44 Depois de somar todos os acertos é necessário comprovar a consistência dessa mesma pontuação. Para isso, devemos observar se em todas as séries o número de erros é aproximadamente o mesmo. De acordo com a ficha técnica do teste de Raven, não se deve existir uma diferença de mais de dois erros em cada série. Com a pontuação já somada e analisada, é preciso também consultar a tabela de porcentagens, que mostra o número de acertos por cada faixa etária. Assim, basta comparar os resultados com a tabela de inteligência que relaciona cada ranking com uma capacidade intelectual. Dentro deste contexto é possível mencionar que no Brasil, alguns pesquisadores estudam e avaliam altas habilidades/ superdotação, através de métodos e testes para identificação, como é o caso do estudo feito para escala de EICAH/S – Escala de identificação das características presentes em casos de altas Habilidades/ Superdotação e BAAH/S – Bateria de Avaliação Psicológica para altas habilidades/superdotação. A BAAH/S refere-se a um teste que trabalha crianças e adolescentes na faixa etária de 8 a 17 anos, propondo quatro sub testes de inteligência utilizando raciocínio abstrato, verbal lógico e numérico, além de verificar a criatividade través da avaliação por análise figural aliadas a criação de metáforas (ZAIRA et al., 2021). Uma pesquisa feita por Zaira et al., (2021) demonstrou resultados consideráveis quando comparou a amostra com o grupo controle, esta pesquisa utilizou a escala EICAH/S - Escala de Identificação de Características associadas às Altas Habilidades/Superdotação, (com respostas tipo Likert) que utiliza itens da escala dividindo em categorias: Socio emocionais e cognitivas, trata-se de um projeto aplicado para crianças na faixa etária de 9 a 12 anos e que demonstrou resultados consideráveis. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 45 Capitulo 4 - Mudanças observadas em superdotados. 4.1 Novo paradigma na educação dos superdotados. Objetivando a justa inclusão de pessoas superdotadas uma teoria foi estudada e arquitetada para avaliar e identificar populações superdotadas, para tanto, três dimensões passaram a ser identificadas para assim, de fato, classificar essa população, desta forma Renzulli (1986) define a superdotação como: os comportamentos que refletem uma interação entre os três grupamentos básicos dos traços humanos sendo esses: a) habilidades gerais e/ou específicas acima da média; b) elevados níveis de comprometimento com a tarefa; c) elevados níveis de criatividade. Em contrapartida temos grupos de talentos que apresentam baixa performance que é denominada underachievement, que segundo alguns autores é considerada uma questão de saúde pública (RIMM 2003). Outra condição é vivenciada e observada na população de superdotados colocando-os em condição de vulneráveis (emocional e social), acentuando ainda mais as diferenças no que tange potencial, capacidade e a realização ou performance. Winner, (2000) relata que a condição em que alguns superdotados não demonstram um desempenho compatível com suas altas potencialidades acabam frustrando o próprio indivíduo, professores e familiares, desta forma as condições de superdotação agregada a inabilidade acarreta isolamento e infelicidade. Assim, estas pessoas/estudantes que apresentam essas características acima mencionadas culminam com a exclusão do processo educacional, em especial por não conseguir atender suas necessidades, além de perceberem seus talentos sendo ignorados, tornando-se frágeis frente as situações e condições que passam e vivenciam durante os anos escolares, sendo acumulado ao longo (TENTES; FLEITH, 2014). Outro dado relevante é a diferenciação observada entre os indivíduos com alto potencial construindo um grupo heterogêneo. Diante deste cenário se fez fundamental um pensar em novos modos de “ser superdotado”, em novas formas de aproximação do fenômeno da superdotação diante das suas complexidade, e em trajetos para estreitar este construto. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 46 Para tanto, estratégias, mesmo que embrionárias, foram pensadas e aplicadas para essa população de superdotados. Segundo Tentes et al., (2016, p. 151), algumas estratégias que podem ser implementadas na educação de superdotados duplamente excepcionais e underachievers: a) Avaliar previamente os aspectos do desenvolvimento e das habilidades do estudante para harmonizar diferentes estilos de aprendizagem; b) Possibilitar a personalização da aprendizagem, integrando práticas pedagógicas e de gestão no manejo das dificuldades apresentadas pelo aluno; c) Flexibilizar a organização curricular, permitindo a diferenciação de conteúdos quando necessário; d) Utilizar preferencialmente a avaliação formativa na verificação da aprendizagem e do desempenho acadêmico; e) Criar oportunidades reais de desenvolvimento sob os mais variados prismas; f) Primar pelas qualidades que qualifiquem a humanização e a consciência pessoal e cidadã; g) Sistematizar o acompanhamento e o monitoramento dos efeitos de cada estratégia adotada. Mesmo que inovem e modulem as estratégias, a evolução de ambientes, situações, vivências sempre exigiria mais contribuições e permanecem em constante ajustes, no entanto, atualmente existem propostas para se trabalhar com essa população, aliados a algumas metodologias e estratégias que estão abaixo relacionadas. • Conheça qual é o real potencial dos alunos. • Ofereça os exercícios mais desafiadores antes de qualquer outro. • Evite acrescente atividades, caso algum aluno tenha terminado antes, lance perguntas sobre, mas não acrescente atividades sobretudo repetitivas. • Implemente variedade nas formas de ensinar, em especial, use técnicas não tradicionais que os estimule. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 47 • Faça seu aluno supertodado descobrir as informações, eles adoram atividades desafiadoras. • Crie oportunidade que desenvolvam pensamentos de alto nível, crítico. • Evite que os superdotados ajudem os demais colegas nas atividades, a não ser que o outro colega tenha o mesmo nível de raciocínio que ele. • Fique sempre próximo dos familiares so alunos superdotados (WAKKE, 2015). No intuito comparativo, abaixo estão elencados os paradigmas atuais e tradicionais no que tange a evolução, da educação de pessoas com altas habilidades/superdotação de acordo com Tourón et al., (1998, p.22). Fonte: Tourón et al., (1998, p.22). Mesmo que pesem todas as contribuições e investimentos na área de superdotação, e todos os avanços já conquistados, ainda há muito que se realizar. Quando se pensa em perspectiva e a atuação das novas gerações, não há como não pensar naqueles que farão a diferença para uma sociedade mais humanizada, ética e justa. E será justa, na medida em que houver inclusão de todos indistintamente. 4.2 Características comuns e mais frequentes entre as pessoas superdotadas. Independente da sua condição para se obter um bom desempenho escolar é preciso desempenhar algumas metas, trajetos e façanhas, assim, se concentrar em obter ótima produção intelectual, a partir de motivações, sejam elas, visuais, musicais, artísticas ou até mesmo financeira facilitará a aprendizagem, mas para isso é Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 48 fundamental a existência de uma programação de metas, isso culminará com bons resultados, no entanto é preciso que se tenha objetivos acadêmicos definidos, de forma a prender a atenção prolongada, mantendo-a centrada nos temas desenvolvidos, outro fator fulcral para atingir os objetivos de aprendizagem é a persistência frente as dificuldades inesperadas. Esta relação é a receita perfeita para o bom aprendizado, mas, é claro que nem todas as pessoas apresentam todas essas características, até mesmo os alunos superdotados e/ou com altas habilidades, mas, é imprescindível alertar que não haja generalização (NOVAERS, 2002). Alguns alunos podem ter desempenho expressivo outros não, depende da área e a condição dele. E ainda existem os que são identificados como alunos de alta habilidade/superdotação, mas quando verificamos seu rendimento escolar, ele não condiz com o esperado, pois, falta interesse, falta entrosamento com colegas de classe e dificuldade de adaptar-se e aprender adequadamente. Conceituando os traços comuns dos alunos que apresentam superdotação e habilidades, MEC (2006, p. 14 e 15) elenca algumas delas: • Grande curiosidade a respeito de objetos, situações ou eventos, com envolvimento em muitos tipos de atividades exploratórias; • Auto-iniciativa tendência a começar sozinho as atividades, a perseguir interesses individuais e a procurar direção própria; • Originalidade de expressão oral e escrita, com produção constante de respostas diferentes e idéias não estereotipadas; • Talento incomum para expressão em artes, como música, dança, teatro, desenho e outras; • Habilidade para apresentar alternativas de soluções, com flexibilidade de pensamento; • Abertura para realidade, busca de se manter a par do que o cerca, sagacidade e capacidade de observação; • Capacidade de enriquecimento com situações-problema, de seleção de respostas, de busca de soluções para problemas difíceis ou complexos; • Capacidade para usar o conhecimento e as informações, na busca de novas associações, combinando elementos, idéias e experiências de forma peculiar; • Capacidade de julgamento e avaliação superiores, ponderação e busca de respostas lógicas, percepção de implicações e conseqüências, facilidade de decisão; • Produção de idéias e respostas variadas, gosto pelo aperfeiçoamento das soluções encontradas; • Gosto por correr risco em várias atividades; • Habilidade em ver relações entre fatos, informações ou conceitos aparentemente não relacionados, e • Aprendizado rápido, fácil e eficiente, especialmente no campo de sua habilidade e interesse. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 49 Entre as características comportamentais dos alunos com altas habilidades / superdotação, pode-se ainda ser notado, em alguns casos: • Necessidade de definição própria; • Capacidade de desenvolver interesses ou habilidades específicas; • Interesse no convívio com pessoas de nível intelectual similar; • Resolução rápida de dificuldades pessoais; • Aborrecimento fácil com a rotina; • Busca de originalidade e autenticidade; • Capacidade de redefinição e de extrapolação; • Espírito crítico, capacidade de análise e síntese; • Desejo pelo aperfeiçoamento pessoal, não aceitação de imperfeição no trabalho; • Rejeição de autoridade excessiva; • Fraco interesse por regulamentos e normas; • Senso de humor altamente desenvolvido; • Alta-exigência; • Persistência em satisfazer seus interesses e questões; • Sensibilidade às injustiças, tanto em nível pessoal como social; • Gosto pela investigação e pela proposição de muitas perguntas; • Comportamento irrequieto, perturbador, importuno; • Descuido na escrita, deficiência na ortografia; • Impaciência com detalhes e com aprendizagem que requer treinamento; • Descuido no completar ou entregar tarefas quando desinteressado. Reforçando que há autores que reafirmam que testes de quociente de inteligência isolado não é o suficiente para medir a intensidade de inteligência, é preciso que essas pessoas demonstrem, além da inteligência, ações advindas de experiências internas (cognição) ou externas, as quais são denominadas de adaptações (STERNBERG, 1999). 4.3 Legislação que envolve os superdotados. Como documento direcionado aos estudantes com Altas Habilidades/Superdotação, podemos citar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação n.o 5.692/71 (BRASIL, 1971). Especificamente no artigo 9º, o tema aborda o “tratamento especial” que deve foi destinado aos alunos que apresentavam deficiências físicas ou mentais e também aos superdotados na época. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 50 Tamanha foi a importância desta década que conseguiu implementar junto a Constituição Federal (BRASIL, 1988), especificamente no artigo 208 o direito à educação especializada preferencialmente na rede regular de ensino, mas, apenas os estudantes com deficiência, este mesmo também comtempla o direito ao acesso a pesquisa e aos níveis mais elevados de ensino, assim com a criação artística de acordo com a capacidade de cada indivíduo. Atualmente essa condição a que se refere Altas Habilidades/Superdotação é amparada pala Lei de Diretrizes e Bases da Educação (BRASIL, 1996) que permanece em vigência até os dias atuais. As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, prevê a organização da Educação Especial nas escolas regulares permitindo a inclusão dessa população com direito a um professor de apoio além do professor regular e um currículo diferenciado, adaptado às suas necessidades (BRANCO et al., 2017; ANDRADE et al., 2021). Esta população tem respaldo também junto ao Plano Nacional de Educação do ano de 2001, a partir da Lei 10.172, que incentiva a identificação de estudantes com Altas Habilidades/Superdotação e a organização de programas de atendimento. Andrade e Marin, (2020, p. 4) relatam que Conforme o Ministério da Educação e Cultura (MEC), os alunos com AH/SD seriam ‘aqueles que apresentam um potencial elevado e grande desenvolvimento nas áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade’ (Resolução n. 2004, 2009). Após essa delimitação conceitual, em 2005, o Ministério da Educação (MEC) criou e implementou os denominados Núcleos de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação – NAAH/S (NAAH/S, 2005). No ano seguinte, a Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação (SEESP) elaborou a coleção Saberes e Práticas da Inclusão, na qual aderiu-se às concepções conceituais de Joseph Renzulli para explicar as AH/SD. A contar que a Lei n. 13.234, de 29 de dezembro de 2015 (BRASIL, 2015), altera a Lei n o 9.394/96 - Lei de Diretrizes, Bases da Educação Nacional, dispondo do direito de cadastramento, identificação e atendimento de alunos com altas habilidades ou superdotação, na educação básica e superior. Sendo assim, alguns direitos foram garantidos junto a essa população como por exemplo: O direito ao ingresso na educação infantil a partir de quatro anos e seis anos para ingressar na educação fundamental (STF, 2018), sendo assim o direito à matricula independentemente da idade é defendida pelo Tribunal de Justiça, é preciso ver a legislação estadual, mas de maneira geral o direito a matricula independentemente da idade é direito adquirido com garantia constitucional (ANDRADE; MARIN, 2020). Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 51 Quanto ao ensino superior, o aluno com Altas Habilidades/Superdotação tem o direito de se matricular no ensino superior, mesmo que não tenha concluído o ensino médio ou equivalente, para tanto, porém, claro, precisa de comprovação da Altas Habilidades/Superdotação para poder efetuar a inscrição no vestibular. Este ato, vai contra o que está disposto no art. 44, II da Lei n.9.394/96 e para regulamentar essa condição, foi publicada a Portaria MEC n. 10/2012, e Portaria do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) n. 179/2014, dando o direito de uso da nota do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) como prova de potencial junto a conclusão do ensino médio (ANDRADE; MARIN, 2020). Segundo Andrade e Marin, (2020, p. 4): o aluno menor de 18 anos, que cursa o terceiro ano do ensino médio, pode realizar exames supletivos para finalizar e obter o diploma de conclusão, possibilitando o seu pronto ingresso na faculdade [...], pois seria “ilegal e abusivo o ato que impede” o aluno de realizar “exame supletivo para fins de conclusão do ensino médio, mediante exclusivo critério de idade, quando demonstrada sua capacidade e maturidade intelectuais”[..]. [...] é do interesse público que jovens com elevada capacidade de aprendizado possam frequentar o curso superior, mesmo antes do término do ensino médio. Por sinal, é o que ocorre em países como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, a exemplo da precocidade do australiano Terence Tao, quem ingressou na faculdade de Berkeley com apenas 9 anos de idade, sendo atualmente reconhecido como um dos maiores matemáticos do mundo (ganhador da medalha Fields, dentre outras honrarias). Também é o caso do matemático Maximilian Janisch, de Ruhestand, na Alemanha, bastante divulgado, dentre vários outros exemplos. É salutar que crianças com elevado rendimento acadêmico possam frequentar as universidades, viabilizando-se o desenvolvimento de uma cultura nacional mais apegada à disciplina intelectual e ao gosto pelos estudos, sem o que nenhuma nação pode realmente progredir intelectual e cientificamente. A matemática e a Física avançaram, enquanto importante setor do conhecimento humano, graças à precocidade de Gauss, Euler, Alexander von Humboldt, James C. Maxwell, dentre outros. Mesmo a Filosofia contou com a contribuição de muitas crianças superdotadas, a exemplo de Jeremy Bentham, Stuart Mill, Blaize Pascal, Leibniz, para ficar em alguns poucos exemplos[...] Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 52 Capitulo 5 - Como avaliar as características de comportamento de alunos com altas habilidades/superdotação? 5.1 Caracterização dos tipos de educandos com altas habilidades / superdotação. A maior e principal característica da superdotação de uma maneira geral é a sublime capacidade de habilidades, aptidões e talentos que é observado e fica em evidência como alto desempenho em diversas áreas que o aluno exerce, ou ainda que se observa logo no início do desenvolvimento da criança. Assim, é necessário que haja frequência destas características ao longo do tempo, para que se caracterize de fato como superdotação. A PNEE - Política Nacional de Educação Especial que foi publicada em 1994 e passou a orientar o processo de integração institucional dos portadores de altas habilidades / superdotados e educandos. Esta política identifica como portadores de altas habilidades / superdotados, aquelas pessoas que demonstram notável desempenho somado ao elevado potencial no que tange o pensamento produtivo ou criativo, nas capacidades intelectuais de forma geral; em instinto de liderança; talento desenvolvido para o campo das artes e capacidades psicomotoras, além de aptidão acadêmica especifica. Estas crianças/jovens podem demonstrar tais características associadas ou individualmente. A possibilidade de associação destas características molda os tipos de superdotados, sendo eles: Tipo Intelectual, classifica aquele que apresenta grande flexibilidade e fluência de pensamentos, aliados a capacidade de pensamento abstrato quando faz associações, compreensão, liderança e alta capacidade de resolução dos problemas, além da facilidade de memorização, produção ideativa e pensamento rápido. Tipo Acadêmico – é a classificação dada ao aluno que demonstra aptidões acadêmicas bem específicas, goza de boa memória, tem atenção sempre em nível máximo, alta concentração no que faz; agilidade em aprender determinado assunto, demonstra interesse e motivação frente os conteúdos acadêmicos de seu interesse; demonstra importante habilidade para avaliar, organizar e sintetizar o conhecimento que lhe é proposto, além de atestar intensa capacidade de produção acadêmica. Tipo Criativo – relaciona-se às seguintes características: possui originalidade, imaginação, capacidade para resolver problemas de forma diferente e inovadora, apresenta sensibilidade para as situações ambientais, podendo reagir e produzir diferentemente e, até de modo extravagante; sentimento de desafio diante da desordem de fatos; demonstra facilidade de auto expressão, fluência e flexibilidade. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 53 Tipo Social – este tipo revela capacidades para liderar e caracterizar-se demonstrando intensa sensibilidade interpessoal, atitudes cooperativa, sociabilidade expressiva, percepção acurada das situações de grupo, alto poder de persuasão e de influência no grupo, habilidade de trato com as diversas pessoas e grupos estabelecendo relações sociais somados a capacidade para resolver situações sociais de intensa complexidade. Tipo Talento Especial – neste caso o aluno destaca-se no campo das artes (dramáticas, cênicas ou literárias, plásticas e musicais) demonstrando alto desempenho e habilidades especiais para essas práticas. Tipo Psicomotor – este tipo favorece o aluno que apresenta interesse e habilidade pelas atividades psicomotoras, chamando a atenção para a velocidade do desempenho, demostrando agilidade em movimentos, controle, força, coordenação motora e resistência. Geralmente esse tipo se destaca nas classificações internacionais (MEC, 2006). 5.2 Identificação de Alunos Superdotados de Forma Precoce. Para os profissionais que lidam com a identificação de superdotados, não é tão incomum se deparar com casos de precocidade para o aparecimento das HABILIDADES, porém, acompanhando este fato, os profissionais se deparam também com a resistência dos pacientes/alunos frente aos obstáculos e frustrações que aparecem ao longo do desenvolvimento do indivíduo. Esta população, às vezes, mesmo tendo seu potencial, eles ainda não são capazes de estabilizar tal fato em função da precocidade dos acontecimentos e é necessário um tempo e acompanhamento para eles se sintonizarem e se compreendam. Sabe aquela velha frase: “O Elefante que tem sua perna amarrada por correntes ao longo de toda a sua vida, ao crescer, não reconhece sua verdadeira força”, é bem assim, essas crianças e jovens carecem da necessidade de serem corretamente assistidos, nos diferentes ambientes que vão compor seu dia-a-dia para que possam de fato desenvolver de forma continua seus potenciais intelectuais. Estas capacidades que algumas crianças possuem de perceber a realidade e resolver problemas, somados a capacidade de enfrentar os riscos dão origem a importantes líderes e isto contribui sumariamente para elevar a autoestima e promover bem-estar desses jovens. Para esta identificação existem vários métodos e técnicas, alguns até acima mencionados, mas, questionários para coleta de informações também são aplicados. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 54 Abaixo temos um modelo que oferece um norte nesta prática. Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 55 Fonte: MEC (2006, p. 23 e 24) Tais características muitas vezes são observadas em inúmeras situações com diferentes amplitudes. Alguns alunos/pacientes expressam algumas características de maneira mais consistente do que outros, ou o próprio aluno, destaca-se em algumas áreas e outras não. O registro da característica é observado e a frequência com que ela se manifesta também, para posteriormente fazer a quantificação utilizando escalas de avaliação, normalmente produzida pelos próprios professores ou pelo próprio sistemas de ensino (MEC, 2006). 5.3 Participação da família e inclusão do superdotado. Ainda que a luta seja longa, com várias legislações amparando a inclusão de educandos com altas habilidades / superdotados em diversas escolas brasileiras, vários alunos encontram-se excluídos da lista de matriculados. Para tanto, existem vários fatores que predispõe esse educando a esta condição. Um destes fatores, é a quantidade de professores não preparados para oferecer ensino adequado e especializados a estes alunos e por este motivo passam a não identificar o aluno. Dentro deste cenário o envolvimento da família em auxilio desta identificação, oferecendo suporte educacional e afetivo, moldando o caráter do aluno, servindo como base para a vida adulta deste educando, se faz fundamental (RENCH, 2016). Desta forma, o bom relacionamento dos pais para com a criança e professores é também essencial, servindo como pilar para esta trajetória que só está no início. São os pais que serão os pilares e fontes de informações para a coleta de dados que serão arquivados e avaliados, informações do cotidiano da criança, das relações e particularidade da evolução (idade em que começou a falar), mas vale ressaltar que é necessário que haja uma conexão entre comunidade escolar e familiares, neste ambiente conectado, a criança se sentirá mais segura (SAKAGUTI, 2010). Segundo Rech, (2016, p. 35), tanto as barreiras físicas como as atitudinais precisam ser removidas para que a inclusão se torne uma realidade. Certamente as barreiras atitudinais são as mais difíceis e demoradas para serem removidas. [...] Sendo a família parte essencial da inclusão escolar do filho com AH/SD, espera-se que seja o principal suporte do filho nas dificuldades que este poderá encontrar no percurso escolar. Sob a ótica de Chacon, (2009, p.445), das considerações tecidas até o momento sobre a família, é possível inferir que se trata de uma estrutura mais transacional do que fixa e Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. Imagens e outros conteúdos citados em links são de propriedade de seus titulares. 56 que a dinâmica das relações nela existente é direcionadora do olhar de cada um dos seus membros para com o outro e para consigo mesmo. Dentro do apoio e das participações que os pais e familiares podem contribuir para a inclusão do aluno com altas habilidades / superdotação, Sakaguti (2010, p.92) enfatiza que: Grande parte dos participantes procura oferecer cursos na área de interesse de seus filhos, oportunizar um ambiente enriquecedor oferecendo livros, computador, materiais pedagógicos e idas ao teatro, incentivar a participação dos filhos na Sala de Recursos. A dificuldade financeira tem sido o motivo alegado pelos participantes de não poderem estimular melhor seus filhos. Foram citados também os problemas em decorrência do impacto da descoberta da superdotação que afetaram a saúde física e o ambiente familiar, mobilizando os recursos para atender as necessidades emocionais. Assim, é fundamental o apoio a família dos educandos com altas habilidades / superdotação, oferecendo-lhes orientações e informações acerca da condição de seus filhos, bem como, mobilizar locais de ensino (universidades, etc) para que preparem os educadores e profissionais relacionados, para assim oferecer serviços de atendimento educacional de qualidade, além de proporcionar dinâmicas que fortaleçam relações entre aluno, professor e familiares de alunos com com altas habilidades / superdotação (SAKAGUTI, 2010). Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização escrita da Novoeste Educacional Ltda. 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