O Epicurismo e o Estoicismo Francisco Cubal O epicurismo e o estoicismo têm como característica comum garantir ao homem o bem supremo, a serenidade, a paz, a apatia. Epicurismo: Consiste na filosofia moral de Epicuro (341 – 270 a. C.), que defendia o prazer como caminho da felicidade. Mas para que a satisfação dos desejos seja estável, sem desprezar ou dor, é necessário um estado de ataraxia, ou seja, de tranquilidade e sem qualquer perturbação. O poeta romano Horácio seguiu de perto este pensamento de defesa do prazer do momento, ao considerar o "Carpe Diem" ( "aproveita o dia", "colhe o momento") como necessário à felicidade. Estoicismo: É uma corrente filosófica que considera ser possível encontrar a felicidade desde que se viva em conformidade com as leis do destino que regem o mundo, permanecendo indiferente aos males e às paixões, que são perturbações da razão. O ideal ético é a apatia, que se define como ausência da paixão e permite a liberdade, mesmo sendo escravo. Ricardo Reis: Apesar deste prazer que Ricardo Reis procura e da felicidade que deseja alcançar, considera que nunca se consegue a verdadeira calma e tranquilidade, ou seja, a ataraxia. Sente que tem de viver em conformidade com as leis do destino, indiferente à dor e ao desprazer, numa verdadeira ilusão da felicidade, conseguida pelo esforço estóico disciplinado.