Enviado por Do utilizador10387

Fernando Pessoa

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Fernando Pessoa
(Ortónimovivida
e Heterónimos)
no
➢ Fernando Pessoa (Ortónimo):
✓
✓
✓
✓
Fingimento Artístico
Sonho e Realidade
Dor de Pensar
A nostalgia da infância
• Fingimento Artístico:
-Nesta temática, Pessoa sofre uma forte
tensão que conduz ao anti
sentimentalismo e à intelectualização da
emoção.
-Nos poemas, as emoções nunca são puras
ou simples, estas são submetidas ao exame
da inteligência e da razão poética.
-Os poemas, nunca são escritos no
momento da emoção, mas sim num
momento de reflexão e recordação da
mesma. E estas emoções, podem trazer 3
níveis de dor para Fernando Pessoa.
Dor
Significado
Sentida
(Real)
Dor vivida no imediato,
dor não racionalizada
Pensada
(Fingida)
Lida
Dor refletida, após o
acontecimento que a originou
Dor sentida por parte
do leitor
• Sonho e Realidade:
-Esta temática, retrata a multiplicidade do
“eu” que se despersonaliza.
-O poeta sente-se separado de si próprio,
sem passado ou futuro, só o presente.
-Nos poemas, fragmenta-se entre o real e o
ideal acabando por se perder.
-Pessoa, encara a realidade como um tédio
existencial e o sonho como um refúgio.
• Dor de Pensar:
-Em pessoa, a dor de pensar, surge como uma
dualidade consciência/inconsciência,
(felicidade/infelicidade), e sentir/pensar.
-Nos poemas, a consciência do poeta surge como
um fardo e desencadeia raiva, uma vez que não se
consegue libertar do peso da reflexão.
-Contudo, não consegue ser inconsciente, pois não
consegue abdicar do pensamento, criando assim
um paradoxo
Pensar
Sentir
Consciência
Inconsciência
Infelicidade
Felicidade
• A Nostalgia da Infância:
-A temática da infância surge na poesia pessoana
como um desejo de regressar aos tempos em que foi
feliz e inconsciente.
-A infância surge sempre como uma época em que
não havia ainda dor de pensar, mas sim onde
havia segurança, pureza e felicidade.
-Em oposição, o presente funciona como marco de
sublimação do passado (“Quando era criança”;
“Pobre velha música”).
• Linguagem, Estilo e Estrutura:
-Uso de quadras ou quintilhas, com verso curto e
em redondilha;
-Existência de regularidade estrófica, métrica e
rimática;
-Vocabulário simples e pontuação emotiva
(reticências, pontos de exclamação);
-Uso de recursos expressivos (comparações,
metáforas, repetições, paralelismos e aliterações).
Vitor Bruno R. Santos
➢ Alberto Caeiro:
✓ O poeta Bucólico
✓ O Primado das Sensações
✓ Motivos Poéticos/Temas do poeta
• O poeta Bucólico:
-Pessoa, quando descreve Alberto Caeiro,
descreve-o na frase “o poeta bucólico de espécie
complicada”. Nisto, Pessoa pretende mostrar
que Caeiro é alguém simples e campestre, mas
também um pensador, criando assim o
paradoxo.
-Caeiro, apresenta uma comunhão com a
Natureza. Uma vez que a integra nos seus
poemas, identifica-se com os elementos naturais,
chegando até a ser um deles. Aceita o
paganismo e nos poemas utiliza a poesia
deambulatória.
-Pessoa e os outros heterónimos, afirmam que
Caeiro é o seu mestre, uma fez que é feliz, pois
abola o pensamento e a dor de pensar.
• O Primado das Sensações:
-Para Caeiro, a maneira de conhecer o mundo
é através das sensações e, por isso, ele
sobrevaloriza-as e dá lhes primazia.
-Entre todas as sensações, a mais importante é
a visão, ou como o poeta lhe chamada “a
ciência de ver”. Para o campestre, existência
de um objeto é completamente diferente da sua
essência e só devemos dar importância à
primeira.
-O poeta recusa o pensamento reflexivo e, por
isso, é feliz. Defende o objetivismo e nega
atitudes de análise e reflexão, chegando a
rejeitar a metafísica.
-Como recusa o pensamento, a Natureza para
Caeiro, é o conjunto dos seus elementos que vê,
ouve e sente, nunca a tratando como um
conceito, pois aí estaria a intelectualizar.
Existência
Essência
Menos
Mais
Importante
Importante
• Motivos Poéticos/Temas do poeta:
-Passeios pelo campo, onde é utlizada a poesia
deambulatória;
-A variedade e “eterna novidade do mundo”,
relacionada com as sensações e tudo de novo que
elas lhe trazem;
-Panteísmo, ou seja, crença que as coisas naturais
são divinas (misticismo naturalista).
• Linguagem, Estilo e Estrutura:
-Linguagem simples e objetiva, tendo um
vocabulário ligado ao campo lexical da Natureza;
-Utilização de versos longos, contribuindo para o
prosaísmo da linguagem e para a irregularidade
estrófica e métrica com ausência de rima;
-A poesia é de tom coloquial com naturalidade
sintática, ou seja, predomínio da coordenação e
utilização habitual do presente do indicativo;
-Em termos estilísticos, existe a simplicidade
(comparações, metáforas, anáforas e
paralelismos) como também o uso de pontuação
expressiva.
➢ Ricardo Reis:
✓ O poeta Clássico
✓ Correntes do Poeta e Filosofia de Vida
✓ Motivos Poéticos/Temas do poeta
•
• O poeta Clássico:
-Ricardo Reis, é considerado, na familia pessoana,
como o poeta clássico. Este guia-se pela razão e
autodisciplina, sempre com moderação.
-Além disso, Reis tenta sempre viver em ataraxia,
ou seja, sem nenhuma perturbação na vida
querendo chegar à apatia.
-Este poeta aceita que, acima de tudo, está o destino
e nada o consegue mudar ou superar, este é a
entidade máxima.
• Correntes do Poeta e Filosofia de Vida:
-O Epicurismo, ou seja, a busca da felicidade
relativa e da ataraxia com moderação nos
prazeres, com indiferença face à morte e com a
fuga ás sensações extremas/dor e o Estoicismo,
indiferença perante as emoções e aceitação do
destino, são as duas grandes filosofias regentes em
Ricardo Reis.
Vitor Bruno R. Santos
-Além disso, o poeta vive o seu dia a dia
segundo o carpe diem horaciano, ou seja,
ganha satisfação através de aproveitar o dia e
os prazeres do momento presente.
-Ricardo Reis olha para a vida sabendo que
ela é inevitavelmente efémera, mesmo assim,
aceita as leis do Tempo e do Destino. Este
acredita que o presente é o único tempo que
nos é concedido e, por isso, devemos vivê-lo
com moderação.
• Motivos Poéticos/Temas do poeta:
-A miséria da condição humana, do destino,
da velhice e da efemeridade da vida e do
tempo;
-A aceitação clama e serena da ordem das
coisas;
-O sentido de autodisciplina;
-A procura de um equilíbrio interior através
de um prazer relativo.
• Linguagem, Estilo e Estrutura:
-Os poemas são trabalhados e rigorosos,
com regularidade estrófica e métrica, uso da
forma de Ode, onde existe o predomínio dos
versos hexassilábicos e decassilábicos;
-Existência de uma linguagem culta e
alatinada com arcaísmos e uma
complexidade sintática;
-Uso do tom moralista (vocativos,
imperativo, conjuntivo e frases declarativas)
e do tom coloquial (presença de um
interlocutor);
-Uso frequente da primeira pessoa do plural
e da subordinação.
➢ Álvaro de Campos:
✓ O poeta da Modernidade
✓ As 3 fases/faces do Poeta
✓ Motivos Poéticos/Temas do poeta
•
• O poeta da Modernidade:
-Álvaro de Campos, é conhecido como poeta
da Modernidade, uma vez que, vai contra
toda a poesia clássica e explora as correntes
futuristas e sensacionistas.
-Além disso, Campos, tal como Pessoa realiza
uma fragmentação sua em 3 tendo estas
ideias e correntes de inspiração diferentes.
• As 3 fases/faces do Poeta:
-Campos, apresenta na sua poesia 3 fases. A
primeira pode ser descrita como decadentista,
onde existe a desilusão e o tédio de viver, procura
de novas sensações e a revolta com as normas
instituídas.
-Depois disso, o poeta evolui para a 2ª fase, a
futurista e sensacionista. Aqui, este realiza uma
apologia à civilização tecnológica, da forma e da
modernidade, exaltando o presente. Além disso, o
poeta tenta “sentir tudo de todas as maneiras”,
através da experiência e expressão das sensações,
do sadismos e masoquismos e da euforia
emocional, tudo presente na “Ode Triunfal” com o
desejo de “ser máquina”.
-Por fim, a 3ª fase é descrita como abúlica e
intimista. Todos os sentimentos da 1ª fase são
rebuscados, mas hiperbolizados. Com a junção da
infância, como Pessoa a trata, a dor de pensar com
um sentido introspetivo e pessimista e a extrema
solidão. Nesta fase, o poeta sente-se desajustado
ao presente e aos outros
2ª Fase
1ª Fase
3ª Fase
• Motivos Poéticos/Temas do poeta:
-Durante a 1ª e a 3ª fase, Campos escreve
sobre o tédio existencial, a desilusão, a dor
de pensar, a sua angústia e o tempo que era
feliz (infância);
-Na 2ª Fase, os temas são o otimismo pela
exaltação da modernidade e do triunfo da
máquina com todas as sensações que é
capaz de descrever
• Linguagem, Estilo e Estrutura:
-Apresentação de irregularidade estrófica e
métrica, com versos longos e soltos;
-Estilo intenso e repetitivo com ritmo rápido e
linguagem exuberante;
-Riqueza estilística, adequada à intensidade
e apresentação de pontuação emotiva.
Vitor Bruno R. Santos
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