a atuação do enfermeiro no tratamento de pacientes com diabetes

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A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM
DIABETES MELLITUS
THE ROLE OF NURSES IN THE TREATMENT OF PATIENTS WITH DIABETES
MELLITUS
Maria Efigênia Gonçalves
Enfermeira
FAC - Redentor
gonç[email protected]
Gisele Simas dos Santos, M.Sc
Orientadora
Enfermeira – UFF
Pós Graduada em Terapia Intensiva e Educação – UFJF
Pós Graduada em Formação Pedagógica em Educação Profissional
na Área de Saúde - ENSP/FIOCRUZ/UFF
Mestre em Ciências da Saúde – UNIPLI
Rodovia BR 356, Nº 25, Cidade Nova, Itaperuna-RJ, 28300-000
Tel: 32 99595254
[email protected]
RESUMO
O artigo sobre a atuação do enfermeiro no tratamento de paciente com diabetes
Mellitus apresenta como objetivo geral analisar a importância da atuação do
enfermeiro no tratamento de pacientes com diabetes Mellitus na assistência básica
de saúde. Os objetivos específicos buscaram conceituar o diabetes Mellitus;
identificar os diferentes tipos de diabetes existentes; investigar a importância da
atuação do enfermeiro junto aos pacientes durante o tratamento do diabetes. Este
artigo possui a característica de cunho exploratório qualitativo de revisão
bibliográfica, objetivando refletir sobre a atuação do enfermeiro no tratamento de
pacientes com diabetes. Para a coleta de dados e informações foram pesquisados
15 artigos, onde destes, foram utilizados 08 artigos com limitação de publicação
entre os anos de 2006 a 2012, que melhor discutem sobre o tema abordado. Esses
artigos foram pesquisados em sites como Scielo, Bireme, utilizando como
descritores: enfermagem, diabetes Mellitus, atendimento nas unidades de saúde.
Dessa maneira, foi compreendido que a necessidade da reflexão sobre a atuação do
enfermeiro junto aos pacientes com diabetes foi constatada como sendo de suam
importância, pois possibilita a aproximação dos profissionais da saúde com os
pacientes que precisam ser assistidos em suas dúvidas e questionamento,
oportunizando-os a compreensão de que se faz possível, conviver com o diabetes e
ter devido à realização do tratamento de maneira adequada, a melhoria de sua
qualidade de vida.
Palavras-chave: Enfermagem. Diabetes Mellitus. Tratamento.
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ABSTRACT
The article on the role of a nurse in the treatment of patients with diabetes mellitus
has aimed at analyzing the importance of nurses' performance in treating patients
with diabetes mellitus in primary health care. The specific objectives sought to
conceptualize Diabetes Mellitus; identify the different types of diabetes exist;
investigate the importance of the work of the nurses with the patients during the
treatment of diabetes. This product has the characteristic of an exploratory qualitative
literature review, in order to reflect on the role of nurses in treating patients with
diabetes. To collect data and information were surveyed 15 articles where these, 08
articles were used with limited published between the years 2006 to 2012, what
better discuss about the topic. These articles were searched on sites like Scielo
Bireme, using descriptors such as: nursing, diabetes mellitus, attendance at health
facilities. Thus, it was understood that the need for reflection on the role of a nurse
with patients with diabetes was seen as vitally important because it enables the
approximation of health professionals with patients who need to be assisted in their
doubts and questions, providing opportunities them to understand that it makes
possible to live with diabetes and have the due performance of the treatment
properly, improving their quality of life.
Keywords: Nursing. Diabetes Mellitus. Treatment.
1 INTRODUÇÃO
A sociedade contemporânea é caracterizada por diferentes aspectos que
impulsionaram a percepção de como o tempo se apresenta dominante, interferindo
nos hábitos da população, agravando a saúde de crianças, jovens, adultos e idosos,
influenciado por má alimentação, estresse, dentre outros fatores que prejudicam a
qualidade de vida dos indivíduos.
A necessidade de se atentar para as práticas de atividades relacionadas à
saúde configura-se na adoção de medidas preventivas. Atualmente, convive-se com
o alarmante quadro do aumento de pacientes com diabetes Mellitus, o que gera
preocupação por parte do Ministério da Saúde em decorrência do número de
pacientes portadores da doença.
Os fatores ligados ao surgimento da diabetes vêm sendo discutidos pelos
profissionais da saúde, desencadeando a reflexão sobre os hábitos alimentares, a
correria do cotidiano, a busca por novas formas que ampliem o tempo gasto em
benefício da saúde, objetivando a redução do número de casos de diabetes.
3
As formas de tratamento existentes favorecem o controle do avanço da
doença, salientando o fato de que os avanços alcançados pela medicina vêm
propiciando a convivência com a doença de maneira a não prejudicar as atividades
diárias realizadas pelos pacientes.
Sendo assim, surge a seguinte indagação: Como o enfermeiro pode contribuir
para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes com diabetes?
O objetivo geral do estudo visa analisar a importância da atuação do
enfermeiro no tratamento de pacientes com diabetes Mellitus na assistência básica
de saúde.
Os objetivos específicos buscam conceituar o diabetes Mellitus e identificar os
diferentes tipos de diabetes existentes.
Justifica-se a escolha do tema proposto relacionado à contribuição do
enfermeiro no tratamento de pacientes diabéticos pelo fato de buscar aprofundar em
conceitos que possam favorecer a prática do atendimento aos pacientes que são
atendidos nas unidades de saúde, já que, por meio dos conhecimentos técnicocientíficos que o enfermeiro possui, ele pode realizar com maior eficiência as suas
funções no atendimento, permeando a orientação e as informações aos pacientes e
suas famílias, vislumbrando a melhoria de sua qualidade de vida.
2 METODOLOGIA
Para identificar o que é uma pesquisa qualitativa, Lakatos e Marconi (2009)
comentam que se trata:
Investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de
questões ou de um problema, com tripla finalidade desenvolver hipóteses,
aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou
fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou
modificar e clarificar conceitos (LAKATOS e MARCONI, 2009, p. 188).
Martín Pérez (2006) complementa que o estudo exploratório tenta abrir pistas
ou caminhos em assuntos que ainda não foram pesquisados.
Para a coleta de dados e informações foram pesquisados 15 artigos, onde
destes, foram utilizados 08 artigos com limitação de publicação entre os anos de
2006 a 2012, que melhor discutem sobre o tema abordado. Esses artigos foram
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pesquisados em sites: Scielo, Bireme, utilizando como descritores: enfermagem,
diabetes Mellitus, atendimento nas unidades de saúde.
3 DESENVOLVIMENTO
3.1 O Diabetes Mellitus
O diabetes Mellitus trata-se de uma doença que se encontra presente em
meio à população, ocasionando a reflexão sobre a importância de sua detecção por
meio de ações preventivas que são organizadas pelo Ministério da Saúde,
promovendo a descoberta da doença e propiciando forma de tratamento visando o
atendimento dos pacientes.
O diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por
hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de
vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos
sanguíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina
envolvendo processos patogênicos específicos (BRASIL, 2006, p. 09).
A definição do diabetes caracteriza-se pela compreensão de que se trata da
elevação da hiperglicemia, a qual pode resultar em complicações que atingem
diferentes órgãos prejudicando o funcionamento do organismo, o que requer
cuidados por parte dos pacientes para que o quadro constatado não evolua,
ocasionando danos maiores a sua saúde.
De acordo com Vancini e Lira (2012) a hiperglicemia trata-se da falta ou baixa
produção de insulina, a qual é imprescindível para o organismo, quando a
hiperglicemia apresenta-se alterada, seja em relação ao seu aumento ou redução,
suas consequências são prejudiciais a lipólise.
Em se tratando da população brasileira, as estatísticas refrentes ao número
de pacientes com diabetes vem aumentando consideravelmente, alarmando os
profissionais da saúde em relação à necessidade da intensificação de campanhas
referentes à prevenção e ao início do tratamento, para que os indivíduos possam
aprender a conviver com a doença, sem danos relevantes a sua qualidade de vida.
É fato que, quando a doença é detectada precocemente, o tratamento se faz
de maneira mais eficiente, favorecendo a sensibilização dos pacientes quanto aos
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cuidados necessários para a sua saúde, adaptando-se as novas formas de
promoção de atividades diárias que são essenciais para o controle do diabetes.
O diabetes é comum e de incidência crescente. Estima-se que, em 1995,
atingia 4,0% da população adulta mundial e que, em 2025, alcançará a cifra
de 5,4%. A maior parte desse aumento se dará em países em
desenvolvimento, acentuando-se nesses países, o padrão atual de
concentração de casos na faixa etária de 45 – 64 anos (BRASIL, 2006, p.
09).
Ressalta-se que, uma das preocupações mais alarmantes em relação ao
diabetes, configura-se na constatação de ser uma das doenças responsável pela
mortalidade no país, além de outras complicações à saúde como insuficiência renal,
que pode apresentar como consequência a amputação de membros, cegueira e o
surgimento de doenças cardíacas colocando em risco a vida dos pacientes, além de
afetar emocionalmente os seus familiares.
A morbimortalidade é outro aspecto relacionado ao diabetes que apresenta
preocupação, principalmente devido ao fato do acúmulo de glicose no sangue,
necessitando de constante monitoramento do seu nível como meio de prevenir o
agravamento da saúde do paciente.
Por isso, o portador de diabetes necessita realizar o controle do nível de
glicose, o qual é feito pela medição diária, para que possam ser efetivadas ações
que impeçam o aumento da glicose no sangue, o que pode acarretar doenças que
são prejudiciais a sua vida.
No entanto, para que se compreenda de forma mais detalhada os diferentes
tipos de diabetes, faz-se necessária a descrição, evidenciando assim, a
conceituação de cada um dos tipos existentes, como meio de propiciar o
entendimento a cerca da doença que vem se destacando entre a população
brasileira, bem como mundial.
3.2 Tipos de diabetes Mellitus
O diabetes Mellitus é caracterizado por dois tipos os quais são considerados
os mais comuns entre a população, sendo o tipo 1 e o tipo 2, necessitando para a
sua classificação a realização de exames que possam identificá-los de acordo com
os pacientes e o seu quadro clínico.
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Os tipos de diabetes mais frequentes são o diabetes tipo 1, anteriormente
conhecido com diabetes juvenil, que corresponde cerca de 10% do total de
casos, e o diabetes tipo 2, anteriormente conhecido como diabetes do
adulto, que compreende cerca de 90% do total de casos. Outro tipo de
diabetes encontrado com maior frequência e cuja etiologia ainda não está
esclarecida é o diabetes gestacional, que, em geral, é um estágio pré-clínico
de diabetes, detectado no rastreamento pré-natal (BRASIL, 2006, p. 12).
Segundo Flumignan (2006), o diabetes Mellitus tipo 1, apresenta como
característica a destruição das células beta, promovendo a redução de insulina, o
que é constatado em uma parcela menor da população.
Os cuidados referentes ao diabetes Mellitus tipo 1 são voltados para a
prevenção através dos exames periódicos e constante monitoração do nível de
insulina, sendo necessário que haja a sua reposição.
A destruição das células beta é geralmente causada por processo
autoimune, que pode ser detectado por auto-anticorpos circulantes como
anti-descarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD), anti-ilhotas, e, algumas
vezes, está associado a outras doenças autoimunes como a tireoidite de
Hashimoto, a doença de Addison e a miastenia gravis. Em menor
proporção, a causas da destruição das células beta é desconhecida (tipo 1
diopático) (BRASIL, 2006, p. 13).
Esse tipo de diabetes é apresentado com maior incidência entre crianças e
adolescentes, com processo mais rápido, o que requer cuidados e envolvimento
ativo da família para o seu controle e sensibilização do paciente.
O diabetes Mellitus tipo 1, é considerado como uma doença congênita. No
entanto, o fator hereditariedade não pode ser utilizado como sendo uma regra geral,
já que, nem sempre o diabetes está ligado diretamente aos pais, mas pode ser
decorrente dos antecedentes da família (CARDOSO, 2012).
Além disso, apresenta ausência ou diminuição da secreção da insulina pelas
células betas das ilhotas de Langerhans do pâncreas resultantes de fatores
hereditários, destruição das células beta por auto-anticorpos ou ainda por destruição
viral (VANCINI e LIRA, 2011).
Para o controle do diabetes tipo 1, a necessidade de utilização de insulina
artificial é recomendada, além das mudanças de hábitos relacionados à alimentação
e prática de atividades físicas, buscando assim, o controle do nível de glicose no
sangue.
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Para tanto, salienta-se que, como esse tipo de diabetes atinge principalmente
crianças e adolescentes, a sensibilização dos mesmos deve ser realizada de
maneira a promover a compreensão da importância do seguimento do tratamento
proposto, o que requer a participação da família no que se refere à estimulação e
motivação para que os hábitos de vida saudável, necessário para o controle da
doença possam ser efetivados como parte de seus hábitos.
Nesse sentido, a participação dos profissionais da saúde, e, principalmente do
enfermeiro é essencial, através das ações relacionadas à campanha de informações
e orientações que são realizadas nas unidades de atendimento de saúde, como
meio de promover o entendimento por parte dos pacientes, da necessidade da
realização do tratamento de maneira efetiva, evitando assim, consequências que
possam prejudicar a sua saúde.
Outro tipo de diabetes existente trata-se do tipo 2, o qual apresenta
característica diferenciada do primeiro tipo, não é considerado uma doença
congênita, e o seu aparecimento está relacionado aos maus hábitos alimentares e a
insuficiência ou inexistência de atividades físicas no decorrer do cotidiano do
paciente.
De acordo com Cardoso (2012) os principais fatores relacionados ao
surgimento do diabetes tipo 2 se referem à falta de atividades físicas, a obesidade, a
falta de cuidados com a própria alimentação.
Entre os indivíduos obesos, a incidência do diabetes apresenta-se como
sendo um fator preocupante, o que agrava a sua situação de saúde, devido à falta
de exercícios físicos e a ingestão de alimentos calóricos, por isso, a necessidade de
seguir o tratamento que visa o controle do diabetes é fundamental para que os
pacientes que possuem além do diabetes o fator obesidade, possam ter condições
de restabelecer a sua saúde, através da promoção de atividades físicas,
acompanhamentos especializados de equipe multiprofissional, por meio do
acompanhamento de enfermeiros que realizam a orientação de suas atividades,
promovendo maior segurança e estimulação para que os mesmos se sintam
motivados a realizarem a mudança de hábitos que é fundamental para o controle da
doença.
O termo tipo 2 é usado para designar uma deficiência relativa de insulina. A
administração de insulina nesses casos, quando efetuada, não visa evitar
cetoacidose, mas alcançar controle do quadro hiperglicêmico. A cetoacidose
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é rara e, quando presente, é acompanhada de infecção ou estresse muito
grave (BRASIL, 2006, p. 12).
Salienta-se o fato de que, em se tratando do diabetes tipo 2, a existência de
insulina é detectada no organismo, sendo ela produzida pelo pâncreas, no entanto, a
glicose não consegue ser absorvida pela célula, ocasionando complicações no
organismo.
Para tanto, faz-se necessário comentar que, nos indivíduos portadores do
diabetes tipo 2, ocorre o bloqueio da membrana celular, o que impede que a
insulina, o qual é responsável por transportar a glicose para o interior da célula.
De acordo com Cardoso (2012), as atividades físicas para os indivíduos
portadores do diabetes tipo 2, são essenciais para a mantença de sua qualidade de
saúde, principalmente pelo fato de que, ocorre à redução considerável do gasto
calórico, o que propicia o controle por meio do tratamento de suas funções sendo
possível estabelecer melhorias relacionadas à saúde sem a utilização de
medicamentos.
As equipes de saúde são fundamentais para que os pacientes possam ter o
controle de suas atividades, prevenindo através de exames periódicos, e mesmo
controlando o nível de glicose e insulina, através das orientações que são realizadas
através do acompanhamento efetivo, principalmente dos enfermeiros aos pacientes.
Dentro desse contexto, objetivando o esclarecimento das ações realizadas no
atendimento oferecido aos portadores de diabetes, ressalta-se que a atuação do
enfermeiro nas unidades é destacada como sendo um fator positivo, pois favorece a
aproximação do paciente para com a equipe de profissionais de saúde, além de
buscar por meio de suas práticas, a estimulação e a motivação para que os
pacientes sejam eles portadores de qualquer um dos tipos, para a continuidade do
tratamento.
É sabido que o diabetes ainda não se apresenta como uma doença onde a
cura se torna possível, mas o seu controle é fundamental para que os indivíduos
possam aprender a conviverem com o diabetes, sem perda de sua qualidade de vida
diária, o que é fundamental para a sua sobrevivência.
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3.3 O tratamento do diabetes
O tratamento do diabetes do tipo 1 e do tipo 2, segue prescrições que devem
ser realizadas pelos pacientes, objetivando a melhoria de sua condição de vida,
favorecendo o convívio com a doença, já que para a mesma não foi encontrada
ainda a cura.
O tratamento do diabetes requer atenção ao controle do peso, aos
exercícios e a dieta. Muitos indivíduos obesos com diabetes tipo 2 não
necessitam de medicação caso percam peso e se exercitem regularmente.
Contudo, a redução de peso e o aumento do exercício são difíceis para a
maioria dos indivíduos diabéticos (LUCENA, 2007, p. 57).
De acordo com Faria (2011) o objetivo primordial do tratamento do Diabetes
Mellitus faz-se na redução dos índices de mortalidade e morbidade que se
apresentam em elevação devido à falta de controle do metabolismo.
Nesse sentido, faz-se necessário salientar que existem diferentes tipos de
tratamentos, os quais são identificados como sendo a base de medicamentos
isolados, bem como associados à terapia medicamentosa.
As medidas não medicamentosas dispensadas às pessoas com Diabetes
Mellitus incluem: educação, modificações no estilo de vida, aumento da
atividade física, reorganização dos hábitos alimentares, redução do peso,
monitoração dos níveis glicêmicos e diminuição ou abandono de alguns
vícios prejudiciais à saúde como o fumo e o álcool. Essas medidas são de
fundamental importância para o tratamento, além de permitirem a
participação ativa da pessoa com Diabetes Mellitus no controle de sua
doença (FARIA 2011, p. 28).
No entanto, é de grande necessidade comentar que, se não for realizado o
tratamento de maneira eficiente e satisfatória para o controle do diabetes, a
evolução da doença torna-se algo possível, onde o tratamento passa a ser por meio
de medicamentos, os quais são indicados pelos médicos especialistas visando
controlar o nível de glicose no organismo.
O ideal em relação ao tratamento tanto do Diabetes Mellitus tipo 1 ou no tipo
2, a combinação entre as medidas não medicamentosas e os medicamentos em
razão da necessidade do paciente, se faz de maneira favorável para a garantia de
melhor condição de vida dos pacientes.
A importância do conhecimento referente ao tratamento do diabetes se
apresenta em promover a reflexão sobre a necessidade dos cuidados necessários
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para o controle do nível de glicose no organismo, o que deve ser monitorado
constantemente pelos pacientes para que se evitem complicações decorrentes da
falta de cuidados em relação à alimentação, a falta de atividades físicas, dentre
outros fatores que são prejudiciais ao controle necessário da doença.
Em relação ao tratamento, o diabetes é uma das poucas doenças que dão
origem a muitas opiniões diferentes para a terapia, principalmente com o
tipo de insulina usada, o tipo de dieta, escolha das drogas hipoglicemiantes
orais. O ponto básico objetiva capacitar o paciente para viver seu tempo de
vida como um membro da sociedade, útil e produtivo, sem alterar
radicalmente seus hábitos e seu meio de vida (FIGUEIREDO FILHO et al,
2012, p. 108).
Um aspecto positivo em relação ao tratamento do diabetes seja ele do tipo 1
ou do tipo 2, configura-se em sua gratuidade, o Ministério da Saúde, oferece aos
pacientes em suas unidades de atendimento, todo o tratamento relacionado ao
controle e melhoria da condição de saúde dos pacientes.
3.4 A atuação do enfermeiro no tratamento de pacientes com diabetes
Através da exposição apresentada, é compreendido que o diabetes trata-se
de uma doença que atinge uma parcela significativa da população brasileira, o que
preconiza a adoção de ações que visam o controle da doença através das ações
efetivadas pelo Ministério da Saúde através de suas campanhas direcionadas para a
prevenção, diagnóstico e tratamento.
Por isso, ao analisar a importância da atuação do enfermeiro no tratamento
de pacientes com diabetes, salienta-se que a sua prática se efetiva na promoção da
sensibilização dos pacientes, por meio da educação continuada, onde a orientação
se faz como um dos principais fatores que contribuem para a melhoria da vida dos
pacientes, que a princípio se encontram com baixa-estima em decorrência do
diagnóstico apresentado.
É fato que, a assistência de enfermagem apresenta-se fundamental para o
paciente portador de diabetes, desde a ação de orientação, acompanhamento e até
mesmo o acolhimento ao paciente, promovendo ao mesmo, incentivo, educação à
saúde para a aprendizagem da convivência com a doença (CARDOSO, 2012).
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A assistência de enfermagem ao paciente portador de diabetes deve estar
voltada a prevenção de complicações, avaliação e monitoramento dos
fatores de risco, orientação quanto à prática de autocuidado. Sendo de
competência de o enfermeiro realizar a consulta de enfermagem, solicitar
exames e realizar transcrição de medicamentos de rotina de acordo com
protocolos ou normas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal,
desenvolver estratégias de educação em saúde e fazer encaminhamentos
quando necessário (OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2010, p. 42).
No ato da consulta de enfermagem, o profissional possui condições de
realizar a educação à saúde, buscando através da sensibilização a compreensão
por parte dos pacientes da necessidade de realização do tratamento de maneira
efetiva, para que o controle da doença possa ocasionar a continuidade de suas
atividades diárias.
É fato que, a princípio, as adaptações em relação aos seus hábitos diários
não se apresenta como sendo uma atividade fácil de ser realizada, mas se torna
necessário que a estimulação e a motivação realizada pelos enfermeiros seja
efetivada de maneira a promover o entendimento do paciente que é necessário para
a sua saúde, a adoção de novas posturas em benefício de sua saúde (FIGUEIREDO
FILHO et al, 2012).
Ao enfermeiro, apresenta-se a missão de acolher de forma efetiva o portador
de diabetes, possibilitando a sua aproximação, como meio de orientar e sanar as
dúvidas e questionados apresentados pelos indivíduos que em um primeiro
momento, se encontram abalados frente ao diagnóstico da existência do diabetes.
Ao enfermeiro cabe educar os pacientes para que eles obtenham
conhecimento sobre sua condição e os riscos a saúde, incentivando a
aceitação da doença e a implementação das medidas de autocontrole, tais
como: Controle dos níveis glicêmicos através de mudança nutricional
(conforme pirâmide alimentar), prática de exercícios físicos, terapêutica
medicamentosa, além das medidas preventivas como cuidados com os pés,
aferição da pressão arterial regularmente e evitar maus hábitos, como
alimentos ricos em gordura, tabagismo e etilismo. O enfermeiro deve
informar ao paciente dobre a sintomatologia da hipoglicemia e hiperglicemia
para o mesmo saber como agir diante dessas situações (GRILLO, 2005
apud OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2010, p. 44).
Percebe-se que as atividades desenvolvidas pelo enfermeiro junto aos
portadores de diabetes são variadas, enfatizando o incentivo ao tratamento, bem
como a orientação frente às diferentes informações que são necessárias para que
os mesmos possam desenvolver de forma eficiente as práticas relacionadas à
mantença de sua saúde.
12
“A intervenção de enfermagem consiste na educação em saúde, com
incentivo
para mudanças no
estilo de vida,
nos
hábitos alimentares
e
proporcionando ao indivíduo o conhecimento sobre sua patologia” (OLIVEIRA e
OLIVEIRA, 2010, p. 45).
A relação entre o enfermeiro e o paciente é constatada como um aspecto
primordial para o sucesso do tratamento apresentado, principalmente no que se
refere aos aspectos emocionais e psíquicos.
De acordo com Cunha (2007), os pacientes, quando é revelado o diagnóstico,
tendem a expressar as suas reações voltadas para a revolta, a incompreensão e o
desânimo, buscando através de explicações, os fatores que acarretaram o
surgimento da doença.
Além disso, a atuação do enfermeiro no tratamento do diabetes é
reverenciada também junto à família, orientando-a sobre a importância do apoio,
motivação e incentivo ao membro que apresenta o diabetes, o que requer a
mudança de hábitos em benefício da realização do tratamento.
Para Faria (2011), a família é apresentada pelos enfermeiros como sendo um
dos aspectos responsáveis pelo sucesso do tratamento, já que, o paciente convive
maior parte do seu tempo junto aos seus entes, e, por isso, a orientação e a
informação aos familiares se faz imprescindível para que o tratamento possa ser
realizado fora das unidades de saúde.
Sendo assim, por meio dessa breve reflexão, salienta-se o fato de que o
papel desenvolvido pelo enfermeiro junto aos portadores de diabetes se apresenta
fundamental, ressaltando os aspectos de que, a sua importância nos momentos
relacionados à consulta de enfermagem, bem como na educação à saúde, e no
acompanhamento de suas ações individuais e familiares propiciando ao paciente
com diabetes condições reais de motivação para terem uma vida saudável,
controlando a doença através da mudança de seus hábitos, sensibilizando-o a
compreender que, a cura do diabetes ainda não existe, mas a convivência com a
doença é possível.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O diabetes Mellitus trata-se de uma doença que não possui cura, a
convivência é possível através de tratamento e controle do nível de glicose no
13
organismo, estabelecendo novas adequações referentes à alimentação, para que
suas atividades diárias possam ser realizadas de forma natural, sem perda de
motivação para as ações que já eram realizadas antes da descoberta do diabetes.
A identificação desses tipos favorece a realização do tratamento em relação à
abordagem realizada pela equipe de profissionais da saúde, restabelecendo de
maneira favorável a retomada das atividades dos pacientes, que passam por
adaptações que são necessárias para o controle de sua saúde.
Os pacientes que são atendidos nas unidades de saúde necessitam ser
orientados pelos profissionais da enfermagem, informando também as famílias,
vislumbrando o acompanhamento de todos os membros para o auxílio efetivo ao
paciente em suas dificuldades.
A atuação do enfermeiro junto ao paciente com diabetes é reconhecida como
sendo fundamental, possibilitando o desenvolvimento de estratégias como palestras,
visitas, orientação, consultas de enfermagem, realizando a educação continuada à
saúde, sensibilizando os pacientes e familiares sobre a importância do controle do
diabetes.
Dessa maneira, foi compreendido que a necessidade da reflexão sobre a
atuação do enfermeiro junto aos pacientes com diabetes foi constatada como sendo
de suam importância, pois possibilita a aproximação dos profissionais da saúde com
os pacientes que precisam ser assistidos em suas dúvidas e questionamento,
oportunizando-os a compreensão de que se faz possível, conviver com o diabetes e
ter devido à realização do tratamento de maneira adequada, a melhoria de sua
qualidade de vida.
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em 25 de jul. de 2012.