COMO IDENTIFICAR O PACIENTE PARA CUIDADOS PALIATIVOS DRA SUZANA DETOIE GUMS MÉDICA COORDENADORA SAD – UNIMED BLUMENAU Segundo a OMS: "Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais". (OMS, conceito revisado, 2002) Academia Nacional de CP: “...ações paliativas têm início já no momento do diagnóstico e o cuidado paliativo se desenvolve de forma conjunta com as terapêuticas capazes de modificar o curso da doença.” INCA: “ A OMS enfatiza que o tratamento ativo e o tratamento paliativo não são mutuamente excludentes e propõe que muitos aspectos dos cuidados paliativos devem ser aplicados mais cedo, no curso da doença, em conjunto com o tratamento oncológico ativo e são aumentados gradualmente como um componente dos cuidados do paciente do diagnóstico até a morte. A transição do cuidado ativo para o cuidado com intenção paliativa é um processo contínuo e sua dinâmica difere para cada paciente.” Guidelines: Os cuidados paliativos modernos estão organizados em “graus de complexidade” que se somam em um cuidado integral e ativo. Cuidados paliativos gerais referem-se à abordagem do paciente a partir do diagnóstico de doença em progressão, atuando em todas as dimensões dos sintomas que vierem a se apresentar. Cuidados paliativos específicos são requeridos ao paciente nas últimas semanas ou nos últimos seis meses de vida, no momento em que torna-se claro que o paciente encontrase em estado progressivo de declínio. Esforços feitos para que permaneça autônomo, com preservação de seu autocuidado e próximo de seus entes queridos. Cuidados ao fim de vida referem-se, em geral, aos últimos dias ou últimas 72 horas de vida. Intensificam-se cuidados de conforto e preparo do paciente e sua família para perdas e óbito. Reforçando: Segundo a OMS, os CP devem ser oferecidos o mais cedo possível no curso de qualquer doença crônica potencialmente fatal, Abordagem multiprofissional Melhora a QUALIDADE DE VIDA, Prevenção e ALÍVIO DE SOFRIMENTO Detecção precoce e TRATAMENTO DE DOR ou outros problemas FÍSICOS, PSICOLÓGICOS, SOCIAIS e ESPIRITUAIS Preconiza o EMPODERAMENTO Preserva a AUTONOMIA Onde ofertar os cuidados paliativos? Cuidados paliativos devem ser ofertados em todos os níveis de atenção! HOSPITALAR SAD AMBUL ESPECIALIDADES AIS COMO IDENTIFICAR O PACIENTE PARA CUIDADOS PALIATIVOS NO SAD? Estabilidade clínica (Resolução CFM Nº 1668/ 2003 Art. 7º) Alto grau de dependência para o autocuidado devido sequela DCD Doenças oncológicas (rapidamente progressivas ou em fase avançada) acamado ou dificuldade clínica acesso à rede dieta, oxigênio, curativos complexos, EMAD Intercorrências agudas passíveis de reversão com intervenção pontual para alívio de sintomas intervenções específicas terapia injetável exclusiva de uso hospitalar PORÉM... Há evidências de comprometimento da qualidade de vida em estágios avançados das doenças devido sistema de cuidado fragmentado, tratamento inadequado do sofrimento, déficit de comunicação equipes, falhas nas redes de apoio, sobrecargas familiares e cuidadores*... A despeito do fato de maior prevalência óbitos idosos (MS,2007) no curso de doenças crônicas, oncológicas ou não, guidelines de cuidados paliativos centram as atenções em adultos jovens... (*Dr. Franklin S Santos. CP, Diretrizes, Humanização e Alívio de Sintomas,2011) Requisitos mínimos e Limites para CP no SAD: EMAD AMPLIADA Alta carga de desgaste emocional e física EMAD CAPACITADA Abordagem técnica eficiente, cultural e espiritual Discorrer no tempo certo temas luto, falecimento Reconhecimento precoce das intercorrências clínicas e afetivas Vias diferenciadas para administração medicamentosa CP no SAD: Preparada para as intervenções práticas e teóricas de forma integral e integrada às redes de apoio. Canal de comunicação efetivo Redes de apoio de (AIS, PS, SOS, Hospitalar, Farmacêutica...) Fragmentação do cuidado Falhas na comunicação Intercorrências agudas não passíveis de suporte domiciliar Conhecimento das demandas assistenciais Requisitos mínimos e Limites para CP no SAD: INFRAESTRUTURA FAMILIAR Respeito às necessidades e preferências de paciente e cuidador Respeito às decisões e limites de pacientes e cuidadores a cada momento Decisões mutáveis, peso do sofrimento, desgaste emocional e físico INFRAESTRUTURA DOMICILIAR Limitações estruturais para os recursos técnicos necessários como aspirador, oxigênio Acesso INFRAESTRUTURA DA EMAD Possibilidade de reavaliações frequentes...fora dos protocolos de complexidades clínicas para visitação (modificações clinicas frequentes e abruptas...) “Quando nada mais pudermos fazer por alguém, é preciso que nós saibamos estar ao seu lado” (Danielle Hons)