Wilhelm Wundt e o estudo da experiência interna. Wilhelm Wundt é considerado o fundador da psicologia cientifica que determinou o objeto de estudo, o método de pesquisa, os tópicos a serem estudados e os objetivos da nova ciência. Wundt formou-se em medicina e ficou particularmente conhecido pela criação do que ficou considerado como o Primeiro Laboratório de Psicologia Experimental, seguindo os modelos dos laboratórios das ciências naturais. Este laboratório torna-se rapidamente num centro de investigação, local onde ocorrem psicólogos e estudantes de todo o mundo. Esta foi a forma mais eficaz de Wundt atingir o seu principal objetivo que era contribuir para o processo de autonomização da psicologia relativamente à psicologia. Natureza da psicologia. Para Wundt a resposta para “O que é psicologia?” seria “A psicologia é uma ciência empírica cujo objeto de estudo é a experiência imediata” .Wundt entende por experiência em geral um todo unitário e coerente, que pode ser concebido e elaborado cientificamente a partir de dois pontos de vista distintos, porém complementares: toda experiência pode ser analisada pelo seu conteúdo objetivo (experiência mediata) ou subjetivo (experiência imediata). Wundt considera que a psicologia é aquela cujos resultados mais contribuem para a investigação dos problemas gerais da teoria do conhecimento e da ética, os dois domínios filosóficos fundamentais para ele. Se a psicologia, portanto, é complementar às ciências naturais e o fundamento das ciências do espírito, podemos dizer que é preparatória para a filosofia. Em outras palavras, os resultados da investigação psicológica podem guiar a construção de um sistema filosófico. A questão do método e a subdivisão da psicologia A psicologia era estudada principalmente em dois métodos utilizados pelas ciências naturais o experimento e a observação, o experimento consiste na interferência proposital (manipulação) do pesquisador sobre o início, a duração e o modo de apresentação dos fenômenos investigados (como na física, na química e na fisiologia). A observação propriamente dita refere-se à mera apreensão de fenômenos ou objetos, sem que haja qualquer interferência por parte do observador (como na botânica, na anatomia e na astronomia). Existe uma diferença metodológica significativa entre a psicologia e as ciências da natureza, decorrente da especificidade da perspectiva psicológica. Em primeiro lugar, já que a psicologia é o estudo da experiência imediata, seu conteúdo revela apenas processos, jamais objetos estáveis, como acontece na observação científica da natureza, Wundt e acusado de ser um dos principais da auto-observação. Isso não significa, porém, que não haja lugar para a pura observação na psicologia. Ao contrário, existem fatos psíquicos que, embora não sejam objetos reais do mundo externo, possuem o caráter de objetos psíquicos, na medida em que sua natureza é relativamente estável e que independem do observador. Mas que objetos psíquicos são esses? São aquilo que Wundt chama de produtos mentais surgidos ao longo da história, como a linguagem, a religião, os mitos e os costumes, que dependem de certas condições psíquicas gerais, as quais podemos inferir com base em suas características objetivas. Uma característica fundamental desses produtos mentais é que eles pressupõem a existência de uma comunidade de muitos indivíduos que compartilham uma certa mentalidade , embora sua fonte última sejam sempre as características psíquicas do indivíduo em particular. a psicologia dispõe, assim como a ciência natural, de dois métodos de investigação, que darão origem a duas formas complementares de estudo psicológico: o experimento, que a psicologia individual/fisiológica utiliza na análise dos processos psíquicos mais simples; e a observação dos produtos mentais, através da qual a psicologia dos povos investiga os processos psíquicos superiores.