UNIVERSIDADE DE ENSINO A DISTÂNCIA O TRABALHO DOCENTE NAS CLASSES HOSPITALARES O TRABALHO DOCENTE NAS CLASSES HOSPITALARES Trabalho de Produção textual apresentado à Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, como requisito para a obtenção de média bimestral nas disciplinas de: Educação Inclusiva, LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais; Educação e Tecnologias; Homem, Cultura e Sociedade; Práticas Pedagógicas: Identidade Docente. Orientação: Adriana Monteiro Ortega. SUMÁRIO 1.0 INTRODUÇÃO...............................................................................................4 2.0 DESENVOLVIMENTO...................................................................................5 2.1 O ESPAÇO HOSPITALAR............................................................................5 2.2 LEGISLAÇÃO DAS CLASSES HOSPITALARES ........................................6 2.3 HISTÓRICO DAS CLASSES HOSPITALARES NOBRAS............................7 2.4 A RELAÇÃO ENTRE PROFESSOR E ALUNO NAS CLASSES HOSPITALARES ................................................................................................9 CONCLUSÃO....................................................................................................11 REFERÊNCIAS.................................................................................................12 4 1.0 INTRODUÇÃO A educação no Brasil em sua trajetória passou por várias mudanças, sendo a escola uma instituição que tem como compromisso oferecer um ensino de qualidade para todos os que usufruem desse direito, sejam crianças, adolescentes, jovens ou adultos, conforme versa a legislação brasileira, independentemente de sua condição de saúde. A educação pode ocorrer em diferentes situações, tendo por finalidade levar a aprendizagem a todos e inclusive às crianças e adolescentes em tratamento de saúde. O atendimento educacional que ocorre em ambientes de tratamento de saúde, em domicílio e no caso de internação em hospitais, é conhecimento como classe hospitalar, com o propósito de dar continuidade à construção do seu conhecimento. Nesse contexto é fundamental o papel do professor, considerando a situação de adversidade, torna-se necessário que o professor realize sua função com compromisso, competência e habilidades. Este trabalho tem por objetivo, a partir de uma situação-problema, refletir e analisar sobre a formação do professor e sua atuação em classe hospitalar e apresenta-se organizado em 3 (três) partes distintas: Introdução; Desenvolvimento e Considerações Finais. A classe hospitalar desenvolve uma proposta pedagógica individualizada para atendimento aos estudantes hospitalizados, levando em consideração suas necessidades e respeitando sua realidade escolar de origem. Essa proposta difere das demais pela sua peculiaridade de se realizar em uma relação entre equipe médica e equipe educacional. A educação hospitalar, no atendimento à criança, adolescente ou jovem enfermo, fundamenta-se nos conteúdos da educação formal, contribuindo com a continuidade dos estudos e, também, com a recuperação da sua saúde. O objetivo dessa proposta é que garantindo a permanência dos alunos na escola, eles não percam o ano letivo, minimizando, com isso, a defasagem idade/série, a evasão e a repetência. 5 Com o propósito de assegurar atendimento pedagógico educacional ao estudante hospitalizado, a legislação vigente instituiu o atendimento educacional, que deve responder às peculiaridades, aos desejos e às necessidades desse alunado, como estabelece o Parecer CNE/CNB nº 1/2001, que trata das Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Esse documento determina que o atendimento educacional especializado (AEE) pode ocorrer fora do espaço escolar, sendo que, nesse caso, a frequência do aluno é certificada por relatório do professor que atende à classe hospitalar. A atividade de docente em ambiente hospitalar tem características diferenciadas daquelas que se manifestam em instituições escolares. Isso ocorre tanto em razão das condições de saúde do aluno, que se encontra no lugar de paciente, como pelas características do espaço onde são desenvolvidas as atividades pedagógicas. Sendo assim, o professor deve respeitar a rotina do educando dentro do hospital e ao mesmo tempo ter consciência que a hospitalização representa um momento de fragilidade vivido tanto pela criança doente quanto por sua família. A presença do atendimento educacional traz para a criança a normalização do seu cotidiano, preenchendo de forma produtiva as horas vazias de sua hospitalização, resgatando não só sua escolarização, mas também a manutenção a sua autoestima, da alegria de viver, de modo a encorajá-la a agir criativamente diante desse momento inesperado da sua doença. 2.0 DESENVOLVIMENTO 2.1 O ESPAÇO HOSPITALAR As práticas educativas implementadas em espaços hospitalares não diferem, em seus objetivos básicos, das realizadas em qualquer escola. A diferença, se é que podemos destacar alguma, está nas ações pedagógicas selecionadas pelo professor, com base em seus saberes pedagógicos construídos ao longo de sua formação. Cabe a ele elaborar um planejamento 6 não alienado ao contexto da criança, calcando no lúdico e, especialmente, voltado para a continuação do processo de aprendizagem já iniciado. Pensando as práticas educativas, é preciso logo de início compreender que cada dia de trabalho numa Classe Hospitalar é totalmente diferente do outro, devido ao movimento de internações, saídas para exames, visitas etc. O planejamento deverá, por este motivo, estar sempre voltado para um grupo de alunos novos e com atividades que tenham início, meio e fim naquele dia. Se possível, o professor deverá ter um olhar investigativo, tentando descobrir alguma dificuldade apresentada pelo aluno que está atendendo, de modo a gerar uma orientação que possa facilitar a aprendizagem, em algum momento, não alcançada. Já no caso de internações recorrentes e/ou prolongadas, a atenção estará mais focada a um planejamento mais detalhado, preferencialmente em contato com a escola de origem do aluno, com vistas a proporcionar a continuidade da vida acadêmica do estudante. Não podemos esquecer que as mídias também podem e devem estar presentes nas Classe Hospitalares como em qualquer escola. Quando a criança recebe o atendimento no leito, por não poder sair para o espaço específico da classe, esse atendimento pode ser feito com um notebook, tablete etc. as crianças atendidas podem entrar em contato com a sua escola e colegas através da internet. Para a criança, o hospital é o lugar desconhecido onde não pode fazer nada que gosta. Tem que ficar quieto o tempo todo, sem brincar, muitas vezes sem sair da cama. É o lugar da falta, onde sente saudades dos familiares, da casa, da escola, dos colegas, dos brinquedos e brincadeiras. A realidade vivenciada por uma criança dentro do espaço hospitalar é inesquecível para ela. O estado emocional é abalado tornando-a, na maioria das vezes, insegura. A escola no espaço hospitalar aparece para transformar o paciente/aluno em aluno/paciente, pois o objetivo é desafiar a criança cognitivamente. 2.2 LEGISLAÇÃO DAS CLASSES HOSPITALARES Há controvérsias entre os pesquisadores e poucos são os dados concretos sobre o início da escolarização em hospitais no Brasil e no mundo. 7 Barros (2011) informa sobre um serviço de escolarização hospitalar presente já no ano de 1902, no Hospício Nacional de Alienados, no Rio de Janeiro. Nessa instituição, crianças eram atendidas no pavilhão denominado de Escola Bourneville. No Brasil, no ano de 1950, foi criada a primeira classe hospitalar visando o atendimento pedagógico em parceria com as escolar para que , quando não necessitassem estar mais hospitalizados, crianças e adolescentes pudessem continuar os estudos sem grande defasagem. A resolução 41/95 do Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente – Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados dispõe: 1. Direito e proteção à vida e a saúde, com absoluta prioridade e sem qualquer forma de discriminação [...] 9. Direito a desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar, durante sua permanência hospitalar. [...] 10. Direito a ter seus direitos Constitucionais e os contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente, respeitados pelos hospitais integralmente (DIÁRIO OFICIAL DA UNÃO, 19/10/95 – Seção I, p. 163/9 – 16320 – Brasília – Distrito Federal. No artigo 214 da Constituição Federal está expresso que o Poder Público deve conduzir a universalização do atendimento escolar em que, nas diversas circunstâncias há interferência na permanência escolar ou nas condições de construção do conhecimento ou, ainda, os quais impedem a frequência escolar temporária ou permanente. O que está mencionado no artigo 214 expressa que as legislações vigentes no Brasil amparam e legitimam o direito à educação das crianças hospitalizadas e impossibilitadas de frequentar a escola, bem como humanização e a sociabilidade desses pacientes, intervindo dessa forma em sua formação pedagógica. Em pleno século XXI este segmento da Pedagogia proporciona profundas mudanças, por termos ao nosso alcance possiblidades de minimizar a distância 8 entre o exercício da cidadania e a formação pedagógica dos estudantes hospitalizados por meio das classes hospitalares. As legislações brasileiras vigentes amparam e legitimam o direito à educação às crianças hospitalizadas e impossibilitadas de frequentar a escola, bem como a humanização e a sociabilidade destas pessoas. 2.3 HISTÓRICO DAS CLASSES HOSPITALARES NO BRASIL De acordo com Cavalcante et al. (2015) a concepção de classes escolares em hospitais teve seu início em Paris, no ano de 1935, coordenadas por Henri Sellier para dar educação a crianças especiais, em decorrência da segunda guerra mundial, e expandiu pelo mundo. Sendo Oliveira (2013) algumas pesquisas revelam que as Classes Hospitalares surgiram nas primeiras décadas do século XX na Europa, onde aconteciam algumas atividades pedagógicas em hospitais, “que podem ser consideradas o início do que hoje conhecemos como Classe Hospitalar”. A autora ainda descreve que no Brasil, no início do século SS, era uma atividade habitual a internação de crianças com anormalidade mental em manicômios, e afirma “é relevante o resgate histórico do Pavilhão Escola Bounerville para esse estudo, que somam memórias à cronologia da escolarização nos hospitais do Brasil”. No Brasil, a compreensão da Classe Hospitalar iniciou-se em 1950, na cidade do Rio de Janeiro. Essa realidade chegou ao Brasil em 1950, no estado do Rio de Janeiro, onde começaram a serem realizadas as primeiras práticas pedagógicas brasileiras em Pedagogia Hospitalar. O primeiro hospital a receber tal atendimento foi um hospital público infantil, o Hospital Municipal Jesus, em 14 de agosto de 1950, que teve como primeira professora Lecy Rittmeyer [...] pode-se reconhecer essa data como um marco para a história da Pedagogia Hospitalar no Brasil. (CALACANTE et al. 2015, p. 3). Oliveira (2013) disserta que o surgimento das classes hospitalares está relacionado com a “origem do ensino especial do nosso país, os asilos para alienados ajudam a compreender o pertencimento ao qual a escolarização em 9 hospitais se enquadrou quando finalmente se fez regulamentada como modalidade de ensino”. Com o encerramento das atividades do Pavilhão Bourneville, “anunciavam o surgimento das primeiras, reconhecidas oficialmente, classes especiais nas enfermarias da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. A implantação do atendimento escolar, neste período, realizou-se em dois hospitais, com recursos próprios, sem a intervenção do Estado, como no Hospital Municipal Jesus e Hospital “Barata Ribeiro”. Conforme Oliveira (2013) as duas professoras dos referidos hospitais, unidas pelos mesmos sentimento e necessidade, encaminharam reivindicações ao Diretor do Departamento de Educação Primária, que a partir de então, foi elaborado um plano de regulamentação dessa incumbência, mas não oficializado devido à administração do hospital. No ano seguinte, o Diretor do Departamento de Educação Primária estabeleceu que houvesse a necessidade da instalação de salas de aulas, criando um espaço adequado para o ensino das crianças internadas, designando uma dirigente para o Setor de Assistência Educacional Hospitalar. No ano de 1961 foi estabelecido o Setor de Ensino Especial e Supletivo oficializando o atendimento às crianças hospitalizadas pela Lei de diretrizes e Bases e pela Constituição do Estado da Guanabara que no seu artigo 83, parágrafo 5º diz: “ A Educação dos Excepcionais será objeto de especial cuidado e amparo do Estado, assegurada ao Deficiente a assistência educacional, domiciliar ae hospitalar” (RIO DE JANEIRO, 1969). (Oliveira, 2013). 2.3. A RELAÇÃO ENTRE PROFESSOR E ALUNO NAS CLASSES HOSPITALARES O professor deve entender que a atividade no ambiente hospitalar consiste em dar início ou continuidade ao processo de escolarização do educando/paciente, evitando sua repetência ou evasão escolar. Haja vista que esse aluno se encontra fragilizado devido ao processo de adecimento, para que dê continuidade aos estudos, é fundamental que o professor, além de considerar 10 suas limitações, perceba o seu potencial, como também sua história de vida e referências subjetivas. Machado e Campos (2013) afirmam que “ a relação professor-aluno no contexto hospitalar, no que se refere ao atendimento educacional deve ser um diferencial que contribui positivamente para a efetiva recuperação do aluno paciente hospitalizado”. Frequentemente, o aluno enfermo tem déficit de aprendizagem devido às faltas constantes na escola, pois nem sempre consegue acompanhar o desenvolvimento da turma. Por isso, a função do professor da classe hospitalar é adaptar o currículo para que o aluno recupere a defasagem escolar, levando em consideração suas necessidades particulares. A rotina da classe hospitalar se estabelece distintamente do que ocorre em uma instituição convencional de ensino. O trabalho do professor no hospital e o desenvolvimento do ensino-aprendizagem pode acontecer nos seguintes espaços: salas do hospital, ambulatório, pediatria, hemodiálise, diálise, quimioterapia, clínica médica, clínica cirúrgica, ortopedia e, frequentemente, no próprio leito. As aulas podem acontecer individualmente ou em grupo (salas multisseriadas), mas, geralmente, são planejadas e realizadas individualmente, de acordo com a situação em que se encontra o educando hospitalizado. Na rotina intensa e dinâmica do hospital, por vezes o professor encontra o aluno desmotivado com os estudos, e até mesmo com a própria vida, por se encontrar sem condições de realizar atividades simples da sua vida diária, e sem perspectivas de realizar seus sonhos. O professor, nesse caso, precisa cirar condições para que o aluno resgate o gosto pelo estudo. Para tanto, deve desenvolver o processo de ensino e aprendizagem de forma significativa, sendo um mediador entre o aluno e o conhecimento. É significativo que o professor conheça bem as dependências de seu local de trabalho; tenha clara noção dos espaços quem que não pode entrar; saiba em que ala médica se encontram os alunos; saiba se pode ou não lecionar para aqueles que estão com restrição de contato ou em isolamento; entenda como deve higienizar as mãos para desempenhar suas funções em ambiente hospitalar; e conheça que tipo de material pode ser utilizado no hospital. Na classe hospitalar, o principal objetivo do professor é dar início ou continuidade ao processo de escolarização de estudantes enfermos, 11 possibilitando-lhes retornar à escola de origem após o tratamento. Essa finalidade não se encerra por si mesma, visto que o professor também propicia ao educando o enfrentamento da doença de forma menos dolorosa, o que influi na sua recuperação. Na escola, o professor conta com o Projeto Político-Pedagógico (PPP) e a matriz curricular para nortear o seu planejamento. Da mesma forma, o professor da classe hospitalar tem o apoio desses documentos para melhor estruturar o seu trabalho. Contribuir com a inclusão de alunos doentes no processo de escolarização exige um professor que, além de ser capacitado academicamente, compreenda os conteúdos ligados ao9 sentido da existência humana, e que contribua com a construção cognitiva (aprendizagem formal) e afetiva (vivências sociais) do aluno. É importante enxergar o educando para além de suas limitações, percebendo o seu desejo de aprender, de modo a incentivá-lo a se envolver no processo de ensino e aprendizagem. De acordo com Machado e Campos (2013) quando o trabalho pedagógico é pautado pela relação de afetividade entre professor e aluno, colabora em vários aspectos, como: a continuidade à escolarização, com o processo de tratamento, relacionamento social na rotina hospitalar e a capacidade de adaptação. CONCLUSÃO O hospital é um ambiente frio, no qual existe a incerteza, a solidão, o cheiro do éter, o medo da injeção, a ansiedade para que o soro acabe logo e a costumeira presença de profissionais vestidos de branco, auxiliando no tratamento de saúde. E nesse espaço ocorre o processo de ensino e aprendizagem. O professor tem que ter consciência que a hospitalização representa um momento de fragilidade vivido tanto pela criança doente quanto por sua família. A presença do atendimento educacional traz para a criança a normalização do seu cotidiano, preenchendo de forma produtiva as horas vazias de sua hospitalização, resgatando, não só escolarização, mas também a manutenção 12 da sua autoestima, da alegria de viver, de modo a encorajá-la a agir criativamente diante deste momento inesperado da sua doença. Assim, a Classe Hospitalar passa a ser uma lo9cal de ações e transformações educativas. Os próprios pais ficam, num primeiro momento, surpresos com o desempenho dos filhos, pois os julgavam incapazes de produzir qualquer coisa. No segundo momento, a experiência de sucesso dos filhos nas atividades escolares, leva-os a acreditar numa capacidade como a de qualquer outra criança. A partir dessa constatação, os pais passam a falar mais na volta à escola, ou até se animam em matriculá-lo, quando ainda não o fizerem. Compreendem que não há necessidade de interromper o vínculo da criança com a escola, por conta da doença, ou seja, não devem ficar à espera de uma recuperação total para a inserção da criança num espaço escolar. O fato de a criança se mostrar capaz significa para os pais uma esperança no futuro, conseguem projeta-lo propagando a linguagem da saúde, na busca de saberes fundamentais para a construção do conhecimento, mesmo estando hospitalizados. REFERÊNCIAS ASSIS, Walkíria. Classe Hospitalar; um olhar pedagógico singular. São Paulo: Phorte, 2009; BRASIL. A Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988; FONSECA, Eneida Simões da. Atendimento escolar no ambiente hospitalar. São Paulo: Memnon, 2008; MACHADO, Jucilene; CAMPOS, Jurema. Relação Professor – Aluno: um diferencial na Classe Hospitalar. XI Congresso Nacional de Educação. EDUCERE. 2013, Curitiba; OLIVEIRA, Tyara C. de. Um breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo. XI Congresso Nacional de Educação. EDUCERE. 2013. Curitiba; SILVA, Fátima Júlia Martins et al., O trabalho pedagógico no hospital. In: AROSA, Armando de Castro Cerqueira; SCHILKE, Ana Lúcia (Org.). quando a escola é no hospital. Niterói: Intertexto, 2008.