Eudaimonia e hedonismo Epicuro foi o filósofo que desenvolveu o epicurismo, uma adaptação do hedonismo clássico. Ainda na Antiguidade, surgiu outra doutrina capaz de inspirar a vida prática com vistas à conquista da felicidade, a saber, o hedonismo. O hedonismo, do grego hedonê (prazer), é a busca dos prazeres como objetivo de uma vida feliz. O hedonismo foi modificado e disseminado entre as escolas filosóficas helenísticas, principalmente o epicurismo. Epicuro fez significativas transformações no hedonismo, pois ele submeteu a busca pelo prazer à racionalidade e à moderação. Segundo o filósofo grego, buscar os prazeres naturais com moderação era um meio de alcance da felicidade. Há, porém, uma significativa diferença entre o hedonismo e a eudaimonia, pois ele defende a busca da felicidade por meio de ações que visem ao bem comum, o bem político, aquele defende a busca pelo prazer individual como meio de chegar à felicidade. É importante salientar que o hedonismo antigo e o epicurismo não defendem a busca do prazer desmedido, como ocorre no hedonismo moderno propagado pelo Marquês de Sade, que evidencia o egoísmo e a indiferença com o sofrimento alheio como meios de alcance do prazer. O hedonismo antigo é voltado para ações individuais, mas aponta a necessidade dessas ações serem racionalizadas, pensando sempre no bem, no mal e no sofrimento que o indivíduo pode causar a si , mesmo que esse seja um sofrimento indireto derivado da culpa ao causar danos aos outros. Por fim, o que diferencia o hedonismo do eudemonismo é a simples delimitação da ação prática, pois, num caso, o indivíduo é enxergado e valorizado, enquanto, no outro, ele tenta visar à coletividade, à política, à sociedade, ao bem geral etc. Publicado por Francisco Porfírio