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EXTRAÇÃO SIMPLIFICADA DOS PRINCÍPIOS ATIVOS DO CAPIM LIMÃO,
Cymbopogon citratus
KEMPES, Neyla Ferreira; ALVES, Weslley de Oliveira; CAMARGO, Caroline
Feresin; SANCHES,Matheus Silva; VIDOTO, Alex; SILVA, Daniele de O.
M.;JACOB, Edelma Alencar Lima.
Faculdades Adamantinenses Integradas – FAI
Subprojeto: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
RESUMO:
A educação ambiental tem se preocupado com a relação do homem com a
natureza, percebendo uma necessidade de instalar novas formas para esta
relação baseada na busca de compreensão da complexidade ecológica. Assim
os estudos sobre o relacionamento das sociedades tradicionais com a natureza
são importantes já que esta relação é vista como parte indissociável da vida
comunitária. O uso de plantas medicinais é muito conhecido e propagado
através da cultura e da tradição popular, foi talvez uma das primeiras
manifestações da humanidade na busca de aliviar suas dores e enfermidades.
Calcula-se que grande parte da população dos países subdesenvolvidos e em
desenvolvimento sejam dependentes da medicina caseira, utilizando plantas
para as suas necessidades primárias de saúde. Os primeiros atos normativos
referentes ao uso das plantas medicinais no Brasil iniciaram com a chegada da
família real, mas somente em 2004, surge a Resolução RDC/ANVISA-nº 48
que redefine a denominação dessa classe de medicamentos, como:
medicamentos fitoterápicos. Dentre as várias formas de preparo, as mais
comuns são os infusos e os decoctos, conhecidos como “chá”. A primeira
consiste em adicionar a parte da planta escolhida em água fervente, abafar até
o desprendimento dos princípios ativos simplificados, já os decoctos são
preparados “cozinhando” a parte da planta desejada por alguns minutos.
Embora sejam parecidos, os resultados finais são diferentes. Com o objetivo de
mostrar essas diferenças foi realizada uma atividade no 1º ano C do Ensino
Médio da E.E. Osvaldo Martins, Osvaldo Cruz-São Paulo, utilizando a planta
capim limão, Cymbopogon citratus, A realização deste trabalho justifica-se pelo
fato de muito de nossos alunos fazerem uso das plantas medicinais e
desconhecerem as diferenças entre as principais técnicas de preparo mais
populares, dessa forma a atividade realizada na E.E. Osvaldo Martins, em
parceria com o prograga PIBID/CAPES/FAI contribui para difusão de
informações tecnico centíficas entre as comunidades.
Palavras-chave: plantas medicinais, infusão decoção
Anais do II Encontro PIBID/CAPES/FAI – 26 a 28 de novembro de 2014, FAI, Adamantina – SP
1. INTRODUÇÃO
As plantas medicinais são os principais componentes da medicina
tradicional. A utilização de plantas para o tratamento de doenças que
acometem os seres humanos é uma prática milenar e que ainda hoje aparece
como o principal recurso terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos.
No início da década de 90, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
divulgou que 60-85% da população dos países em desenvolvimento
dependiam das plantas medicinais como única forma de acesso aos cuidados
da saúde.
Atualmente, apesar do grande desenvolvimento da síntese orgânica
e de novos processos biotecnológicos, 25% dos medicamentos prescritos nos
países industrializados são originários de plantas e 120 compostos de origem
natural, obtidos a partir de cerca de 90 espécies, são utilizados na terapia
moderna.
O
Brasil
abriga
cerca
de
55
mil
espécies
de
plantas,
aproximadamente um quarto de todas as espécies conhecidas. Quanto maior o
número de espécies, maior o potencial de novos medicamentos, em virtude
disso possui uma “farmacopéia popular” muito diversa, baseada em plantas
medicinais, resultante da miscigenação cultural, que originou o país,
proporcionada por europeus, africanos e indígenas (CARVALHO, 2010). Muitas
espécies vegetais utilizadas na terapêutica ainda são obtidas principalmente
por extrativismo, em virtude da falta de informação e de dificuldades
encontradas no cultivo.
O processo de separação dos princípios ativos presente nas plantas
medicinais deve ser avaliado quanto a eficiência, a estabilidade das
substâncias extraídas, a disponibilidade dos meios e o custo do processo
escolhido, considerando a finalidade do extrato que se quer preparar (Miyake,
on line). Para isso muitas técnicas podem ser utilizadas, as mais comuns são
as infusões e as decocções conhecidas popularmente como “chás”
Anais do II Encontro PIBID/CAPES/FAI – 26 a 28 de novembro de 2014, FAI, Adamantina – SP
A realização deste trabalho justifica-se pelo fato de muito de
nossos alunos fazerem uso das plantas medicinais e desconhecerem as
diferenças entre as principais técnicas de preparo mais populares, dessa forma
a atitidade realizada na E.E. Osvaldo Martins, em parceria com o prograga
PIBID/CAPES/FAI contribui para difusão de informações tecnico centíficas
entre as comunidades.
Com relação à legislação para Fitoterápicos, os primeiros atos
normativos referentes ao uso das plantas medicinais no Brasil eram regimentos
portugueses e estavam relacionados com as atividades ligadas à saúde e
perdurou até a chegada da família real (PACHÚ, 2007). A publicação da
primeira edição da Farmacopeia Brasileira em 1926 por Rodolfo Albino,
representou um esforço significativo para regulamentar a manipulação de
produtos derivados de plantas medicinais brasileiras.
Figura nº 1: 1ª Farmacopeia Brasileira
Fonte:<http://www.lqfex.eb.mil.br/site/index.php?p=conteudo&pag=c
onteudo&idconteudo=21&idcat=16&subcat=>
Os decretos 19.606 e 20.377, em 1931, marcam o início formal das
atividades de vigilância sanitária estabelecendo toda uma estrutura de sistema
no qual se inserem as atividades farmacêuticas. Porém, sobre as plantas
medicinais esses decretos incluíam, somente, o comércio de plantas
medicinais de aplicações terapêuticas, direto com o consumidor.
Durante os anos 80 e 90, houve um grande aumento no consumo de
plantas medicinais decorrente do modismo naturalista em virtude disso
surgiram
várias
regulamentações
setoriais
complementares,
que
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regulamentavam a fabricação e a venda de alguns desses produtos como a
portaria SNVS nº 19, de 1986,
que tornou obrigatório o registro das
especiarias e ervas destinadas a infusões e chás.
No entanto somente em 2004, surge a Resolução da Diretoria
Colegiada da Agência Nacional deVigilância Sanitária RDC/ANVISA-nº 48 que
redefine a denominação dessa classe de medicamentos, agora chamada de
medicamentos
fitoterápicos
e
não
mais
produtos
fitoterápicos,
como
medicamento farmacêutico obtido por processos tecnologicamente adequados,
empregando-se exclusivamente matérias primas vegetais também classifica os
grupos de produtos, para os quais exige critérios de registro diferenciados,
sendo eles:

Medicamento Fitoterápico Novo: aquele cuja eficácia, segurança e
qualidade sejam comprovadas cientificamente quando do seu registro junto ao
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.
 Medicamento Fitoterápico Tradicional: aquele elaborado a partir de
planta medicinal de uso alicerçado na tradição popular, sem evidências
conhecidas ou informadas de risco à saúde do usuário ou cuja eficácia e
validade através de levantamentos etno-farmacológicos e de utilização,
documentações tecnocientíficas ou publicações indexadas.
 Medicamento Fitoterápico Similar: aquele que contém as mesmas
matérias-primas vegetais, na mesma concentração do princípio ativo ou
marcadores, utilizando a mesma via de administração, forma farmacêutica,
posologia e indicação terapêutica de medicamento fitoterápico de referência.
A publicação da Resolução RDC nº 17, de 24 de fevereiro de 2000,
instituiu e normatizou o registro de fitoterápicos junto a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA).
3.2.
Técnicas Simplificadas de
Extração de Princípios Ativos em
Plantas.
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Extratos brutos vegetais são, normalmente, misturas complexas
constituídas quase sempre por diversas classes de produtos naturais, contendo
diferentes grupos funcionais. O processo de separação desses produtos ativos
deve ser avaliado quanto a eficiência, a estabilidade das substâncias extraídas,
a disponibilidade dos meios e o custo do processo escolhido, considerando a
finalidade do extrato que se quer preparar (Miyake, on line). A seguir serão
descritos alguns processos mais utilizados na extração de produtos vegetais:
maceração, percolação, decocção, infusão, pocessos estes muito utilizados no
dia dia pela população que faz uso da medicina alternativa.
Fluxograma do processo de extração
Fonte: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc11/v11a04.pdf
a. Maceração
A Maceração explora o fenômeno de difusão do solvente através do
tecido vegetal. Nesse procedimento, o material botânico deve ser dividido em
pequenos fragmentos deve ser deixado em contato com o solvente por um
determinado tempo.
Em suas modalidades, a maceração pode ser estática ou dinâmica.
No primeiro caso, o contato do solvente com os fragmentos da planta é feito
por um tempo estabelecido e em repouso. No caso da maceração dinâmica, a
mistura em extração é mantida sob agitação por um tempo determinado.
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Figura 2: Processo de maceração.
Fonte: http://www.icb.furg.br/botanica/index_arquivos/Page1611.htm
b. Percolação
Na percolação, ao contrário da maceração, o solvente percola a
camada de planta pulverizada. Nesse tipo de extração, o solvente é renovado
continuamente em virtude do seu movimento descendente e a planta estará
sempre em contato com novas porções de solvente, o que reduz, contudo, o
tempo de equilíbrio entre os líquidos situados dentro e fora da célula (PACHÚ,
2005).
c. Decocção:
É um processo semelhante à maceração, sendo que o solvente
utilizado, geralmente água, é aquecido a ebulição juntamente com a planta.
Seu emprego deve ser restrito devido a temperatura muito alta, porém, é muito
usado para a obtenção de chás.
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Figura nº3
Fonte: http://magodaspanelas.blogspot.com.br/2011_05_01_archive.html
d. Infusão
Infusão é uma outra técnica de extração de plantas, muito usada
para a obtenção de chás de plantas medicinais. Nessa técnica, o solvente é
sempre água que, após seu aquecimento à temperatura de ebulição, é vertida
sobre o material vegetal moído e, então, deixado a esfriar até a temperatura
ambiente antes do uso.
Figura nº 4
Fonte; http://melhorcomsaude.com/infusoes-aliviar-colon-irritavel/
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2. MATERIAIS E MÉTODOS:
Os bolsistas do PIBID, sub grupo de Ciências Biológicas realizaram
na E.E. Osvaldo Martins, do Município de Osvaldo Cruz, no 1º ano C do Ensino
médio, período da tarde sob a orientação da Supervisora Edelma Alencar Lima
Jacob uma atividade de extração de princípios ativos de plantas medicinais,
utilizando as técnicas de decocção e infusão.
A planta escolhida foi capim limão, cymbopogon citratus, por se
tratar de uma erva comum e muito utilizada na comunidade, com propriedades
Excitante gástrico, sedativo, carminativo, emenagoga, analgésico, antitérmico,
antibacteriana quando usada externamente, antiespasmódicas. Indicada em
insônias, nervosismo, dores de cabeça, flatulências, cólicas abdominais,
reumatismo, dores estomacais, diarréias, afecções febris, disfunção gástrica
Para a realização da atividade foram utilizadas as folhas capim
limão, cymbopogon citratus, trazidas pelos próprios alunos, água potável,
açúcar, fogão e utensílios de cozinha da Unidade de Ensino.
Procedimento 1- Decocção:
Depois de bem higienizadas foi levado ao fogo 2 litros de água e
cerca de 1 prato de folhas capim limão, cymbopogon citratus, as mesmas
foram colocadas na água até a ebulição, após foi feita a filtração, adição de
açúcar e degustação.
Procedimento 2- Infusão:
Foi feita a higienização de cerca de 1 prato de folhas capim limão,
cymbopogon citratus, e as mesmas acondicionadas em uma vazilha,
separadamente foi levado ao fogo 2 litros de água, quando atingiu-se a
ebulição, a mesma foi adicionada à vazilha que continham as folhas capim
limão, cymbopogon citratus, aguardou-se um certo tempo até que se atingisse
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temperatura ambiente, após foi feita a filtração,
adição de açúcar e
degustação.
Figura 5: amostras do capim limão, cymbopogon citratus,
Fonte: arquivo pessoal
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Figura 6: preparo da extração por decocção
Fonte: arquivo pessoal
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3. RESULTADOS E DISCUSSÕES:
O chá obtido através dos dois processos foi degustado pelos alunos,
que puderam dessa forma, analisar as diferenças sensoriais entre os dois
processos. A atividade permitiu aos alunos entenderem as diferenças entre os
dois processos de extração: a decocção e a infusão, muitas vezes realizadas
nas suas próprias casas, no entanto sem o conhecimento dos devidos termos
técnicos e procedimentos.
Figura 7: Degustação das extrações
Fonte; arquivo pessoal
4. CONCLUSÃO:
Existe uma grande variedade de espécies de plantas medicinais. O
País possui cerca de 55mil tipos de espécies diferentes, e estas são muito
utilizadas na medicina popular, através de vários tipos de processos de
extração dos seus princípios ativos. Os mais comuns são a decocção e
infusão, realizadas com frequência pelos alunos da Escola Estadual Osvaldo
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Martins, no entanto os mesmos assim com a maioria da população
desconhecem as diferenças entre essas técnicas.
5. AGRADECIMENTOS:
Às instituições de financiamento e fomento: CAPES, FAI, PIBID,
Governo Federal, à Coordenadora Daniele de O. M. Silva.
6. REFERÊNCIAS
CARVALHO, Luciana Marques de; Qualidade em plantas medicinais;
disponível em http://www.cpatc.embrapa.br/publicacoes_2010/doc_162.pdf
acesso em 10/07/2010
FILHO, Valdir Cechinel; Rosendo A. Yunes; Estratégias para a obtenção de
compostos farmacologicamente ativos a partir de plantas medicinais.
Conceitos sobre modificação estrutural para otimização da atividade;
disponível em< http://www.scielo.br/pdf/qn/v21n1/3475.pdf> acesso em
07/07/2014.
FOOD INGREDIENTS BRASIL, Extratos vegetais; disponível em
http://www.;Extratos
vegetais;
http://www.revista-fi.com/materias/120.pdf
acesso dia 07/07/2014
MIYAKE, Thaila; Métodos de extração e fracionamento de extratos
VEGETAIS;
disponível
em
http://www.uepg.br/fitofar/dados/tecnicasextrativas.pdf acesso dia 07/07/2014
PACHÚ, Clésia Oliveira; Processamento de plantas medicinais para
obtenção
de
extratos
secos
e
líquidos
,
disponível
em
http://www.prodep.cct.ufcg.edu.br/teses/Clesia_OP_2007.pdf,
acesso
em
10/07/2014.
SILVA, Petronildo B. da, Lúcia Helena Aguiar e Cleide Farias de Medeiros; O
papel do professor na produção de medicamentos fitoterápicos;
disponível em. http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc11/v11a04.pdf, acesso em
20/10/2014
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