As primeiras experiências começaram em 1863, em Cambridge, na Inglaterra, com James Clerk Maxwell. O professor de física experimental demonstra, por deduções matemáticas, que as ondas eletromagnéticas deviam existir. Em 1863 surge a primeira teoria, baseada em estudos e experimentações, e aparece o físico alemão Heinrich Rudolph Hertz como descobridor das ondas radiofônicas. Em 1887, Hertz detectou, pela primeira vez, ondas de rádio. As ondas se propagavam como as ondas na água. Hertz comprova o princípio da propagação radiofônica. Por isso, as ondas de rádio, identificadas por quilociclos, passaram a se chamar ondas hertzianas ou quilohertz. No Brasil, Roberto Landell de Moura realizou suas primeiras experiências com transmissão e recepção de sons por meio das ondas eletromagnéticas, entre 1893 e 1894. Sem apoio do governo brasileiro, em 1900 o padre gaúcho busca financiamento junto ao governo britânico. As experiências que realizou nunca obtiveram reconhecimento. Anematofono, sem fio, ele obteve todos os efeitos da telefonia comum, com nitidez e segurança. Teletiton, sem fio, uma telegrafia fonética pelo qual duas pessoas podiam se comunicar. Em 1904 obteve três cartas patentes do governo americano para o telégrafo sem fio, um telefone sem fio e um transmissor de ondas. O fato foi noticiado pelo Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro. O italiano Guglielmo Marconi fez experiências utilizando antenas e coesores para testar a transmissão de sinais. Em 27 de julho de 1896 realiza a primeira demonstração pública da radiotelegrafia. Como era um empresário, saiu da Itália e foi buscar apoio às suas experiências em outros países da Europa. Em 1901 conseguiu emitir o primeiro sinal radiotelegráfico transoceânico. Em 27 de julho de 1896, ele realiza a primeira demonstração pública confirmada de radiotelegrafia, com uma distância de aproximadamente um quilômetro. Obtém a patente sobre o telégrafo sem fio. Em 1897, consegue transmitir sinais a uma distância de 14,5 quilômetros. Em 1901, consegue enviar o primeiro sinal radiotelegráfico transoceânico. O seu uso na forma que se convencionou chamar de rádio surgiu em 1916, quando o russo radicado nos Estados Unidos David Sarnoff prevê na Marconi Company a utilização da tecnologia existente para a criação de um novo produto. E sugere à diretoria que o novo produto poderia ser um “meio de entretenimento doméstico como o piano ou o fonógrafo”. Quatro anos depois, quando a companhia já era a Radio Corporation of America (RCA), Sarnoff apresentaria a idéia novamente, sem sucesso. Foi a Westinghouse Eletric and Manufacturing Company (KDKA) que transformou as possibilidades previstas por Sarnoff uma realidade. O precursor das transmissões foi Frank Conrad. Em 2 de novembro de 1920, ao começar suas transmissões, nascia com a KDKA a indústria de radiodifusão. Nos Estados Unidos o rádio se popularizou nas duas primeiras décadas do século 20. A produção cresceu durante a Primeira Guerra Mundial. Criada em 1919, a Radio Corporation of América (RCA) foi vendida a Westinghouse. A partir da RCA nasce a primeira rede norte-americana, em 15 de novembro de 1926, a National Broadcasting Corporation (NBC). O progresso da radiodifusão no mundo foi mais lento. Em 1925 já existiam transmissões regulares em 19 países europeus, na Austrália, no Japão e na Argentina. Em 18 de outubro de 1922, a British Marconi e outros grupos empresariais cria a British Broadcasting Corporation. Em 1926, o governo britânico estatiza a radiodifusão e encampa a empresa. Surge a British Brodcasting Corporation (BBC). A primeira experiência oficial de transmissão radiofônica aconteceu no centenário da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1922. As indústrias de transmissores e receptores de som dos Estados Unidos Westinghouse International Company e a Western Eletric Company realizaram uma demonstração pública, dentro da Exposição Internacional do Rio de Janeiro. Naquela data, centenas de pessoas acompanharam as primeiras transmissões, pelos alto-falantes instalados no Corcovado e na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Foram transmitidos discursos do presidente da República, Epitácio Pessoa, e trechos de O Guarani, de Carlos Gomes, apresentado no Teatro Municipal. O educador Edgard Roquette-Pinto e o astrônomo Henrique Morize estavam no local e, um ano depois, em 23 de abril de 1923, criam a primeira rádio do Brasil, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a PRA-A. Edgard Roquette-Pinto É considerado o pai do rádio no Brasil. Ele sonhava com um rádio voltado para a educação e o definia como: “O jornal de quem não sabe ler; é o mestre de quem não pode ir à escola; é o divertimento gratuito do pobre (...)”. O rádio era tosco, e os receptores, caríssimos – a população. Com isso, era estimulada a montar seus próprios aparelhos, os chamados rádios de galena. Na virada para os anos 1930, multiplicam-se as emissoras por todo o Brasil e o novo meio passa a ganhar público, atraindo investidores, e a despertar o interesse do novo regime, comandado por Getulio Vargas. Várias rádios surgiram nas décadas de 1930 e 1940. Amigos, em diferentes cidades, se reuniam em sociedades para criar e pôr no ar uma emissora. As primeiras transmissões aconteciam com a utilização de altofalantes, instalados nas frentes das casas de um dos sócios, em praças ou clubes. Em 1º de março de 1932, o Decreto 21.111 regulamenta a publicidade no rádio. Os comerciais passam a ocupar 10% das transmissões. E os recursos captados podem ser investidos na programação para garantir uma maior audiência. A regulamentação da publicidade impulsiona o rádio como empreendimento comercial. E os artigos 66 e 69 destinava 1 hora diária a um programa noticioso obrigatório e se transforma no: A Hora do Brasil. Entra no ar em 22 de julho de 1935. Em 12 de setembro de 1936 nasce a Rádio Nacional do Rio de Janeiro que criou uma programação diversificada, tornando-se referência para as demais emissoras do Brasil. Em 1940 a emissora é encampada pelo presidente Getúlio Vargas, em troca de uma dívida do grupo A Noite com o governo federal. Com o apoio do governo e mantendo a publicidade, a emissora torna-se uma empresa mista (comercial e estatal). A programação incluia: Programas de auditório e de humor Radionovelas Transmissões esportivas Musicais Radiojornalismo: Repórter Esso Dois comunicadores desempenhariam papel-chave na popularização do rádio naquele período: Adhemar Casé (foto), no Rio, e César Ladeira, em São Paulo. Casé, imigrante pernambucano que se destacou vendendo receptores de rádio Philips, aluga um horário na emissora da fabricante de equipamentos holandesa e começa, em 14 de fevereiro de 1932, a veicular nas noites de domingo o Programa Casé. A primeira parte do programa era dedicada à música popular e a segunda, à música clássica, mas logo Casé viu que a cultura erudita não interessava ao público ouvinte, contratando artistas de sucesso como Francisco Alves, Carmen Miranda e Almirante. Casé seria responsável pela veiculação do primeiro jingle da história do rádio brasileiro, de autoria de Nássara, para a Padaria Bragança. Trabalharia nas principais emissoras da época (incluindo a Sociedade, a Mayrink Veiga e a Tupi), antes de migrar para a TV nos anos 1950. Casé obteve o maior sucesso no período, mas o pioneiro do profissionalismo nas ondas do rádio foi César Ladeira (foto), que estruturou a Rádio Record, de SP, a partir de 1931, com elenco fixo de artistas, provocando uma corrida pelos principais talentos musicais da época. Em 1933, Ladeira – que ganharia projeção como a voz do levante constitucionalista – se mudaria para o Rio, reformulando a programação da Mayrink Veiga. Nos anos 1930, com a popularização, o rádio se torna estratégico para a política. Em 1932, no levante em SP, o estúdio da Rádio Record é invadido por estudantes e a emissora passa a ser utilizada para veicular mensagens dos constitucionalistas contra o governo Getulio Vargas, após esmagar os rebeldes em 1932 (levante constitucionalista) e 1935 (intentona comunista) cria A Voz do Brasil, programa que, com o Estado Novo, torna-se obrigatório em todas as emissoras. Em 1939, com a criação do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), todas as emissoras seriam submetidas à censura. Em 1940, só no Rio, 108 programas foram proibidos. O pano de fundo da crescente presença estatal no rádio brasileiro é a tensão geopolítica, que desaguaria na Segunda Guerra Mundial. A ascensão de Hitler na Alemanha levaria a um uso cada vez mais intenso do meio como instrumento político – seu ministro da Propaganda, Joseph Goebbels, defendia o uso do rádio numa “guerra do espírito”. Em 1932, a Rádio Berlim inaugura transmissões em Ondas Curtas para a América Latina, seguida, em 1935, pela estatal italiana EIAR. Em 1938, a BBC lança versão em português de seu Empire Service, que já contava com transmissões em diversos idiomas – só em 1941, os EUA lançam A Voz da América. O flerte do regime de Getulio com o eixo nazifascista e o grande número de imigrantes alemães e italianos no Brasil levariam a um extraordinário volume de transmissões estrangeiras que tinham como alvo angariar simpatia do público nacional – Hitler sonhava anexar a América Latina, a partir da Argentina, e os EUA já reconheciam o continente como esfera de influência a ser preservada. Com a entrada do Brasil na Guerra, em 1942, foram baixadas diversas restrições aos estrangeiros, como uso de outros idiomas em reuniões (inclusive privadas), exigência de salvo-conduto para viagens, suspensão de portes de armas, interdição de estações radioamadoras e confisco de receptores de descendentes de alemães, italianos e japoneses. Hitler, aliás, já havia feito omesmo na invasão da Polônia, confiscando rádios da população local. A BBC se tornaria referência internacional durante a Guerra devido ao investimento em jornalismo e à postura de buscar um noticiário equilibrado, que contemplasse as diversas versões e opiniões sobre os fatos reportados – linha editorial que inspiraria John Houseman, da Voz da América, a privilegiar a informação em lugar da propaganda: “Nós tínhamos pouca escolha... Enquanto as invasões japonesas se sucediam com regularidade e o Exército nazista avançava em direção à Rússia e ao Oriente Médio, nós tínhamos que informar sobre as condições enfrentadas sem meias palavras. Apenas assim poderíamos estabelecer a reputação de honestidade com a qual esperávamos poder contar naquele distante mas inevitável dia em que iríamos relatar as nossas próprias invasões e vitórias”. A BBC teve atuação marcante na Guerra, e estima-se que era ouvida por 10 a 15 milhões de alemães no fim de 1944, apesar da proibição nazista para sintonizar emissoras estrangeiras. A rádio britânica foi a única a enviar um correspondente (Francis Hallawell, o Chico da BBC) para acompanhar a Força Expedicionária Brasileira (FEB) na campanha italiana, em 1944 – na bagagem, um equipamento “portátil” de 15kg, valvulado, com manivela, que gravava discos de vinil despachados depois por malotes do Exército até a estação transmissora mais próxima. O serviço em português da BBC contava com jovens jornalistas como Antonio Callado, que descreveria a experiência (de modo ficcional) em Memórias de Aldenham House – alusão à casa de campo que abrigou a rádio depois que uma bomba quase pôs a sede de Londres abaixo. Nesse contexto, surge no Brasil, em 28 de agosto de 1941, o Repórter Esso, radiojornal patrocinado pela petrolífera americana Standard Oil of New Jersey, produzido pela agência noticiosa United Press e supervisionado pela agência de publicidade McCann-Erickson. Resultado da Política de Boa Vizinhança dos EUA e do trabalho do magnata Nelson Rockefeller à frente do Bureau Interamericano, o Repórter Esso funcionaria como uma vitrine do American Way of Life no Brasil, que já se traduzia pela chegada de produtos made in USA como Coca-Cola, fabricantes de equipamentos eletrodomésticos como General Electric e Westinghouse e companhias fonográficas como RCA Victor. Em 1942, era ouvido em 15 países, por meio de 60 emissoras. Cinco delas Brasil. O radiojornal tinha duração de 5 minutos e o conteúdo priorizava o noticiário internacional. O texto continha um novo estilo de redação, próprio para o rádio: frases curtas e diretas. Foi o primeiro noticiário a ser veiculado em horários predeterminados: Manhã – 8 horas Hora do Almoço – 13 horas Noite – 19h25 e 22h30 Edições extraordinárias Sábado e domingo: 13 horas e 19h25 Ficou no ar até 31 de dezembro de 1968. O Repórter Esso consagrou locutores como Heron Domingues que chegou a passar meses acampado na Rádio Nacional para dar, em primeira mão, a notícia do fim da Guerra – e foi furado... Considerado marco inaugural do radiojornalismo no Brasil, o Repórter Esso também seria lembrado pela identidade sonora, uma novidade na época, e pelos slogans que o tornaram referência noticiosa fundamental: - O primeiro a dar as últimas - Testemunha ocular da história Radionovelas Repórter Esso Cantoras do rádio Comerciais Carmen Miranda canta Pronunciamento político Programas humorísticos Programas de auditórios Música Popular Brasileira Em 7 de setembro de 1936, Roquette-Pinto doa a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro para o Ministério da Educação e pede para a rádio ser voltada para a cultura. Hoje a emissora é a Rádio MEC do Rio de Janeiro. Em 22 de julho de 1935, o governo de Getúlio Vargas cria o programa Hora do Brasil (hoje Voz do Brasil) para transmitir informações, pronunciamentos e música popular. O principal objetivo é divulgar as realizações do governo. Em 30 de outubro de 1938 Orson Wells faz a transmissão da dramatização de “A Guerra dos Mundos” de H.G.Wells pela estação de rádio CBS. O programa foi realizado como se a Terra estivesse realmente sendo invadida por extraterrestres e gerou medo na população. Em 8 de março de 1940, um decreto-lei nº 2.073, determina a encampação do grupo que integrava a Rádio Nacional do Rio de Janeiro. No governo está Getúlio Vargas, em pleno Estado Novo. A emissora passa a constituir as Empresas Incorporadas ao Patrimônio da União. No dia 28 de agosto de 1941 entra no ar o Repórter Esso, patrocinado pela Esso Brasileira de Petróleo e com noticiário da United Press International. A estréia é na Rádio Nacional do Rio de Janeiro e na Record. Ficou no ar até 31 de dezembro de 1968. O mundo estava sob a Segunda Guerra Mundial. Começa a decadência do rádio. Uma das causas é a chegada da televisão. A influência da política no rádio torna-se mais forte. Radialistas famosos são eleitos para ocupar diferentes cargos, principalmente no Legislativo. Em 18 de setembro de 1950, a PRF-3 TV Tupi-Difusora, de São Paulo, começa as transmissões regulares. É a primeira estação de televisão da América Latina. No dia 20 de janeiro de 1951 é inaugurada a TV Tupi do Rio de Janeiro. Em 1º de julho de 1950 a Rádio da Universidade, de Porto Alegre, recebe autorização para operar como estação de radiotelefonia. Em janeiro de 1951 inicia oficialmente suas transmissões como rádio educativa. O pioneiro é o empresário Assis Chateaubriand, responsável por um dos maiores conglomerados de comunicação na época “Os Diários e Emissoras Associados” que reunia rádios, jornais e televisões. O espetáculo se transfere para a televisão. Artistas, cantores, humoristas, apresentadores levam seus programas de grande sucesso no rádio para a televisão. Os ouvintes agora se encantam pela televisão que mostra a imagem dos seus ídolos. Patrocinadores transferem seus investimentos para a televisão. Rádios sem patrocinadores decretam falência. Outras são vendidas e algumas conseguem se reestruturar para sobreviver num novo mercado competitivo. Em julho de 1951, o governo constitucional de Getúlio Vargas institui um novo sistema de concessão e permissão para a radiodifusão: reduz para 3 anos. 24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas se suicida, no Palácio do Catete. A tragédia comoveu a população que saiu às ruas. Jornais e rádios foram invadidas por pessoas furiosas. Em Porto Alegre, o Diário de Notícias foi invadido e depredado. Em 1956 é inventado o transistor. A partir daquele momento eram dispensados os condensadores, bobinas e componentes que faziam o rádio ser pesado e estático. Os responsáveis pela invenção foram os norte-americanos John Barden, Walter H. Brattain e Willian B. Schockley. Brasil vive sob regime militar. A radiodifusão começa a mudar. Surgem as FMs (Freqüência Moduladas). A Freqüência Modulada foi desenvolvida por Edwin Howard Armstrong, antes da Segunda Guerra Mundial. A FM é ideal para a transmissão musical e contribuiu para a segmentação nas rádios que se fortalece no final da década de 1980. A primeira FM é inaugurada em 2 de dezembro de 1970: a Diários e Emissoras Associados põe no ar a Rádio Difusora FM, em São Paulo. O regime militar torna a expansão das FMs uma prioridade com a portaria nº 333, de 27 de abril de 1973. Dia 1º de maio de 1977, a Rádio Cidade FM, do Rio de Janeiro, do grupo Jornal do Brasil, entra no ar. A emissora inova. Traz o modelo norte-americano de comunicador mais humorado. A nova forma de apresentação faz a emissora liderar a audiência e o seu formato de programação é copiada por outras rádios FMs. A Rádio Cidade FM é resultado da compra do JB da Jornal Fluminense FM, de Niterói. A Fluminense FM era especializada em rock. A Ipanema FM, de Porto Alegre, do grupo Bandeirantes, é tida como continuadora da Fluminense FM. Em 1972, a Jovem Pan AM, de São Paulo, cria o Jornal de Integração nacional. Utilizam a estrutura que a segurança nacional estava montando para fazer a integração do território nacional. A Embratel cria uma rede de telecomunicações que interliga vários pontos do Brasil. O jornal antecipou-se aos noticiários que depois utilizariam o sistema via satélite, nas décadas de 80 e 90. Em 4 de outubro de 1970, o Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério de Educação e Cultura começar a operar o Projeto Minerva. O programa tinha 30 minutos semanais, de segunda a sexta, e 1h15 aos sábados e domingos. A Rádio MEC (RJ) gerava a programação educativa via Embratel. Esse é um exemplo de como o governo militar se utiliza do rádio. Outro exemplo da Ditadura Militar. O artigo primeiro da lei nº 6.301, de 15 de dezembro de 1975, cria a Radiobrás, vinculada à doutrina da Segurança Nacional. A radiodifusão era estratégica para o governo militar. A Radiobrás chegou a ter 38 emissoras de rádio e 2 televisões. Na década de 80, a maioria foi privatizada. Hoje a Empresa Brasil e Comunicação (EBC), criada em 2007, é pública e reúne 7 rádios (Nacional) e 2 canais de TV. É responsável pela geração da Voz do Brasil, que chamava-se Hora do Brasil e surgiu em 22 de julho de 1935. Em 31 de dezembro de 1978 o AI-5 deixa de vigorar. O presidente era o general Ernesto Geisel. As rádios começam a buscar um público diferenciado dentro da totalidade da audiência. A radiodifusão entra na era das redes via satélite. Em março, a Bandeirantes AM, de São Paulo, começa a gerar o radiojornal Primeira Hora, usando o espaço ocioso do canal de TV. Em 1979, com o governo de João Figueiredo, o país volta a sofrer com a censura e repressão. O Brasil queria Diretas-já. Sem a pressão do povo e com a repressão do governo, a Câmara dos Deputados não tem votos suficientes para que a emenda Dante de Oliveira fosse aprovada. A ditadura pressionava as rádios e as televisões para não divulgar o movimento das Diretas-Já. Em 1985, o Brasil tem um satélite próprio de comunicação, o Brasilsalt A1. Com o Radiosat, em 25 de setembro de 1989, a Rede Bandeirantes passa a operar com um canal de satélite próprio A Radiobrás também usa o serviço da Embratel para transmitir o informativo Jornal Nacional. Interessadas nas mudanças políticas e econômicas, 3 emissoras investem em informação. A pioneira é a Jornal do Brasil AM, do Rio de Janeiro, que cria o jornalismo em tempo integral. A segunda é a Rádio Gaúcha, do Rio Grande do Sul. A terceira é a CBN, do Sistema Globo de Rádio, criada em 1º de outubro de 1991. Informativas e tem abrangência nacional e regional: BandNews – Rio de Janeiro e São Paulo CBN FM – Rio de Janeiro e São Paulo Gaúcha AM – Porto Alegre Guaíba AM – Porto Alegre Jovem Pan AM – São Paulo É dada pelo Ministério de Comunicações, que realiza licitações. Os interessados nas concessões para emissoras comerciais devem comprovar capacidade financeira e técnica para executar o serviço. A programação deve valorizar a produção local e independente, com o objetivo de ampliar a geração de empregos e fomentar um mercado produtor nas cidades sede das novas outorgas. Rádios comunitárias e educativas A rádio comunitária funciona com uma outorga para execução do serviço de radiodifusão, concedido de acordo com um Plano Nacional de Outorgas 2012-2013. Emissoras educativas – desde 2011, o ministério determinou que a seleção passaria a ser feita por meio de aviso de habilitação. Além disso, criou um Plano Nacional de Outorgas exclusivamente para emissoras educativas e estabeleceu critérios objetivos para a escolha dos vencedores dos avisos, com o estabelecimento de pontuações. Rádios comerciais – empresas que têm como objetivo o lucro. Têm espaços publicitários e são maioria no Brasil. Rádios educativas – não têm fins lucrativos e podem ser mantidas pela União, governos estaduais, municipais, fundações e universidades. Rádios comunitárias – visa atender à comunidade para difundir ideias, elementos culturais, tradições e hábitos locais. Em 29 de outubro de 1982, representantes de 10 canais de TV e 11 rádios não-comerciais lançaram as bases do Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa (Sinred). O objetivo é promover a cultura e o ensino e a coordenação era representada pela Fundação Roquette-Pinto, extinta e substituída pela Associação de Comunicação Educativa Roquette-Pinto (Acerp). Rádio Universidade de Porto Alegre (RS) – 1080 AM foi a primeira emissora universitária no Brasil, inaugurada em 1951. Em 19 de fevereiro de 1998, o Congresso Nacional aprova a lei nº 9.612 que autoriza o serviço de radiodifusão comunitária e passa a ter existência legal. O artigo 1º diz que a transmissão é em FM, em baixa potência, cobertura restrita, outorgada a fundações e associações comunitárias, sem fins lucrativos, com sede na localidade de prestação do serviço. O artigo 3º da lei diz que um dos objetivos é “dar oportunidade à difusão de idéias, elementos de cultura, tradições e hábitos sociais da comunidade”. Não pode ter vínculos de qualquer tipo, tais como: partidos políticos e instituições religiosas. b) oferecer mecanismos à formação e integração da comunidade, estimulando o lazer, a cultura e o convívio social; c) prestar serviços de utilidade pública, integrando-se aos serviços de defesa civil, sempre que necessário; d) contribuir para o aperfeiçoamento profissional nas áreas de atuação dos jornalistas e radialistas, de conformidade com a legislação profissional vigente; e e) permitir a capacitação dos cidadãos no exercício do direito de expressão da forma mais acessível possível. As rádios utilizadas pelas igrejas Igrejas evangélicas e católicas conquistam concessões de rádio e compras emissoras para usar como instrumento de conversão religiosa. Na década de 80, 10% das rádios estavam nas mãos de religiosos. O exemplo mais típico do crescimento messiânico no rádio é a igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo. Exemplo: Record (TV) e Rádio Guaíba (no RS) De acordo com os dados gerais do Ministério das Comunicações (2017), existem hoje no Brasil: 9.973 emissoras licenciadas para executar serviços de radiodifusão entre comerciais e educativas. E mais 4.377 comunitárias com outorgas. Das comerciais, são 1.501 rádios FM; 66 operando em Ondas Curtas; 1.583 em Ondas Médias; 72 em Ondas Tropicais. Das educativas, são 164 rádios e 79 TVs, somando 243 emissoras educativas no país. Comerciais (8) – 6 FMs e 2 AMs Rádio Mirante (95,1) Rádio Difusora (105,1) Rádio Terra (100,3) Rádio Nativa (99,5) Rádio 102 (Gospel) Rádio Cidade Esperança (106, 9) Rádio Mirante (600 KHz) Rádio Cidade Esperança (570 KHz) Comunitárias Rádio Missão (106,3) – evangélica Rádio Maranhão Sul (87,9) Poste Rádio Caema - Projeto de Extensão de alunas da UFMA e tem apoio do Instituto PES A digitalização na radiodifusão é o futuro que já está sendo testado por emissoras como a Bandeirantes, Gaúcha, CBN e Jovem Pan. As emissoras terão qualidade semelhante a de CDs e as informações poderão ser captadas em um display no receptor. Para ouvir o som digital será necessário ter um receptor digital. O sistema digital para o rádio ainda está em discussão entre 2 tipos: DRM e IBOC. Acompanhando a tendência mundial, o Brasil vem estudando a implantação da tecnologia digital no sistema de radiodifusão sonora. Em março de 2007, foi criado o Conselho Consultivo do Rádio Digital, com o objetivo de assessorar o Ministro das Comunicações no planejamento da implantação do Rádio Digital no Brasil. O Conselho era formado por representantes da sociedade civil, do Governo Federal, do setor de radiodifusão (comercial, educativa, comunitária e pública), da indústria (recepção, transmissão e audiovisual), das instituições acadêmicas e dos anunciantes. Em 2010, foi instituído o Sistema Brasileiro de Rádio Digital – SBRD, por meio da Portaria nº 290. O Ministério das Comunicações tem executado testes técnicos, em parceria com emissoras executantes dos diferentes serviços de radiodifusão, para verificar o desempenho dos diferentes modelos existentes. O decreto presidencial nº 8139 autoriza a migração das emissoras de rádio que operam na faixa AM para a faixa FM. As regras foram definidas pelo Ministério das Comunicações na portaria nº 127, de 12 de março de 2014. O documento define como os radiodifusores devem proceder para pedir a mudança da frequência e a forma como os processos vão ser analisados pelo MiniCom e pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Em junho de 2013, a NOP World apontou os resultados de seu Pontuação Cultura (TM) Index "Hábitos de Mídia", com uma perspectiva global sobre o consumidores e o tempo gasto para assistir televisão, ouvir rádio e ler na internet. O Brasil é um dos países cujos habitantes mais veem TV. Está em 8º lugar, com 18 horas e quinze minutos por semana. Os brasileiros também ouvem muito rádio, com as mais de 17 horas por semana. O Brasil está em 2ºlugar mundial, ficando atrás da Argentina. E o Brasil está 9º lugar no uso de computadores e internet para fins não profissionais, com 10 horas e 30 minutos semanais. On demand (streaming): Celular (Smartphone) Notebook Computador Televisão paga Tablet Sob demand: Podcast – nas redes sociais como Facebook, Souncloud, YouTube e aplicativos como WhatsApp. Informativos Noticiários Síntese noticiosa Radiojornal Edição extra Toque informativo Informativo especializado Informativos Programa de entrevistas Documentário Programa especial Programa de opinião Mesa-redonda: painel ou debate Entretenimento Programa de Variedades Radionovela ou dramatização (ficção) Programa humorístico Programa musical Programa de auditório Programa instrucional – usado para dar suporte aos cursos de alfabetização, de ensino de idiomas e disciplinas como história, matemática ou geografia Audiobiografia – o tema central é a vida de uma personalidade, da área cultural, política ou histórica Documentário educativo-cultural – tem cunho humanístico como uma escola, um movimento literário ou musical Programa temático – aborda e discute temas sobre a produção do conhecimento Izani Mustafá Jornalista e doutora em Comunicação (PUCRS) E-mail: [email protected]