genótipos de soja de ciclo semi precoce/médio quanto às doenças

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GENÓTIPOS DE SOJA DE CICLO SEMI PRECOCE/MÉDIO QUANTO À
DOENÇAS FÚNGICAS FOLIARES E CARACTERES AGRONÔMICOS
Liliane Silva de Barros1; Analy Castilho Polizel2; Antônio Jussie da Silva Solino3;
Vaneide Araujo de Sousa Rudnick4
1. Pós-Graduanda em Agricultura Tropical, Faculdade de Agronomia e Medicina
Veterinária, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá (MT). Brasil. E-mail:
[email protected]
2. Profa.Dra. Universidade Federal de Mato Grosso, Rondonópolis (MT).
3. Pós-Graduando em Agronomia, Universidade Estadual de Maringá, Maringá
(PR).
4. Graduada pela Fundação Universidade Federal de Rondônia, Rolim de Moura
(RO).
Data de recebimento: 02/05/2011 - Data de aprovação: 31/05/2011
RESUMO
A soja é a principal cultura do país, responsável por 10% das exportações
brasileiras. Entre os principais fatores que limitam a obtenção de altos rendimentos
em massa da cultura estão às doenças. O presente estudo objetivou avaliar
linhagens de soja de ciclo semiprecoce/médio, quanto à severidade de manchas
foliares e caracteres agronômicos. As características da soja avaliadas foram:
severidade de septoriose, cercospora, mancha-alvo e ferrugem asiática; número de
pústulas por cm², número de dias para floração e maturação; altura das plantas na
floração e maturação; altura de inserção da primeira vagem e produtividade. Nos
resultados obtidos observou-se que os genótipos UFU (1, 2, 6, 7, 8, 9, 13, 15, 20,
21), Engopa 316, Conquista e Msoy 8008, obtiveram menores severidades de
ferrugem asiática nas folhas. Em relação aos caracteres agronômicos o genótipo
UFU 15 obteve maior desempenho e as maiores produtividades foram obtidas pelos
genótipos UFU (2, 4, 6, 12, 15, 20) e Msoy 8008.
PALAVRAS-CHAVES: Glycine max, genótipo, características agronômicas
SOYBEAN GENOTYPES SEMIPRECOCIOUS/MÉDIUM CYCLE AS TO LEAVES
DISEASES FUNG AND AGRONOMIC TRAITS
ABSTRACT
Soy is the main crop in the country, responsible for 10% of the Brazilian exports.
Among the main factors that limit the attainment of high incomes are growing mass of
the diseases and agronomic traits. The study aimed to evaluate strains of soybean
cycle semi early/medium, as to the severity of leaf spots. The characteristics
evaluated of soybean were: severity of septoria, cercospora, spot target and asian
rust; number of pustules per cm 2, number of days to flowering and maturity, plant
height at flowering and maturity, height of insertion of the first pod and productivity.
The results it was observed that the genotypes UFU (1, 2, 6, 7, 8, 9, 13, 15, 20, 21),
Engopa 316, Conquista e Msoy 8008, obtain reduced severity the asian rust of
leaves. In relation to agronomic characters the genotype UFU 15 obtain higher
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performance and the highest productivy were obtained by genotypes UFU (2, 4, 6,
12, 15, 20) and Msoy 8008.
KEYWORDS: Glycine max, genotype, agronomics characteristics
INTRODUÇÃO
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja. Na safra 2007/08, a
cultura ocupou uma área de 20,3 milhões de hectares, o que totalizou uma produção
de 60,1 milhões de toneladas (CONAB, 2008). A produtividade média da soja
brasileira é de 2.823 kg/ha-1 (EMBRAPA, 2008). Rondônia ocupa uma área de 99,8
mil ha com uma produtividade média de 3.122 kg/ha -1(CONAB, 2008).
Devido a importância da cultura, tanto para alimentação humana quanto
animal e para o desenvolvimento de novos produtos derivados desta oleaginosa,
que é a maior fonte de óleo vegetal e de proteína (COSTA, 1996), vem se buscando,
novas tecnologias para o incremento na produção de grãos, desenvolvimento de
novas cultivares, resistentes a doenças e insetos, adaptações à condições adversas
de clima e de solo.
Assim como cresce a área plantada de soja anualmente, as doenças também
tendem a aumentarem. A importância econômica de cada doença varia de ano para
ano e de região para região, dependendo das condições climáticas de cada safra
(EMBRAPA, 2003). Doenças consideradas secundárias em regiões tradicionais e a
introdução de novas doenças constituem sérios problemas (MENTEN & MORAES,
2000).
Em média, as doenças reduzem o rendimento da cultura em 20%, dos quais
11% podem ser devidos às moléstias foliares. O componente do rendimento mais
afetado é o peso do grão, uma vez que as doenças foliares provocam a senescência
antecipada da folha, encurtando o ciclo da planta determinando a formação de grãos
pequenos. Em geral, cultivares de soja de ciclo longo tende a serem mais afetados
por doenças, uma vez que permanecem mais tempo expostos às mesmas (COSTA,
1996).
Portanto, o presente estudo visou avaliar linhagens de soja, ciclo semi
precoce/médio, em Rolim de Moura/RO quanto a doenças fúngicas foliares e
caracteres agronômicos.
MATERIAL E MÉTODOS
O ensaio foi instalado no Campus Experimental do Curso de Agronomia da
Fundação Universidade Federal de Rondônia, no município de Rolim de Moura – RO
no período de novembro de 2007 a abril de 2008.
O município encontra-se a 277 m acima do nível do mar, em latitude 11º 34’ S
e longitude 61º W. O solo local era um Latossolo Vermelho Amarelo distrófico. O
clima segundo classificação de Koppen é Tropical-Quente e Úmido, com estação
seca bem definida (junho/setembro), temperatura mínima de 24 ºC, máxima de 32
ºC e temperatura média de 28 ºC, precipitação anual média de 2.250 mm e com
umidade relativa do ar elevada, oscilando em torno de 85%.
No decorrer do experimento os dados obtidos na região de instalação do
experimento foram:
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TABELA 01: Temperatura e precipitação para a região de Rolim de Moura
(RO).
Mês/ano
T ºC máx
T ºC méd
T ºC mim
Prec.méd(mm)
12/2007
35,5
32,2
18,3
171,1
01/2008
35,4
29,6
21,4
127,1
02/2008
34,5
30,0
20,5
138,6
03/2008
33,5
29,9
20,1
165,3
Média/Períod
34,62
30,56
19,72
629,9
o
Fonte: Agritempo - Dados meteorológicos-Cacoal-31993(MAPA, 2008).
A análise prévia do solo, na camada de 0 – 20 cm, e recomendações feitas
conforme Ribeiro et al. (1999) (Tabela 02):
TABELA 02. Características físico-químicos do solo da área de cultivo do campus
experimental da Fundação Universidade Federal de Rondônia.
pH água P Mehlich-1
K Mehlich-1
Ca trocável
Mg trocável
Al trocável
H trocável
-1
1
-1
-1
-1:1- - mg kg -cmolc kg
-cmolc kg
-cmolc kg -cmolc kg4.9
1,0
0,25
1,1
0,4
0,5
3,6
A correção do solo foi feita com 2,9 t ha -1 de calcário dolomítico para obter uma
saturação de bases de 60%, dois meses antes do plantio. O calcário utilizado foi o
dolomítico com PRNT de 70%. A distribuição ocorreu de forma manual,
uniformemente, com total cobertura da área. A incorporação foi procedida após a
gradagem leve.
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos inteiramente
casualizados, avaliando 26 genótipos, com três repetições. Os materiais consistiram
de vinte e uma linhagens provenientes da Universidade Federal de Uberlândia
(UFU) e as variedades comerciais (Msoy 6101, Msoy 8001, Msoy 8008, Conquista e
Engopa 316), sendo todas de ciclo semi precoce/médio para a região de Minas
Gerais. As parcelas mediam 1,8 x 5,00 m, totalizando uma área de 9 m 2.
Considerou-se como área útil as duas linhas centrais, eliminando-se 0,5m em cada
extremidade (área útil de 1,80m2 por parcela).
A semeadura foi realizada manualmente, no dia 24/11/2007, utilizando-se 15
sementes por metro linear, numa profundidade de 5 cm. A adubação ocorreu no
momento da semeadura com 80 kg ha-1 de K2O e 160 kg ha-1 de P2O5.
Antes da semeadura, os materiais foram tratados com fungicida Carboxin +
Thiram) na dosagem de 250 ml para 100 kg de sementes e inoculadas com
Bradyrhizobium japonicum utilizando inoculante líquido na dosagem de 200ml/50kg
de semente com 5.109 células viáveis/ml de produto contendo as estirpes Semia
5079 e Semia 5080.
O controle de ervas daninhas ocorreu por meio de capinas manuais, enquanto
que o manejo das pragas foi realizado conforme incidência com a aplicação dos
produtos Endosulfan (0,350 L ha -1 ), Clorpirifós (0,50 L ha-1 ) e Metamidofós (0,5 L ha 1
).
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Devido a grande severidade da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) na
região e não existir nenhum material genético resistente a essa doença, fez-se
necessário duas pulverizações nos dias 25/01/2008 e 16/02/2008 com Tebuconazole
(0,5 L ha-1) em todo o experimento, dando as mesmas condições para todos os
materiais avaliados para ser possível finalizar o experimento.
As avaliações consistiram de severidade foliar de ferrugem asiática,
severidade na planta de ferrugem asiática, cercospora, septoriose, mancha alvo,
número de pústulas por unidade foliolar e produtividade.
A severidade foliar de ferrugem asiática foram iniciadas no dia 18 de janeiro,
com intervalo de sete dias uma da outra, totalizando seis avaliações, por meio de
observação visual de três folíolos centrais no terço médio da planta, em três plantas
aleatórias. Estas avaliações foram realizadas utilizando a escala diagramática para
avaliação da severidade (JULIATTI & POLIZEL, 2005). O número de pústulas por
unidade foliolar também foi avaliado por meio de observação visual de três folhas no
terço médio da planta, em três plantas aleatórias, na área útil de cada parcela. A
severidade de ferrugem asiática, cercospora, septoriose e mancha alvo, na planta,
foram feitas atribuindo-se notas através da escala visual para severidade de
doenças conforme recomendações de JULIATTI & SANTOS (1999), variando de 0 a
4, onde: 0 = ausência de sintomas nas folhas; 1 = doença presente nas folhas
baixeiras, com até 25 % da área foliar atingida; 2 = doença presente até o terço
médio, com até 50 % de área foliar doente; 3 = doença presente até o terço superior
com até 75 % de área foliar doente e 4 = doença atingindo toda a parte aérea, ou
seja, 100 % área foliar doente.
Além das avaliações de doenças procedeu-se a contabilização dos caracteres
agronômicos:
- Número de dias após semeadura para florescimento: quando aproximadamente
50% das plantas da parcela útil apresentaram pelo menos uma flor aberta;
- Número de dias para maturação: quando pelo menos 95% das vagens
apresentarem maduras e com coloração típica da variedade;
- Altura de planta no florescimento: realizada desde a superfície do solo até a
extremidade do hipocótilo;
- Altura de planta na maturação: realizada desde a superfície do solo até a
extremidade do hipocótilo;
- Altura de inserção da primeira vagem: medida desde a superfície até a primeira
vagem
- Produtividade da área útil de cada parcela corrigido para 13% de umidade e
transformada para kg/ha.
Com base nas variáveis severidade e pústulas/cm 2 calculou-se a área abaixo
da curva de progresso da doença (AACPD), sendo que esta foi usada para
descrever a epidemia. Neste caso, pode-se estabelecer uma curva da doença
quantificada versus tempo. Segundo SHANNER & FINLEY (1977), a área abaixo da
curva de progressão de doença foi calculada pela fórmula:
AACPD = ∑ [(Y – Y
)/2 x (T
– T )], onde:
i
i+1
i+1
i
Yi = Proporção da doença na i-ésima observação;
Ti = tempo (dias) na i-ésima observação e;
N = número total de observações.
A colheita foi feita manualmente conforme maturação dos genótipos, retirando
as plantas do campo através do arranquio manual, arranjo em feixes etiquetados e
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levando-as à casa de vegetação para posterior trilha mecanizada. As sementes
foram limpas e acondicionadas em sacos de papel.
Os dados coletados foram submetidos à análise de variância e as médias
foram comparadas pelo teste de Scott Knott, a 5% de significância.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De forma geral, não foram observados efeitos significativos dos genótipos
sobre o número de dias para maturação, inserção da primeira vagem, número de
pústulas/cm² de ferrugem, severidade na planta de cercospora, septoriose, mancha
alvo e ferrugem asiática; contudo, as demais variáveis obtiveram efeitos
significativos.
TABELA 3. Severidade de ferrugem asiática na folha (SFF) número de dias
para floração (NDF), altura de planta na floração (APF), altura de
planta na maturação (APM), e produtividade (P). Rolim de Moura –
RO, 2008.
Genótipo
SFF
NDF
APF
APM
P
UFU1
312.33a
46b
30.00b
43.66b
2.189b
UFU 2
246.00a
55a
39.33a
47.33b
3.148a
UFU 3
372.66b
46b
35.66a
50.33a
2.580b
UFU 4
363.33b
46b
34.33b
36.66b
2.820a
UFU 5
474.33b
55a
40.33a
38.00b
2.220b
UFU 6
331.00a
55a
41.33a
36.33b
2.828a
UFU 7
210.66a
46b
30.33b
39.00b
2.443b
UFU 8
274.33a
46b
30.33b
34.33b
2.588b
UFU 9
162.66a
46b
35.33a
46.66b
2.327b
UFU 10
384.33b
46b
30.66b
36.00b
2.094b
UFU 11
362.33b
55a
41.66a
59.00a
1.854b
UFU 12
357.33b
46b
41.33a
60.00a
3.681a
UFU 13
183.00a
46b
33.00b
40.33b
2.262b
UFU 14
493.00b
40c
31.66b
37.00b
1.960b
UFU 15
281.66a
55a
40.00a
62.66a
3.177a
UFU 16
372.66b
46b
31.00b
39.66b
2.230b
UFU 17
493.33b
40c
39.33a
53.66a
2.608b
UFU 18
482.00b
55a
44.33a
51.66a
2.251b
UFU 19
460.00b
46b
35.33a
39.33b
2.227b
UFU 20
320.33a
46b
31.66b
38.33b
3.035a
UFU 21
297.66a
55a
28.66b
56.66a
1.916b
Msoy6101
390.00b
46b
29.66b
41.00b
2.488b
Engopa316
173.66a
40c
23.00b
55.33a
2.159b
Conquista
276.66a
46b
36.66a
43.00b
2.123b
Msoy8008
308.00a
40c
28.33b
59.66a
2.800a
Msoy8001
593.00b
40c
32.33b
60.66a
2.052b
Médias seguidas pela mesma letra não se diferem entre si pelo teste de Scott Knot a 5% de
significância.
De acordo com os dados da Tabela 3, referentes a severidade de ferrugem na
folha verifica-se a maior ocorrência da doença nos genótipos UFU (3, 4, 5, 10, 11,
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12, 14, 16, 17, 18, 19), Msoy 6101 e Msoy 8001. SILVA et al (2007) trabalhando com
o mesmo patógeno obteve um valor mínimo de AACPD de 505 .Os genótipos
estudados neste trabalho apresentaram menor severidade de ferrugem na folha.
Esse dano causado na folha reduz a área fotossintética devido a destruição
do tecido vegetal (CALAÇA, 2007). Genótipos que não apresentam nenhum tipo de
resistência apresentam maior número de pústulas por folha, como também lesões
maiores o que resulta em maior fonte de inóculo. Genótipos que se mostram mais
resistentes a severidade foliar são importantes para a redução do número de
aplicações de fungicida.
De acordo com o teste de médias em função do número de dias para
floração, as linhagens UFU (2, 5, 6, 11, 15, 18 e 21) apresentaram um período
juvenil mais longo em relação aos demais, florescendo com 55 dias após a
semeadura . A planta de soja necessita de um período mínimo de 42 a 58 dias até a
floração para uma produção mínima de biomassa que proporcione rendimento de
grãos aceitável (EMBRAPA, 2006). Diferenças de data de floração entre genótipos
numa mesma época de semeadura são devido principalmente a resposta diferencial
desses materiais ao comprimento do dia (EMBRAPA, 2003).
Compreende-se como juvenilidade ou período juvenil, o período no ciclo da
planta em que, mesmo ocorrendo condição ambiental favorável, a planta não sofre
indução a floração. Assim, o florescimento muito precoce indica juvenilidade curta,
fazendo com que a linhagem seja mais sensível às variações de época de
semeadura (CÂMARA et al., 1998).
Em relação a variável altura da planta na floração, os genótipos UFU (2, 3, 5,
6, 9, 11, 12, 15, 17, 18, 19) e Conquista obtiveram as maiores alturas das plantas.
Estes materiais apresentaram menor performance em função da variável estudada
quando compara-se ao trabalho de PAIVA et al. (1992) que foi de 51,5 cm. Câmara
et al. (1998) recomenda que nessa fase as plantas possuam no mínimo 50cm de
altura ou que a cultura já esteja cobrindo completamente o solo.
Valores muito baixos de altura de planta na floração podem ocasionar
menores produtividades devido menor área fotossintética, porém evita perdas devido
o acamamento e menor incidência e severidade de doenças por evitar formação de
microclima.
Seu crescimento é influenciado pela temperatura, se desenvolvendo melhor
na faixa de 30º C (EMBRAPA, 2003). Temperaturas muito baixas podem até
paralisar o crescimento da soja e temperaturas próximas a 40º C podem causar
distúrbios na planta diminuindo a capacidade de retenção de vagens.
A maturação pode ser acelerada pela ocorrência de altas temperaturas
(EMBRAPA, 2003). Os cultivares de menor ciclo são preferidos para plantio em
sucessão de culturas como o trigo e o girassol. Além de permitir o melhor uso do
solo, pode diminuir a infestação de doenças.
De acordo com o teste de médias, verificou-se que os genótipos UFU (3, 11,
12, 15, 17, 18, 21), Engopa 316, Msoy 8008 e Msoy 8001 apresentaram maior altura
da planta na maturação. SILVA et al. (2007) encontrou valores similares
considerando esta uma altura recomendada para evitar acamamento. De uma forma
geral o acamamento das plantas é uma característica indesejável para o cultivo da
soja, pois, além de dificultar a colheita mecânica, é responsável por elevar perdas na
quantidade e qualidade do produto colhido (EMBRAPA, 2003).
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Não só para alta produtividade, mas também para elevado rendimento
operacional, preconiza-se que os cultivares modernos apresentem altura final de
planta entre 60 e 110 cm (CÂMARA et al., 1998), porém, observações a campo
mostram que em solos planos e bem preparados pode-se efetuar uma boa colheita
de plantas com altura de 50 a 60 cm. A altura de plantas na maturação também é
influenciada pela densidade de semeadura, onde maior número de plantas/ha
ocasionará maiores alturas devido à competição por luz (GODOI et al, 2005).
O teste de médias para produtividade de grãos indicou diversidades de
genótipos avaliados, com produtividades entre 1.854 a 3.681 kg ha -1. A linhagem
UFU 12 apresentou a maior produtividade de grãos, 3.681 kg ha -1, superior a média
nacional que é de 2.800 kg ha -1 (EMBRAPA, 2008). Entretanto, não diferiu
estatisticamente das linhagens UFU 2, UFU 4, UFU 6, UFU 15 e UFU 20 e da
cultivar Msoy 8008. A linhagem UFU 11 apresentou a mais baixa produtividade,
1.854 kg ha. Esses valores são superiores ao trabalho de SILVEIRA NETO et al.
(2005), onde a produtividade maior foi de 3.085 kg ha -1e para as cultivares Msoy
8001 e Conquista, 2.200 e 2.400 kg ha-1, respectivamente.
CONCLUSÕES
Os genótipos UFU (1, 2, 6, 7, 8, 9, 13, 15, 20, 21), Engopa 316, Conquista e
Msoy 8008, obtiveram menores severidades de ferrugem asiática nas folhas
Em relação aos caracteres agronômicos o genótipo UFU 15 obteve maior
desempenho
Os genótipos UFU (2, 4, 6, 12, 15, 20) e Msoy 8008 obtiveram maiores
produtividades
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