Curso de Pós Graduação Ensino de Sociologia no Ensino Médio UNIDADE Educação a distância: considerações 1.1. O que é Educação a Distância? 1.2. O papel do estudante na EAD 1.3. Conhecimento e contemporaneidade 1 objetivos 1. Conceituar a Educação a Distância (EAD) e entender suas características e especificidades; 2. Apresentar os recursos do Ambiente Virtual de Aprendizagem e discutir o papel do aluno; 3. Identificar novos paradigmas para a educação e discutir potencialidades da EAD neste contexto. Unidade 1 - Ensino a Distância: considerações 1.1. O que é Educação a Distância ? Caro aluno, [BEM-VINDO!] Você está agora iniciando uma disciplina de um curso a distância. Mas o que isso significa? Em que ela difere das suas experiências de ensino e aprendizagem convencional? O ensino a distância é mais fácil ou mais difícil, quando comparado ao presencial? Como funcionam seus processos e, principalmente, qual é o seu papel, como aluno, no sucesso da sua aprendizagem? Iniciamos aqui, então, nossa disciplina introdutória buscando desconstruir preconceitos, perseguindo uma conceituação que seja ao mesmo tempo útil e consistente. O conceito de educação é amplo e pode significar várias coisas bastante diferentes. Para tentarmos nos aproximar de uma definição que seja suficientemente abrangente, mas ao mesmo clara e precisa, precisamos entender que a educação se relaciona ao binômio “ensino-aprendizagem”. O autor afirma que é importante para o educando tornar-se sujeito, capaz de lidar com as facilidades e dificuldades encontradas em seu meio para promover o seu bem-estar e o da coletividade. Assim, ele preserva, alimenta e fortalece sua experiência interna única, como indivíduo, administrando sua vida, seus talentos e desejos. A premissa necessária para isso é a consciência de si mesmo e do contexto que o cerca, bem como a capacidade crítica e o repertório para avaliá-lo. Vamos pensar então: o que é aprender? Também importa desenvolver sua capacidade de relacionamento social, construindo empatia com o outro e atuando de forma solidária. Neste processo, entendemos nosso lugar na sociedade, nos tornando cidadãos plenos e engajados, capazes de operar junto ao nosso próximo e às coletividades que nos cercam. Por fim, é importante que nos conectemos com o universo também de forma metafísica, construindo princípios éticos e relações ambientais saudáveis e sustentáveis, o que Luckesi denomina como nossa relação com o sagrado. Podemos entender o aprendizado como a aquisição de novos conhecimentos, que ficam armazenados em nossa memória para utilização em ocasiões futuras, quando aquele conhecimento for necessário. Esa é uma visão bastante tradicional, e relativamente simplista, do que é aprender, relegando o educando a mero repositório de informações catalogadas, que podem ser acessadas via memória quando solicitado. Para Luckesi (2011), a aprendizagem envolve mais o processo de transformação do educando nas suas relações consigo mesmo, com o outro e com o mundo, ampliando sua consciência e tomando posse do seu destino. Freire (2014) reforça alguns destes conceitos, afirmando que a aprendizagem está relacionada ao conceito de autonomia, ou seja, ao processo no qual o indivíduo constrói sua própria capacidade crítica, estruturando seu próprio aprendizado e se tornando mais consciente, metodologicamente rigoroso, engajado e socialmente atuante. Afinal, o que é EAD? Assista a esta animação, atento às posições dos diferentes usuários. Com qual deles você mais se identifica? 00:03:28 Provavelmente, se você já passou por alguma experiência de ensino a distância, conhecia a realidade do aluno Cícero. Caso contrário, é provável que você se identifique com as opiniões de seus primos que envolvem uma série de preconceitos sobre a educação a distância. Unidade 1 - Ensino a Distância: considerações A educação, assim, não se restringe ao conhecimento acadêmico, mas expande a inserção social e a capacidade de ação do sujeito. Considerando estas definições e investigando nossa própria experiência cotidiana, podemos perceber que aprender é uma capacidade inata do ser humano! Aprendemos todo o tempo e em qualquer lugar, ao estarmos expostos a uma grande quantidade de informações e relações. A aprendizagem, assim, não depende da existência de um mestre ou professor! Podemos aprender conversando com amigos, observando a natureza, passando por alguma experiência ou evento, ou entrando em contato direto com informações escritas, imagéticas ou de outros tipos. MODELO DE TRANSMISSÃO CULTURAL Parte da premissa de que a sociedade produziu, ao longo da sua história, conhecimento eficaz que se pode conservar, acumular e transmitir a novas gerações. Esse conhecimento constitui um arcabouço de teorias explicativas sobre a realidade, de complexidade crescente, organizado em disciplinas especializadas de caráter científico, artístico e filosófico a partir do debate público e da reflexão compartilhada da coletividade humana. A função do ensino seria então transmitir às novas gerações estes corpos de conhecimento disciplinar. Mas se a aprendizagem acontece cotidianamente e de forma autônoma, para que serve o ensino então? O ensino é um processo de facilitação sistematizada da aprendizagem, ou seja, um intermediário (mediador, professor, tutor, mestre) mais experiente ou com maior conhecimento auxilia o educando a construir esses processos. A forma como isso acontece depende da maneira como encaramos o ensino. Sacristán e Pérez Gomez (1998) apresentam quatro definições que utilizam conceitos, estratégias e métodos bastante diferentes, mostrados no quadro ao lado. MODELO DE TREINAMENTO DE HABILIDADES Considera que o ritmo de produção de conhecimentos na sociedade pós-industrial os torna continuamente obsoletos cada vez mais rapidamente. Com isso, o ensino volta-se para o treinamento e desenvolvimento de habilidades e capacidades formais que vão das mais simples (leitura, escrita, cálculo) até as mais complexas (solução de problemas, planejamento, crítica). Neste sentido, o conteúdo disciplinar perde espaço para um conhecimento útil, aplicado ao cotidiano do usuário. As habilidades e capacidades não precisam, necessariamente, ter caráter operacional, podendo envolver também atividades emocionais e relacionais do educando. MODELO DE FOMENTO DO DESENVOLVIMENTO NATURAL Origina-se nas teorias de Rosseau, que consideram a importância e força das disposições naturais do indivíduo para a aprendizagem. O ensino deve facilitar o crescimento do indivíduo, seja físico ou mental, mas deve ser dirigido por suas próprias regras. Aparece como contraponto à primazia da socialização no ambiente educacional, admitindo ritmos e interesses diferentes, embora possa ser considerado demasiadamente idealista e alheio quanto ao papel dos contextos sociais, econômicos e culturais nos quais estão inseridos estes indivíduos. MODELO DE PRODUÇÃO DE MUDANÇAS CONCEITUAIS Apoia-se nas proposições de Sócrates e, mais recentemente, de Piaget e seus seguidores, de que a aprendizagem é um processo muito mais transformativo do que simplesmente uma acumulação de conteúdos. O educando processa ativamente a informação, sendo o professor um mero instigador deste processo dialético por meio do qual seus pensamentos e crenças são transformados. Para isso, o ensino precisa mobilizar esquemas já existentes no pensamento do educando, sob pena de não encontrar ressonância e tornar-se, assim, ineficaz. Unidade 1 - Ensino a Distância: considerações Na maioria das instituições educacionais (incluindo a universidade), o ensino é visto tradicionalmente dentro do modelo de transmissão cultural. Eventualmente há um desenvolvimento de habilidades e produção de mudanças conceituais, mas são constantemente secundários em relação ao objetivo principal de acumulação de conhecimento. Para isso, toda uma estrutura foi formada com o objetivo de dar suporte aos processos de ensino-aprendizagem: professores, sistemas pedagógicos, salas de aula, materiais didáticos, dentre outros. Esta estrutura pressupõe encontros entre educandos e educadores, nos quais o processo de educação acontece. Mas é essa a única maneira possível? Ou seja, é necessária a presença de todos os agentes educacionais no mesmo espaço e ao mesmo tempo para que a educação se processe? É nesse momento que introduzimos a discussão dos processos a distância. Esses processos podem acontecer mesmo que os agentes estejam localizados distantes uns dos outros (de forma remota) ou que exerçam estas atividades em tempos diferentes (assíncrona). O primeiro processo de comunicação remota e assíncrona que podemos pensar é o surgimento da escrita. A possibilidade de registro da informação em um código compartilhado permite a outras pessoas acessá-la no futuro (desde que também dominem o código), adquirindo-a e “dialogando”, de algum modo, com o emissor da mensagem. Assim, ao ler um texto (como esse), você está conversando mentalmente com o seu autor (o professor) de forma remota (não estamos no mesmo lugar) e assíncrona (você não está lendo este texto no momento em que eu escrevo)! Estas possibilidades de comunicação são ainda ampliadas pela criação de instituições sociais (como os mensageiros e correios, que permitem a troca de cartas, redes de transporte, universidades) ou de aparatos tecnológicos (prensa, fotografia, cinema, rádio, televisão, telefone, celular, internet) que concorrem para a produção e/ou transmissão de novos dados e informações. Há, obviamente, limitações neste tipo de comunicação em relação às formas presenciais. Formas assíncronas são menos dialógicas e interativas. O material pode ser lido muito tempo depois de sua produção e o autor pode não mais se lembrar do assunto ou mesmo não estar mais vivo. A velocidade com que as mensagens podem ser trocadas também influenciam bastante no nível de diálogo permitido remotamente. Até o século XIX, as mensagens eram levadas sempre por mensageiros, o que significava que a velocidade de transmissão era a velocidade do meio de transporte mais rápido disponível. Com a invenção do telégrafo e de seus derivados, a velocidade de transmissão das mensagens tornou-se muito superior à capacidade humana de deslocamento, permitindo que informações fossem compartilhadas quase que instantaneamente entre pontos muito distantes (inclusive entre oceanos). Com isso, a interatividade das formas de ensino foi progressivamente aumentada, permitindo, além da forma escrita, a utilização de áudio, vídeo e, finalmente, de informações digitalizadas trocadas em altíssima velocidade! Atualmente, chamamos estas formas de comunicação rápida, que permitem trocas de dados, voz e imagem, de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Detalharemos melhor este processo histórico na Unidade 2! saiba mais O telégrafo elétrico foi inventado por Francis Ronalds em 1816, na Inglaterra. A capacidade de transmissão do telégrafo era limitada, contando com apenas seis caracteres (ponto, linha e quatro tipos de silêncio), exigindo uma codificação específica para a transmissão de mensagens, sendo a mais famosa o código Morse de 1837. Os primeiros cabos transoceânicos foram implantados na segunda metade do século XIX, permitindo comunicação intercontinental instantânea e abrindo caminho para várias tecnologias contemporâneas! Unidade 1 - Ensino a Distância: considerações Voltemos então à nossa pergunta inicial: O que é Educação a Distância? A Educação a Distância (ou EAD, como passaremos a tratá-la de agora em diante) é um modelo de educação em que parte ou a totalidade da interação entre educadores e educandos acontece de forma remota e, frequentemente, assíncrona. Dentro deste conceito, o curso que você está fazendo tem uma estrutura em muitos pontos semelhante às cartas dos filósofos da Grécia Antiga, às epístolas dos Apóstolos, aos cursos por correspondência e ao Telecurso 2º Grau! Mesmo local Ocasionalmente no mesmo horário Ao utilizar o AVA durante este curso, tente refletir sobre a temporalidade e espacialidade das atividades que estão acontecendo e sobre os diferentes agentes e processos de aprendizagem envolvidos. 1 FERRAZ, C.A.G. et al.. Uma aplicação distribuida para a educação a distância na Web. X Simpósio Brasileiro de Informática na Educação. Anais... Paraná, 1999. Locais diferentes Alunos e professores nunca se encontram fisicamente ou virtualmente. Exemplo: quando o material é distribuído via web e é usado o e-mail para mediar a comunicação Horários diferentes No entanto, atualmente, esta modalidade educativa utiliza intensivamente TICs digitais e acontece em um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), que amplia as possibilidades de interação entre os agentes do processo de ensino-aprendizagem! Utilizando estas tecnologias, é possível que os conteúdos sejam apresentados, processados e exercitados das mais diversas formas. Também podemos estabelecer relações dialógicas entre os agentes educacionais e realizar atividades avaliativas. O quadro acima, proposto por FERRAZ1 (1999 apud CAMPOS, COSTA, SANTOS, 2007:38), apresenta estas possibilidades no âmbito da EAD contemporânea, baseada na comunicação virtual e digital. Ocasionalmente no mesmo local Quando os cursos tradicionais em sala de aula são combinados com listas de discussão para que os alunos possam tirar dúvidas Quando encontros face-a-face ocorrem apenas no início e no final do curso, sendo os demais encontros realizados de maneira virtual Alunos e professores estão muito distantes fisicamente, porém ocorrem encontros virtuais esporádicos. Exemplo: chats ou bate-papos Alunos e instrutores não se encontram no mesmo lugar (fisicamente), mas encontros ocorrem ao mesmo tempo de maneira virtual, tal como ocorrem nos sistemas de videoconferência` Mesmo horário AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM (AVA) O AVA é este espaço virtual no qual você adentra para acessar o material disponibilizado, entrar em contato com colegas e tutores e desenvolver atividades avaliativas! Utilizamos atualmente como plataforma de gestão de conteúdos e usuários voltada para a educação o Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment ou Ambiente de aprendizagem modular, dinâmico e orientado ao objeto). O Moodle é um programa livre (open source), acessado diretamente pela internet, sem que seja necessária a instalação de qualquer aplicativo no seu computador. Pretende-se que o uso do Moodle seja o mais intuitivo e universal possível, mas caso esta seja sua primeira vez na plataforma, acesse nosso tutorial simplificado para se familiarizar com os recursos e modos de navegação! Unidade 1 - Ensino a Distância: considerações Vamos então apresentar aqui nossa primeira forma de interatividade, o FÓRUM DA TURMA . Neste fórum, você pode trocar experiências e informações com seus colegas, tornando o processo educativo menos vertical (transmissão do professor para o aluno) e mais horizontal (trocas entre pares). Assista à discussão sobre o tema no programa Salto para o Futuro, com os professores José Manuel Moran, Silveira Lobo e Maria Luiza Angelim 00:05:27 Embora você possa postar novas informações, responda a pelo menos uma postagem de seus colegas, para entender o caráter dialógico do fórum! O Fórum da Turma não é avaliativo, mas sua participação nele é muito importante! No fórum, você pode realizar suas próprias postagens respondendo à questão inicial, mas também pode responder às postagens de seus colegas. Tente, sempre que possível, utilizar a segunda opção para fazer com que o fórum se torne mais participativo e dialógico Assim estabelecemos um modelo de ensino horizontal e baseado na troca de experiências, para além de uma simples transmissão de conteúdo! No entanto, para qualquer dúvida você pode contar com o apoio do seu Tutor TUTOR E TUTORIA Como na educação a distância o tempo e o espaço são relativizados, é possível atingir um grande número de pessoas simultaneamente. Neste sentido, temos cursos em que um único professor produz material para dezenas, centenas ou mesmo milhares de alunos! No entanto, se queremos acompanhar os alunos de uma maneira mais próxima e cuidadosa, precisamos trabalhar com turmas menores e uma relação mais dialógica. Para isso, existe a figura do tutor, um facilitador no processo de aprendizagem, com formação e experiência na área, que realiza uma mediação entre você, estudante, e o material do curso. Seu contato cotidiano, desse modo, será com o tutor da sua turma, que apresentará as atividades, participará das discussões em fóruns e chats, responderá às dúvidas dos estudantes e auxiliará nos processos avaliativos! [ dica ] Aproveite para ler também o texto do prof. Moran sobre o assunto! FÓRUM DA TURMA Gostaríamos de discutir um pouco as suas experiências de ensino-aprendizagem anteriores à luz do nosso novo conhecimento sobre educação à distância. Como era a abordagem de ensino-aprendizagem na sua experiência prévia? Era mais voltada para a transmissão de conteúdos disciplinares ou mais dialógica e aberta? Como era a relação com os aspectos tecnológicos? A aula utilizava simplesmente a fala do professor e o quadro negro ou trazia outras dinâmicas e outros elementos tecnológicos? Sinta-se livre para expressar suas posições, mas é sempre importante lembrar que se trata de um espaço coletivo e acadêmico. Busque sempre utilizar uma linguagem cuidadosa, respeitosa e adequada ao caráter desta conversa! Unidade 1 - Ensino a Distância: considerações 1.2. O papel do estudante na EAD A concepção de educação que assumimos, no desenvolvimento de nossos cursos a distância, busca o desenvolvimento da capacidade de pensamento do estudante para que ele possa aprender com autonomia. Mas não confunda aprendizagem autônoma com aprendizagem solitária ou autômata! Na Educação a Distância, tanto quanto na convencional, o convívio social é indispensável: o que muda em relação à educação convencional são os meios, recursos e princípios que norteiam este convívio no processo de aprendizagem. Lembre-se de que a Educação a Distância não é uma educação distante. Na forma como estruturamos este curso, é exigido que todos os participantes se comprometam com este “Estar Junto Virtual”, que os aproxima em torno de um conjunto de interesses comuns. É sob essas condições que você será capaz de ressignificar individualmente aqueles conhecimentos que você construiu socialmente. Nesse sentido, nossos cursos a distância oferecem a você um ambiente em que a sua aprendizagem possa ocorrer de forma colaborativa e interativa, sendo mediada pelos diferentes agentes que participam do processo, como os tutores. Os professores não serão apenas repassadores de conteúdos, mas sim orientadores e parceiros na construção do seu conhecimento. Nessa concepção, Haidt (1994, p.61) afirma que: “quando o professor concebe o estudante como um ser ativo, que formula ideias, desenvolve conceitos e resolve problemas de vida prática através de sua atividade mental, construindo, assim, seu próprio conhecimento, sua relação pedagógica muda. Não é mais uma relação unilateral, onde um professor transmite verbalmente conteúdos já prontos a um estudante passivo que os memorizem.” O fato é que, ao exercitar esta capacidade de autogestão, esse aprendizado no gerenciamento do seu tempo e espaço, você estará na posição de vivenciar aquilo que é de fundamental importância para o seu desempenho acadêmico e pessoal: a capacidade de aprender a aprender e de aprender em colaboração. Você fará seu próprio tempo, seu próprio horário e criará suas próprias condições para estudar. Em outras palavras, é você quem irá dizer qual o tipo de estudante você quer ser! [saiba mais] Para saber mais, leia as páginas 8 a 16 do caderno impresso. Ele está disponível também na sua biblioteca digital! Veja o quadro comparativo entre os estudantes da educação convencional e aqueles da EAD! Educação convencional Educação a distância O professor é a autoridade máxima dentro da sala de aula. Sua palavra é lei. Compete a ele fazer a avaliação do estudante É centrada no estudante. Se este tem dúvidas em relação à informação de uma fonte, pode reestudá-la a qualquer momento e esclarecê-la em outras fontes O resultado de suas avaliações é incontestável O aluno é o responsável diário por sua auto avaliação Privilegia as aulas dos professores e se centra no ensino, que é responsabilidade dos professores, exigindo-se pouca participação individual ou em grupo. Tem com eixo a aprendizagem. Exige maior participação e estudo individual do estudante, em cujas mãos é colocada a responsabilidade pelo próprio desenvolvimento, permitindo grande interação na escola, como local, nacional e até internacional Utiliza pouco material didático (lousa, giz, livros, cadernos) e, só mais recentemente e extraordinariamente, o computador e alguns recursos audiovisuais. Utiliza equipamentos avançados nas áreas de telecomunicações e informática, e tecnologias de comunicação interativa, como teleconferências. Unidade 1 - Ensino a Distância: considerações E então, você está pronto(a) para assumir esse papel? Está pronto(a) para ser o principal responsável pelo seu desempenho na EAD? Então vamos para a nossa primeira atividade avaliativa! Em nosso primeiro trabalho, vamos nos constituir como um coletivo produtor e organizador de informação, a partir da elaboração de um GLOSSÁRIO! Cada estudante deve apresentar uma palavra seguida pela sua definição, que fica então aberta para a complementação, contraposição e discussão por parte de seus colegas. Aluno E-learning Professor Aprendiz Educação Redes sociais [ critérios ] Você será avaliado pela qualidade das definições apresentadas, considerando sua precisão, clareza e referencial. Aprendizagem Educador Remoto Contribuição para os termos dos colegas Assíncrono Educando Rigor acadêmico 15% Número de fontes investigadas 10% Qualidade dos autores e fontes citados 20% GLOSSÁRIO Autonomia Ensino Sabedoria 30% 25% Cada estudante deve escolher uma palavra ou expressão da lista a seguir (não são permitidas repetições) para apresentar sua definição. A definição não deve ser apenas uma cópia da definição do dicionário, devendo apresentar também um posicionamento crítico do estudante em relação ao termo. As palavras não escolhidas podem ser definidas coletivamente pela turma. Outras palavras podem ser adicionadas ao glossário posteriormente, caso haja interesse! Cidadão Estudante Sociedade da informação Conhecimento Ética digital Sociedade industrial Crítica Dados Disciplinas Informação Interatividade Mestre Sujeito Tecnologia de Informação e Comunicação Virtualidade Contribuição crítica do estudante Precisão nos conceitos apresentados [ ATENÇÃO ] O glossário não diferencia entre as turmas de diferentes polos! Teremos um único glossário para todos os alunos. Assim, para facilitar a identificação de seus alunos pelo tutor, o aluno deverá inserir uma sigla de três letras, previamente acordada com o tutor. Por exemplo: SJ2-Autonomia para alunos de uma das turmas de um polo em São João del Rei Unidade 1 - Ensino a Distância: considerações 1.3. Conhecimento e contemporaneidade O que acontece em um minuto na internet em 2016? A imagem ao lado mostra a significativa quantidade de informação produzida quase que instantaneamente na rede mundial de computadores e em seus diversos aplicativos e plataformas Fonte: insider.pro É importante observar que as discussões levantadas anteriormente refletem mudanças que ocorrem de forma ampla no mundo contemporâneo, a medida em que nos transformamos de uma sociedade industrial em uma sociedade de informação. A produção e disseminação de informações e dados tornou-se cada vez mais rápida e sua produção, cada vez mais coletiva. Hoje, somos todos produtores de informação, que se torna rapidamente acessível por um grande número de pessoas. Vimos isso na produção do nosso glossário! Essa condição faz com que, não apenas a educação, mas todos os campos sociais, tenham que ser repensados. Estes dois vídeos complementam essa discussão: 00:02:10 00:20:54 Unidade 1 - Ensino a Distância: considerações Pense agora em todas as maneiras diferentes como recebemos informações hoje em dia! Grande parte das empresas e instituições entra em contato conosco diretamente, sem intermediários, por meio das redes sociais. Muitas vezes o contato ocorre de forma ainda mais direta, por meio de mensagens em nossos celulares. Pessoas comuns produzem vídeos registrando eventos ao redor do mundo, aos quais assistimos também sem que haja um agente distribuidor organizado. Considere a diferença desta produção e distribuição difusa de informações quando consideramos a estrutura necessária para produzir um jornal, uma revista, um programa de televisão, um livro! Todos estes objetos e elementos demandam um enorme contingente de pessoas e recursos para se materializarem, e hoje devem competir por atenção com todo o tipo de informação fútil disponibilizada nas redes pelo usuário comum. Neste universo de conteúdos, é fundamental que o estudante saiba qualificar a informação que utiliza! Embora ela esteja ao alcance de um toque do dedos em quase qualquer lugar, precisamos desenvolver com cuidado nossas atividades de pesquisa! Mais importante do que acumular um grande número de informações é saber selecioná-las, organizá-las e relacioná-las entre si. Embora muitas vezes esta seja uma tarefa solitária, na EAD podemos utilizar as TICs para realizá-la de modo coletivo, ou pelo menos compartilhar e trocar os resultados de nossas buscas e pesquisas. [a pesquisa na internet] A internet é uma poderosa ferramenta de pesquisa acadêmica, que permite acesso a informações que dificilmente chegariam até nós de outra forma, principalmente se moramos longe dos grandes centros urbanos. No entanto, seu uso difundido e generalizado e sua produção contínua de novas informações são sua maior força e seu maior risco. A internet comporta uma série de conteúdos importantes, mas também um grande número de material fútil, impreciso ou incorreto. Para evitar erros ou falsidades, é importante tomar alguns cuidados na hora de procurar e utilizar conteúdo encontrado na rede. Aqui vão alguns dos principais: Procure sempre material de instituições renomadas Universidades, órgãos governamentais, organismos internacionais, institutos de pesquisa, eventos científicos e revistas e periódicos acadêmicos (principalmente com registro Qualis) são fontes mais seguras para a realização de pesquisas. Em alguns casos, empresas e veículos de comunicação também podem oferecer informações relevantes, mas deve-se tomar cuidado com a natureza não acadêmica destes dados quando se for realizar uma pesquisa. Dê preferência aos textos acadêmicos sobre os demais tipos Na rede encontramos um grande número de livros, teses, dissertações, monografias, ensaios, artigos de periódicos científicos e artigos de eventos. Estes são formatos acadêmicos de produção de texto e normalmente trazem uma informação mais cuidadosa, referenciada e embasada, que já foi discutida e aprovada pela comunidade científica, filosófica ou artística daquela área. Estas devem ser nossas principais fontes de informação para trabalhos acadêmicos. Textos jornalísticos, mesmo que venham de revistas especializadas na área, devem sempre ser utilizados de forma complementar às informações acadêmicas. Busque sempre mais de uma fonte Uma das principais maneiras de analisar a confiabilidade de uma informação na internet é verificar sua disponibilidade em mais de um site, principalmente se este site atender aos requisitos da recomendação anterior! Desconfie de informações que aparecem com apenas uma fonte (muitas vezes ela é reproduzida exatamente do mesmo jeito em vários sites, mas nenhum deles confiável e todos referenciando o mesmo texto original). Tenha também muito cuidado com informações divulgadas em redes sociais ou por indivíduos em correntes de serviços de mensagem. Se você não pode verificar a fonte original da informação e a sua confiabilidade, melhor continuar pesquisando! Resista à tentação de copiar e colar o texto Isso se chama plágio! O plágio é um dos mais graves delitos acadêmicos. Utilizar um texto de outro autor sem lhe atribuir crédito é antiético, sem falar que contribui muito pouco para a sua formação acadêmica. Mesmo ao apresentar ideias de outras pessoas em suas próprias palavras, é importante informar que este conceito veio de outro autor, utilizando as normas para citação presentes na ABNT. Na academia, isso não desmerece seu conteúdo e sim mostra que suas ideias estão presentes na literatura da área, tornando seu trabalho mais consistente e referenciado. Caso copie o texto literalmente, lembre-se de colocá-lo entre aspas! Unidade 1 - Ensino a Distância: considerações Para encerrar nossa primeira unidade, participaremos de um FÓRUM TEMÁTICO ! Ao contrário do Fórum da Turma, neste exercício você será avaliado a partir das suas postagens! Discutimos aqui diferentes visões de educação, focando nas especificidades da modalidade a distância e na sua relação com a sociedade contemporânea da informação. Vamos agora ampliar nosso referencial sobre o assunto realizando uma pesquisa a respeito do tema. Para isso, engajaremos nossa turma em um debate sobre o assunto, a partir de textos encontrados na rede! referências [ critérios ] Estamos avaliando com isso sua capacidade de argumentação, a qualidade da sua escrita e seu engajamento no debate coletivo. Capacidade de relação entre os textos 20% 15% FÓRUM TEMÁTICO Depois disso, você deve responder à postagem de pelo menos um colega, relacionando-a ao texto que você apresentou. Pertinência do texto ao debate HAIDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. São Paulo: Ática, 1994. LUCKESI, C. C.. Avaliação da aprendizagem: compontente do ato pedagógico. São Paulo, Cortez, 2011. 20% Qualidade de escrita Cada estudante deve escolher um texto pertinente a este debate, disponível online, e apresentar o link e uma breve resenha com 500 a 1000 caracteres (aproximadamente um parágrafo de 15 linhas) defendendo sua relevância para a discussão e contendo uma avaliação critica sobre seu conteúdo. FREIRE, P.. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 49a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014. Qualidade do texto apresentado 15% CAMPOS, F. C. A.; COSTA, R. M. E.; SANTOS, N.. Fundamentos da educação a distância, mídias e ambientes virtuais. Juiz de Fora: Editar, 2007. 30% Capacidade de argumentação e crítica SACRISTÁN, J.G.; PÉREZ GOMEZ, A.I. Compreender e transformar o ensino. 4ª ed. Porto Alegre, Artmed, 1998.