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T E C I T E C - Equipamentos para filtração e tratamento de efluentes

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06/08/2019
T E C I T E C - Equipamentos para filtração e tratamento de efluentes
(index.asp)
NOTÍCIAS
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Desaguamento e condicionamento de lodo usando geotêxteis - Revista Hydro ()
Jaqueline Aparecida da Rocha, Jorge Narciso de Matos Junior, Josué Tadeu Leite França, Maria
Sílvia de Souza Verhnjak e Valter Hiraichi, da Sabesp
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Conheça
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os
resultados
de
um
projeto
piloto
de
desaguamento,
adensamento
e
condicionamento de lodo utilizando material geotêxtil. A experiência foi realizada na estação de
tratamento de e uentes de Itaberá, interior de São Paulo, que operava com sobrecarga de até
95,07%. Além de resolver o problema da destinação do lodo, o sistema apresentou-se mais
viável economicamente do que processos mecânicos convencionais.
No interior de São Paulo, em virtude das características geográ cas e físicas, o sistema de
tratamento de esgotos na maioria dos municípios atendidos pela Sabesp é constituído por
lagoas de estabilização, as quais, com apenas algumas exceções, operam há vários anos. Por
isso, o acúmulo de lodo e areia já compromete a e ciência do tratamento. A remoção e
destinação adequada desses resíduos representam um desa o para a empresa, que precisa
considerar o atendimento à legislação durante a operação de limpeza, os cuidados com o
manuseio do material e os custos da obra. Desenvolvemos um projeto piloto para a remoção de
lodo da estação de tratamento de esgoto de Itaberá, cidade a 260 quilômetros de São Paulo. A
ETE é constituída por um sistema australiano, ou seja, composto por dois processos (uma lagoa
anaeróbia, responsável pelo tratamento primário, e uma lagoa facultativa, responsável pelo
tratamento secundário), em operação desde 1989, que atendem atualmente uma população de
12,4 mil habitantes. O sistema de esgoto sanitário, ao longo desse período, acumulou um volume
de aproximadamente 2000 m³ de lodo, que caram retidos na lagoa anaeróbia. Isso reduziu a
e ciência da estação e comprometeu o lançamento de resíduo no rio Lavrinhas (classe 2). Como
solução, foi proposta a utilização do sistema de contenção e desaguamento de lodo por ltração
através de unidades geotêxtil de polipropileno de alta resistência. É esse material a base para os
processos de desaguamento, condicionamento e destinação adequada de material seco, bem
como a recuperação do e uente drenado com retorno para a lagoa facultativa, através de
bombeamento, dentro dos padrões ambientais vigentes.
A tecnologia das unidades de desaguamento pode ser usada de maneira sazonal, mantendo os
sólidos desidratados estocados no campo entre um ciclo de operação e outro, que
posteriormente podem ser descartados em aterros ou aplicados com insumo.
Objetivo
A questão do excesso de lodo em lagoas anaeróbias é distinta das lagoas facultativas. Nestas
últimas, o sistema pode operar por vários anos, eventualmente durante todo o período de
projeto, sem necessitar de remoção do material, caso haja um bom sistema de desarenação no
tratamento preliminar. No entanto, devido ao menor valor das lagoas anaeróbias, o acúmulo de
lodo é sentido mais rapidamente, o que requer um adequado gerenciamento do resíduo. A
realização do piloto em Itaberá teve como objetivo a retirada, adensamento e acondicionamento
de lodo em unidades geotêxtil de polipropileno de alta resistência, com textura contendo poros
que permitem o escoamento do líquido e retenção dos sólidos (o lodo inicialmente tem
concentração média de 2% em sólidos).
Materiais e métodos
A estação de tratamento de esgoto em Itaberá foi a escolhida para o piloto porque apresentava
2000 m³ de lodo acumulado e tempo de detenção t(d) 2,28 dias. De acordo com os principais
parâmetros de projeto das lagoas de estabilização anaeróbias, o tempo de detenção
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recomendado é de três a seis dias. Nas lagoas anaeróbias convencionais (com entrada do
a uente acima da camada de lodo), com tempo de detenção de três dias, a taxa de saída das
bactérias metanogênicas com o e uente da lagoa (fatores hidráulicos) poderá ser superior à sua
própria taxa de reprodução, a qual é lenta (fatores biológicos). Na tabela I são apresentados os
resultados do cálculo do volume e tempo de detenção t(d) da lagoa de projeto, com 17 anos de
operação e após o trabalho para remoção, considerando capacidade nominal de 21 L/s e vazão
atual de 14,32 L/s. A quanti cação do lodo foi realizada através da batimetria, o que direcionou a
retirada conforme per s indicados. O procedimento adotado no projeto consiste na dragagem do
material acumulado (lodo e areia) à tubulação de homogeneização, onde recebe o polímero
catiônico e é encaminhado para desaguamento na unidade geotêxtil. O líquido drenado retorna
para a estação de tratamento de esgoto.
O lodo foi removido de forma mecânica, com equipamento
utuante equipado com bomba
(dragagem). Os serviços de remoção e desaguamento do lodo foram realizados com as lagoas
em operação. Na construção da lagoa não foi previsto dispositivo para a remoção do lodo e, com
a paralisação da operação, aumentaria a quantidade de e uente sem prévio tratamento no local.
Isso provocaria comprometimento signi cativo do funcionamento da lagoa facultativa, que não
teria capacidade para tratar toda a carga orgânica recebida sem causar impacto ambiental. Os
métodos de desaguamento podem ser feitos por secagem natural (leitos e lagoas de secagem
de lodo) e por métodos mecânicos, como o ltro-prensa de esteira, centrífugas e ltro-prensa de
placas. Inicialmente, foi descartada a utilização de métodos mecânicos em Itaberá porque a
estação de tratamento não possui planta para tratamento da fase sólida do esgoto. Sua
implantação também seria nanceiramente inviável, devido ao longo período entre as remoções
de lodo. Em comparação com outros equipamentos de desaguamento, o leito de secagem
apresenta como desvantagens a necessidade de áreas extensas, lodo estabilizado e mão-deobra intensiva para a remoção do nal do resíduo. As lagoas de lodo podem gerar odores, atrair
vetores e contaminar águas subterrâneas. Já as unidades de geotêxtil mostraram-se mais
adequadas às particularidades do sistema por oferecerem uma série de vantagens: pequena
área para implantação; ausência de interferência no processo de tratamento; e simplicidade de
operação (por não precisar de equipamentos mecânicos e baixo custo. Foram utilizadas duas
unidades geotêxteis com dimensões de 8,30 x 18,30 x 30,48 m e 3,8 x 9,10 x 27,43 m. Para que a
operação da lagoa não fosse comprometida, a vazão de dragagem foi de no máximo 15L/s
durante 6 horas/dia. Concluído o ciclo de enchimento e desidratação, o material sólido retido
resultará em resíduos mais consolidados e com custo menor para disposição e transporte, se for
o caso, ou sua manutenção na própria área de estação de tratamento de esgoto.
Resultados e discussão
Todo o processo ocorreu sob condições sanitárias controladas, sem nenhum acidente de
trabalho ou derramamentos com riscos ao ambiente, além de não apresentar ou proliferar
quaisquer tipos de vetores e insetos. Durante a execução dos serviços houve períodos de chuvas
sem que ocorresse a in ltração de água pluvial na unidade geotêxtil.
Finalizado o ciclo de enchimento e desaguamento, o material sólido retido continuará o
processo de consolidação e desidratação por evaporação da água residual do lodo. Como o
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planejamento inicial não previa o volume do banco de areia, foi necessária uma alteração na
execução do projeto. Em amostras coletadas na entrada da lagoa constatou-se um teor de areia
de 57% (sólidos totais 62,55%), índice elevado que demonstra a priori problemas operacionais e
ou construtivos do sistema de esgotamento sanitário. Como solução alterou-se o procedimento
de limpeza incluindo uma vala impermeabilizada (40 x 4 m e profundidade de 1 m) para remoção
e armazenamento da areia. A fase líquida é retornada para a lagoa facultativa, otimizando o
sistema de desaguamento. Foram removidos 150 m3 de areia. O prazo previsto para a execução
dos serviços era de 75 dias. Mas, para não prejudicar a e ciência do sistema de tratamento, foi
possível a dragagem de 324 m3/dia, sendo o prazo efetivo de execução de 300 dias. Ao término
da execução da dragagem, o teor dos sólidos totais acondicionados na unidade geotêxtil era de
15%. A remoção de lodo foi de 1080 m3 em base seca. A lagoa anaeróbia passou a operar com
tempo de detenção de 3,16 dias t(d). Do volume de 2000 m³ de lodo acumulado, previsto para a
remoção, 820 m³ foram mantidos como biomassa para que a lagoa anaeróbia não precisasse
iniciar a partida novamente.
Conclusões
Os visíveis bancos de areia devem ser removidos separadamente (fora do sistema) em tanques
apropriados para posterior disposição de forma adequada. Devem ser utilizadas duas unidades
de mesmas dimensões para melhor aproveitamento das unidades geotêxteis, intercalando as
operações. O excesso de água do lodo é drenado através de pequenos poros, resultando em
desaguamento efetivo e e ciente redução do volume de resíduos. A remoção, desaguamento e
acondicionamento do lodo em unidades geotêxteis na própria área da estação de tratamento de
esgoto apresentaram-se mais viáveis econômica e tecnicamente do que os processos
convencionais.
Fonte: Revista Hydro, Aranda Editora, Ano III, nº24, Outubro de 2008.
PRODUTOS EM DESTAQUE
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