O QUE APRENDI EM HARVARD E que você pode começar a implementar hoje mesmo na sua carreira e empresa! @vabo23 Introdução Em 2015, eu tive uma das maiores oportunidades da minha vida, a realização de um dos meus maiores sonhos: estudar na Harvard Business School. O curso Owner President Management (OPM) de Harvard é um dos mais conceituados do mundo e responsável pela formação de grandes empreendedores e líderes globais. Com um formato único, baseado em estudos de caso e aprendizado prático, muita troca de conhecimento e muito networking, os aprendizados trazidos pelo curso transformaram a forma como enxergo diversos aspectos da Liderança, Empreendedorismo, Comunicação, Educação, Negociação - enfim, de toda a minha carreira - e levo suas lições comigo desde então. O objetivo deste Ebook é compartilhar com você as principais lições que aprendi por lá, para que também você possa levar isso à sua empresa e à sua vida pessoal e profissional, seja você dono do seu próprio negócio ou não. Espero que você goste e que te inspire a continuar aprendendo, se esforçando e promovendo mudanças! Boa leitura! 2 @vabo23 O curso OPM na Harvard Business School O que é a Harvard Business School A Harvard Business School é uma das faculdades mais renomadas no mundo. aulas com os professores, e aprende mais ainda com seus colegas! A escola foi fundada em 1908, em Boston (MA), como parte da faculdade de Humanas, mas recebeu status independente em 1910 e tornou-se uma unidade administrativa separada em 1913. E isso porque a HBS é muito clara em seu propósito: Ela foi pioneira no desenvolvimento do método de estudos de caso (case methodology), inspirando-se na abordagem da educação jurídica em Harvard. Durante as aulas, os alunos são posicionados como gestores de organizações e devem resolver os problemas trazidos nos textos, de modo que o programa letivo também estimula o ensino prático. E, desde o início, a escola teve um relacionamento próximo com o mundo corporativo. Poucos anos depois de sua fundação, muitos líderes de negócios eram ex-alunos e estavam contratando outros ex-alunos para posições iniciais em suas empresas. Aliás, o networking é um dos pontos imbatíveis na HBS! Você aprende muito nas 3 “Nós educamos líderes que fazem a diferença no mundo” E como eles mesmos explicam: “Líderes...” Quando falamos de líderes, queremos dizer pessoas que incorporam um certo tipo de competência e caráter - tanto a competência que vem da perspectiva do gestor, que a nossa escola cultiva, quanto seu caráter, para que ele entenda a diferença entre ser interessado e inspirador e ser egocêntrico. Vai muito além de saber que não é certo mentir, trapacear ou roubar. Envolve reconhecer que você é um verdadeiro líder somente quando conquistou a confiança @vabo23 de outras pessoas e quando outras pessoas, seja na sua organização ou na sua comunidade, o reconhecem como tal. “...que fazem a diferença…” Fazer a diferença significa desenvolver pessoas que criam valor real para a sociedade - e que conseguem primeiro criálo antes de capturá-lo. Em vez disso, a recente crise econômica nos mostrou muitos exemplos de líderes que capturaram valor sem ter criado nenhum. Vale a pena notar aqui que existem muitas maneiras de fazer a diferença positiva: como investidor, como gestor, como empreendedor, como cidadão ativo da sua comunidade. E, é claro, o primeiro componente da missão é educar, o que fazemos de várias maneiras - por meio de nossos programas educacionais, pelas ideias que nossos professores produzem e disseminam e pela influência que alcançamos por estar perto de líderes de todos os tipos, e de organizações em todo o mundo. O impacto do que fazemos se estende muito além das pessoas que vêm ao nosso campus. Embora possamos tocar apenas alguns milhares diretamente a cada ano, podemos influenciar indiretamente muitos mais, permanecendo o líder mais confiável e admirado na educação para negócios. De fato, o que distingue a Harvard Business School é que nossos graduados fornecem liderança em todas as esferas da vida. “...no mundo” O mundo reflete nossa compreensão de um ambiente dinâmico e em constante e veloz mudança, bem como o fato de que muitos dos problemas mais desafiadores do mundo exigirão uma perspectiva global. Além disso, envolve adotar a visão de que o mundo precisa desesperadamente de mais líderes para resolver seus problemas mais urgentes e desafiadores, e que praticamente nenhum desses problemas pode ser resolvido sem que os líderes empresariais desempenhem um papel vital. 4 @vabo23 Como é o processo seletivo para a Harvard Business School? Como o nome já diz - Owner President Management - o principal critério de seleção do curso é que você seja C-Level, Executivo ou dono de uma empresa, uma vez que ele é focado em um gestão global e executiva. Em seguida, tem o valor mínimo de faturamento. A empresa precisa estar em um patamar relevante em seu setor e esse valor mínimo ajuda na hora de montar uma turma equilibrada, para que todos estejam relativamente no mesmo nível em termos de negócio. Outro fator importante é a indicação. Normalmente, se a pessoa for indicada por um ex-aluno, isso facilita aprovação, porque tem muita demanda. A HBS é um 5 dos poucos serviços inelásticos - isto é, aquele em que, conforme você aumenta o preço, a demanda também aumenta, indo na contramão da lei básica da economia de oferta e demanda. No meu caso, devo minha ida ao André Street e ao Eduardo Pontes. Na época, minha empresa tinha recebido um investimento da Arpex e uma das políticas do André e do Edu, os fundadores da Arpex, era indicar e financiar a ida de seus sócios para esse curso. Eles já enviaram mais de 20 empreendedores para a HBS, e indicaram outros vários. Fica aqui meu salve e meu agradecimento aos dois! @vabo23 Como funciona o curso OPM na Harvard Business School? O formato é de imersão - ou seja, você mora com seus colegas, no campus de Harvard. Um mês antes de ir, você recebe um arquivo de aproximadamente 1.000 páginas de preparação prévia, com todo o conteúdo e todos os detalhes sobre o curso. Assim, você já vai sabendo exatamente o que esperar das aulas. Como comentei na introdução, a HBS trabalha com estudos de caso. Esse material prévio, portanto, é formado majoritariamente por esses cases, nos quais você se posiciona como um gestor responsável por uma série de tomadas de decisão. Além da leitura, há diversas perguntas que você deve responder considerando esse pressuposto - o de ser um líder à frente de uma empresa, que precisa resolver problemas variados. Esses cases serão debatidos ao longo do curso, junto a seus colegas, antes e durante as aulas. Qual o período de duração do curso? O curso é realizado em 9 semanas não-consecutivas. Você faz 3 semanas em um ano, volta para casa, implementa os principais aprendizados na sua empresa, volta no ano seguinte, faz mais 3 semanas, volta para casa, implementa, e aí volta mais uma vez, por mais 3 semanas. Ou seja, o curso é de 3 semanas por ano distribuídas ao longo de 3 anos, para que os alunos tenham tempo de aplicar o que aprenderam e retornar com insights, dúvidas e capacidade de trocar conhecimento. 6 @vabo23 Como são os alunos do curso? O formato acima gera uma conexão muito particular entre os alunos. Nós passamos 3 semanas intensas juntos, com três aulas por dia de segunda a sábado mais os jantares e encontros depois das aulas e a residência no campus -, voltamos para casa e aí, no ano seguinte, reencontramos todo mundo para outras 3 semanas intensas. É muito bacana essa dinâmica do reencontro principalmente por causa dos diferentes backgrounds de cada um. E a diversidade é um fator fundamental, nesse sentido. Para você ter uma ideia, éramos 160 alunos e o único fator comum entre todos nós é que éramos todos empreendedores. De resto, éramos de nacionalidades diferentes, religiões diferentes, indústrias diferentes, funções diferentes, tipos de empresa diferentes e idades diferentes (o mais velho tinha 70 anos e eu era o mais novo, com 29 aninhos). A convivência diária com pessoas tão distintas, ao longo dessas 9 semanas, é o tipo de benefício que não tem preço. Eu costumo dizer que, nesse curso, metade você aprende com os professores e a outra metade com os alunos. É uma troca única que nosso formato tradicional de Educação no Brasil, infelizmente, possibilita muito pouco. 7 @vabo23 O que eu aprendi com o curso OPM da Harvard Business School? Os aprendizados que a Harvard Business School me proporcionou me acompanharam em todas as minhas empreitadas como empreendedor e também como profissional da Educação. A seguir, compartilho as que mais marcaram e que você, também, pode desenvolver ou implementar no seu negócio: 1º aprendizado: a importância da cultura organizacional Você pode fazer 15 coisas diferentes em busca da sua vantagem competitiva, mas apenas 1 nunca poderá ser copiada: a sua cultura organizacional. A empresa é um microcosmo de um país. Quando pensamos em “cultura brasileira”, não falamos só das artes, dos filmes, das músicas… Cultura também tem a ver com a forma como agimos e reagimos em determinadas situações. A cultura organizacional, isto é, a cultura de uma empresa, pode ser uma ferramenta de transformação das pessoas, da forma como nos relacionamos - agimos e reagimos aos outros - e, consequentemente, do Brasil. 8 Mas o que é cultura organizacional? É como as pessoas reagem e tomam decisão, em especial quando o líder não está presente. Nesse sentido, os fatores fundamentais para construção da cultura organizacional de uma empresa são: Empatia e saber ouvir Quando uma pessoa compartilha os problemas dela com você, isso é um privilégio. Quando ela não compartilha, é porque: @vabo23 1. Ela acha que você não se importa 2. Ela acha que você não é capaz de resolver Até ganhar a confiança das pessoas, você vai esbarrar nessas duas balizas. É preciso provar que você se importa e que você pode ajudá-la. Como? Dando o primeiro passo. Tendo mais empatia. Empatia É a habilidade de se colocar no lugar do outro, com a cabeça/olhos/coração do outro. É tratar os outros como os outros querem ser tratados. Empatia é criar espaço, abrir portas e conectar-se com o outro. É, portanto, a capacidade de compreender e compartilhar com os sentimentos de outra pessoa. Mais do que agir com simpatia, a empatia nos permite andar com o sapato do outro e, então, entender essa pessoa melhor. Empatia é um elemento crucial em toda relação humana, inclusive no ambiente de trabalho. Existem, pelo menos, 2 tipos de empatia: • Empatia Cognitiva ajuda a entender, de forma assertiva, a forma de pensar de uma pessoa. • Empatia Emocional - nos faz sentir (às vezes, de forma física) as emoções das outras pessoas, como se esses sentimentos fossem contagiosos. 9 Quando me perguntam “se você tivesse que escolher qual é a característica número um da liderança, qual escolheria?”, eu costumo dizer que existe a característica 0 antes dela: a ética. Isso porque a liderança pode ser interpretada, fundamentalmente, como uma relação entre duas pessoas ou mais pessoas, e a sustentação de todo bom relacionamento é a ética, o respeito, a consideração pelo outro. Mas dado que a ética é a número 0, a número 1 é saber ouvir - que também pode ser chamada de Escutatória. A escutatória é essencial para momentoschave do dia a dia, como conversas, reuniões, feedbacks, seja no ambiente de trabalho ou fora dele. Demonstrar empatia, comunicarse bem, se fazer entender, entender os outros, fluir os diálogos, gerar confiança e demonstrar atenção e respeito por quem estiver falando com você. Ouvir seus colaboradores, seus parceiros, seus líderes, seus mentores, seus amigos… Tudo isso contribui para a construção de uma cultura organizacional mais sólida, inclusiva e favorável ao sucesso de todos os envolvidos. Nunca se esqueça: o principal ativo de qualquer líder é o seu time! @vabo23 Os 8 comportamentos de um bom gestor Obviamente, a intenção não basta. É preciso colocar em prática, no dia a dia, os valores dessa cultura. Como gestor, você está à frente desses valores e é responsável por assegurar que eles de fato sejam correspondidos, por meio de comportamentos que reflitam tais ideais. Um bom gestor... 1. É um bom mentor 2. Empodera o time e não microgerencia 3. Expressa interesse e preocupação pelo sucesso e bem-estar dos colaboradores 4. É produtivo e orientado por resultados 5. É um bom comunicador - isto é, ele ouve e compartilha informações 6. Auxilia com o desenvolvimento dos colaboradores 7. Tem visão e estratégias claras para o time 8. Tem competências-chave que o ajudam a desenvolver o time Se seu compromisso é construir uma forte cultura organizacional, então seu compromisso também é ser um bom gestor. 10 @vabo23 Por que a cultura organizacional faz a diferença? Uma cultura organizacional que inspira seus colaboradores é traduzida em engajamento. Não há nada mais positivo, em uma empresa, do que um time engajado. Quer ver? Empresas com maior engajamento dos colaboradores apresentam: • 37% menos abdicações • 25% menos turnover em organizações com alta taxa de turnover • 65% menos turnover em organizações com baixa taxa de turnover • 28% menos redução de ganhos • 48% menos incidentes de segurança no trabalho • 41% menos incidentes de qualidade do trabalho • 10% mais satisfação dos clientes • 21% mais produtividade • 22% mais lucro Mas não vai existir engajamento enquanto não houver troca. Afinal, se você não oferecer algo a seus colaboradores, eles vão engajar com o quê? Infelizmente, hoje, muitos executivos aderem ao discurso do “somos uma família”, “você tem que se sentir dono da empresa”, mas não praticam o que pregam. E isso é fatal. 11 @vabo23 As palavras, sozinhas, não bastam. É preciso agir e colocar em prática o que se promete. Transforme os valores da sua empresa em ações vantajosas para os colaboradores. Só assim você vai fazer com que a cultura esteja entranhada no dia a dia da organização. Uma cultura organizacional de alta performance oferece pelo menos 6 dos itens abaixo: • Promoções dentro da empresa sempre que possível • Contratação de colaboradores que compartilham dos valores da empresa e que demonstrem grandes habilidades tanto no âmbito das Hard Skills quanto das People Skills • Média salarial mais alta do que a do mercado • Incentivos para os times • Avaliação baseada em performance, que inclua planos de desenvolvimento do colaborador a longo prazo • Treinamento de colaboradores e gestores a longo prazo • Desenvolvimento de times e outras formas de colaboração entre os membros da organização • Autonomia para que os colaboradores tomem suas decisões sobre como melhor executar o trabalho • O máximo de segurança possível, criando um ambiente saudável e favorável ao progresso individual e coletivo Uma empresa sem cultura organizacional forte, refletida nas atitudes de seus gestores, é incapaz de motivar seus colaboradores. E, acredite, seu maior investimento, não importa o tamanho ou estágio da sua empresa, sempre vai ter que ser na motivação do seu time. 12 @vabo23 Os 4 motivadores do seu time O mapa da motivação de um colaborador é dividido em 4 quadrantes: 1. Aquisição: Associado ao sistema de recompensas (salários, bônus, benefícios etc.) 2. Conexão: Associado à cultura organizacional 3. Compreensão: Associado ao escopo de trabalho e ao que se espera do colaborador 4. Defesa: Associado à medição e gestão da performance de um colaborador (feedbacks, promoções etc.) Esses quadrantes englobam os principais fatores motivacionais dos colaboradores, que definem seu engajamento: Engajamento com o trabalho O engajamento envolve a energia, o esforço e a iniciativa dos colaboradores no ambiente de trabalho. Compromisso organizacional Compromisso organizacional tem a ver com o quanto os colaboradores engajam com a cidadania corporativa - ou seja, o quanto eles se sentem parte e contribuem com a organização como um todo. 13 @vabo23 Satisfação no trabalho A satisfação reflete até onde eles sentem que a empresa corresponde às suas expectativas no trabalho, satisfazendo tanto o contrato explícito quanto o implícito assinado pelo colaborador. Em outras palavras: a empresa cumpre o que promete? Intenção de saída A intenção de saída é o melhor indicativo de turnover nas empresas. Se a sua cultura não atende às expectativas associadas a esses 4 fatores, você não está olhando como deveria para seus colaboradores. Mas, vale destacar, cultura organizacional não é algo que você formula, implementa da noite para o dia e pronto. Ela é dinâmica, mutável, adaptável. Por mais que seus core values permaneçam os mesmos, o mundo, as condições de trabalho e a valorização do trabalho mudam constantemente. Esteja aberto às transformações. E isso tem muito a ver com o meu próximo grande aprendizado. 14 @vabo23 2º aprendizado: a importância de tentar ser melhor a cada dia Eu tenho um grande compromisso na vida, que é ser melhor hoje do que eu era ontem e pior do que serei amanhã. A evolução constante, contínua, deve ser um dos valores fundamentais para os empreendedores e, consequentemente, para suas empresas. Isso vai muito ao encontro de um conceito chamado Kaizen. O que é Kaizen? Kaizen vem de: • Kai = mudança • Zen = pelo melhor Hoje, o Kaizen é reconhecido mundialmente como um pilar importante da estratégia competitiva de longo prazo de uma organização. Ela foi introduzida ao ocidente pelo mestre Masaaki Imai, no livro “KAIZEN: The Key to Japan’s Competitive Success”. De acordo com Masaaki Imai, Kaizen significa melhoria contínua na vida pessoal, doméstica, social e profissional. Quando aplicado no local de trabalho, o Kaizen significa melhoria contínua, envolvendo todos - gerentes e colaboradores. 15 Só que - de novo - mudanças não acontecem da noite para o dia. É necessário investigar os problemas a serem resolvidos para que essa melhoria aconteça, um destino claro, traçado por meio de objetivos e resultados, e, claro, muita estratégia. O que causa um problema? De modo geral, a raiz de qualquer problema em uma empresa pode estar em: • Falta de estratégia (não existe uma estratégia clara, apenas um apanhado de oportunidades e muito “se vira nos 30”) • Uma “estratégia” que nada mais é do que um documento de 50 páginas (ao qual apenas o CEO tem acesso) • Uma “visão” a 10.000 pés, que muitos dos gestores não entendem, porque não é prática • Uma estratégia que significa coisas diferentes para pessoas diferentes • Uma série de “melhorias” para o próximo ano ou dois (excepcionalmente perigoso se sua empresa estiver enfrentando um realinhamento estrutural) @vabo23 Muitos gestores confundem esses elementos com planejamento estratégico... Sabe aquele ditado “quem muito quer, nada tem”? O que é “estratégia”, de fato? Ele é a grande lição aqui. É importante ter clareza nos seus objetivos e saber priorizá-los. Qual é sua proposta de valor? Como você se diferencia do mercado? Como você vai comunicar isso ao mercado? E aos clientes? Como vai assegurar que seus colaboradores estejam alinhados à sua proposta de valor? O que você vai fazer para preservar sua proposta de valor sob diferentes circunstâncias do mercado? Se uma empresa tem 30 objetivos prioritários, nenhum deles é prioridade. Estratégia é também saber o que você não vai fazer. Em outras palavras, a estratégia é composta por: • • • • • Missão Visão Valores Objetivos Metas OBS: Metas devem ser atribuídas com base na propensão para o sucesso, não no job description ou cargo E, sobretudo: qual caminho será adotado para chegar lá? É preciso saber para onde você quer ir Um case apresentado pela Harvard Business School mostrava que os top 10 managers de 125 organizações foram perguntados individualmente: “quais são os principais objetivos da sua empresa para este ano?” O mínimo de respostas possíveis era 5, o máximo era 50. A média foi 34. As empresas mais lucrativas responderam 6-12. As menos, 26-43. 16 @vabo23 3º aprendizado: a inovação, muitas vezes, é simplesmente atender às expectativas Quando falamos em inovação, logo pensamos em “fazer algo que ninguém espera” ou “fazer algo que ninguém nunca imaginou”. Mas inovar, muitas vezes, é simplesmente fazer exatamente o que estão esperando. Convenhamos, o Brasil não é exatamente conhecido pelo seu ótimo atendimento ao cliente e por sua entrega de altíssima qualidade, certo? Mas isso não é um problema só nosso. Muitas empresas se perdem por quererem fazer algo complexo em vez de se comprometerem a fazer algo bem feito. Sobre isso, saiba que uma excelente execução e uma estratégia medíocre vão superar uma execução medíocre de uma estratégia excelente. Vale muito mais você entregar algo simples, mas que exceda as expectativas, do que você tentar reinventar a roda e não entregar nem meia roda. E um dos focos do curso OPM de Harvard é justamente esse: desmistificar a inovação. A ideia, basicamente, é que sua prioridade deve ser fazer a empresa funcionar. Afinal, 17 se esse é seu compromisso, naturalmente a inovação estará atrelada ao seu propósito, uma vez que “fazer funcionar” muitas vezes engloba resolver problemas de forma disruptiva. Mas o que realmente funciona nas empresas? Quanto falo “funciona”, estou me referindo a sucesso a longo prazo. Isso envolve competitividade no mercado, satisfação dos colaboradores, lucro, planos de desenvolvimento - enfim, todos os fatores que contribuem para o crescimento e estabilidade de uma empresa. A Harvard Business School elenca uma série de pontos considerados fundamentais para o bom funcionamento de uma organização: 1. Ser a maior empresa do seu setor 2. Uma estratégia bem definida e claramente comunicada a todos 3. Ser a empresa com o menor custo-benefício do seu setor 4. Abraçar e implementar inovações tecnológicas, especialmente na área de informação @vabo23 5. Práticas de boa governança entre C-levels e executivos No entanto, é impossível focar nesses 20 pontos. 6. Execução operacional que constantemente vá ao encontro das expectativas dos consumidores Logo, para se construir uma organização de sucesso é necessário priorizar os 4 itens mais relevantes (itens 2, 6, 10 e 12) e escolher 2 entre outros 4 (13, 15, 16, 18), para desenvolver. 7. Experiência com engenharia de finanças 8. Qualidade do balanço de despesas 9. Alcance dos maiores níveis de qualidade reconhecidos, de acordo com seu setor 10. Criação de uma cultura de alta performance e alto valor 11. Encantamento dos clientes, superando suas expectativas 12. Uma estrutura que simplifique o trabalho junto à organização 13. Talento A+, em todos os níveis 14. Adoção do Balanced Scorecard (BSC)* 15. Um líder que inspira 16. Desenvolvimento da inovação no seu setor 17. Uma marca que encanta 18. Desenvolvimento de possibilidades de fusão e parcerias 19. Supply Chain Management* 20. Ser uma empresa verdadeiramente global 18 @vabo23 Teve dúvida? *O que é BSC O Balanced Scorecard (BSC) é uma metodologia de medição e gestão de desempenho desenvolvida em 1992 pelos professores da Harvard Business School (HBS) Robert Kaplan e David Norton. Geralmente, o BSC é caracterizado por um fluxograma semelhante a este: 19 @vabo23 Os passos dessa metodologia incluem: definição da estratégia empresarial, gestão do negócio, gestão de serviços e gestão da qualidade, que são implementados através de indicadores de desempenho. *O que é Supply Chain Management O Supply Chain Management (SCM), ou gestão de cadeia de suprimentos, ou, ainda, gerenciamento do fluxo de bens e serviços, abrange a gestão da movimentação e armazenamento de matérias-primas, do estoque de material em processo de produção e de produtos prontos para o consumo, bem como do atendimento de ponta a ponta de pedidos do ponto de origem ao ponto de consumo. Nas organizações mais desenvolvidas, boa parte desse processo é automatizado e interconectado, de modo a dar uma visão mais ampla ao gestor a respeito de todo o fluxo dessa cadeia, para que ele identifique os principais gargalos e implemente melhorias constantes no processo. Vale destacar que os pontos mencionados não são fórmulas, ou um mero checklist. Eles são pontos em comum entre empresas de sucesso e você não necessariamente precisa atender a todos os requisitos, mas é bom que procure cumprir com boa parte deles. Isso tudo posto, também é importante tomar o cuidado para não desandar para outro extremo, que é ser completamente avesso a mudanças. “Mudar” também é inovação Inovação também pode ser entendida como “fazer a mudança certa na hora certa”. 20 @vabo23 Se você precisa resolver um problema, agir do jeito que age sempre, na maioria gritante das vezes, não é a melhor estratégia. Pelo contrário, se recusar a mudar é impedir a melhoria da sua empresa. Porém, sendo justo, muitas vezes atravancamos a inovação sem nem perceber. Dá uma olhada na lista a seguir, que elenca 44 crenças limitantes que tendem a passar despercebidas nas organizações: 44 formas de não fazer nada acontecer 1. Nós já tentamos isso antes 16. Está acima de nós 2. Esse lugar é diferente 17. A gente não tem autoridade no tema 3. É muito caro 4. Isso está além da minha responsabilidade 18. Isso é muita piração 5. Estamos muito ocupados 20. Isso não é nosso problema 6. Isso não é meu trabalho 21. Por que mudar se funciona? 7. É uma mudança muito radical 22. Você tem razão, mas… 8. A gente não tem tempo 23. Você está dois anos à frente 9. Falta braço 24. A gente não tem equipe capacitada para isso 10. A gente é pequeno demais para isso 25. Não cabe no orçamento 11. Não é prático para o pessoal da operação 26. Boa ideia, mas não rola 12. A equipe não vai comprar essa ideia 28. Vamos pensar melhor 13. A gente nunca fez isso antes 14. A Diretoria vai surtar 15. É contra as regras 21 19. Vamos voltar para a realidade 27. Os C-Level nunca vão topar isso 29. Vamos documentar isso aqui para revisitar depois 30. A gente vai perder muito dinheiro no curto prazo @vabo23 31. Ninguém fez isso antes 39. Vamos pensar melhor… 32. Depois a gente faz isso 40. Isso não se paga sozinho 33. Vamos formar um comitê 41. Eu conheço alguém que tentou e… 34. Alguém já testou isso antes? 35. O que você realmente quer dizer é… 42. A gente sempre fez desse jeito 36. Talvez isso funcione com vocês, mas não comigo 44. O que o CEO vai dizer? 37. O comitê executivo nunca vai… 38. Você não acha que a gente deveria pensar um pouco mais antes de agir? 43. É complexo demais E aí, você está aberto a mudanças? 4º aprendizado: o papel do líder é inspirar O líder é um agente de mudanças. E, como todo agente de mudanças, seu grande papel é inspirar. Mudança = Desejo x Direção x Processo Os líderes trabalham com: • Desejo - Identificando o senso de urgência e oportunidade • Direção - Implementando e alinhando os padrões de competitividade e 22 resultados; construindo um propósito comum que perpassa toda a organização; fornecendo uma visão de longo prazo • Processo - Obtendo os recursos necessários para a execução; motivando e engajando as pessoas e parceiros relevantes de negócios, gerindo a performance de forma cíclica e contínua Vale ressaltar que gestão é checklist, mas liderança não. @vabo23 Em outras palavras, 85% do que é feito em uma organização é feito em times; ser líder, portanto, não é “mandar nos times”, mas sim prover os recursos e capacidades necessárias para que eles se desenvolvem e toquem seu trabalho de forma autônoma. Não deveria existir maior realização para um líder do que ao se afastar de sua empresa, por exemplo, quando voltar, perceber que nada parou. Muitos, infelizmente, ainda têm uma mentalidade pequena e retêm informações porque acreditam que isso lhes dá “mais poder”. Só que isso não é liderar. Não se trata de ter mais ou menos poder. Ser líder é abrir caminhos e remover impedimentos. H1, H2 e H3 da liderança Ainda nesse sentido, a hierarquia de uma organização deve ser favorável ao bom andamento da empresa. Não se trata de distribuir títulos e cargos, e sim de construir uma logística onde um possa auxiliar o outro, puxar o outro e ajudar o outro a performar melhor. 23 A estrutura da empresa, portanto, deve permitir a fluidez dos processos, a troca de conhecimento e o desenvolvimento dos colaboradores, dando espaço para que se destaquem. Como estruturar a liderança? • Quantas pessoas devem reportar para o CEO? 6 a 8 pessoas • Quantas pessoas devem reportar para o gestor (middle management)? Até 10 pessoas • Quantos layers deve ter entre o CEO e o primeiro nível? Não mais do que 5 O foco do líder deve ser desenvolver as pessoas do seu time. É o seu time que vai levar a empresa para a frente. Capacite-se para capacitá-los, aprenda para ensinar. Passe adiante seus conhecimentos! Inspirar é compartilhar! @vabo23 Aprendizados bônus Para finalizar, deixo com você alguns aprendizados tirados diretamente das minhas anotações daquela época! Fique à vontade para copiar, transformar e implementar à vontade no seu dia a dia pessoal e profissional. Anota aí! 24 • Sua reputação e rede de contatos é um dos ativos mais valiosos que você tem e eles servem para a vida toda! • O sucesso acontece em time. O fracasso é individual • Não tenha medo de errar. Faz parte da jornada para o sucesso • Se você não está se divertindo, você não entendeu o propósito ou está no lugar errado. Ambos são facilmente resolvidos • Se você não puder medir, não gaste • Divida as coisas em passos simples. Mesmo as coisas mais complexas • Reuniões não são para compartilhar informações. É para isso que os e-mails existem • Ao lidar com pessoas, assuma o melhor até ser apresentado ao pior • Quem tem a experiência ou informação que você precisa? Vá até ela e faça muitas perguntas E a mais importante: faça o que for preciso. Não existem apenas trabalhos glamourosos no caminho para o sucesso. Ninguém está acima de varrer o chão ou tirar o lixo! Todo mundo quer ser bem-sucedido. Cada um tem um caminho único para chegar lá. Todos os caminhos envolvem trabalhar mais árdua e de forma mais inteligente do que a média! @vabo23 Conclusão A Harvard Business School não só mudou a forma como eu empreendo. Mudou a minha vida. Espero que este Ebook te inspire a aplicar alguns dos conceitos trabalhados pela maior escola de negócios do mundo e que isso te ajude a empreender ou intraempreender de forma mais positiva. Ficou curioso e quer saber ainda mais sobre o curso? Lá no meu Instagram @vabo23, eu fiz uma live especial sobre Harvard Business School, contando alguns detalhes dessas 9 semanas de aprendizado intenso! Clica aqui para conferir. Muito obrigado pela leitura! Sucesso! 25 @vabo23 Sobre mim Vabo @vabo23 Meu nome é Luis Vabo Jr, mas de vez em quando me esqueço que meu primeiro nome é Luis, pois todos me conhecem como Vabo mesmo =) Sou CEO do Além da Facul, professor da Link School of Business e do Insper, fundador da Vabo23 Educação e Empreendedor Endeavor. Realizo a imersão Transformando a Liderança com Bernardinho, Ricardo Basaglia, Álvaro Schocair e Tiago Reis, além de cursos online como Oratória, Build Your Business, Grow Your Business, Liderança em Tempos de Crise, entre outros. Sou palestrante, investidor-anjo e conselheiro de startups e scaleups. Co-fundei uma startup de tecnologia (Sieve Group), vendida para uma grande corporação (B2W Digital) e fui diretor e sócio também de uma scale-up em hyper-growth, tendo participado do IPO (Stone Pagamentos). Sou Owner President Management (OPM) pela Harvard Business School, Mestre em Administração de Empresas pelo COPPEAD/UFRJ e extensão na EM Lyon Business School, na França. Graduado em Engenharia de Produção pela PUC-Rio. Sou apaixonado por Empreendedorismo, Liderança, People Skills, Educação, Tecnologia, Digital, Viagens, Xadrez e Leitura. Meu propósito é ajudar as pessoas a se transformarem nas melhores versões de si mesmas e eu acredito que as principais forças capazes de gerar impacto positivo na nossa vida são Educação e Empreendedorismo. 26 @vabo23